Aliado
de Putin diz que conflito na Ucrânia pode durar décadas e descarta negociações
com Zelenskiy
O vice-presidente do Conselho de Segurança da
Rússia, Dmitry Medvedev, um aliado próximo do presidente da Rússia, Vladimir
Putin, disse nesta sexta-feira que o conflito na Ucrânia pode durar décadas e
que as negociações com a Ucrânia são impossíveis enquanto o presidente
ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, apoiado pelo Ocidente, estiver no poder.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 desencadeou
o conflito mais sangrento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e o maior
confronto entre Moscou e o Ocidente desde a crise dos mísseis de Cuba em 1962.
Centenas de milhares de pessoas morreram e muitas
outras ficaram gravemente feridas no conflito, cujas raízes remontam a 2014,
depois que um presidente pró-russo foi derrubado na revolta popular Maidan da
Ucrânia, a Rússia anexou a península da Crimeia e separatistas apoiados pela
Rússia tomaram áreas do leste da Ucrânia.
"Esse conflito vai durar muito tempo. Por
décadas, provavelmente. Essa é uma nova realidade", disse Medvedev,
segundo agências de notícias russas.
Ele disse que a Rússia não pode confiar em nenhuma
trégua com os atuais governantes da Ucrânia, pois o conflito simplesmente
irromperia novamente e, portanto, a própria natureza do atual governo da
Ucrânia teria que ser destruída.
Segundo ele, as negociações com "o palhaço
Zelenskiy" são impossíveis.
"Tudo sempre termina em negociações, e isso é
inevitável, mas enquanto essas pessoas estiverem no poder, a situação da Rússia
não mudará em termos de negociações."
Medvedev, que se apresentou como um modernizador
liberal quando foi presidente da Rússia entre 2008 e 2012, agora se apresenta
como um falcão do Kremlin ferozmente antiocidental. Os diplomatas dizem que
suas opiniões dão uma indicação do pensamento nos níveis mais altos da elite do
Kremlin.
GUERRA NUCLEAR
Medvedev também advertiu que o Ocidente está
subestimando seriamente o risco de uma guerra nuclear por causa da Ucrânia,
alertando que a Rússia lançaria um ataque preventivo se a Ucrânia obtivesse
armas nucleares.
A Rússia, que possui o maior arsenal nuclear do
mundo, acusou repetidamente o Ocidente de travar uma guerra por procuração com
a Rússia por meio da Ucrânia, que poderia se transformar em um conflito muito
maior.
"Existem leis de guerra irreversíveis. Se se
tratar de armas nucleares, terá que haver um ataque preventivo", disse
Medvedev.
Permitir armas nucleares à Ucrânia -- uma medida que
nenhum Estado ocidental propôs publicamente -- significaria "um míssil com
carga nuclear chegando até eles", disse Medvedev.
"Os anglo-saxões não percebem totalmente isso e
acreditam que não chegarão a esse ponto. Isso acontecerá sob certas
condições."
O Ocidente diz que quer ajudar a Ucrânia a vencer seu
conflito com a Rússia, e as potências ocidentais forneceram grandes quantidades
de armas e munições modernas para Kiev. Mas o presidente dos Estados Unidos,
Joe Biden, advertiu que um confronto direto entre a aliança militar ocidental
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apoiada pelos EUA, e a Rússia
resultaria na Terceira Guerra Mundial.
A Rússia diz que Washington nunca permitiria que ela
armasse um país que faz fronteira com os Estados Unidos, e o Kremlin diz que o
Ocidente já está essencialmente travando uma guerra não declarada com a Rússia.
Quando a Ucrânia conquistou sua independência após a
dissolução da União Soviética em 1991, ela possuía milhares de armas nucleares.
O país as entregou à Rússia de acordo com o Memorando de Budapeste de 1994, em
troca de garantias de sua segurança e soberania por parte da Rússia, dos
Estados Unidos e do Reino Unido.
·
Lula discute questão de alcançar paz na Ucrânia com
Xi Jinping
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que
nesta quinta-feira (25) teve uma conversa com o líder chinês Xi Jinping sobre a
questão de alcançar a paz na Ucrânia.
Além disso, na conversa, que ocorreu em 24 de maio,
os líderes falaram da futura reunião do BRICS (grupo econômico composto por
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), entre outros temas.
O chefe de Estado brasileiro também destacou a
importância do fortalecimento do bloco econômico.
Em meados de abril deste ano, Lula visitou a China,
onde manteve conversas com o presidente chinês. Durante a visita, foram
assinados acordos bilaterais nas áreas de comércio, investimento, economia
digital e inovação tecnológica.
