terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Lula critica gestão Bolsonaro: 'Brasil não teve um governo, teve uma praga de gafanhotos'

“Entre 2019 e 2022, o Brasil não teve um governo, teve uma praga de gafanhotos que destruiu os valores deste país, destruiu o respeito às pessoas, às instituições e à governabilidade”, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante declaração neste domingo (15), após receber alta hospitalar. Lula ficou seis dias internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

O presidente apareceu de surpresa durante a coletiva, acompanhado da primeira-dama Janja Lula da Silva, enquanto a equipe médica explicava os detalhes da cirurgia pela qual passou. Lula aproveitou o momento para comentar a prisão do general Braga Netto e os desdobramentos das investigações envolvendo uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.

 “O que aconteceu esta semana com a prisão do general Braga Netto demonstra que a lei precisa ser cumprida. Sou paciente, sou democrata, e acredito que ele tem direito à presunção de inocência, o que eu mesmo não tive. Quero que todos tenham todos os direitos e o devido respeito, mas, se esses caras fizeram o que tentaram fazer, precisam ser punidos severamente”, declarou Lula.

O presidente ressaltou a gravidade dos fatos em apuração, comparando-os com momentos históricos do país. “Neste país, teve gente que fez dez por cento do que eles fizeram e morreu na cadeia. Não é possível aceitar o desrespeito à democracia, à Constituição e à governabilidade. O Brasil é um país generoso, e não dá para admitir militares de alta graduação tramando a morte de um presidente da República, do vice-presidente e de um juiz da Suprema Corte Eleitoral”, afirmou.

Lula reafirmou que sua principal missão ao retornar ao governo é reconstruir o país e restabelecer a normalidade democrática. “Minha maior vontade era trazer o Brasil de volta à normalidade, fazer com que o respeito às pessoas e às instituições fosse restabelecido. Cada um tem que cumprir com seu papel, cada macaco no seu galho. Vamos fazer um grande governo, e quero, no dia 31 de dezembro de 2026, entregar um Brasil sem fome, com mais emprego, um país alegre, sem fake news e mentiras”, disse o presidente.

Apesar do período de recuperação, Lula garantiu que continuará liderando suas atividades e cumprirá uma agenda de reuniões ministeriais até o fim do ano. Ele afirmou que passará o Natal e o ano-novo em casa, seguindo as recomendações médicas. “Tenho um compromisso muito grande com esse país e com o povo brasileiro. Quero deixar a Presidência, assim como fiz em 2010, de cabeça erguida e consciente de que o Brasil estará muito melhor”, concluiu.

¨      Lula critica juros altos e reafirma compromisso com responsabilidade fiscal

O presidente Lula, recém-recuperado de uma cirurgia para drenar um hematoma intracraniano, voltou a criticar a alta taxa de juros no Brasil em entrevista ao programa Fantástico. Após receber alta hospitalar neste domingo (15), ele sinalizou que retomará os compromissos em Brasília a partir de quinta-feira (19), após uma última tomografia em São Paulo.

"Vou para Brasília para trabalhar normalmente", declarou Lula, ressaltando estar "totalmente bem". O retorno ocorre em meio a desafios econômicos e negociações no Congresso sobre o pacote de controle de gastos públicos.

<><> Críticas aos juros altos e mensagem ao mercado

Lula aproveitou a entrevista para criticar a política de juros elevados, reafirmar seu compromisso com a responsabilidade fiscal e rebater avaliações do mercado financeiro.

"Vou repetir: ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. [...] Não é o mercado que tem que ficar preocupado com os gastos do governo, é o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar é o povo pobre", afirmou.

O presidente também atribuiu o nervosismo do mercado à proposta de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil.

"Muitos no mercado não pagam imposto de renda. Nós fizemos aquilo que é possível, mandando [o pacote] para o Congresso Nacional", destacou.

Minutos depois da entrevista ir ao ar, Lula foi às redes sociais para destacar a chegada do pacote fiscal do seu governo ao Congresso.

