Já
cansei desse papo que aumento do salário, principalmente o mínimo, é causa de
inflação. Chega. Procurem outros argumentos.
Entre
os diversos equívocos da política econômica brasileira, a que tem alcançado
mais notoriedade, está diretamente relacionado ao modelo utilizado para os
reajustes salariais, principalmente quando se refere ao salário mínimo, cujos
índices normalmente são abaixo do necessário, com argumentos bisonhos, de que
os índices praticados, se maiores do que o proposto pelo governo trará reflexo
negativo na taxa de inflação, poderá gerar desemprego e que a Previdência
Social não irá suportar, podendo quebrar, etc.
São
argumentos insistentemente utilizados pela equipe econômica e tratado com prioridade pela grande imprensa,
espalhando terror, através de dados falseados, cujos interesses sempre tem
prejudicado os trabalhadores, querendo dar uma roupagem de forma que transforme
o alarde terrorista em verdade
indiscutível e absoluta.
Porém,
entra ano e sai ano, entra governo sai governo, os argumentos são os mesmos, e
nenhuma ação é tomada de forma que possa reverter o possível “caos propagado” e
possamos tratar os reajustes salariais de forma que venha atender as
necessidades para quem os percebe.
Os
argumentos utilizados pelos “gênios das equipes econômicas” são no mínimo
providos de fundamentos, pois trazem no seu bojo critérios sem nenhuma lógica
capaz de convencer a população, que não entende como há recursos para tudo,
menos para garantir um salário mínimo digno, conforme determina a legislação
que o instituiu, para o seu cálculo.
Nada
mais é mentiroso o argumento de que a alteração dos índices e da sistemática
utilizada seriam fatores que poderiam elevar as taxas da inflação e o nível de
desemprego, alinhado a uma possível quebra da Previdência.
Em
relação à Previdência, o problema é sabido por todos os estudiosos do assunto,
não está nos salários pagos e sim na gestão amadora e indicação de dirigentes
despreparados, quando não aventureiros ou defensores da sua privatização. Se
assim não fosse, não veríamos quase que diariamente escândalos de bilhões
roubados da previdência.
Como
se rouba tanto dinheiro de uma instituição que dizem ser deficitária?
Quanto
a gerar inflação e aumentar a taxa de desemprego, são argumentos que o próprio
tempo tem desmentido, pois o que gera inflação são outros fatores, que nada tem
a ver com o salário mínimo, e o desemprego, ocorre muito mais por políticas
econômicas equivocadas, onde se prioriza o capital especulativo em lugar do
produtivo, impedindo assim a geração de novos postos de trabalho.
Portanto,
corrigir os salários a nível que venha atender as necessidades mínimas dos
trabalhadores, não necessariamente será fator de elevação da taxa da inflação,
uma vez que já está por demais comprovados que este não tem sido um fator que
faça cair à rentabilidade do setor produtivo, pelo contrário, este seria
mais um item a ser agregado na realimentação do mercado, gerando uma melhoria
no consumo e consequentemente aumento da produção, que traria como conseqüência
a geração de novos postos de trabalho.
O que precisamos é acabar com esta
cultura enraizada no segmento empresarial, que o aumento da demanda de bens tem
que obrigatoriamente vir com a elevação dos preços e não com o aumento da
produção?
Outro
argumento facilmente contestável é de que os municípios não suportariam.
Ora, estes
mesmos municípios que não suportam o aumento do salário mínimo, são os mesmos
que diariamente vemos os prefeitos envolvidos em desvios de dinheiro público;
de efetuarem obras superfaturadas; que desfilam na capital com veículo luxuosos
e se hospedam em hotéis 05 estrelas com as amantes; que empregam filhos, irmãos,
cunhados e cachorros com altos salários, e por aí vai.
Ao implantar uma política salarial que traga ganhos significativos para o
salário mínimo, estará o governo beneficiando aquelas categorias de
trabalhadores que se encontram na base da pirâmide social, trazendo como efeito
positivo, melhoria na distribuição de renda e levando o País ao patamar dos
mais desenvolvidos.
No
entanto, temos que reconhecer a inegável capacidade de convencimento da equipe
econômica em defesa dos seus argumentos, cujos discursos bem elaborados e
unificado, tem sido “competente” e em muitas vezes até “convincente”, levando
segmentos da população a crer na justeza dessa injustiça social.
Por
outro lado, devemos considerar que o critério utilizado e os argumentos usados,
não satisfazem à maioria da população, haja vista, serem abordagens que
contradizem a linha metodológica utilizadas nos discursos, diante das
afirmações falsas e equivocadas, os quais não possuem nenhuma sustentação
científica, pois se assim o fosse, os países com melhores índices salariais
teriam altas taxas de inflação e de desemprego, mas, coincidentemente, os países com altas taxas
inflacionárias e de desempreego, são os que praticam os piores índices salariais.
