Quénia: Líder
religioso admite 15 mortes em "intervenções espirituais"
O líder religioso queniano Ezekiel Odero admitiu que
15 pessoas morreram durante as suas "intervenções espirituais" na
mesma localidade onde foram encontrados mais de 100 cadáveres na quinta de
outro líder espiritual.
De
acordo com a agência espanhola de notícias, a Efe, Ezekiel Odero está detido no
âmbito de uma grande operação das forças de segurança contra várias seitas
cristãs, no seguimento da descoberta de mais de 20 valas comuns na quinta do
líder espiritual Paul Mackenzie, detido em meados deste mês por fomentar o
jejum entre os seus seguidores como forma de "encontrar Jesus
Cristo".
Odero
admitiu a morte dos seus seguidores do Centro de Oração e Igreja para uma Nova
Vida, ainda que os seus advogados estejam a vincar a ideia que os falecidos já
estavam "em estado crítico" quando chegaram ao centro.
"Quando
as pessoas morrem, a polícia é informada; não houve nenhum caso de mortes em
que as forças de segurança não tenham sido informadas", disseram os
advogados do evangelista, em declarações ao jornal 'The Nation', citadas pela
Efe.
A
polícia, no entanto, não parece convencida com estes argumentos e está a ligar
diretamente Odero e Mackenzie devido às suas ligações empresariais, incluindo a
participação no capital social de uma cadeia de televisão que ambos usavam para
transmitir "mensagens radicais aos seus seguidores".
A
investigação sobre Odero deverá levar a acusações de homicídio, sequestro,
radicalização, genocídio, crimes contra a Humanidade, crueldade infantil,
fraude e lavagem de dinheiro. Na terça-feira (02.05) o tribunal vai decidir se
é libertado ou se fica mais 30 dias na prisão da cidade de Mombaça, onde está
agora.
·
Polícia
resgata 31 pessoas
Um
total de 31 pessoas, incluindo 17 crianças, foram resgatadas no Quénia na
sexta-feira (28.04) na casa onde estavam detidas por uma seita religiosa,
anunciou hoje a polícia.
O
resgate ocorreu na cidade de Kamwene B, no condado de Nakuru, no centro sul do
país, onde as pessoas estavam confinadas à habitação, sendo obrigadas a jejuar
e rezar, de acordo com os órgãos de informação do Quénia, citados pela agência
espanhola de notícias, a Efe.
A
casa pertence a uma mulher identificada nos registos policiais como Hellen
Wanjiru Weri, de 62 anos, e alegada líder do culto cristão não oficial chamado
Army Rurwama (Exército Rurwama).
O
Presidente do Quénia, William Ruto, disse na segunda-feira que as mortes
ligadas à seita são "semelhantes ao terrorismo" e prometeu endurecer
as ações contra os cultos, que deturpam a religião, depois de terem sido
encontrados os primeiros corpos.
Fonte:
Deutsche Welle
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