São Paulo é hoje o estado onde está configurado a hegemonia da direita neoliberal no Brasil. O PSDB, partido das elites privativistas, tem sistematicamente ganho as eleições para o governo paulista e com seus aliados , os tucanos elegeram o maior número de deputados federais e estaduais, ocorrendo uma significativa redução das bancadas mais vinculadas às lutas dos trabalhadores. Como prova desta força da direita no estado mais rico do País, o candidato a presidente, Geraldo Alckmin, derrotado nas urnas em quase todo o país, venceu no estado na sucessão presidencial – com uma vantagem no primeiro turno de quatro milhões de votos e no segundo turno, quando a disputa era mais politizada, voltou a vencer com mais de um milhão de votos.
Esta força da direita também é observada nas principais cidades do estado, principalmente, na sua capital, onde o PSDB entregou de bandeja ao ultraconservador Demo (ex-PFL), a prefeitura. O seu prefeito, Gilberto Kassab não é nada mais nada menos do que um fiel escudeiro de José Serra, seu antecessor, haja vista que mantem os mesmos projetos e a mesma equipe.
Tudo isto sem falarmos da influência exercida pela direita neoliberal no Poder Judiciário e os total domínio da mídia privada, que dentro de uma operação orquestrada sataniza os movimentos sociais e as forças de esquerda protegendo e escondendo aa mazelas dos políticos que compõe o campo neoliberal-conservador no Estado.Este domínio é de difícil explicação, já que São Paulo destoa do restante do país, os quais a cada eleição tem demonstrado uma tendência mais progressista. Interessante observar que, São Paulo a cada administração tucana, o Estado, que já foi a locomotiva industrial do país e hoje mais se parece com um cemitério de fábricas, porém ainda detém a oligarquia financeira, talvez daí saia os fundamentos que levam São Paulo a remar contra a maré.
Esta elite preconceituosa vive fora da realidade nacional, morando em condomínios de luxo, deslocam-se em helicópteros (a segunda maior frota do mundo) e carros blindados (a maior frota do planeta), e consome em butiques de luxo, tipo Daslu. É uma classe que não tem qualquer identidade ou compromisso com a nação e com o povo brasileiro, estando totalmente afastada da realidade de penúria do povo brasileiro. Porém o pior é a influência que ela exerce sobre a classe média, que come mortadela e arrota caviar.Portanto, está explicado onde estão são as principais bases de apoio do bloco neoliberal e dos movimentos golpistas e racistas, como o “Cansei”.
Aliado a esta "realidade", observa-se que o violento processo de desindustrialização do Estado, tem resultado em desemprego, informalidade e precarização do trabalho, o que tem golpeado de forma violenta a combativa classe operária e fragilizado os seus meios de organização e luta, os seus sindicatos, enfraquecendo a sua influência política junto as forças vinculadas às lutas dos trabalhadores.
Todos aqueles que discutem política sabe que São Paulo hoje é o principal laboratório e também o principal senão o único palanque dos neoliberais no país. De lá tem saído as maiores referências da direita “moderna”, FHC, Geraldo Alckmin e José Serra, e é lá, que mesmo em franca pauperização, que ainda se encontram as mais poderosas entidades empresariais, como a federação das indústrias (Fiesp) e a dos banqueiros (Febraban). É de São Paulo onde se irradiam as manipulações da mídia burguesa, onde estão instaladas as redações da revista Veja, dos jornais Folha e Estadão e das maiores emissoras de TV. Toda esta orquestração tem como principal objetivo, barrar as mudanças no Brasil e orquestrar qual o filme a Hora do Pesadelo, o retorno da direita neoliberal ao governo federal.
