sexta-feira, 31 de março de 2023

Pedro Maciel sobre Moro e Dallagnol: "canalhas, canalhas, canalhas!"

Auro de Moura Andrade: -"Assim sendo, Declaro vaga a Presidência da República!"

Tancredo Neves: - "Canalhas! Canalhas! Canalhas!"

(Congresso Nacional, Madrugada do dia 2 de abril de 1964)

* Um pouco de História

- No dia 1º de abril de 1964, data infame na história do nosso país, com o golpe militar já organizado, os legisladores que apoiavam o novo regime buscaram dar um ar de legalidade ao golpe, golpistas sempre fazem isso.

O caminho escolhido foi o da mentira.

O senador Auro de Moura Andrade denunciou, num discurso mentiroso, uma fantasiosa fuga de João Goulart para o Uruguai - Jango estava em Porto Alegre -, o objetivo do golpista era fazer crer à opinião pública, de que o país se encontrava "acéfalo" e que naquele momento de crise o presidente eleito havia abandonado o povo brasileiro.

Enquanto Moura Andrade mentia, uma voz ao fundo gritava "Canalhas! Canalhas! Canalhas!", a voz era do tímido e respeitado deputado Tancredo Neves que repudiava o golpe, ao contrário de seu neto Aécio Neves da Cunha.

Isso é história, e a história esclarece, ilumina e orienta.

•        A Lava-Jato desmascarada

– Passados alguns poucos anos do início da operação Lava-Jato, ela ficou nua em praça pública, quando o advogado Tacla Duran denunciou, com provas - áudios, fotos e documentos -, a face podre da operação Lava-Jato e dos seus grandes expoentes: Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, arrastando-os, assim como Rosangela Moro e Carlos Zucolotto, para o chorume, ecossistema adequado para eles.

Seriam os Golden boys do MPF apenas canalhas? Seriam Moro, Rosangela e Zucolotto canalhas?

A Lava-Jato apresentou-se ao país e ao mundo como uma operação da PF, coordenada pelo MPF, que tinha na 13ª Vara Federal um juiz “corajoso” e “capaz” de enfrentar criminosos poderosos, empresários e políticos, corruptores e corruptos.

A operação deu luz ao esquema de corrupção que envolvia diretores das grandes empresas de engenharia do país, gerentes e diretores da Petrobrás, além de partidos políticos.

Esse fato, triste, maculou a nossa luta pela moralidade pública e pela transparência, além de permitir que a direita se apropriasse dessas bandeiras.

Contudo, ao que parece, Moro e os Shit boys do MPF são tão corruptos quanto os diretores das grandes empresas de engenharia do país e os gerentes e diretores da Petrobrás e dirigentes de partidos políticos.

Antes mais informações sobre os efeitos da Lava-Jato.

•        O caos como legado

– A lava-jato legou ao país o caos. Na economia, só em 2015, o país perdeu 142,6 bilhões de reais, e viveu uma retração de 2,5% do PIB, segundo estudo da consultoria GO Associados, causadas pela queda abrupta das atividades da Petrobras e das empreiteiras investigadas pela Lava-Jato; cerca de 4 milhões de trabalhadores foram demitidos na indústria e na construção civil, apenas em 2015 e 2016.

Hoje sabemos que a Lava-Jato não buscava combater a corrupção, trabalhava em três frentes: (a) política, (b) atender as Big Oil e (c) enriquecimento e ampliação do poder político de seus próceres.

•        A frente política

– Criando um ambiente caótico, com ajuda da mídia corporativa, a Lava-Jato foi decisiva para o (a) golpe à presidenta Dilma Rousseff e, mesmo sem provas (b) condenar e prender Lula, impedindo-o de disputar as eleições em 2018.

Obteve sucesso nas duas missões e Moro ganhou de presente o Ministério da Justiça e Segurança Pública, num governo fascista ou protofascista, além da promessa de uma cadeira no STF.

O atendimento aos interesses das Big Oil – As gigantes do petróleo, conhecidas como Big Oil, tinham interesse em investir no pré-sal, mas não no regime de partilha, pois, no regime de partilha, os campos do pré-sal, com seus potenciais de enormes reservas, poderiam leiloados ou ofertados diretamente para a Petrobras – com quem a União firmaria contratos de partilha.

