quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

“Deito, durmo e ando de cabeça erguida”


Após o anuncio dos principais nomes daqueles que irão compor a equipe do novo governo Dilma – governo este que durante a campanha usava o slogan “governo novo ideias novas” -, chego a conclusão do acerto da minha opção eleitoral e que posso tranquilamente colocar a cabeça no meu travesseiro sem qualquer dor de consciência e andar de cabeça erguida por onde ando na certeza que o meu voto não contribuiu para isto que os petistas denominam de um  governo com perfil de esquerda e cujos resultados futuros em termos administrativos não são nada admiradores, diante dos fracassos que os indicados foram submetidos, quando estiveram à frente do comando dos seus estados e ou municípios, nos segmentos das pastas para a qual estão indicados. Aliás falar em esquerda hoje no PT é até motivo de piada, pois nem FHC teve a coragem de montar uma equipe com perfil e prática tão de direita como Dilma Rousseff.
E o que é pior, mesmo surfando na onda dos escândalos criado pelos aloprados aliados que resolveram roubar a Petrobrás, desacreditando-a perante o mundo, a presidente que a todo momento afirrma ser contra a corrupção e não admitir corruptos entre seus assessores, já começa mal com a nova equipe onde pelo menos três novos ministros de Dilma respondem a processos judiciais, são eles: Kátia Abreu, que assumirá a pasta da Agricultura, Eduardo Braga, Minas e Energia, e Helder Barbalho, Pesca, todos são filiados ao PMDB, além da indicação de um ministro para os Esportes que chegou a ser expulso pelo antigo PFL (hoje DEM), por ter sido flagrado com malas e caixas de dinheiro da IURD.
Isto mesmo. O novo ministro do Esporte, Sr. George Hilton, foi expulso do PFL por ter sido flagrado no aeroporto de Belo Horizonte com 11 caixas de papelão com dinheiro e cheques, algo na casa dos R$ 600 mil segundo calculou a PF à época, que seriam provenientes de doações de membros da Igreja Universal do Reino de Deus.
Há um ditado no sertão nordestino que diz: “O uso do cachimbo deixa a boca torta”. Pois não é que, diante de tanto escândalos e após amplas negociações com partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff encerra o final de 2014 anunciando vários nomes para o seu segundo mandato, cujas perspectivas não nos dá muitas esperanças de dias melhores, em razão do currículo nada abonador daqueles indicados, senão vejamos.
Começamos nossa análise pela insistência de dona Dilma em manter a senhora Graça Forster na presidência da Petrobrás, quando a empresa passa por uma crise de credibilidade. Nada mais justo e bom sendo incicaria que a Diretoria fosse susbstituida, não porque sejam responsáveis ou estam envolvidos nas falcatruas apuradas pela PF, mais pela necessidade de dá uma resposta à sociedade e ao mercado, colocando novos nomes de sorte que pudesse recuperar a credibilidade hoje jogada no lixo e que a atual diretoria direta ou indiretamente tem culpa no cartório, pois muito deles fizeram parte da desastrada gestão de Sérgio Gabrielli.
Como não há qualquer compromisso desse governo em recompor a credibilidade da Petrobrás, ao insistir em manter os mesmos nomes, deveremos viver 2015 os mesmos problemas vexatórios porque passa a empresa.
Como o governo Dilma se dá por satisfeito o tamanho da crise criada pelo governo petista, pouco se importando se a empresa vai quebrar ou não, então analisemos alguns outros nomes indicados para compor o ministério a ser empossado a partir de 1º de janeiro de 2015.
De início, vejamos a equipe econômica.
Em relação a capacidade e competência nada que os desambonem, pelo contrário, são profissionais de ponta, se assim pudermos comparar.
No entanto, o que se deve observar é que os nomes indicados para liderarem a Fazenda e o Planejamento, vai de encontro a tudo que dona Dilma falou e prometeu durante a campanha eleitoral.
Como eu, tenho certeza que você que agora está nos lendo deve ter recebido em sua rede social, críticas desabonadoras de petistas e membro do comando da campanha de Dilma Rousseff a respeito da aliança de Marina com Neca do Itaú ou de´Aécio com Armino Fraga. Lembram? Essas pessoas segundo eles no poder trariam o arrocho salarial, aumento na taxa de juros e desemprego, afirmavam, além é claro do alinhamento com o capital financeiro internacional, coisa que Dilma Rousseff jamai iria permitir.
E que faz Dilma Rousseff após eleita.
Como não teria a cara de pau de recorrer ao Itaú ou mesmo a coragem de convocar Armino, foi buscar um seguidor e aluno daquele que ‘seria’ ministro da Fazenda caso Aécio fosse o vitorioso. E para completar, homem chave do grupo Bradesco.
E as medidas estão aí sendo anunciadas em doses homeopáticas cujos efeitos logo serão sentidas pelos mais pobres.
Seguindo adiante, analisemos alguns outros nomes para sentir o futuro que nos espera.