É como representante desta burguesia que se apresenta a candidatura do governador paulista como a mais forte para a disputa presidencial de 2010. Desta forma, não é de se estranhar que o sr. José Serra procure renegar o seu passado, no qual foi líder estudantil, exilado no Chile e um dos militantes da luta pela redemocratização. Ele, José Serra não engana mais ninguém. Tal qual o PSDB e DEMO, está totalmente comprometido com o capital financeiro, os barões do agrobusiness e as grandes corporações ávidas pela privatização das estatais. Tenta posar de desenvolvimentista mas só acredita nisto os mais ingênuos, pois todos os seus atos e ações tem como origem o receituário neoliberal. Para atrair a confiança e apoio cada vez mais da direita, José Serra passou a ser o principal defensor no PSDB da aliança com os conservadores do Demo (ex-PFL) e tem adotado cada vez posturas mais privatistas, autoritárias e reacionárias. Não se enganem, o nome José Serra significa um enorme perigo para todos que buscam avançar nas mudanças progressistas no Brasil.
A chegada de José Serra ao Palácio dos Bandeirantes tem representadoa continuidade da devastação do estado iniciada pelos tucanos em 1995, destruíndo o que restou do patrimônio público. Num curto espaço de tempo, são várias as manifestações de arrogância e autoritarismo demonstrado pelo governador. Ordenou a ocupação militar do prédio da Faculdade de Direito da USP para desalojar estudantes que protestavam contra o projeto de sua autoria lesivo à autonomia universitária, lembrando o sombrio período militar da ditadura. A brutalidade da PM foi denunciada pelas entidades democráticas e manchou de vez a biografia do ex-líder estudantil. O episódio foi comparado à ocupação da PUC, comandada pelo coronel Erasmo Dias, durante a ditadura.
Assim que assumiu o governo, ainda no primeiro semestre, num gesto de triste servilismo, ele acionou a repressão a um protesto pacífico contra a visita do presidente George Bush ao Brasil. Aliado a estas ações, José Serra tem dado tratamento duro, avesso à negociação, aos movimentos sociais. Já ordenou várias desocupações violentas de terrenos e prédios ociosos ocupados pelos movimentos de sem-tetos e rejeita o diálogo com as lideranças rurais do MST, assumindo o papel de capataz dos latifundiários e cúmplice das suas milícias privadas.
A sua aversão ao diálogo também é demonstrada no mundo político. Mesmo tendo folgada maioria na Assembléia Legislativa, o governador tem imposto a toque de caixa todos os seus projetos. O rolo compressor utilizado inviabiliza qualquer reflexão sobre os graves problemas do Estado e transforma Poder Legislativo em uma secretaria de estado, passando para população a imagem de balcão de negócios comandados por deputados fisiológicos. Além do mais, essa conduta tem impedido qualquer fiscalização mais rigorosa sobre as ações do Executivo. Diante do que tem acontecido no Governo José Serra fica evidente a hipocrisia de tucanos e pefelistas, que nacionalmente se travestem de arautos da ética, propondo a instalação de centenas de Comissões Parlamentares de Inquérito, mas que no estado sabotam qualquer apuração de denúncias e abortam todos os pedidos de CPIs.
A mídia que representa as elites paulistas muito falou sobre o trágico acidente da TAM, que resultou na abertura de uma CPI sobre o caos aéreo, mas não fez qualquer pressão para a averiguação do grave acidente do Metrô, que causou uma cratera na cidade e resultou em sete vítimas fatais. José Serra, que já teve o seu nome envolvido em várias denúncias de corrupção, como no caso das sanguessugas, sempre se sai incólume. O rolo compressor no Legislativo, sua forte influência no Judiciário e a cumplicidade da mídia impedem qualquer investigação. Aos poucos, tenta-se forjar a imagem de um presidenciável perfeito!
Os tucanos e o DEMO paulista tudo tem feito para abortar várias CPIs – como as do CDHU, Febem e Rodoanel – porém, todo dia novos casos vêem a tona, apesar da grande imprensa calar. Há a suspeita de que abafaram a investigação sobre a cratera do Metrô devido aos “recursos não contabilizados” (o famoso caixa-2) doados por empreiteiras aos candidatos do PSDB. Além disso, políticos ligados a José Serra também são alvos de denúncias. O vice-governador Alberto Goldman, metido a paladino da ética, foi citado pelo Ministério Público na apuração sobre favorecimento irregular ao Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente. Esta organização não-governamental (ONG) foi criada por políticos tucanos – como o próprio vice-governador e o ex-secretário municipal de transportes Frederico Bussinger. A sua esposa dirige a entidade, que recebeu cerca de R$ 5 milhões dos cofres públicos nos últimos seis anos, e é acusado de superfaturamento e licitações fajutas.
