sábado, 29 de abril de 2023

Irã liga atual status do acordo nuclear a 'erro de cálculo dos Estados Unidos'

O atual status do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), relativo ao programa nuclear do Irã, é resultado da política e dos erros de cálculo dos EUA.

Mas há uma chance de resolver as últimas questões ditas em uma entrevista com o representante permanente do Irã na ONU e a Agência Internacional de Energia Atômica em Viena, Mohsen Naziri Asl.

"O status atual do JCPOA é o resultado da política e do erro de cálculo dos EUA. A nossa experiência passada nos ensinou a participar em uma nova rodada de negociações com maior cautela e sensibilidade. As poucas questões deixadas após a última rodada de negociações podem ser resolvidas", disse o representante permanente iraniano.

Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, declarou que seria um erro não retomar um acordo nuclear com o Irã agora. Ao mesmo tempo, de acordo com o chanceler russo, a retomada do acordo nuclear depende da Rússia, China ou Irã.

Como observou o ministro, "aqueles que o [um acordo] destruíram devem trazê-lo de volta a vida". Lavrov também destacou que as tentativas de impor novos requisitos, que não existiam no texto original do JCPOA, complicam o processo.

O acordo proposto seria semelhante ao criado pela administração de Barack Obama (2009-2017), que assinou em 2015 com o Irã o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que incluiu um congelamento a curto prazo de parte do programa nuclear do Irã em troca de alívio parcial das sanções.

Autoridades iranianas rejeitaram até agora a nova abordagem, citando a queda do acordo nuclear após a eleição nos EUA de Donald Trump (2017-2021). O novo acordo quase regressou em setembro de 2022, antes de o Irã recuar depois que os países ocidentais rejeitaram a exigência do país de cessar as investigações sobre instalações nucleares não declaradas, segundo o portal Axios.

·         Chanceler do Irã e Hezbollah visitam cidade perto da fronteira com Israel: 'Colapso está próximo'

Em passeio com membros do Hezbollah pela cidade libanesa de Maroun al-Ras, que fica a um quilômetro da fronteira israelense, ministro diz que "resistência" no Líbano está em sua melhor condição e que "sionistas entendem apenas pela força".

Nesta sexta-feira (28), o ministro das Relações Exteriores do Irã, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, encontrou no Líbano com o secretário-geral do Hezbollah, Sayyid Hassan Nasrallah. A reunião também contou com a presença do embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani.

Amirabdollahian disse que Nasrallah assegurou-lhe que "a resistência libanesa e palestina [a Israel] está em sua melhor condição".

De acordo com a agência Tasnim, na reunião, as duas autoridades falaram sobre os últimos desenvolvimentos regionais em uma reunião em Beirute, a situação no Líbano e na Palestina, e o recente acordo sobre a restauração das relações diplomáticas entre Irã e Arábia Saudita e seu impacto nos países da região.

Amirabdollahian também se encontrou com o premiê libanês, Najib Mikati, e disse que Teerã está pronto para trabalhar com Beirute afim de resolver sua crise de energia e eletricidade, escreve a mídia. Em meio à visita, o chanceler iraniano visitou a fronteira do Líbano com Israel.

No mirante, na direção israelense da cidade de Maroun al-Ras, Amirabdollahian disse que "desenvolvimentos positivos na região levarão ao colapso da entidade sionista", acrescentando que "os sionistas só entendem a força", segundo o The Times of Israel.

O ministro disse que o Irã continua a "apoiar a resistência diante do inimigo sionista" e apoiará o Líbano "mesmo em dias difíceis". Ele também plantou uma árvore na área.

De acordo com a mídia israelense, a visita do chanceler iraniano pode ser vista como uma espécie de resposta à viagem do ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, ao Turcomenistão na semana passada, onde o mesmo inaugurou uma embaixada a poucos quilômetros da fronteira com o Irã.

 

Ø  Moscou: planos nucleares dos EUA e Coreia do Sul têm caráter desestabilizador

 

A Rússia pede que Washington abandone as medidas que prejudicam a estabilidade estratégica, em relação ao planejamento nuclear dos EUA e da Coreia do Sul, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

"Prestamos atenção aos relatos de um acordo entre os EUA e a Coreia do Sul sobre o planejamento conjunto para o uso de armas nucleares. Esse desenvolvimento dos eventos tem um caráter claramente desestabilizador e terá sérias implicações negativas para a segurança regional, com uma projeção na estabilidade global", diz o comunicado do ministério.

