Médico aponta 5 sinais de alerta para câncer em pacientes jovens
Um
levantamento recente publicado no site Teenage Cancer Trust, do Reino Unido,
apontou que menos da metade dos jovens com idades entre 18 e 24 anos consegue
identificar corretamente sinais físicos que podem alertar para a possibilidade de um
câncer.
Os
tumores mais comuns entre a população jovem são os linfomas e as leucemias, que
apresentam sintomas inespecíficos, como cansaço, inchaço na barriga e caroços.
Entre os respondentes da pesquisa britânica, 56% afirmaram que não saberiam
dizer quando um desses sinais requer investigação mais detalhada.
O
oncologista Márcio Almeida, da Oncoclínicas Brasília, alerta para a necessidade
de as pessoas conhecerem o próprio corpo e buscar ajuda sempre que perceberem
alguma alteração que se torna persistente.
“É
obrigação de cada um estar atento à própria saúde. Se aparecer um inchaço ou
caroço, por menor que seja, as pessoas devem procurar atendimento médico para
investigar”, alerta o oncologista.
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O especialista chama a atenção para os 5 sinais físicos mais comuns de câncer
em jovens:
·
1.
Manchas
Pintas
ou manchas no corpo
devem ser monitoradas.
Caso uma delas comece a crescer, mudar de cor ou de aspecto, é importante
buscar um clínico ou dermatologista. As marcas podem não ser nada e
desaparecerem sozinhas, mas, caso persistam, é importante buscar ajuda.
“Não
é comum que uma pinta seja um tumor maligno, mas sempre é necessário
investigar. Principalmente se ela começar a sangrar, mudar de cor ou formato”,
aponta o oncologista.
·
2.
Alterações de peso
Ninguém
engorda nem perde peso sem motivo. Alterações dessa natureza merecem olhar
clínico.
“Mudanças
de peso sem explicação são preocupantes. Consideramos alterações bruscas quando
um paciente perde, por exemplo, 10% do peso inicial em pouco tempo sem estar
seguindo um programa de emagrecimento”, afirma o oncologista.
·
3.
Cansaço excessivo
O
especialista explica que, para crescerem, os tumores exigem muita energia. Uma
das consequências mais comuns é que o paciente desenvolva anemia, que consiste
em deficiência de ferro no sangue.
Quando
há carência do mineral, os glóbulos vermelhos não conseguem transportar a
quantidade necessária de oxigênio para os tecidos do corpo, o que provoca
fadiga.
“Cansaço
inespecífico e fadiga sem explicação podem ser, ou não, indicativos de câncer.
Quando a indisposição e a fraqueza começam a incomodar, a recomendação é que a
pessoa procure ajuda”, frisa Almeida.
·
4.
Dor que não passa
O
paciente, com dores crônicas sem razão específica, deve procurar ajuda médica.
Almeida explica que o câncer em si não dói, mas a sensação ocorre quando o
tumor comprime um ou mais nervos.
A dor crônica pode
denunciar a região onde o câncer está crescendo.
5.
Nódulos e inchaços
Nódulos
e inchaços precisam ser investigados caso não desapareçam em até três semanas.
A presença de um caroço pode indicar um cisto, um tumor benigno ou até mesmo um
câncer.
“O
paciente deve ter em mente que o diagnóstico permite o tratamento, sendo assim
é melhor descobrir a razão dos sintomas do que, simplesmente, ignorá-los”,
ressalta o médico.
Ø
“Achei
que tinham errado”, diz jovem diagnosticada com câncer aos 23
A
fisioterapeuta Evelin Scarelli tinha 23 anos quando descobriu ter um
câncer de mama,
em 2011. O diagnóstico da doença, com maior incidência entre mulheres com mais
de 50 anos de idade, parecia totalmente incompatível com a vida dela naquele
momento. Evelin estava no último ano da faculdade, cheia de planos para iniciar
a vida profissional.
“Achava
que não era comigo, que tinham trocado os exames. Acreditava que não era
possível receber aquele diagnóstico”, lembra a moradora de São Paulo, que hoje
atua como coordenadora de voluntariado do Instituto Oncoguia, organização da
sociedade civil que auxilia pacientes com a doença.
Evelin
foi a primeira pessoa da família a descobrir uma mutação no gene
BRCA2.
A condição é rara, mas aumenta significativamente o risco de câncer de mama
antes dos 70 anos. Apenas uma em cada 400 mulheres (0,25% da população) têm os
genes BRCA1 ou BRCA2 mutados e menos de 10% dos casos de câncer de mama são
causados por essas duas mutações.
A pesquisa “Câncer
de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?”, divulgada na
última quinta-feira (29/9) mostra que as brasileiras ainda têm pouca informação
sobre a possibilidade de casos de câncer de mama na juventude. O levantamento
foi realizado pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) a
pedido da Pfizer e ouviu 1.397 mulheres com 20 anos ou mais no Distrito Federal
e outros cinco estados (São Paulo, Belém, Porto Alegre, Recife e Rio de
Janeiro.
Um
terço das entrevistadas disse acreditar que mulheres abaixo de 40 anos não
precisam se preocupar com câncer de mama ou que os exames de rastreamento devem
ser iniciados apenas na menopausa. A oncologista Débora Gagliato esclarece que
não necessariamente o câncer de mama está ligado ao envelhecimento, ele pode
aparecer bem mais cedo.
