Bolsonaro comenta
na possibilidade de fuga do Brasil em reunião fechada com aliados
Jair Bolsonaro
(PL) se reuniu com aliados na manhã desta quarta-feira (19) para discutir os
desdobramentos do inquérito do golpe. Conforme relatado pelo Metrópoles, o ex-mandatário comentou, durante o encontro, sobre a
possibilidade de deixar o Brasil antes de ser condenado pelo Supremo Tribunal
Federal (STF).
Em reunião
fechada, que aconteceu no apartamento funcional do deputado Zucco (PL-RS),
Bolsonaro teria aproveitado a ocasião para afirmar sua inocência, alegando que
sempre “jogou dentro das quatro linhas”. De acordo com o ex-mandatário, se
tivesse cometido algum crime, já teria buscado asilo em países como Argentina
ou Estados Unidos.
O encontro
ocorreu um dia após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar a
denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposta tentativa de golpe de
Estado.
¨ Em delação,
Cid reclama de Bolsonaro ter ficado ‘milionário’ enquanto ele próprio ‘perdeu
tudo’
Em depoimento
recente, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente
Jair Bolsonaro, manifestou insatisfação com a diferença de destinos financeiros
entre ele e seu antigo superior. Segundo informações do Estado de
S.Paulo, Cid afirmou que, enquanto Bolsonaro se tornou
"milionário", ele próprio "perdeu tudo".
As declarações
de Cid foram feitas no contexto de um acordo de delação premiada, no qual ele
detalhou esquemas de venda de joias e relógios recebidos por Bolsonaro durante
seu mandato. De acordo com o G1, Cid e seu pai, o general Mauro
Lourena Cid, repassaram aproximadamente US$ 86 mil a Bolsonaro, provenientes da
venda desses itens nos Estados Unidos. Esses valores teriam sido entregues ao
ex-presidente em quatro parcelas entre 2022 e 2023.
Além das
questões financeiras, a delação de Cid trouxe à tona detalhes sobre planos para
impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Cid mencionou a
existência de grupos com diferentes níveis de radicalismo dentro do círculo
próximo a Bolsonaro, alguns dos quais buscavam encontrar evidências de fraude
nas urnas eletrônicas para justificar medidas extremas.
As revelações
de Cid ocorrem em meio a investigações abrangentes sobre a conduta de Bolsonaro
e seus aliados durante e após seu mandato. A Polícia Federal já apresentou
acusações formais contra o ex-presidente e outras 36 pessoas, incluindo
militares de alta patente, por suspeita de envolvimento em uma trama golpista
para impedir a posse de Lula. Essas acusações são fundamentadas em uma série de
provas, como mensagens de WhatsApp e confissões, que indicam a participação
ativa de Bolsonaro no planejamento das ações.
¨ Aliados já
calculam prazo para prisão de Bolsonaro
Aliados de
Jair Bolsonaro já trabalham com uma data para que ele seja condenado no âmbito
do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para a
tentativa de golpe de Estado visando sua permanência no poder após a derrota
para Luís Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. Com a
tramitação do julgamento prevista para se estender até o fim de novembro, a
expectativa do entorno bolsonarista é de que a prisão ocorra em meados de
dezembro, às vésperas do Natal, destaca o jornalista Lauro Jardim em sua coluna
no jornal O Globo.
Diante desse
cenário, a estratégia dos aliados será insistir na tese de que Bolsonaro é
vítima de uma "perseguição" do Supremo Tribunal Federal (STF) e de
que não autorizou a tentativa de ruptura institucional. O objetivo é manter a
base mobilizada e ampliar a adesão ao ato convocado para 16 de março, que
deverá servir como demonstração de força política e reforço ao discurso de que
o ex-presidente estaria sendo alvo de um julgamento político.
Com o avanço
das investigações e os depoimentos que indicam o envolvimento direto de
Bolsonaro nos planos golpistas, o cerco judicial se fecha contra ele. A defesa
do ex-mandatário, por sua vez, busca protelar a tramitação do processo com
recursos e tentativas de questionamento jurídico das provas apresentadas.
Em paralelo,
aliados tentam sustentar a narrativa de que Bolsonaro ainda teria influência
suficiente para reagir a uma eventual prisão, mobilizando sua base contra o
Judiciário e o governo Lula. O resultado prático dessa estratégia, no entanto,
ainda é incerto, especialmente após os resultados das eleições municipais, que
demonstraram um desgaste da direita radical e um enfraquecimento da capacidade
de mobilização do bolsonarismo.