Para o Ministério da Defesa foi indicado o atual governador da Bahia, Jaques Wagner, que coincidentemente tem na segurança pública do estado que governa, os seus piores índices de criminalidade, tendo durante os 08 anos que governou desestruturado a segurança pública baiana e por falta de diálogo, teve que enfrentar duas longas greves da polícia militar.
Portanto, pelo que demonstrou como governador, não teve a mínima competência para administrar uma área bastante sensível e que necessita de bastante diálogo e pulso firme.
Assim, será nomeado um  ministro que não traz nada que some em sua trajetória administrativa, pelo contrário, foi um zero a esquerda nesta área. Seria esta a ideia nova?
Já para o Ministério das Cidades, será bafejado pela sorte (ou azar para os brasileiros) o ex – prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que como administrador da maior cidade do País, São Paulo, só tem um título a ostentar, o de ‘pior prefeito do País’ durante as suas duas gestões, disputando à época cim o prefeito da capital baiana, João Henrique, quem seria o pior entre os piores.
E é com este invejável currículo, que assume um ministério, que tem como principal papel, nortear as políticas públicas de desenvolvimento municipais. Triste País. Seria este o novo governo?
Para Educação, foi ungido o atual governador do Ceará, Cid Gomes, que como os anteriores nada tem a mostrar em termo de contribuição para a melhora da qualidade na educação em seu Estado, pois é sabido e do conhecimento dos cearenses, não ser esta a praia do indicado, até porque não é a educação do estado do Ceará nenhum modelo de exemplo a ser seguido, portanto nada irá somar em termos de exemplos administrativos para a melhoria da qualidade da educação do País. O que levará mesmo, será a prepotência e arrogância, muito peculiar nos Gomes cearense.
Para o ministério da Pesca, está indicado o jovem Helder Barbalho (PMDB), filho do ex-governador do Pará, Jáder Barbalho, que por sua origem, já se dá para observar o quanto foi “criteriosa” Dilma Rousseff na sua escolha, até porque se desconhece em Helder qualquer experiência que justificasse sua indicação para a area a não ser o pré – requisito básico apresentado  para prenchimento do cargo, de ser filhi de um cacique político envolvido em diversos escândalos de mal versação do dinheiro público além de ter sido levado em consideração o fato de ter concorrido à eleição para o governo paraense neste ano, mas que, infelizmente, o povo paraense o rejeitou, pois se assim   não   tivessse ocorrido, o Brasil não terá que amargar tão indigitada escolha.
Ainda seremos obrigados a engolir Eduardo Braga, atual líder do governo no Senado, na pasta de Minas e Energia, área que se transformou em um feudo do PMDB, sem esquecer que Berzoini passará para a pasta das Comunicações, área da qual é “profundo” conhecedor.
Porém, de todos os nomes escolhidos, nada foi melhor presente para os movimentos sociais, para os ambientalistas e defensores da reforma agrária, democracia e paz no campo, do que a indicação da senadora, grileira e rainha do desmatamento, Kátia Abreu para a pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Logo ela apelidada de "rainha da motosserra" e "miss desmatamento" pela ONG Greenpeace e que tem em seu currículo um longo histórico de controvérsias com grupos ambientalistas e movimentos sociais e de enfrentamento ao PT contra as políticas públicas sociais compensatórias, implementadas no governo Lula e estaganadas no governo Dilma.
Kátia que sempre lutou contra a reforma agrária, que é defensora do desmatamento indiscriminado, do uso do trabalho escravo no campo, do extermínio dos índios, em grilagem de terras e do uso indiscriminado de agrotóxico na agricultura campo, será a responsável por conduzir, comandar e decidir sobre temas e políticas públicas que envolvem os interesses da sociedade e que estão na contramão do pensamento da sua titular.
Ao entregar uma área de fundamental importância para o desenvolvimento do meio rural, demonstra Dilma Rousseff desprezo aos movimentos sociais, cujos movimentos ela soube recorrer quando se viu aameaçada de ser derrotada por Aécio Neves, bem como mostra completo desconhecimento da história mundial, onde se pode analisar que, aqueles países que alcançaram patamares maiores de desenvolvimento são exatamente aqueles que praticaram a reforma agrária e justa distribuição das terras como pratica econômica, além das luts desencandeadas em todo o mundo pela conservação do meio ambiente e contra o uso de agrotóxico..
Ao nomear Kátia Abreu, Dilma Rousseff da uma demonstração de menosprezo pela luta ambiental, pela paz no campo e começa a dar passos largos para se distanciar dos movimentos sociais, um dos pilares de sustentação do seu partido, o PT.
Portanto, hoje, diante do pesadelo da nova equipe escolhida por Dilma Rousseff para assessorá-la, posso colocar minha cabeça no travesseiro e dormir em paz, que o meu voto não contribuiu para isto que aí está proposto, como não contribuiria caso o vitorioso fosse seu opositor.


Autor: Francklin Sá

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