“Em
geral, a incidência de tumores femininos vem aumentando, principalmente entre
mulheres mais jovens. Isso é fruto do estilo de vida, com excesso de bebida
alcoólica, sedentarismo, uso prolongado de terapias hormonais e até mesmo a
decisão de adiar a maternidade”, afirma.
Mutações
A
médica acrescenta que pacientes com histórico familiar de mutações nos genes
BRCA1 ou BRCA2 ou que tiveram essas mutações identificadas devem começar a
rotina de exames como mamografia e ressonância magnética antes dos 40 anos de
idade.
“Mulheres
jovens com histórico de câncer de ovário na família ou com o subtipo de câncer
de mama triplo negativo são obrigadas a ter um índice de suspeita maior “,
explica a médica. “Caso sejam o primeiro caso da família (caso índice) devem
servir de alerta para que uma investigação genética da família inteira seja
iniciada”, explica a médica.
·
Coragem
O
diagnóstico de Evelin resultou em seis anos de tratamento, incluindo
mastectomia, quimioterapia,
radioterapia e hormonioterapia. Ela optou também
por retirar a mama colateral para reduzir o risco de desenvolver outro câncer
no futuro.
“Saber
da mutação foi muito difícil. O meu mastologista disse: ‘Evelin, não posso
prometer que o câncer não vai voltar. O que posso te pedir é para você nunca me
abandone porque, se o câncer voltar, vamos achar ele bem pequeninho’. Depois de
tudo isso, me sinto mais forte”, afirma.
Onze
anos depois do diagnóstico, Evelin é mãe de Bento, de 1 ano e 4 meses e se
dedica a ajudar mulheres que estão passando pelo que ela viveu. “A gente não
pode romantizar o câncer e enxergar como um presente divino, foi difícil. Ele
levou as minhas mamas, perdi os cabelos, tive medo de morrer, mas o processo
que vivi me deixou com um olhar mais sensível para as coisas que realmente
importam”, aponta.
Jovem descobre câncer ao notar verruga no
pé: “É duro aceitar a morte”
A
australiana Natalie Fornasier foi diagnosticada com câncer após investigar uma
verruga em um dos dedos do pé. O caroço havia mudado de formato e ela decidiu
ouvir uma opinião médica. O caso ocorreu há 8 anos e, atualmente, a jovem passa
por cuidados paliativos.
O
melanoma é um tipo de câncer que se desenvolve nos melanócitos, células
responsáveis pela pigmentação da pele. Esse tipo de lesão é potencialmente
grave, pois há risco de que ele produza metástases em outros órgãos.
Entre
os sinais que podem indicar de um melanoma estão a mudança de cor, tamanho ou
formato de pintas, manchas e sinais. Os dermatologistas recomendam usar a regra
ABCDE para monitorar possíveis sintomas de um melanoma. A sigla significa
assimetria, borda, coloração, diâmetro e elevação.
·
Desabafo
Natalie
descobriu o câncer de pele quando tinha 20 anos e, desde então, está em
tratamento. No entanto, nas últimas semanas, o estado de saúde dela tem piorado
e os médicos já avisaram que não há mais tratamento possível para salvá-la
“Não
é fácil admitir que estou morrendo aos 28 anos. Todos os dias, nos últimos
quatro meses, chorei e gritei”, lamentou Natalie, em suas redes sociais.
Natalie
vem compartilhando a luta dela contra o câncer em um perfil no Instagram. Em
seu post mais recente, ela agradeceu aos seguidores pelas mensagens de amor,
apoio e gentileza e suas. Os amigos já criaram uma campanha de financiamento
coletivo para cobrir as despesas do funeral e para ajudar a família a enfrentar
o momento de dificuldade.
Ø
Jovem
que achava ter alergia a álcool descobre câncer agressivo
A
britânica Izzy Fletcher, de 23 anos, adorava festas e bebidas alcóolicas. No
entanto, em março do ano passado, ela começou a sentir dores no peito e na
cabeça toda vez que tomava drinques. A princípio, a jovem acreditou que tinha
desenvolvido alergia à bebida.
Os
sintomas persistiam e, de repente, Izzy também começou a ter crises de tosse.
Ela decidiu, então, buscar ajuda médica e, em dezembro, descobriu que estava
com linfoma de Hodgkin.
O
linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto
composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células
imunológicas. Apesar de agressivo, é um dos cânceres mais tratáveis e costuma
ser eliminado com quimioterapia e radioterapia.
O
sintoma mais comum da doença é um inchaço indolor em um linfonodo, geralmente
localizado na virilha, axila ou pescoço. O paciente também costuma apresentar
suores noturnos, perda de peso, tosse persistente, dores de cabeça e no peito.
A dor provocada pelo álcool, no entanto, é menos comum.
Em
suas redes sociais, Izzy conta que não procurou ajuda médica antes por achar
que seus sintomas estavam relacionados ao estilo de vida. A jovem iniciou um
tratamento que vai durar seis meses e usa seus perfis para conscientizar as
pessoas sobre a doença.
Fonte:
Metrópoles
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