sábado, 27 de maio de 2023

Aliado de Putin diz que conflito na Ucrânia pode durar décadas e descarta negociações com Zelenskiy

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, um aliado próximo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira que o conflito na Ucrânia pode durar décadas e que as negociações com a Ucrânia são impossíveis enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, apoiado pelo Ocidente, estiver no poder.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 desencadeou o conflito mais sangrento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e o maior confronto entre Moscou e o Ocidente desde a crise dos mísseis de Cuba em 1962.

Centenas de milhares de pessoas morreram e muitas outras ficaram gravemente feridas no conflito, cujas raízes remontam a 2014, depois que um presidente pró-russo foi derrubado na revolta popular Maidan da Ucrânia, a Rússia anexou a península da Crimeia e separatistas apoiados pela Rússia tomaram áreas do leste da Ucrânia.

"Esse conflito vai durar muito tempo. Por décadas, provavelmente. Essa é uma nova realidade", disse Medvedev, segundo agências de notícias russas.

Ele disse que a Rússia não pode confiar em nenhuma trégua com os atuais governantes da Ucrânia, pois o conflito simplesmente irromperia novamente e, portanto, a própria natureza do atual governo da Ucrânia teria que ser destruída.

Segundo ele, as negociações com "o palhaço Zelenskiy" são impossíveis.

"Tudo sempre termina em negociações, e isso é inevitável, mas enquanto essas pessoas estiverem no poder, a situação da Rússia não mudará em termos de negociações."

Medvedev, que se apresentou como um modernizador liberal quando foi presidente da Rússia entre 2008 e 2012, agora se apresenta como um falcão do Kremlin ferozmente antiocidental. Os diplomatas dizem que suas opiniões dão uma indicação do pensamento nos níveis mais altos da elite do Kremlin.

GUERRA NUCLEAR

Medvedev também advertiu que o Ocidente está subestimando seriamente o risco de uma guerra nuclear por causa da Ucrânia, alertando que a Rússia lançaria um ataque preventivo se a Ucrânia obtivesse armas nucleares.

A Rússia, que possui o maior arsenal nuclear do mundo, acusou repetidamente o Ocidente de travar uma guerra por procuração com a Rússia por meio da Ucrânia, que poderia se transformar em um conflito muito maior.

"Existem leis de guerra irreversíveis. Se se tratar de armas nucleares, terá que haver um ataque preventivo", disse Medvedev.

Permitir armas nucleares à Ucrânia -- uma medida que nenhum Estado ocidental propôs publicamente -- significaria "um míssil com carga nuclear chegando até eles", disse Medvedev.

"Os anglo-saxões não percebem totalmente isso e acreditam que não chegarão a esse ponto. Isso acontecerá sob certas condições."

O Ocidente diz que quer ajudar a Ucrânia a vencer seu conflito com a Rússia, e as potências ocidentais forneceram grandes quantidades de armas e munições modernas para Kiev. Mas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu que um confronto direto entre a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apoiada pelos EUA, e a Rússia resultaria na Terceira Guerra Mundial.

A Rússia diz que Washington nunca permitiria que ela armasse um país que faz fronteira com os Estados Unidos, e o Kremlin diz que o Ocidente já está essencialmente travando uma guerra não declarada com a Rússia.

Quando a Ucrânia conquistou sua independência após a dissolução da União Soviética em 1991, ela possuía milhares de armas nucleares. O país as entregou à Rússia de acordo com o Memorando de Budapeste de 1994, em troca de garantias de sua segurança e soberania por parte da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido.

·         Lula discute questão de alcançar paz na Ucrânia com Xi Jinping

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que nesta quinta-feira (25) teve uma conversa com o líder chinês Xi Jinping sobre a questão de alcançar a paz na Ucrânia.

Além disso, na conversa, que ocorreu em 24 de maio, os líderes falaram da futura reunião do BRICS (grupo econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), entre outros temas.

O chefe de Estado brasileiro também destacou a importância do fortalecimento do bloco econômico.

Em meados de abril deste ano, Lula visitou a China, onde manteve conversas com o presidente chinês. Durante a visita, foram assinados acordos bilaterais nas áreas de comércio, investimento, economia digital e inovação tecnológica.

·         'Pretendo falar com Putin novamente no momento certo', diz chanceler alemão

O chanceler alemão Olaf Scholz informou sobre os planos para, no momento oportuno, manter conversações com o presidente russo Vladimir Putin e discutir o conflito na Ucrânia. A última vez que Scholz e Putin falaram ao telefone foi em 2 de dezembro de 2022, e a conversa durou uma hora.