"O pacote fiscal foi mandado para o Congresso Nacional e ele tem soberania para mudar as coisas. E ninguém nesse país tem mais responsabilidade fiscal do que eu. Já governei esse país três vezes. Eu entreguei o Brasil crescendo 7,5% e com a massa salarial mais alta do país. E é o que eu quero fazer outra vez", escreveu

<><> Surpresa com a cirurgia e recuperação

Na entrevista à revista eletrônica da TV Globo, Lula revelou ter sido pego de surpresa pela gravidade do hematoma, originado após uma queda em outubro.

"Achei que estava fora de perigo, mas era engano meu", disse.

Os sintomas começaram com dores de cabeça no último domingo (9) e se intensificaram na segunda-feira (10), levando à transferência emergencial para São Paulo, onde foi submetido ao procedimento.

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, descreveu a noite da cirurgia como uma das mais difíceis de sua vida:

"Foi realmente angustiante não saber o que ia acontecer. Mas, graças a Deus, ele está bem".

<><> Planos para o futuro e cuidados na recuperação

Mesmo com a alta hospitalar, Lula seguirá sob monitoramento médico até sua plena recuperação. Ele brincou ao dizer que Janja, a quem comparou a um árbitro de vídeo (VAR), será a responsável por fiscalizar sua disciplina nos cuidados.

"Eu vou me cuidar. Tenho muita responsabilidade e muita disciplina. [...] Não posso fazer ginástica ou esteira, mas posso passear", explicou.

O presidente planeja realizar uma reunião ministerial antes do final do ano e participar do tradicional Natal dos Catadores, em São Paulo. Para 2025, uma viagem ao Japão está na agenda. "Quando chegar março, eu já estou totalmente curado", concluiu.

<><> Juros e desafios econômicos no centro do debate

O retorno de Lula ao Planalto coincidirá com uma agenda marcada por debates sobre o controle fiscal e a insatisfação do mercado com o aumento de despesas públicas.

O pacote de cortes apresentado ao Congresso enfrenta resistência, mas lideranças do governo buscam garantir sua aprovação antes do recesso parlamentar em 23 de dezembro.

A crítica de Lula aos juros altos reflete sua visão de que a política monetária atual prejudica o crescimento econômico e a qualidade de vida da população, enquanto ele reafirma sua determinação em priorizar os interesses do povo brasileiro.

¨      Lula: "quero entregar um Brasil mais alegre no dia 31 de dezembro de 2026"

O presidente Lula apareceu de surpresa na coletiva de imprensa liderada pelo médico Roberto Kalil que anunciava a sua alta hospitalar do hospital Sírio Libanes neste domingo (15). Em sua fala, o presidente ressaltou sua boa recuperação após passar por um procedimento cirúrgico para conter um sangramento no cérebro e também a vontade de retomar os trabalhos imediatamente, seguindo as orientações médicas. 

“Quero entregar um Brasil mais alegre no dia 31 de dezembro de 2026, quero deixar o Brasil em 2026 como entreguei em 2010, com a cabeça erguida”, destacou o presidente ao destacar, na sequência, que pretende viver "até os 120 anos de idade". 

Lula afirmou que está "tranquilo", se sente bem e que já retomará as suas atividades. "Estou vivo, inteiro e com vontade de trabalhar. (...) Tenho muito trabalho a fazer. Estou voltando para casa tranquilo, curado, mas preciso me cuidar. Não posso fazer esteira rápido ou musculação por um período, mas posso voltar a trabalhar normalmente. Vou tentar obedecer de forma muito disciplinada os médicos", disse.

O presidente permanecerá em São Paulo nos próximos dias, despachando da capital, e deverá realizar novos exames na próxima quinta-feira.

