Novo marco fiscal:
o Brasil no rumo certo
O
envio do novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional é uma iniciativa
estratégica do governo Lula. Trata-se de um avanço que rompe o abominável Teto
de Gastos que vigorou nos últimos seis anos e que só serviu para agravar a
crise econômica e social do país. Diferentemente do teto, o novo marco fiscal
permitirá o crescimento real das despesas do governo, mas mantendo-o abaixo do
crescimento das receitas.
Ele
busca equilibrar o controle das despesas e a sustentabilidade da dívida pública
com a indução ao desenvolvimento econômico. Para isso, procura levar à geração
dos resultados primários necessários à estabilização da dívida e,
simultaneamente, assegurar os recursos para o custeio das políticas públicas,
em particular a saúde, educação e previdência, bem como os investimentos
essenciais ao desenvolvimento econômico e social.
O
novo marco proposto pelo presidente Lula assegura a estabilidade,
previsibilidade e credibilidade que a política fiscal do país precisa para
aumentar a confiança das pessoas e dos agentes econômicos, criando assim condições claras para o investimento. Com
mais investimento, público e privado, nacional e estrangeiro, o crescimento
econômico acelera e mais e melhores empregos são gerados.
E
um dos principais compromissos de Lula é justamente recuperar o crescimento da
economia brasileira, tirá-la da letargia provocada pelo último governo, que no
campo econômico focou apenas nos interesses dos especuladores e donos do grande
capital. O que o povo brasileiro quer é empregos, renda, defesa do meio
ambiente e respeito aos seus direitos à saúde, à educação e às leis
trabalhistas, o oposto do que preconiza o neoliberalismo que massacrou o Brasil
nos últimos quatro anos.
O
novo arcabouço fiscal, junto com as tratativas de uma reforma tributária, é
parte das ações estruturantes que o governo Lula busca implementar. Apesar da
escorchante e abusiva taxa básica de juros fixada pelo Banco Central, que leva
à maior taxa real do mundo e é responsável por impedir a aceleração do
crescimento econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem conseguido
superar os problemas herdados do governo anterior. Inúmeros dados positivos
comprovam o acerto da política econômica, como é o caso da desaceleração da
inflação, que em março ficou abaixo de 5%, a primeira vez desde janeiro de
2021.
Além
do marco fiscal e da reforma tributária, outras ações reforçam o quadro
positivo, como a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a volta
do Minha Casa, Minha Vida e do Mais Médicos, ambos atualizados e aprimorados.
Ainda, o governo prepara medidas para beneficiar as micro e pequenas empresas,
a agricultura familiar e também a classe média.
Esse
conjunto de ações, entre inúmeras outras em elaboração ou já em implementação,
mostram que o Brasil, sob comando de Lula, está no rumo certo, depois de ficar
à deriva nas mãos de irresponsáveis no governo anterior. Como disse o
presidente, a recuperação do Brasil não vai ser da noite para o dia. É preciso
plantar, cuidar e depois colher os frutos. E são esses frutos que serão
colhidos pelo povo brasileiro, para ter uma vida melhor, com mais esperança
para seus filhos e netos.
O novo arcabouço fiscal e a trilha para o
desenvolvimento. Por Alberto Cantalice
A
imensa maioria dos brasileiros e brasileiras que sufragaram o nome de Lula nas
últimas eleições, tem pressa. Muita pressa.
Composto
em quase dois terços por eleitores de até dois salários-mínimos de renda
familiar, esse grupo compõe a chamada baixa renda brasileira. Portanto, as
classes D e E. “Quem tem fome tem pressa”, já dizia o saudoso sociólogo Herbert
de Souza, o Betinho, nos ido dos anos de 1990.
É
pensando na resolução dos problemas imediatos dessas camadas sociais que Lula,
com a sensibilidade que lhe é peculiar, focou-se desde a transição de governo.
Foi dele a ideia de suplementar o Bolsa Família em mais 150 reais para mães com
filhos até os 6 anos de idade.
Para um país populoso como o nosso, o valor
que parece irrisório, abrange um contingente de 8,9 de crianças pobres
espalhadas nos quatro cantos do país e que compunham o cenário dantesco da
insegurança alimentar, herança do golpe de 2016 e da nefasta “administração” da
dupla Bolsonaro/Guedes.
