quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

REPÚBLICA DOS MISERÁVEIS



Vivemos em uma sociedade onde as políticas públicas de assistência social e combate a fome vive de propostas e sonhos ambiciosos, sem que apresentem na realidade resultados práticos. 
A cada governo um programa, um sonho.
No governo Dilma tem o “Brasil Sem Miséria”, que coincidentemente apresenta como meta erradicar a miséria absoluta, até 2014, exatamente o ano em que será realizada a Copa do Mundo no Brasil.
Algumas dúvidas pairam no ar. 
Um governo que não combate com eficiência coisas mais simples, como os efeitos nefastos da seca e ou das enchentes; um governo que não consegue deter a sangria dos cofres públicos, através de desvios de recursos, seja por superfaturamento de obras ou por roubalheira mesmo, terá condições de em 02 anos, resolver um problema social que perdura há séculos? 
Um governo que nunca tem verba para a saúde e educação e o que investe nestes dois setores não tem sido suficiente sequer para minorar os efeitos dos seus problemas, terá como investir na solução de um problema que está diretamente ligado ao da pobreza?
De uma pobreza que continuará a bater as nossas portas, em razão de uma política econômica que a cada dia tem aumentado o fosso que separa a classe rica da pobre, em função de uma concentração de renda brutal e escandalosa? 
E imaginemos que o governo alcance a sua meta e acabe com a miséria, será então que os nossos problemas sociais estarão resolvidos?
Vivemos em uma República, cujo grande desafio, não é só de acabar com a miséria, mas também de reduzir a vala existente da concentração de renda e promover a igualdade social, onde possamos  reduzir a dicotomia atual, onde uma pequena elite concentra 80% da renda do país e um oceano de pessoas empobrecidas ou em frangalhos, ficam com as migalhas.
O que se observa hoje, através dos diversos programas sociais de combate a miséria em nosso País e pelas políticas públicas voltadas para a classe média, não são preocupações buscando a melhoria na distribuição da renda, mas sim, programas sociais voltados para a extinção da classe média, fundindo-a com a classe pobre, transformando o país em duas categorias: os poucos que têm e os muitos que não têm.
Melhorar as condições dos mais pobres, não deve ser determinante para  extinguir a classe média e sim em efetivar políticas públicas que dê condições práticas  de melhoria de vida deles, sem prejudicar a outra classe social..
Porque penalizar a classe média e não as elites que sempre colheram as benesses e os frutos das políticas econômicas, voltadas apenas para beneficiá-las?
Não seria  mais justo que em lugar da classe média e dos pobres carregarem nos seus ombros este País, através da escorcha tributária a que estão submetidos, estabelecer políticas visando a igualdade social através de um crescimento responsável, onde quem ganha ou arrecada mais pagasse mais, o inverso do que ocorre atualmente?
Claro que, com a política econômica hoje em vigor e com os acordos e as barganhas às escondidas feitas pelo PT para chegar ao Poder, acreditar que quem ganha mais pagaria mais não passa de um sonho, uma vez que atingiria a classe social mais abastada da sociedade, constituída basicamente de políticos e empresários, em grande parte envolvida em todo tipo de falcatrua para roubar o dinheiro público.
Enquanto isso, não se vê políticas públicas voltadas para a qualificação profissional com alto teor de qualidade direcionada para a classe pobre, quando muitos cursos paliativos que não os preparam para nada.
Temos ainda o paradoxo criado com o Bolsa Família, que deveria ser um benefício temporário, tendo como meta capacitar as família participantes, para no máximo em 02 anos está fora do programa, ocasionada pela qualificação profissional e, logicamente, com a entrada ou retorno ao mercado de trabalho, o que se nota é um Programa que transformou quem dele precisa em um circulo vicioso, ou seja, em lugar de emancipar os transformam em dependentes.
É um novo modelo de assistencialismo político criado, com um único objetivo de gerar votos. Como já calculava lideranças petistas, 12 milhões de família dependente do Programa seriam no mínimo 48 milhões de votos.
E é muito voto em um universo de pouco mais de 120 milhões de eleitores.
Enquanto isto, a sociedade assiste a montagem de grandes esquemas de corrupção, tendo sempre como envolvidos a classe política e empresarial, sem que observe qualquer punição (exceção feita apenas para os envolvidos no “Mensalão do PT”), na mesma proporção ou mesmo devolução do dinheiro público roubado.
Muito pelo contrário, a maioria desses recursos são utilizados para comprar votos dos eleitores despreparados ou alheios aos acontecimentos políticos.
Enquanto para os pobres sobram apenas às migalhas e o assistencialismo, sob a máscara de programas sociais, para as elites são proporcionados o acesso aos recursos públicos, através de todo tipo de falcatrua, levando o dinheiro retirado da classe média e dos pobres, através dos impostos, para o buraco negro da corrupção, obtidos através de sofisticados esquemas de fraudes, onde a maioria dos envolvidos é por todos conhecidos..
Por fim, qual a certeza que teremos que a miséria e a pobreza neste País serão realmente erradicadas, mesmo sabendo ser esta uma das maiores ambições de governos que se utilizam deste mote para fazer populismo e se dizer de esquerda?
Quando teremos a certeza que tudo não passa de uma onda populista para se perpetuar no Poder, já que sabemos ser a classe pobre quem alimenta os “interesses” partidários e quem coloca a maioria dos políticos corruptos que lá estão, comprados com o próprio dinheiro roubado?
Ora, acabar com a pobreza será tirar da classe política e das elites este poder de barganha.
Desta forma o maior interesse dos nossos “homens públicos” é pela eterna manutenção da pobreza como status quo, como tem ocorrido há séculos.
Assim, fica fácil  concluir que não existe interesse em acabar com a miséria ou com a pobreza em nosso País, e sim, fazer deste problema social mote de discursos e promessas de campanhas políticas.
O que fica claro é a nítida falência das políticas públicas e o absoluto descaso do Estado em tratar a erradicação da pobreza como uma questão moral, de forma a estancar esta chaga social em matéria de Direitos Humanos.
Infelizmente ainda vivemos em um País, em que a maioria da população desconhece seus mínimos direitos, em uma sociedade alienada, que só pensa em futebol e carnaval, e que eventos esportivos como o Pan, Copa do Mundo e Olimpíadas são usados como fatores que irão transformar o Brasil, como num passe de mágica, em um País onde a pobreza não existisse, tentando mostrar para o mundo um falso desenvolvimento escondendo a Nação cuja realidade é bem diferente da propagada.