Em uma entrevista para Kolner Stadt-Anzeiger, Olaf Scholz foi perguntado se ele estava em contato com o presidente da Rússia.

"Já faz muito tempo desde que fiz meu último telefonema. Mas pretendo falar com Putin novamente no momento certo", disse Scholz.

Ao mesmo tempo, o chanceler alemão observou que a Alemanha vai continuar a apoiar a Ucrânia. Ao fazê-lo, sublinhou a sua intenção de fazer tudo para evitar um conflito direto entre a OTAN e a Rússia.

Conversas telefônicas entre Olaf Scholz e Vladimir Putin foram realizadas pela última vez em 2 de dezembro do ano passado. Em janeiro de 2023, o governo alemão anunciou que não tinha intenção de recusar o contato com a Rússia.

Em fevereiro, a mesma posição foi expressa pelo próprio chanceler. Olaf Scholz observou pretender continuar os contatos com Vladimir Putin, apesar da diferença de opinião sobre a operação militar especial na Ucrânia.

Por sua vez, no Kremlin, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, respondendo à pergunta se Vladimir Putin está pronto para se comunicar com o chanceler alemão Olaf Scholz, declarou que não sabe sobre as intenções do político alemão de chamar o líder russo, mas é necessário manter o diálogo e Putin está aberto a conversações para proteger os interesses da Rússia.

 

Ø  Medvedev diz que Ucrânia pode desaparecer após conflito: 'Dividida entre Moscou e Estados europeus'

 

Medvedev disse que que a Ucrânia pode desaparecer após o fim da operação militar especial da Rússia, e suas terras podem ser divididas entre Moscou e vários Estados europeus.

Nesta quinta-feira (25), o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, concedeu informações sobre diferentes cenários de como o conflito em andamento pode terminar.

"A Ucrânia pode desaparecer após a conclusão da operação militar especial no processo de sua divisão entre a Rússia e vários Estados da União Europeia. Um governo da Ucrânia está sendo formado no exílio em um dos países europeus", disse Medvedev, acrescentando que o conflito neste caso terminará com "garantias razoáveis ​​da sua não renovação a curto prazo".

O vice-presidente também afirmou que Moscou está interessada em que regiões centrais da Ucrânia se juntem à Rússia, uma vez assim, o "conflito pode terminar para sempre".

"As terras ocidentais ucranianas juntam-se a vários países da UE. O povo das regiões centrais e de algumas outras regiões da Ucrânia sem dono [...] declara imediatamente sua autodeterminação ao ingressar na Federação da Rússia. Seu pedido é atendido e o conflito termina com suficiente garantias de sua não retomada no longo prazo", disse Medvedev.

O ex-presidente russo também disse que existe um cenário no qual o conflito se torna permanente "com ameaça de Terceira Guerra Mundial" se a Ucrânia estiver parcialmente sob controle do bloco europeu e da OTAN.

·         Mídia: Zelensky pode ter perdido controle da Ucrânia para seus serviços de inteligência

O presidente ucraniano Vladimir Zelensky pode ter perdido o controle do país para a Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, escreveu Bradley Devlin, colunista da revista American Conservative.

Na terça-feira (23), o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que em 22 de maio um grupo de sabotadores ucranianos invadiu a região russa de Belgorod. Mais de 70 combatentes adversários, quatro veículos de combate de infantaria e cinco picapes foram eliminados e o resto fugiu de volta à Ucrânia.

O colunista observa que os Estados Unidos tiveram que pedir muitas vezes diretamente à Diretoria Principal de Inteligência ucraniana para não atacar o território russo. Enquanto Zelensky disse que não estava familiarizado com os planos da diretoria e que não teve conhecimento dos ataques planejados.

Assim, Devlin se pergunta:

"Zelensky perdeu o controle de seu país para sua comunidade de inteligência? Ele foi reduzido a arrecadador de fundos-chefe?"

O jornalista também enfatizou que, anteriormente, Washington justificava o envio de armas para a Ucrânia porque ela estava "vencendo", enquanto agora o patrocínio militar é explicado pela angústia de Kiev na frente de batalha.

O autor acredita que não há, de fato, nenhum motivo racional para apoiar a Ucrânia.

No sábado (20), o Ministério da Defesa russo confirmou que a libertação de Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana) foi concluída na sequência das ações ofensivas dos destacamentos de assalto com o apoio da artilharia e da aviação.

