Nas
marchas golpistas pelo "Fora Dilma", em vários cantos do país, era
possível observar a presença expressiva de pessoas idosas com as suas camisetas
amarelas da "ética" CBF. Muitos delas já deviam estar curtindo a
aposentadoria ou estavam próximas de gozar deste direito. Com base nas
informações que pipocaram na mídia nos últimos dias, parte desta turma ruidosa
deve estar com a sensação de que fez o papel de otária e serviu de massa de
manobra aos que sempre desejaram estuprar esta conquista. Do ventre do covil
golpista de Michel Temer partem propostas para elevar a idade da aposentadoria
e também a contribuição previdenciária. Na semana passada, um novo fantasma
surgiu no horizonte. O governo ilegítimo cogita obrigar os que já estão
aposentados a pagar pela sua aposentadoria.
Segundo
matéria publicada na Folha no sábado (29), "a equipe responsável pela
proposta de reforma da Previdência, subordinada ao presidente Temer, estuda
mudar a Constituição para abrir caminho à cobrança de contribuição
previdenciária de todos os aposentados. A ideia é que o governo federal, os
Estados e os municípios tenham autonomia para estabelecer a cobrança. Isso pode
impactar tanto os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
quanto os servidores públicos. Atualmente, a Constituição prevê que a
contribuição deve ser paga apenas por inativos que recebem acima do teto do
INSS (R$ 5.189,82). Ou seja, na prática só funcionários públicos são
cobrados".
Pela
maldade em estudo no covil golpista, a Constituição passaria a prever que a
União, os Estados e os municípios terão competência de, por meio de leis,
instituir a tributação. Eles poderão estabelecer qual será a alíquota e taxar
até quem recebe o piso previdenciário. "Para cobrar dos aposentados do
INSS, que hoje não pagam a contribuição, caberia ao governo federal enviar ao
Congresso um projeto de lei. O trabalhador do setor privado que recebe um
salário mínimo, por exemplo, paga R$ 70,40 de INSS (alíquota de 8%) e fica com
R$ 809,60 líquidos. Ao se aposentar, ele deixa de pagar essa taxa e fica
integralmente com os R$ 880".
Chora "midiota"
É
uma baita maldade. O aposentado manietado pela mídia - que foi às ruas gritar
pelo "Fora Dilma" e que até carregou aqueles patinhos amarelos da
Fiesp - acabou virando o autêntico pato do "golpe dos corruptos".
Chora "midiota"! Enquanto isto, os ricaços que orquestraram e
financiaram a conspiração festejam suas fortunas. Na semana passada, a imprensa
noticiou que, mesmo num cenário de crise, o dinheiro brasileiro remetido aos
paraísos fiscais cresceu nos últimos meses. A soma de depósitos nas Bahamas,
Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Luxemburgo, Panamá e Suíça
foi de US$ 156,8 bilhões, segundo o último relatório disponível do Banco
Central.
Em
tempo-1: Ao mesmo tempo em que investe contra os aposentados, usando a desculpa
esfarrapada do "ajuste fiscal", a corja de Michel Temer sinalizou
também na semana passada que poderá estender os programas que oferecem
subsídios financeiros e desonerações tributárias à elite patronal - que já
foram batizados de "Bolsa Empresário". Estas benesses não foram
cortadas pelo governo e deverão custar aos cofres públicos R$ 224 bilhões em
2017 - ou 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Antes do impeachment de
Dilma, os golpistas garantiam que extinguiriam estes programas. Depois do
assalto ao poder, porém, eles deixaram de lado a promessa, contando com a falta
de memória dos "midiotas" - que só acreditam nas manchetes dos
jornalões e nos comentários "neutros" da televisão!
Em
tempo-2: No antro golpista, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel
Vieira (Secretaria de Governo) são os dois maiores entusiastas da regressiva
reforma da Previdência. No maior cinismo, eles adoram bravatear sobre o tema
diante das câmeras de TV. Curiosamente, ambos são beneficiários do extinto
Instituto de Previdência dos Congressistas e recebem supersalários de mais de R$
50 mil todo mês - mais do que o dobro do famoso teto do funcionalismo público.
"A Folha perguntou se eles se sentiam constrangidos ao terem uma situação
pessoal gritantemente diversa da reforma que defendem. Nem um pio. Como nas
clássicas transcrições policiais, nada mais foi dito nem nada mais lhes foi
perguntado. Um silêncio assaz eloquente", comentou um colunista do jornal
privatista.
Não apenas o aposentado, mais todo o povo brasileiro. Os que vestiram a camisa amarela, não estão nem aí para as consequencias, pois são os idealizadores das mazelas colocadas em práticas. 2018 vem aí. Espero que o brasileiro acorde
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