Agindo
nessa direção, a equipe econômica de Lula, liderada pelo ministro Fernando
Haddad, apresenta o plano intitulado Novo Arcabouço Fiscal. O desafio de
superar a muralha imposta aos gastos públicos pelo Teto de Gastos, Teto que
contando com o apoio militante da mídia mainstream, sufocou a economia nacional
e legou ao novo governo o pornográfico número de 30 milhões de pessoas passando
fome.
O
Novo Arcabouço Fiscal tem que dar certo. E é apostando no seu fracasso que a
extrema-direita e os cultuadores da “mão invisível irão se movimentar.
As
incompreensões de alguns políticos e economistas do campo progressista apesar
de legítimas, não podem pelo açodamento ou a “vontade de aparecer”, servir de
combustível para turbinar os inimigos da democracia.
Todo
plano por mais completo que se apresente, em uma democracia, é passível do
escrutínio dos mais variados setores. O espírito público da equipe econômica
aliada ao olhar de Lula aos pobres, porém, devem nortear os aprimoramentos que
podem e devem acontecer.
É
preciso ainda, continuar a pressionar o Banco Central para que rompa o
“garrote” sobre o crescimento abaixando significativamente a taxa de juros.
Essa ação combinada com o aperto sobre a sonegação fiscal darão uma folga ao
orçamento para que o Estado através de seus instrumentos possa investir na
reindustrialização, na ciência, tecnologia e inovação. A chave do nosso futuro
enquanto nação soberana.
Vai
dar certo!
Com desaceleração econômica, avanço da
arrecadação depende da revisão de incentivos, dizem especialistas
A
arrecadação do governo federal foi de R$ 171 bilhões em março de 2023 — valor
0,42% inferior ao registrado no mesmo período de 2022. Para especialistas
consultados pela CNN, a queda é influenciada pela desaceleração da economia e o
avanço dessas cifras na sequência do ano depende da revisão de incentivos
fiscais.
Segundo
a Receita Federal, que divulgou o dado nesta terça-feira (25), o resultado pode
ser explicado por desonerações em impostos federais. O governo federal reduziu,
por exemplo, as alíquotas de PIS/Cofins para combustíveis, o que acarretou em
decréscimo da arrecadação.
“Esse
valor estava dentro da expectativa. Quando a gente decompõe a receita do
período, há um impacto das desonerações, mas também um movimento de alta
inflacionária. Como a gente teve uma inflação maior, então em termos reais há
uma queda de arrecadação”, explica Cristina Helena de Mello, professora de
economia da ESPM.
Economista
e professor de MBAs da FGV, Robson Gonçalves aponta que apesar de a queda na
arrecadação ser discreta, o dado aponta para a desaceleração da economia. “Essa
desaceleração já foi sentida no último trimestre do ano passado e tem
continuidade no primeiro de 2023″, afirma.
Rafaela
Vitoria, economista-chefe do Inter, indica que a arrecadação deve “arrefecer”
também na sequência do ano, por conta da desaceleração econômica.
“Com
a desaceleração da atividade, o crescimento da arrecadação deve continuar
arrefecendo ao longo do ano, e o governo deve continuar focado em aumentar as
receitas por meio de medidas de redução de subsídios”, explica.
Robson
Gonçalves reitera que o avanço da arrecadação depende da revisão de incentivos
fiscais — movimento que vem sendo um dos focos da equipe do ministro da
Fazenda, Fernando Haddad.
“Os
próximos meses vão depender da reversão
das desonerações que foram feitas em 2022, como a dos combustíveis, mas também
da atividade econômica. Com as expectativas baixas para o PIB, a arrecadação
não deve avançar, a menos que sejam tomadas medidas para reverter outros
benefícios fiscais”, explica.
• Outros destaques
A
economista-chefe do Inter indica que, além de PIS/Cofins, as “maiores
desacelerações” ficaram por conta do IRPF, com a queda de preços das
commodities, e do imposto de importação.