Após o golpe de 2016 Temer sancionou lei que desobrigou a Petrobras de ser a operadora única dos blocos de exploração do petróleo da camada pré-sal; hoje multinacionais como a BP Energy, Chevron, ExxonMobil, Shell, Total e Petronas, assim como a Petrobras, que já atuava nos campos de Atapu, Búzios, ltapu e Sépia, na Bacia de Santos, além das chinesas, a CNODC e CNOOC.

Riqueza do povo entregue a peço de banana às Big Oil.

•        Enriquecimento de poder político de Moro e Dallagnol

– O plano de enriquecimento e de ampliação de poder dos canalhas da Lava-Jato, passava pela criação de uma fundação bilionária controlada por eles para “combater a corrupção”; essa tentativa deu luz à corrupção de Moro e Dallgnol e da sede de ambos por dinheiro e poder, não deu certo.

E não estou sozinho. O ministro Gilmar Mendes disse recentemente que Moro e Dallagnol tentaram montar uma “máquina de fazer dinheiro” com a operação Lava-Jato e lembrando da tentativa de criar a fundação.

Agora o advogado Tacla Duran trouxe provas devastadoras sobre outra forma de enriquecimento e ampliação do poder político de Moro e Dallagnol.

•        A denúncia

–Tacla Duran, que é acusado de ser um operador do “departamento de propina” da construtora Odebrecht, denunciou: extorsão, venda de decisões e proteção mediante pagamento de propina, coisa de mafiosos e milicianos.

De acordo com Duran, em 2016 o advogado Carlos Zucolotto Júnior, padrinho de casamento de Moro e sócio da esposa de Moro, teria exigido o pagamento 5 milhões de dólares para que pudesse obter benefícios em acordos de colaboração com a Lava Jato sobre a Odebrecht.

E todo esse malfeito contava com o aval de Dallagnol, conforme afirmou em depoimento à Câmara dos Deputados em 2018 e agora o Juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Diante disso - após o devido processo legal e respeitado o amplo direito de defesa, afinal, nós não somos como eles -, espero ver esses corruptos presos, contudo, podemos, desde já, qualificá-los, como fez Tancredo em 1964, de "Canalhas! Canalhas! Canalhas!".

Essas são as reflexões.

 

       Descontrolado, Moro agora ataca Gilmar Mendes e fala em “decoro judicial”

 

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pensou que sua vida na política seria um mar de rosas, mas não é exatamente o que tem acontecido. Atacado diariamente no parlamento por senadores do campo progressista, que a todo momento lembram de sua vergonhosa postura enquanto foi juiz da Operação Lava Jato, quando fez estrepolias com a lei penal brasileira e protagonizou todo tipo de desmando, abrindo caminho para a eleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2018, de quem se tornou ministro, Moro desta vez foi alvo da língua ferina de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que não o tem poupado nos últimos tempos.

Descontrolado depois de passar as últimas semanas como “centro das atenções” em Brasília, com a tal história de que estaria sendo ameaçado pelo PCC, o que rendeu reações de muitos setores, inclusive do presidente Lula (PT), de quem foi algoz, que disse que tudo não passava de uma “armação”, o ex-magistrado paranaense resolveu reagir a Mendes após o juiz do STF afirmar, fazendo referência a ele, que “o combatente da corrupção gosta de dinheiro”.

“As afirmações do Min Gilmar Mendes feitas a um jornalista petista vão além de opiniões. São mentiras e ofensas pessoais absolutamente desarrazoadas. Repudio a violação ao decoro judicial, ao tempo que registro meu apreço ao STF e à profissão de magistrado, que exerci com dedicação ao longo de 22 anos. Aproveito, ainda, para agradecer aos Ministros da Corte que, desde a semana passada, enviaram mensagens de solidariedade a mim e a minha família após a descoberta do plano do PCC”, escreveu Moro em seu perfil oficial no Twitter, aproveitando para atacar também o jornalista Reinaldo Azevedo, a quem rotulou como “petista”, embora o profissional seja um notório detrator do Partido dos Trabalhadores.

A fala de Gilmar Mendes que fez o ex-juiz perder as estribeiras foi a de que "no Brasil a gente descobre outra questão, que se mostra nessa participação do Moro, na contratação dessa empresa americana (a Alvarez e Marsal) que depois vai contratá-lo. A gente descobre o quê? Que os combatentes da corrupção gostam muito de dinheiro”.