 

Ø  Economista americano revela provocações dos EUA na Ucrânia para desencadear guerra

 

A administração do presidente dos EUA Joe Biden organizou duas provocações para iniciar uma guerra na Ucrânia, aponta o economista estadunidense Jeffrey Sachs em seu artigo no portal Common Dreams.

De acordo com Sachs, o primeiro fator provocador foi a intenção dos EUA de expandir a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) às custas da Ucrânia e da Geórgia para cercar a Rússia na região do mar Negro. O segundo fator foi o estabelecimento do regime russofóbico em Kiev em fevereiro de 2014, disse o especialista.

"A guerra de tiroteio na Ucrânia começou com a derrubada do presidente [ucraniano Viktor] Yanukovich há nove anos, não em fevereiro de 2022, como assegura o governo dos EUA, OTAN e os líderes do G7", explicou Sachs.

Ao mesmo tempo, em sua opinião, a Casa Branca deliberadamente esconde o papel norte-americano no desencadeamento do conflito ucraniano para não cessar as hostilidades.

O analista observa que o governo de Biden tem três razões para silenciar o papel dos EUA em provocar a Rússia. Em primeiro lugar, reconhecer a provocação artificial do conflito confirmaria o fato de que ele poderia ter sido evitado, e os EUA não teriam que gastar 100 bilhões de dólares para apoiar a Ucrânia, opina Sachs. Como segunda razão o autor do artigo aponta a relutância de Biden em revelar o seu papel pessoal na derrubada de Yanukovich. Em terceiro lugar, tal reconhecimento forçaria os EUA a sentar-se à mesa de negociações, o que minaria o desejo contínuo de expansão da Aliança Atlântica, detalhou Sachs.

O economista lembrou que, apesar das declarações dos EUA sobre o conflito "não provocado", a Rússia tentou repetidamente resolver a questão por meios diplomáticos antes do início das hostilidades, enfrentando a relutância de Washington em levar em conta os interesses de Moscou. Entretanto, como observa o especialista, até agora, a diplomacia continua sendo a única ferramenta para resolver o conflito ucraniano.

Vale ressaltar que a Rússia tem repetidamente indicado que está pronta para negociações, mas Kiev introduziu uma proibição ao nível legislativo sobre as negociações.

 

Ø  General aposentado: problemas econômicos impedirão que OTAN inicie corrida armamentista

 

Os problemas econômicos e sociais e a falta de investimentos no setor de defesa, que já dura décadas, impedirão que os países da OTAN se envolvam em uma corrida armamentista no estilo da Guerra Fria, disse à Sputnik o general aposentado francês Dominique Delawarde, especialista em política externa e de defesa.

"Na maioria dos países da OTAN, o aumento de armas e os investimentos em defesa estão muito longe de serem implementados da maneira correta. Trata-se mais de declarações em voz alta do que da realidade e dos projetos atuais", disse Delawarde.

De acordo com ele, muitos países da OTAN enfrentam problemas econômicos, financeiros e sociais que os privam dos meios para "reiniciar uma forte indústria de defesa, o que seria um precursor de uma nova corrida armamentista".

Delawarde observou que, após 30 anos sem investimentos no setor de defesa, os países da OTAN precisariam, de qualquer forma, de um tempo considerável para colocar a produção em funcionamento.

O especialista também pediu para se levar em conta o declínio significativo da participação dos países da OTAN na economia global. Em particular, ele destacou que a participação da União Europeia (UE) e dos EUA no PIB global tem diminuído constantemente nas últimas décadas.

"E esse indicador continua em declínio", acrescentou.

Anteriormente, foi repetidamente relatado que o fornecimento de armas e munições para a Ucrânia está esgotando os estoques, que não podem ser reabastecidos a tempo.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, tem repetidamente solicitado a todos os países que aumentem os gastos com defesa. Ele espera que os líderes da OTAN na cúpula de Vilnius, Lituânia, em 11 e 12 de julho, cheguem a um acordo sobre o aumento dos gastos com defesa, acordando um nível mínimo de cerca de 2% do PIB.

Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia afirmou que a economia europeia "nas próximas décadas" precisará de mais investimentos no complexo industrial-militar. Em particular, os países da UE já concordaram em fazer encomendas conjuntas para a compra de munição para repor os estoques esgotados pelas entregas à Ucrânia.

 

Fonte: Reuters/Sputnik Brasil

 

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