O
PIS/Pasep e a Cofins apresentaram arrecadação de 32,6 milhões, representando
decréscimo real de 5,76%. O IRPJ e a CSLL totalizaram uma arrecadação de R$
33,6 bilhões, com decréscimo real de 5,87%.
A
Receita Previdenciária teve arrecadação de R$ 47 bilhões, com acréscimo real de
6,03%. Esse resultado pode ser explicado pelo crescimento real de 11,62% da
massa salarial, segundo a Receita.
De
acordo com Cristina Helena de Mello, a divulgação também trouxe resultados
positivos, motivados por um programa de litigiosidade fiscal do governo
federal, que cria alternativas para acordos de pagamento de dívidas.
As
Outras Receitas Administradas pela Receita apresentaram arrecadação de R$ 3,6
bilhões, com acréscimo real de 37,60%. Segundo a Receita, o programa de redução
de litigiosidade somou, aproximadamente, 1,2 bilhão no mês, e explica o avanço.
Haddad minimiza críticas sobre falta de
punição por descumprimento de metas do marco fiscal
O
ministro Fernando Haddad, da Fazenda, minimizou as críticas feitas ao governo
por conta do dispositivo da nova regra fiscal que exclui a penalização de
gestores que não cumprirem metas fiscais. Ele concedeu entrevista a jornalistas
nesta segunda-feira (24), em Brasília.
“Tenho
ouvido a crítica, mas ninguém pune o Banco Central por não cumprir a meta de
inflação. Você estabelece regras para tornar a gestão mais rígida, mas o
resultado fiscal depende também do Congresso, do Supremo, não somente do
Executivo. Esse julgamento do STJ na quarta pode mudar completamente o
horizonte fiscal do país e não depende do Executivo”, disse o ministro.
O
julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao qual o ministro se referia
definirá se incentivos fiscais de ICMS integram a base de cálculo do Imposto de
Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL).
Conforme
a proposta de nova regra fiscal, os gastos do governo podem aumentar em 70% do
crescimento das receitas, com limite inferior de crescimento de 0,6% e superior
de 2,5% ao ano. O regime se propõe a atingir uma meta de trajetória do
superávit primário de -0,5% do PIB em 2023, 0% do PIB em 2024, 0,5% do PIB em
2025 e 1,0% do PIB em 2026, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto
percentual para mais ou menos.
No
entanto, para atingir tais metas, a estimativa do próprio Ministério da Fazenda
é de elevação da receita em cerca de R$ 150 bilhões. O novo arcabouço fiscal
foi enviado ao Congresso Nacional e a matéria já tem relator definido.
A
Lei de Responsabilidade Fiscal, vigente desde 2000, estabelece parâmetros a
serem seguidos quanto ao gasto público de cada ente federativo (estados e municípios).
As penas pelo não cumprimento das metas e limitações de gastos podem acarretar
desde multas a cassação de mandato.
Haddad
ainda criticou o atual teto de gastos — aprovado em 2016 tendo como parâmetro a
limitação do crescimentos dos gastos públicos à correção da inflação registrada
no ano fiscal anterior — que foi furado em diversas oportunidades.
“Não
conheço nenhum país que criminalize [o gestor por não cumprir a regra de teto
fiscal], mas estamos propondo uma regra robusta, somos os primeiros a propor.
Melhor ter uma regra fiscal correta, que se sustente. Mas o Congresso tem sua
autonomia [para votar e propor emendas]”, sublinhou.
O
ministro também disse acreditar que a instalação de uma Comissão Mista
Parlamentar de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional para investigar os atos
golpistas do 8 de janeiro não vai atrapalhar a discussão sobre o marco fiscal.
“Ninguém
tem dúvida do que aconteceu no dia 8, do ponto de vista da tentativa de criar
no Brasil um ambiente de ruptura institucional. Isso vai ficar cada vez mais
claro. Não resta duvida de que houve uma tentativa vil de comprometer a
democracia brasileira. E ainda que um outro servidor publico possa ter errado
na condução do processo, de boa fé, a verdade é que a má fé está toda do lado
dos derrotados. E isso vai ficar muito transparente”, completou.
Fonte:
Brasil 247/CNN Brasil
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