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'Pretendo falar com Putin novamente no momento
certo', diz chanceler alemão
O chanceler alemão Olaf Scholz informou sobre os
planos para, no momento oportuno, manter conversações com o presidente russo
Vladimir Putin e discutir o conflito na Ucrânia. A última vez que Scholz e
Putin falaram ao telefone foi em 2 de dezembro de 2022, e a conversa durou uma
hora.
Em uma entrevista para Kolner Stadt-Anzeiger, Olaf
Scholz foi perguntado se ele estava em contato com o presidente da Rússia.
"Já faz muito tempo desde que fiz meu último
telefonema. Mas pretendo falar com Putin novamente no momento certo",
disse Scholz.
Ao mesmo tempo, o chanceler alemão observou que a
Alemanha vai continuar a apoiar a Ucrânia. Ao fazê-lo, sublinhou a sua intenção
de fazer tudo para evitar um conflito direto entre a OTAN e a Rússia.
Conversas telefônicas entre Olaf Scholz e Vladimir
Putin foram realizadas pela última vez em 2 de dezembro do ano passado. Em
janeiro de 2023, o governo alemão anunciou que não tinha intenção de recusar o
contato com a Rússia.
Em fevereiro, a mesma posição foi expressa pelo
próprio chanceler. Olaf Scholz observou pretender continuar os contatos com
Vladimir Putin, apesar da diferença de opinião sobre a operação militar
especial na Ucrânia.
Por sua vez, no Kremlin, o porta-voz do presidente
russo, Dmitry Peskov, respondendo à pergunta se Vladimir Putin está pronto para
se comunicar com o chanceler alemão Olaf Scholz, declarou que não sabe sobre as
intenções do político alemão de chamar o líder russo, mas é necessário manter o
diálogo e Putin está aberto a conversações para proteger os interesses da
Rússia.
Ø Medvedev diz que Ucrânia pode desaparecer após conflito: 'Dividida entre
Moscou e Estados europeus'
Medvedev disse que que a Ucrânia pode desaparecer
após o fim da operação militar especial da Rússia, e suas terras podem ser
divididas entre Moscou e vários Estados europeus.
Nesta quinta-feira (25), o vice-presidente do
Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, concedeu informações sobre
diferentes cenários de como o conflito em andamento pode terminar.
"A Ucrânia pode desaparecer após a conclusão da
operação militar especial no processo de sua divisão entre a Rússia e vários
Estados da União Europeia. Um governo da Ucrânia está sendo formado no exílio
em um dos países europeus", disse Medvedev, acrescentando que o conflito
neste caso terminará com "garantias razoáveis da sua não renovação a curto prazo".
O vice-presidente também afirmou que Moscou está
interessada em que regiões centrais da Ucrânia se juntem à Rússia, uma vez
assim, o "conflito pode terminar para sempre".
"As terras ocidentais ucranianas juntam-se a
vários países da UE. O povo das regiões centrais e de algumas outras regiões da
Ucrânia sem dono [...] declara imediatamente sua autodeterminação ao ingressar
na Federação da Rússia. Seu pedido é atendido e o conflito termina com
suficiente garantias de sua não retomada no longo prazo", disse Medvedev.
O ex-presidente russo também disse que existe um
cenário no qual o conflito se torna permanente "com ameaça de Terceira
Guerra Mundial" se a Ucrânia estiver parcialmente sob controle do bloco
europeu e da OTAN.
·
Mídia: Zelensky pode ter perdido controle da Ucrânia
para seus serviços de inteligência
O presidente ucraniano Vladimir Zelensky pode ter
perdido o controle do país para a Diretoria Principal de Inteligência do
Ministério da Defesa da Ucrânia, escreveu Bradley Devlin, colunista da revista
American Conservative.
Na terça-feira (23), o Ministério da Defesa da
Rússia confirmou que em 22 de maio um grupo de sabotadores ucranianos invadiu a
região russa de Belgorod. Mais de 70 combatentes adversários, quatro veículos
de combate de infantaria e cinco picapes foram eliminados e o resto fugiu de
volta à Ucrânia.
O colunista observa que os Estados Unidos tiveram
que pedir muitas vezes diretamente à Diretoria Principal de Inteligência
ucraniana para não atacar o território russo. Enquanto Zelensky disse que não
estava familiarizado com os planos da diretoria e que não teve conhecimento dos
ataques planejados.
Assim, Devlin se pergunta:
"Zelensky perdeu o controle de seu país para
sua comunidade de inteligência? Ele foi reduzido a arrecadador de fundos-chefe?"
O jornalista também enfatizou que, anteriormente,
Washington justificava o envio de armas para a Ucrânia porque ela estava
"vencendo", enquanto agora o patrocínio militar é explicado pela
angústia de Kiev na frente de batalha.
O autor acredita que não há, de fato, nenhum motivo
racional para apoiar a Ucrânia.