Curiosamente, Moro reage a Mendes evocando "decoro judicial", como se não fosse de conhecimento público que durante a Lava Jato o então juiz se alinhou com procuradores da República do Paraná em processos que resultaram em condenações, como a do presidente Lula, que passou 580 dias preso e cujas sentenças foram invalidadas pelo STF. Moro também divulgou ilegalmente para o Jornal Nacional um telefonema da ex-presidenta Dilma Rousseff, enquanto ela estava no cargo, para evitar que Lula assumisse um posto em seu ministério.

 

       Moro quer escolher o juízo para julgá-lo. Por Marcelo Auler

 

Ao abrir mão do foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da denúncia feita pelo advogado Tacla Duran que alegou perante o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, ter sofrido uma extorsão, em 2017, no âmbito da Operação Lava Jato, o atual senador e ex-juiz Sérgio Moro (UB-PR) pode estar simplesmente querendo escolher o juízo em que essa acusação será julgada.

Na última segunda-feira (27/03), em audiência diante de Appio, Duran confirmou a denúncia que faz desde 2017 sobre a tentativa de extorsão de que foi vítima por parte de amigo do então juiz Moro. Em troca do pagamento de US$ 5 milhões, lhe prometiam facilidades na Ação Penal que respondia na Operação Lava Jato, na qual foi acusado por lavagem de dinheiro da Construtora Odebrecht.

A tentativa de extorsão, segundo ele, partiu do advogado Carlos Zucolloto Junior, que foi sócio da mulher do ex-juiz, Rosângela Moro — hoje deputada federal – e padrinho de casamento dos dois.

Appio – que hoje responde pela Vara que Moro comandou antes de ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro – ao tomar conhecimento do possível envolvimento do hoje senador Moro (UB-PR) e também do ex-procurador da República, Deltan Dallagnol, atualmente deputado federal pelo Podemos-PR, remeteu as acusações para apreciação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. O ministro já relata processos ligados à mesma causa. No entendimento do novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba prevalece o foro privilegiado dos parlamentares federais.

•        Contra o “odioso privilégio”

Em petição assinada pelo advogado Luis Felipe Cunha, seu primeiro suplente no Senado, protocolada na noite de terça-feira (28/03) Moro se rebelou contra o foro privilegiado do STF. Na petição, alega ser:

“um crítico do foro por prerrogativa de função por reputá-lo um privilégio incompatível com o princípio da igualdade. Não pretende usufruir, em qualquer circunstância, do odioso privilégio, preferindo e pretendendo ser processado e julgado durante seu mandato de Senador como qualquer cidadão comum perante um juiz de primeira instância, desde que imparcial”,

Para embasar seu pedido, lembra que a denúncia se refere ao período em que era juiz, e Dallagnol, procurador da República, e como tal não dispunham do foro no STF:

“os supostos atos de extorsão a que Vossa Excelência se refere no termo de audiência, embora falsos, não são, pelos precedentes estabelecidos pelo próprio Supremo Tribunal Federal, de competência daquela Corte Suprema.”

•        TRF-4 para julgá-lo

Ao mesmo tempo, a defesa do hoje senador questiona o fato de ainda não ter sido apreciada a exceção de suspeição apresentada pelo Ministério Público Federal contra o próprio Appio “em todos os feitos da Operação Lava Jato, o que inclui, inclusive, este processo e todos os seus desdobramentos.”

Moro e o MPF querem, na realidade, afastar Appio – que nunca escondeu ser um crítico dos métodos adotados pelos operadores da Lava Jato – dos processos que ainda tramitam na 13ª Vara, relacionados à operação.

Mas, ao abrir mão do foro especial do Supremo alegando que na época dos fatos era juiz, ele acaba defendendo que as denúncias de Duran sejam remetidas ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que tem a atribuição de julgar ações relacionadas a magistrados e procuradores de primeiro grau.

O TRF-4 ainda mantém um bom número de juízes simpáticos à Lava Jato e, consequentemente, à chamada “República de Curitiba”, formada pelo juiz, procuradores e delegados federais ligados à Lava Jato.