¨      Bertholdo rebate Rosângela Moro: "tenta crescer com o brilho de Lula"

Esposa do ex-juiz suspeito e atual senador, Sergio Moro, Rosângela, decidiu, nesta segunda-feira (16), atacar Luiz Inácio Lula da Silva, um dia após a alta hospitalar do presidente. O ataque ocorreu em reação à entrevista concedida por Lula à TV Globo, que, em uma edição da gravação, reafirmou seu apoio à Operação Lava Jato — conduzida por Moro em Curitiba-PR e responsável pela prisão política do presidente, em 2018.  

Em postagem na rede social Instagram, Rosângela também defendeu os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília-DF. Segundo a esposa de Moro, que foi declarado parcial enquanto juiz da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, Lula teve mais direito à defesa do que os bolsonaristas presos pelo 8/1. 

O advogado Roberto Bertholdo, que acusa Moro de perseguição pessoal e política, reagiu, postando um vídeo na mesma rede social. Ele disse que Rosângela "tenta crescer" com base "no brilho do presidente Lula", "se aproveitando do momento de fragilidade do presidente" para atacá-lo. Veja as postagens: 

Roberto Bertholdo: "@rosangelawmoro, oportunista como sempre, tenta crescer com @lulaoficial justo num momento em que o presidente se recupera de uma seríssima cirurgia que realizou. Além de indigente cultural, a mulher de @sf_moro demonstra não ter respeito humano, empatia e compaixão. Ambos são seres da pior espécie. Concordam?".

Rosângela Moro: "#DomingoNoFantástico. Vamos deixar os fatos claros. Na entrevista ao #Fantástico, o presidente Lula foi desmentido ao vivo. É importante lembrar que, no caso da #LavaJato, ele teve garantido o amplo direito de defesa, como manda a Constituição, e só foi preso após um julgamento legal, com base em provas e decisões colegiadas. Mais do que isso, foi beneficiado por uma reviravolta política que anulou condenações, mesmo após ter sido condenado em instâncias superiores.
Agora, vamos comparar: Lula teve muito mais direitos, tempo e presunção de inocência do que qualquer cidadão comum jamais teve. E, certamente, muito mais do que as pessoas presas preventivamente por atos do dia 8 de janeiro, que não tiveram a mesma paciência ou garantias por parte das autoridades. O que estamos vivendo é um duplo padrão de Justiça, e isso precisa ser dito”.

 

¨      Jornal britânico compara Lula a Biden e diz que estado de saúde gera dúvidas sobre candidatura em 2026

cirurgia e internação hospitalar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "levantou dúvidas sobre sua condição física" e despertou um debate no Brasil sobre "se ele irá ou se deveria" ser candidato à reeleição em 2026, segundo artigo do jornal Financial Times.

Em artigo intitulado "Esquerda brasileira se vê obrigada a considerar futuro pós-Lula", o jornal compara a situação do presidente do Brasil com a dos Estados Unidos, Joe Biden, e até mesmo com Donald Trump, que venceu a eleição americana este ano e assumirá a Casa Branca no próximo mês. Lula está com 79 anos. Biden tem 82. E Trump, 78.

Biden, por exemplo, "sofreu intenso escrutínio sobre sua idade e saúde física".

Lula disse recentemente que só vai decidir sobre sua candidatura mais próximo do pleito. Mas aliados de Lula dizem que o presidente vai concorrer à reeleição.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse em entrevista ao jornal britânico que "não existe plano B" dentro do partido.

Mas ela diz que o PT precisa construir uma liderança para 2030.

O Financial Times cita dois nomes que costumam circular dentro do PT como sucessores de Lula: os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Educação, Camilo Santana.

O jornal diz que, reservadamente, líderes do PT são pessimistas com as perspectivas de um candidato que não seja Lula, e que isso "reflete o estado enfraquecido da esquerda brasileira, após uma reação conservadora causada por polêmicas de corrupção e uma crise econômica na última vez em que esteve no poder".

As perguntas sobre o estado de saúde vieram em um momento "delicado para o governo, em que investidores estão preocupados com as finanças públicas e inflação no Brasil, que estão afetando o câmbio".