Nos
bastidores, há também uma avaliação de que a prisão de Bolsonaro pode
desencadear novas disputas dentro da extrema direita, com nomes como Michelle
Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
(Republicanos), ganhando protagonismo na sucessão do ex-mandatário.
¨ Após denúncia
da PGR, Flávio Bolsonaro insiste em candidatura do pai para 2026, mas admite
nome alternativo da direita
Um dia
após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que trata Jair
Bolsonaro como líder de uma tentativa de golpe para se manter no poder, o
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que seu pai se manterá como candidato
ao Palácio do Planalto em 2026. No entanto, ele reconheceu que a direita poderá
ter outros nomes viáveis na disputa. Segundo o senador, mesmo inelegível, o
ex-presidente registrará sua candidatura e, "lá na frente, se for
necessário", pode apoiar um nome alternativo.
Em entrevista
ao jornal O Globo, o senador revelou que partidos do Centrão já trabalham
com um cenário no qual o ex-mandatário não poderá concorrer no pleito
presidencial de 2026, o que abre espaço para um candidato da direita. Segundo
Flávio, presidentes de partidos já procuraram a ex-primeira-dama Michelle
Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos),
o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), além dele próprio, para uma
eventual candidatura presidencial.
"Há
diversos nomes com viabilidade política para concorrer. Bolsonaro tem a
humildade de, se necessário, apoiar aquele que tiver maior potencial",
afirmou o senador. "Presidentes de partidos falam comigo, com Tarcísio,
Michelle, Ratinho, Romeu Zema (governador de Minas Gerais), Ronaldo Caiado
(governador de Goiás), falam para todo mundo: 'Olha, mantenha a linha que pode
ser você'", disse Flávio na entrevista.
Apesar disso,
o senador classificou como um "desrespeito" discutir a substituição
de Bolsonaro na disputa de 2026. Ele comparou a situação do pai com a do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2018, quando ele estava
preso e inelegível, mas ainda assim registrou candidatura. Após a Justiça
Eleitoral rejeitar o pedido, Fernando Haddad [atual ministro da Fazenda]
assumiu a cabeça de chapa.
Bolsonaro foi
declarado inelegível até 2030 após condenação no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de
comunicação. Nesta terça-feira (20), a PGR apresentou denúncia contra ele por
liderar uma trama golpista para se perpetuar no poder e impedir a posse de
Lula, sendo esta a primeira acusação criminal formal contra o ex-mandatário
desde que deixou o cargo.
Flávio
Bolsonaro, que também é advogado, criticou o procurador-geral da República,
Paulo Gonet, e classificou as acusações como "políticas".
"Juridicamente, eu estaria muito tranquilo, mas politicamente vemos que há
uma determinação dada ao Gonet. Lamento muito, é uma decepção pessoal para mim
o que ele está fazendo", disse.
O senador
também tentou desqualificar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid,
ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que apontou reuniões e outros elementos
como provas contra o ex-mandatário na denúncia da PGR. Flávio afirmou que a "delação
é forjada e feita contra a vontade do Cid".
Sobre a
possibilidade de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o
senador admitiu que não há garantias de que a medida será aprovada pelos
presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi
Alcolumbre (União-AP). No entanto, ele acredita que a proposta contará com
apoio no Congresso.
"Não
posso garantir. Nunca houve conversa do tipo 'votamos em você para pautar isso
ou aprovar isso'. O que fazemos é sensibilizar as lideranças partidárias e
políticas para os excessos que estão acontecendo", concluiu o parlamentar.
¨ Nikolas
Ferreira diz que Kassio Nunes pode reverter inelegibilidade de Bolsonaro
O deputado
federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como o nome mais forte da direita
para a eleição presidencial de 2026, caso Jair Bolsonaro (PL) permaneça
inelegível. Em entrevista à Folha de S.Paulo,
na terça-feira (18), o parlamentar declarou que, apesar das restrições legais,
não descarta a possibilidade de o ex-presidente recuperar seus direitos
políticos.
"O
Tarcísio, pela proximidade com o Bolsonaro, pela atuação no Governo de São
Paulo e pela sua capacidade, é um nome forte. Óbvio que ele vai enfrentar
algumas questões com a direita, como sua relação com [Gilberto] Kassab, mas
acho ele uma pessoa extremamente capacitada e com a possibilidade do aval do
Bolsonaro", disse.