O Ministério das Relações Exteriores comparou as ações dos EUA e de seus aliados na Ásia com as das forças da OTAN, acrescentando que o desenvolvimento de tais planos não levará a um resultado positivo.

"Apelamos aos EUA e seus aliados, que, na busca de uma superioridade militar definitiva, estão implementando toda uma gama de programas militares que prejudicam a estabilidade estratégica global, que parem de agitar a situação e abandonem as medidas que levam ao enfraquecimento do nível geral de segurança de todos os Estados", enfatizou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Na quarta-feira (26), Estados Unidos e a Coreia do Sul divulgaram o texto da "Declaração de Washington", assinada por ambos os países para "fortalecer a dissuasão e a resposta ao comportamento escalonado da Coreia do Norte", segundo o presidente Joe Biden.

Biden também disse que um ataque nuclear de Pyongyang "contra os EUA ou seus aliados ou parceiros é inaceitável e resultará no fim de qualquer regime que tome tal ação", conforme noticiado.

 

Ø  China diz ter vigiado voo de avião de reconhecimento dos EUA sobre o estreito de Taiwan

 

Segundo o Exército de Libertação Popular da China, uma aeronave de reconhecimento marítimo dos EUA atravessou o estreito de Taiwan. Taipé também falou de atividade militar chinesa.

A Força Aérea do Exército de Libertação Popular (ELP) da China vigiou um voo de aeronave de patrulha e reconhecimento marítimo Boeing P-8 Poseidon dos EUA sobre o estreito de Taiwan na sexta-feira (28), disse Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental do ELP.

"Os caças da zona leste do comando de combate do ELP observaram todo o voo da aeronave dos EUA", apontou Shi em um comunicado publicado na rede social WeChat.

Embarcações norte-americanas têm feito provocações recentes que "minam a paz e a estabilidade" no estreito de Taiwan e representam ameaças à segurança regional, acrescentou o porta-voz, mencionando que as tropas chinesas sempre mantêm um alto nível de prontidão de combate e defendem a soberania e a integridade territorial da China.

·         Ações da China

O Ministério da Defesa de Taiwan também relatou na sexta-feira (28) ter detectado 38 caças e outros aviões de guerra perto da ilha autogovernada, no que foi o maior evento de tal tipo desde os grandes exercícios militares da China no início de abril.

O ministério ainda contou terem sido vistos seis navios da Marinha na área das 06h00, horário local (19h00, horário de Brasília), de quinta-feira (27) às 06h00, horário local (19h00, horário de Brasília), de sexta-feira (28).

Dezenove das aeronaves sobrevoaram a linha média do estreito de Taiwan, que separa a ilha do continente, continuou o ministério, acrescentando que entre elas estavam cinco aviões Su-30 e dois J-16, havendo também um drone TB-001 que circulou a ilha, segundo o Ministério da Defesa.

 

Ø  Alemanha pondera limitar exportação de produtos químicos usados em chips para a China

 

Segundo a Bloomberg, o governo alemão está trabalhando em medidas para reduzir as exportações no setor para o país asiático, e ao mesmo tempo continuar relações com Pequim em outras áreas.

A Alemanha está em negociações para limitar a exportação de produtos químicos usados na fabricação de semicondutores para a China como parte de sua estratégia de desacoplagem parcial, de acordo com a agência norte-americana Bloomberg.

Robert Habeck, ministro da Economia e vice-chanceler sob Olaf Scholz, aconselhou as autoridades de seu departamento a trabalhar em uma série de ferramentas de medidas para fortalecer a resistência econômica da Alemanha em determinadas áreas e reduzir as "dependências unilaterais" da China. A ideia de impor controles de exportação de produtos químicos para chips faria parte dessas medidas.

Os controles de exportação restringem o comércio de produtos que podem ser usados tanto no contexto civil quanto no militar. O objetivo dessas listas de dupla utilização é impedir o desenvolvimento e a proliferação de armas químicas, biológicas e nucleares, e também a produção oculta de armas militares convencionais.

Segundo uma das fontes, a maneira mais rápida e prática de implementar tais controles de exportação seria colocar os respectivos produtos e serviços na lista nacional de uso duplo da Alemanha.

