Tem sido comum a cada ano que se inicia o leitor abrir os cadernos econômicos, e ver nomes famosos e outros a procura de fama de economistas, profetizando, como se fossem Mãe Diná, o futuro da economia, cujos argumentos não se aguentam por mais de 30 dias.
Aproveitam
que o brasileiro tem memória curta e que logo esquecerá o tamanho do erro
cometido, pois ninguém tem a preocupação em fazer um balanço das previsões e um
levantamento dos resultados alcançados no final de ano.
Buscam
justificar as suas previsões utilizando de argumentos dos mais criativos,
apontando causas das mais diversas, que vão desde a conjuntura econômica
mundial à insegurança pública, passeando pela seca do nordeste, chuvas no
sudeste e geada do sul. São uns verdadeiros profetas.
Lembro-me
do terror criado por alguns economistas de plantão quando da vitória de Lula,
cujas previsões pareciam que o Brasil iria acabar traçando uma imagem para a
economia mundial de uma liderança política que ameaçava por em risco os
mercados e o futuro do País, já que implantaria uma política econômica que
afugentaria as empresas e que os investidores deixariam de aplicar no Brasil,
procurando mercados que lhes garantissem o retorno sem maiores riscos.
E
o que vimos foi ocorrer o inverso daquilo que os profetas e “renomados
economistas” previram e apregoavam na grande imprensa nacional.
Só
não ficaram completamente desmoralizados porque, como já disse, vivemos em um
país, que o seu povo não tem memória, esquece tudo facilmente.
Sem
querer tirar uma de economista ou de pitonisa prevendo o futuro, porém, temos
reconhecer que o país de há muito anda na corda bamba.
Tal
qual um equilibrista circense, vem andando no fio da navalha, apesar de vender
uma imagem, através da equipe econômica, de que vivemos em uma economia sólida,
cujos fundamentos macroeconômicos estão sendo aplicados de forma a garantir a
estabilidade e a solidez de sua economia.
Ora,
na verdade, essa conversa de que os fundamentos da nossa economia são sólidos, se
confronta com a contradição dos altos e escorchantes juros praticados, tanto
pelo Banco Central, através da taxa selic como pelo mercado financeiro.
Isto
tudo sem contar com a eterna falta de verbas para os serviços essenciais, como
educação, saúde, segurança e infraestrutura básica,
Os
ilusionistas econômicos brasileiros sabem com bastante clareza, que
internamente é muito mais fácil iludir a população, em sua grande maioria leiga
no assunto, já os experts internacionais, trabalham e raciocinam através de
dados estatísticos, e os vasculham com lupas em busca da verdadeira realidade.
Nossa
economia em 2012 praticamente parou, cujo crescimento foi insuficiente para
atender as necessidades de investimento e para geração de empregos. Mas alguém
lembra quais eram as previsões econômicas no início do ano?
Para
que possamos dizer que temos uma economia sólida e geradora de riqueza e de
empregos torna-se necessário que o país cresça em média 4% por cinco anos
consecutivos, pelo menos.
Por
outro lado, as nossas exportações estão
aquém do necessário em relação ao PIB, cujo percentual um pouco superior a 10%
do PIB, com isto ficamos sem muita margem para negociações ou manobras.
Enquanto
exportamos pouco, assistimos os tigres asiáticos - Coréia do Sul, Singapura e
Hong Kong, fruto de uma produção eficiente e demonstrando uma agressividade
comercial invejável, exportarem cerca de 40% do seu PIB, isto sem falar da
China e Índia.
Temos
um superávit fiscal razoavelmente louvável, em torno de 3,5%, mas que é
rapidamente corroído pela tributação escorchante, inibindo a competitividade
dos nossos produtos, uma vez que, da mesma forma que nós não aceitamos pagar
pelos impostos e inflação dos outros, os importadores não vão querer pagar
pelos nossos.
Vivemos
sob o cutelo da escorcha tributária, mas, infelizmente, apenas cerca de 20% da
receita chega à população, o restante some no buraco sem fundo dos cofres
públicos. A maior parte fica pelo caminho ou desviado para os bolsos da
corrupção além de servir para o atendimento das famosas ONG’s ou organizações disfarçadas
de chapeuzinho vermelho, fazendo do dinheiro público seu ganha pão, ou servindo
de laranja para algum político.
Como
não possui uma política econômica que vise reduzir a grande concentração de
renda, o governo investe em Programas Sociais, como forma de clientelismo
eleitoral.
Praticamos
uma política econômica inconsistente com os desejos do
governo, constantemente anunciados, que são o de promover a prosperidade
econômica, não com base nos investimentos público, mas a partir de
empreendimentos privados.
O que se sabe é que o Estado brasileiro necessita urgentemente de
reformas em todos os seus setores - fiscal, tributário, previdenciário,
político etc, de forma que apresente capacidade de realizar os investimentos
necessários.
No entanto, o que se tem observado
a partir do governo Collor até a gestão petista, é o “entreguismo" e a
dependência econômica, uma vez que neste período abriram a economia de maneira indiscriminada
e privatizando os principais ativos do Estado.
Os seus defensores utilizam do argumento que algumas estradas
melhoraram e que vários serviços públicos teriam sido ampliados e que o governo não teria recursos para
tal etc.
Uma coisa é preocupante e os sinais já estão bem claros para quem
irá a conta quando os efeitos contrários começarem a aparecer?
Somos ainda uma nação em que o numero de desempregados é gritante,
onde não há esforços para se realizar uma verdadeira reforma agrária, deixando
milhares de trabalhadores sem terras acampados à beira das estradas, possuímos um
infraestrutura em franca decadência, de uma classe média oprimida, aliado aos
funcionários públicos desmoralizados.
Além do mais, diante do sucesso obtido com a estabilização, esta
se tornou meio e fim para o governo, transferindo o ônus da "conta"
do fim da inflação, que este recaísse sobre os salários, sobre o crescimento,
sobre o desemprego entre outros males que a moeda mesmo mais estável não teve
capacidade de resolver.
E, apesar de todo este arrocho, a inflação a cada dia ameaça
retornar, corroendo ainda mais os parcos ganhos dos trabalhadores e aposentados
que mais do que nunca se encontram indefesos, pois até os sindicatos
encontram-se manipulados.
Com o acréscimo de dois reais à renda per capita de pessoas que vivem com menos de R$ 70,00 por mês, extingue-se por decreto presidencial a miséria extrema no "Brasil Carinhoso" do PT. É preciso muito cinismo, muita cara de pau para se verbalizar tal despautério...mas como já estamos há mais de uma década sob o governo "delles", entende-se tal conduta...só quem não vai entender o tamanho desta insensibilidade é o infeliz ganhador de "tanta" benesse...Parodiando a marchinha de carnaval...com dois reais à mais, deixaram a vergonha prá traz! PT saudações!
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