Horas antes da
entrevista, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia apresentado denúncia
contra Bolsonaro sob acusação de liderar uma trama golpista. Questionado sobre
a possibilidade de prisão do ex-presidente, Nikolas afirmou que "quanto
mais honesto você for nesse país, mais chance tem de se ferrar".
<><> Anistia e reação da
direita
Nikolas
defendeu a anistia para presos e investigados pelos atos de 8 de janeiro e
disse que há expectativa de que o Congresso vote a proposta até a metade deste
ano. "Acredito que temos votos para aprovar a anistia. As pessoas estão
sensibilizadas", declarou.
Ele também
criticou a condução das investigações sobre a tentativa de golpe. "São
quase mil palavras de 'suposto', 'indícios', e isso enfraquece o indiciamento.
Para prender um ex-presidente, tem que ser algo no mínimo [do nível do]
mensalão", argumentou.
Sobre o futuro
político da direita, Nikolas discordou de propostas para reduzir o tempo de
inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa. "O crime do Bolsonaro não é
comparável ao crime de corrupção, crime de propina. Mas não se pode mudar uma
lei toda só para beneficiar uma pessoa", disse.
<><> Caminho para
Bolsonaro voltar à disputa?
O deputado
mineiro sugeriu que a inelegibilidade de Bolsonaro pode ser revertida no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando o ministro Kassio Nunes Marques
assumir a presidência da Corte, em 2026. "Se o ministro do TSE decidir,
acho que ele tem que estar [na eleição]. Pelo visto, a lei é o juiz, né? Então
por que só o Moraes pode [tomar decisões]?", provocou.
Nikolas também
minimizou declarações de Bolsonaro que foram interpretadas como uma crítica
indireta a ele. "Tem muita gente em volta que vai se sentir ameaçada, vai
ter ciúmes. Pouco me importo. Sei que tentam me jogar contra o Bolsonaro, mas
temos uma relação aberta", afirmou.
<><> Possível candidatura
ao Senado
O deputado
admitiu que pode disputar uma vaga no Senado, caso avance a proposta de emenda
à Constituição (PEC) que reduz a idade mínima para a Casa. "Seria um
privilégio ser o senador mais jovem da história do país. Já conversei com
Bolsonaro sobre isso e ele achou excelente", disse.
¨ Tarcísio pode ser candidato com promessa de indulto a
Bolsonaro
A possível
candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à
presidência da República em 2026, com a promessa de conceder indulto ao
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi o principal tema das conversas na
inauguração do Parlamento, uma casa de relações institucionais aberta na noite
de ontem (19) pelo grupo Esfera, do empresário João Camargo.
O evento, que
reuniu políticos e empresários, aconteceu em um momento de intensa mobilização
da base bolsonarista diante da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) contra Bolsonaro por suposta participação em uma tentativa de
golpe. O cenário jurídico adverso reforçou a tese de que o governador paulista
poderia assumir o protagonismo da direita na próxima eleição presidencial, com
um compromisso claro de garantir a anistia do ex-presidente.
Segundo
participantes do encontro, Tarcísio ainda não tomou uma decisão definitiva
sobre sua candidatura, mas interlocutores avaliam que ele reúne os elementos
necessários para se consolidar como herdeiro político de Bolsonaro. Sua boa
relação com setores econômicos, aliada à forte base conservadora que o elegeu,
o coloca como um nome viável para unificar a direita em um cenário sem o
ex-presidente na disputa.
A presença de
figuras influentes do bolsonarismo no evento reforçou essa articulação. Em
conversas reservadas, lideranças ressaltaram que o apoio da base bolsonarista a
Tarcísio dependeria de um compromisso público com a defesa de Bolsonaro e da
promessa de um eventual indulto caso eleito. A estratégia, segundo aliados,
serviria tanto para mobilizar o eleitorado mais fiel do ex-presidente quanto
para criar um fato político capaz de manter Bolsonaro ativo no debate
eleitoral, mesmo sem disputar diretamente.
Tarcísio, até
o momento, tem adotado cautela ao tratar do tema, mas sua proximidade com
Bolsonaro e seu histórico no governo de São Paulo indicam que a construção
dessa candidatura pode ganhar força nos próximos meses.
Fonte: Brasil 247

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