4 comentários:

  1. Não vos irriteis com a eleição de Renan Calheiros no Senado. A política, escarro em nossa cara, tem nome, símbolo e tamanho: Rosemary Noronha, a servidora púbica.

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  2. Gostei.Continuem mandando.Seguem os meus telefones 61.84007399 e 61.34436259.Sou jornalista em Brasília.Abram o Google e acessem jornalista Luiz Solano.

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  3. oO autor do texto realmente tem em sua cabeça a chave certa que Jesus Cristo viu e morreu ensinando ao mundo. Um messias com o governo na mão assim teremos tudo que sonhamos.
    Será tão facil governar um pais que nada leva a sério? Com uma calasse de formadores de opinião que não ganha uma greve como a dos professores? Baianos que sempre se perpetuaram no poder aproveitando a fome de seu povo? Mineiros que até hoje não sairam ainda, espero eu!

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  4. Parabéns!Apos tantas lutas inglórias percebemos que poucas pessoas pensam claramente, sem ignorar o aumento da MISÉRIA desse povo!
    De um governo e governantes que estejam envolvidos com a triste realidade desse povo sofrido e ignorante que é incapaz de ter a dignidade de escolher seu voto e se vende tão barato que não percebem o aumento que a cada dia vivem na GRANDE REPÚBLICA DOS MISERÁVEIS.
    O carnaval e o futebol são paliativos de momentos de alegria, para suportar tanta exclusão social.

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