No sábado (20), o Ministério da Defesa russo
confirmou que a libertação de Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana)
foi concluída na sequência das ações ofensivas dos destacamentos de assalto com
o apoio da artilharia e da aviação.
Ø Economista americano revela provocações dos EUA na Ucrânia para
desencadear guerra
A administração do presidente dos EUA Joe Biden
organizou duas provocações para iniciar uma guerra na Ucrânia, aponta o
economista estadunidense Jeffrey Sachs em seu artigo no portal Common Dreams.
De acordo com Sachs, o primeiro fator provocador foi
a intenção dos EUA de expandir a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) às custas da Ucrânia e da Geórgia para cercar a Rússia na região do mar
Negro. O segundo fator foi o estabelecimento do regime russofóbico em Kiev em
fevereiro de 2014, disse o especialista.
"A guerra de tiroteio na Ucrânia começou com a
derrubada do presidente [ucraniano Viktor] Yanukovich há nove anos, não em
fevereiro de 2022, como assegura o governo dos EUA, OTAN e os líderes do
G7", explicou Sachs.
Ao mesmo tempo, em sua opinião, a Casa Branca
deliberadamente esconde o papel norte-americano no desencadeamento do conflito
ucraniano para não cessar as hostilidades.
O analista observa que o governo de Biden tem três
razões para silenciar o papel dos EUA em provocar a Rússia. Em primeiro lugar,
reconhecer a provocação artificial do conflito confirmaria o fato de que ele
poderia ter sido evitado, e os EUA não teriam que gastar 100 bilhões de dólares
para apoiar a Ucrânia, opina Sachs. Como segunda razão o autor do artigo aponta
a relutância de Biden em revelar o seu papel pessoal na derrubada de
Yanukovich. Em terceiro lugar, tal reconhecimento forçaria os EUA a sentar-se à
mesa de negociações, o que minaria o desejo contínuo de expansão da Aliança
Atlântica, detalhou Sachs.
O economista lembrou que, apesar das declarações dos
EUA sobre o conflito "não provocado", a Rússia tentou repetidamente
resolver a questão por meios diplomáticos antes do início das hostilidades,
enfrentando a relutância de Washington em levar em conta os interesses de
Moscou. Entretanto, como observa o especialista, até agora, a diplomacia
continua sendo a única ferramenta para resolver o conflito ucraniano.
Vale ressaltar que a Rússia tem repetidamente
indicado que está pronta para negociações, mas Kiev introduziu uma proibição ao
nível legislativo sobre as negociações.
Ø General aposentado: problemas econômicos impedirão que OTAN inicie
corrida armamentista
Os problemas econômicos e sociais e a falta de
investimentos no setor de defesa, que já dura décadas, impedirão que os países
da OTAN se envolvam em uma corrida armamentista no estilo da Guerra Fria, disse
à Sputnik o general aposentado francês Dominique Delawarde, especialista em
política externa e de defesa.
"Na maioria dos países da OTAN, o aumento de
armas e os investimentos em defesa estão muito longe de serem implementados da
maneira correta. Trata-se mais de declarações em voz alta do que da realidade e
dos projetos atuais", disse Delawarde.
De acordo com ele, muitos países da OTAN enfrentam
problemas econômicos, financeiros e sociais que os privam dos meios para
"reiniciar uma forte indústria de defesa, o que seria um precursor de uma
nova corrida armamentista".
Delawarde observou que, após 30 anos sem
investimentos no setor de defesa, os países da OTAN precisariam, de qualquer
forma, de um tempo considerável para colocar a produção em funcionamento.
O especialista também pediu para se levar em conta o
declínio significativo da participação dos países da OTAN na economia global.
Em particular, ele destacou que a participação da União Europeia (UE) e dos EUA
no PIB global tem diminuído constantemente nas últimas décadas.
"E esse indicador continua em declínio",
acrescentou.
Anteriormente, foi repetidamente relatado que o
fornecimento de armas e munições para a Ucrânia está esgotando os estoques, que
não podem ser reabastecidos a tempo.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, tem
repetidamente solicitado a todos os países que aumentem os gastos com defesa.
Ele espera que os líderes da OTAN na cúpula de Vilnius, Lituânia, em 11 e 12 de
julho, cheguem a um acordo sobre o aumento dos gastos com defesa, acordando um
nível mínimo de cerca de 2% do PIB.
Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia afirmou que a
economia europeia "nas próximas décadas" precisará de mais
investimentos no complexo industrial-militar. Em particular, os países da UE já
concordaram em fazer encomendas conjuntas para a compra de munição para repor
os estoques esgotados pelas entregas à Ucrânia.
Fonte: Reuters/Sputnik Brasil
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