A proposta faz parte de um pacote de medidas que o governo do chanceler Olaf Scholz está discutindo para cortar o acesso da China a bens e serviços necessários para a produção de semicondutores avançados, indicam as fontes da mídia.

As conversas dentro da coalizão governista alemã sobre tais controles de exportação ainda estão em um estágio inicial, estando as autoridades conscientes de que qualquer decisão nesse sentido poderia prejudicar os laços comerciais com a China, que se tornou o maior parceiro comercial da Alemanha, disseram as fontes citadas pela mídia.

Ao mesmo tempo, escreve a Bloomberg, apesar de tentar reduzir a exposição à China, e estabelecer "linhas vermelhas" no que toca a Taiwan, Scholz está buscando manter relações abertas com Pequim, particularmente nas áreas da promoção da paz global e nas mudanças climáticas.

 

Ø  EUA preocupados com relutância de Abu Dhabi em compartilhar dados sobre laços com aliados

 

A suspeita dos Estados Unidos de que seu principal parceiro no golfo Pérsico, os Emirados Árabes Unidos, esteja planejando sediar uma base militar chinesa pode ser o resultado de uma avaliação equivocada de Washington sobre as atividades da China na região, diz o South China Morning Post.

"De acordo com documentos ultrassecretos vistos pelo The Washington Post, os Estados Unidos detectaram, em dezembro, supostamente atividades suspeitas de construção em um terminal de contêineres no Porto de Khalifa, nos Emirados Árabes Unidos", diz o artigo.

O jornal indica que o porto tem sido operado em conjunto desde o final de 2018 por duas empresas estatais, a Abu Dhabi Ports Group e a COSCO Shipping Ports da China.

De acordo com os EUA, as obras mencionadas incluíram a construção de muros no perímetro de um depósito de logística das Forças Armadas chinesas.

E embora as autoridades do país árabe tenham confirmado que não encontraram nenhuma evidência que apoiasse as alegações de Washington, Abu Dabi encerrou as obras depois das reclamações norte-americanas.

No entanto, relatórios da inteligência dos EUA afirmam que os trabalhos de construção no Porto de Khalifa foram retomados, diz o jornal.

De acordo com eles, essas obras fazem parte dos planos da China de construir uma rede de pelo menos cinco bases militares no exterior e dez instalações logísticas até 2030, como parte de uma iniciativa chamada Projeto 141.

O artigo observa que analistas acham que os dados dos EUA podem ser uma superestimação da influência da China no Oriente Médio, já que a maioria dos portos suspeitos pelos Estados Unidos são comerciais, não adequados para serem portos militares.

De acordo com o artigo, a preocupação de Washington não é tanto que a China esteja intensificando sua presença, mas que os aliados do Oriente Médio, nesse caso os Emirados Árabes Unidos, estejam relutantes em compartilhar todas as informações com os Estados Unidos, especialmente sobre a cooperação com outros países.

Atualmente, o Exército chinês opera sua única base no exterior no porto de Doraleh, Djibuti, no leste da África, localizado próximo ao estratégico estreito de Bab al-Mandeb, que liga o oceano Índico ao mar Vermelho e ao canal de Suez.

Djibuti também abriga instalações militares operadas por sete outros países, inclusive a maior força permanente dos EUA na África.

·         Legisladores dos EUA aprovam resolução obrigando a divulgação do número de tropas do país na Ucrânia

A Comissão dos Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA apresentou na sexta-feira (28) uma resolução que solicita informações ao governo de Biden sobre a ajuda à Ucrânia, bem como o número de militares dos EUA que operam no país.

O painel aprovou a legislação favoravelmente para apresentação à Câmara em uma votação de 22-20, avançando-a para consideração por toda a Câmara.

A resolução, apresentada pelo congressista republicano Matt Gaetz, solicita informações ao presidente dos EUA, Joe Biden, e ao secretário de Defesa, Lloyd Austin, sobre os planos de assistência militar atual ou futura para a Ucrânia.

Além disso, a resolução solicita informações sobre se algum pessoal militar dos EUA, incluindo forças especiais, está atualmente operando na Ucrânia.

A resolução solicita que a administração Biden forneça as informações no prazo de 14 dias após sua adoção.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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