Em outras palavras, para Moro e Dallagnol é mais vantajoso que tudo seja apreciado em Porto Alegre. No fundo, ao abrir mão do foro privilegiado, o senador está querendo escolher o juízo para julgá-lo.

 

       Investigação apura se policiais se envolveram em plano para matar Moro

 

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo ( SSP ) investiga a suspeita do envolvimento de policiais civis e militares do estado no caso da facção criminosa que pretendia atacar o senador Sergio Moro (União Brasil) e outras autoridades .

A apuração da SSP investiga se os agentes vazaram dados do Sistema Detecta , uma ferramenta implantada pelo Governo do Estado em 2014, usada para a fiscalização do trânsito, mas também é utilizada para a localização e prisão de criminosos. As informações são do Blog da Andréia Sadi, do G1.

O Detecta conta com mais de 3 mil câmeras e está integrado aos bancos de dados das polícias civil e militar. Segundo o relatório da Operação Sequaz , a facção criminosa também utilizava esse sistema para conseguir informações das forças de segurança pública.

Em fevereiro deste ano, houve uma troca de mensagens interceptada pelos investigadores da Polícia Federal . Um dos integrantes da quadrilha diz: "Parceiro. boa noite, tranquilo?"

Depois de mandar a foto da placa de um carro, ele pede mais detalhes sobre o deslocamento do veículo, em um período específico e pede que a consulta seja feita pelo Sistema Detecta: "Consegue dar uma força pra mim, pra vê (sic!) lá no Detecta, lá?"

Minutos depois, o cadastro completo foi enviado para a quadrilha, como nome do proprietário, número do chassi e onde o carro foi emplacado.

O veículo em questão era uma viatura da Polícia Civil de São Paulo, usada em ações de inteligência.

Segundo a SSP, se confirmado o envolvimento de algum policial, "o responsável será levado à Justiça, onde será responsabilizado". A cúpula da Polícia de São Paulo determinou sigilo total do caso e investigação rigorosa.

 

       Senador do PT detona Moro em debate: "Não soube se portar como juiz"

 

Os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Sergio Moro (União Brasil-PR) bateram boca nesta quarta-feira (29) durante uma votação na CCJ ( Comissão de Constituição e Justiça ). Os parlamentares discutiam um projeto de lei que proíbe a contratação de pessoas condenadas por crimes hediondos. O petista discordou e criticou a atuação do ex-juiz na Operação Lava Jato .

“Não soube se portar como juiz, violou o princípio da paridade de armas, violou o contraditório e ampla defesa, violou o que é mais sagrado dentro do processo penal, os fins não justificam os meios. Não satisfeito, integrou o Ministério da Justiça e saiu denunciando interferência da Polícia Federal”, disse Contarato.

Moro se sentiu ofendido e criticou os governos do PT na Presidência da República. O senador foi quem emitiu a sentença em primeira instância que levou o Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão em 2018.

“Eu não vim aqui discutir Operação Lava-Jato. Agora eu repudio as palavras ofensivas contra a minha pessoa. Não vou falar aqui do roubo da Petrobras de R$ 6 bilhões nos governos do PT, o seu partido, não vou falar aqui que a condenação do presidente da República foi feita não só por mim, mas por três juízes em Porto Alegre, por cinco juízes no STJ e a anulação depois foi por motivos formais, ninguém declarou o presidente inocente”, comentou.

Moro já enfrentou outros embates com aliados doe Lula durante votações e discussões no Senado. No dia 15 de março, ele foi acusado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) de ter tido “uma atuação criminosa” na Lava Jato. O ex-juiz retrucou ao falar que o PT protagonizou os casos de corrupção.

O projeto de lei defendido por Moro

O ex-juiz defendeu o projeto de lei aprovado pela CCJ nesta quarta, que tem a autoria do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e relatoria do senador Esperidião Amin (PP-SC). Contarato foi contrário.

“Quando coloca aqui todos os crimes contra a administração pública, uma pessoa que um policial achar que você está resistindo a prisão dele ou desacato, e ela for condenada por um desacato não vai poder concorrer? Se for em segunda instância não vai se exigir o trânsito em julgado em definitivo?”, explicou.

Agora o projeto deve ser analisado e votado pelo plenário do Senado. Caso seja aprovado, será enviado ao presidente Lula, que decidirá se vai sancioná-lo ou vetá-lo.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum/iG

 

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