Diante
deste fato, os seus defensores quase sempre fogem das discussões aprofundada do tema. Navegam na superficialidade sem aprofundar os debates.
Àqueles
que utilizam argumentos sobre o caráter inflacionário que porventura o salário
mínimo possa ocasionar, esquece maldosamente de analisar as características das
economias capitalistas, ou seja, da sua diversidade da matriz produtiva, tanto
no que se refere à produção quanto ao tamanho das empresas, e, é sabido,
quanto maior a empresa, mais os salários são maiores, cabendo o salário mínimo
em sua grande parte às pequenas empresas, as quais possuem folha salarial
pequena, portanto refletindo muito pouco ou quase nada os aumentos do salário
mínimo no custo da sua produção.
Outro
fator relevante e que os “terroristas” de plantão esquecem de abordar, é que os preços dos produtos
são ditados pelas grandes empresas, empresas estas como já dito, normalmente
pagam maiores salários, desta forma, a incidência do salário mínimo nos preços e sua respectiva
elevação precisam ser mais bem esclarecidas e mais debatidas.
Portanto,
é importante termos uma política de reajuste do salário mínimo menos injusto.
É
importante que se tenha uma política salarial que permita ao trabalhador chegar
até o final do mês com algum recurso. É fundamental que se tenha uma política
salarial que traga evolução nos seus ganhos e que exerça a cada aumento um
ganho relativo e proporcional ao crescimento da economia. Enfim, é preciso repartir
melhor este bolo, que já cresceu.
A
lógica das economias em franco desenvolvimento é acabar com o arrocho salarial e,
infelizmente, em nosso País, esta lógica não tem sido posta em prática pelas diversas equipes
econômicas.
Interessante
é que não se ver qualquer discussão quanto ao aumento das taxas inflacionárias
causados pela alta carga tributária imposta neste País.
A
carga tributária é tão responsável pela
alta inflacionária, que temos produtos que se reduzisse a metade dos impostos,
seu custo para o consumidor equivaleria a 60% do valor pago hoje.
Aí
não é inflacionário, pois o governo precisa arrecadar, para gastar e gastar
mal, como estamos assistindo no dia a dia.
Falar
da carga tributária não é permitido, pois o governo tem necessidade de
arrecadar para manter 37 ministérios, a maioria supérfluos, cujos ministérios em sua quantidade são
tão importantes e relevantes, que a população desconhece pelo menos 20
ministérios e nome dos seus titulares; tem que ter recursos para manter um
Congresso Nacional, considerado um dos mais caros do mundo, cujos congressistas
tem a cara de pau de só trabalharem três dias na semana, isto quando trabalham.
Precisamos
ter uma carga tributária elevada, cujos índices é responsável por pelo menos
30% da taxa de inflação, para que os Poderes Executivos, Legislativos e
Judiciários possam continuar superfaturando suas obras; para que o tesouro
permita os desvios do dinheiro público, enriquecendo cada vez mais os nossos
políticos e a classe empresarial. Enfim temos que ter uma carga tributária
elevada, para que possamos manter as
mordomias que hoje impera na capital federal.
Portanto,
afirmar que aumentar o salário mínimo é um fator que gera aumento da taxa da inflação e do desemprego é
querer brincar com a inteligência do povo brasileiro.
Colocar a nossa Previdência
nesta discussão é querer nos fazer passar por palhaços ou até mesmo achar que
somos imbecis, pois ao mesmo tempo em que este aumento poderá vir a quebrá-la é
querer negar os bilhões e bilhões de
dinheiro desviados dos seus cofres.
O negócio é mandar a maioria dos Senadores, Deputados e Vereadores para a SIBÉRIA gastar essa grana toda. Que não voltem nunca mais!!! Tô errado?
ResponderExcluirMais um comentário encomendado, emanado da sede do PT, para denegrir acusadores e tornar bandidos em heróis. Até quando teremos que ler coisas do genero? A sociedade brasileira sempre comemorará a saída de ciurculação de um bandido, seja ele o Zé Dirceu ou ´Zé Ninguém. Lugar de bandido é a cadeia. O país precisa se livrar de todas as corjas instaladas no poder, sejam elas de que partido forem. Precisamos de uma nação livre e soberana e não uma nação com um enclave em seu seio de grupelhos que se acham seus donos e agem como se limites não houvessem.
ResponderExcluirA exploração e a dominação é como um ciclo vicioso, que não gera benefício a quem faz o papel (que inclusive é sempre passageiro) de "dominador", nem tampouco ao "explorado". O Universo não é cego. Tudo tem a volta. O vício em dominar ou em ser dominado gera desaires, O que se perpetua em campos morfogenéticos ou marcas mnêmicas, tem seu espectro projetado em campo mais amplo, onde tudo é harmônico e reflete a condição impetrada contra o impetrante desde a raiz mais remota.
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