Diante das graves denúncias que surgem diariamente, o governador Serra se finge de surdo e mudo, a mídia faz pouco alarde e os ricos empresários e os golpista do “Cansei” não chiam.
Importante esclarecer que, além da entrega do patrimônio público, o governo José Serra não tem atacado os graves problemas sociais que afligem São Paulo. Recente estudo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação revela que os professores paulistas recebem 39% menos do que os docentes do Acre. No início da carreira, ganham R$ 8,05 por hora aula, enquanto os acreanos recebem R$ 13,16. A denúncia irritou o governador paulista, que afirmou que o salário não interfere na qualidade de ensino. O Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb), porém, desmonta este argumento. A avaliação positiva da educação básica no Acre aumentou 13,8 pontos entre 2003 e 2005, contra apenas 1,1% em São Paulo.
Mas não é somente na educação que o governo tucano mostra desprezo aos servidores e à população que paga imposto. Segundo denúncias do Sindicato dos Médicos de São Paulo, continua o desmonte da saúde no estado. Em novembro passado, o Hospital do Servidor Público Estadual anunciou a demissão de 212 funcionários, sendo 55 médicos, sem aviso prévio. “O descalabro e o autoritarismo de uma administração comprometida com as terceirizações e as privatizações do serviço público pune médicos e funcionários experientes”, denuncia Cid Carvalhaes, dirigente da entidade. “Os pacientes sentem o reflexo das decisões arbitrárias, que prenunciam o caos”, diz Otelo Junior, presidente da Associação dos Servidores do Iamspe.
O desprezo pelos graves problemas sociais é muito pior na zona rural. Ao mesmo tempo em que criminaliza os movimentos sociais do campo, acusando o MST e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaesp), o governo Serra paralisa o processo de reforma agrária, asfixia acampamentos e assentamentos rurais e privilegia latifundiários e barões do agronegócio. Logo no início da sua gestão, ele enviou à Assembléia Legislativa o projeto de lei 578/07, que legitima a posse fraudulenta das terras devolutas na região do Pontal do Paranapanema. A legalização desta grilagem, questionada judicialmente há décadas, objetiva transformar a área em mais uma fronteira para expansão do agrobusiness.
O governo Serra é um biombo deste setor, que controla a Secretaria de Agricultura, tendo como titular um dirigente da Sociedade Rural Brasileira, e a Secretaria do Meio Ambiente, com Xico Graziano, raivoso inimigo da reforma agrária e do MST. Se no campo o governo incentiva a concentração fundiária, já nas cidades ele serve à especulação imobiliária e agrava o caos urbano. Um exemplo é o projeto que prevê a demolição de dez quadras no tradicional bairro da Luz, no centro da capital. A área está sendo disputada por dois grupos imobiliários e resultará na expulsão de milhares de famílias. Elas serão deslocadas para bairros periféricos, sem qualquer equipamento público, e reforçarão o intenso processo de favelização dos centros urbanos. Nos últimos quatro anos, a população favelada da capital paulista cresceu 38%, de 290 mil famílias, em 2003, para 400 mil famílias (cerca de 2 milhões de pessoas), em 2006. As reformas agrária e urbana não constam do programa elitista de José Serra.
Diante do desastre tucano em São Paulo e do real perigo que representa a candidatura presidencial de José Serra, a sociedade organizada, os movimentos populares e sindicais precisam urgentemente reforçar as denúncias e a pressão social em defesa do patrimônio público e dos direitos dos trabalhadores e contra o autoritarismo.
Concordo,em parte, com as suas bens escritas colocações.Aconte que Lula burquezou o PT e segue as mesmas cartilhas da turma neo-liberal do PSDB.O diferencial é o oportunismo super demagógico apoiado pelos sindicatos pelegos muito maus representados pela tuma do PT e do PC do B e NST
ResponderExcluirFloriano Lott comenta:
ResponderExcluirVocê retratou muito bem a política partidária de São Paulo.
Mas se estes políticos na próxima eleição forem trocados pelos do PT?