"Um esforço para acabar com o déficit primário pelo ministro da Fazenda, Haddad, que muitos consideram favorito para suceder Lula, desagradou muitos esquerdistas do PT que resistem à austeridade fiscal."

O jornal cita o professor de ciência política da Fundação Getúlio Vargas, Eduardo Grin, que diz que as comparações entre Lula e Biden são exageradas e que "a maioria da especulação sobre a saúde de Lula vem do mercado financeiro, que é contra a sua política econômica".

Lula recebeu alta do hospital no domingo (15/12).

Na terça-feira da semana passada, ele havia sido internado às pressas e submetido a uma cirurgia para tratar uma hemorragia no crânio. Lula havia batido a cabeça em outubro, em um acidente doméstico.

Na quinta-feira (12/12), ele passou por um novo procedimento médico para reduzir o fluxo de sangue para a meninge (capa que envolve o cérebro).

O presidente deu entrevista à rede Globo no domingo e disse que voltará em breve ao trabalho. O governo corre contra o tempo para aprovar projetos — como mudanças tributárias importantes — ainda neste ano no Congresso, que entrará em recesso na próxima semana.

Na entrevista à Globo, Lula disse que "ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu".

"Entreguei esse país, sabe, numa situação muito privilegiada. É isso que eu quero fazer outra vez. E não é o mercado que tem ficar preocupado com os gastos do governo. É o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar é o povo pobre", disse Lula.

O presidente também criticou o alto nível da taxa básica de juros ("A única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%").

 

¨      "Não sou catastrofista, mas realista, tensão será grande no Brasil após posse de Trump", diz Latuff

Durante entrevista ao programa Bom Dia 247, o cartunista e analista político Carlos Latuff fez uma avaliação preocupante sobre o cenário político global e suas possíveis repercussões no Brasil com Donald Trump de volta à presidência dos Estados Unidos. Para Latuff, a combinação entre o fortalecimento do bolsonarismo e a política agressiva de Trump na América Latina criará um ambiente de grande instabilidade.

“Não sou catastrofista, mas realista”, afirmou Latuff, rebatendo críticas que costuma receber por suas análises. Segundo ele, a ameaça à democracia brasileira persiste, mesmo após dois anos de governo Lula. "Acreditar que a vitória de Lula dissolveu a base bolsonarista é uma fantasia", declarou. Ele enfatizou que setores das Forças Armadas brasileiras continuam influenciados pela agenda conservadora norte-americana e não descartou tentativas de desestabilização.

<><> Influência Militar e Articulações Conservadoras

Latuff destacou a influência de Washington sobre os militares brasileiros, mencionando que oficiais das Forças Armadas brasileiras já foram instruídos por autoridades norte-americanas sobre supostas ameaças da China na região. "Quem dá as cartas nas Forças Armadas brasileiras ainda são os Estados Unidos. Se houver autorização para um golpe, eles têm apoio suficiente dentro do país", advertiu.

Ele também mencionou uma reunião da extrema-direita realizada recentemente em Buenos Aires, com a participação de figuras como Steve Bannon, Eduardo Bolsonaro e o próprio Trump, virtualmente. Para Latuff, isso indica uma coordenação internacional que pode ter impactos diretos nas democracias da América Latina.

<><> Desdolarização como Ponto de Tensão

Outro fator mencionado por Latuff foi a oposição de Trump à desdolarização, agenda defendida por países como Brasil, China e Rússia no BRICS. "Trump já declarou que é contra qualquer iniciativa que ameace a hegemonia do dólar. Isso coloca o Brasil, como membro ativo do BRICS, na mira de ações econômicas e políticas norte-americanas."

Ele lembrou que o governo Lula também precisará lidar com pressões externas nesse contexto. "A tentativa de acordo com o Mercosul, por exemplo, deve ser vista como uma estratégia para blindar o Brasil contra futuras sanções econômicas."

<><> Alerta à Sociedade e ao Governo

Latuff fez um apelo para que o governo brasileiro adote uma postura mais vigilante e ativa diante dessas ameaças. “Não vejo uma mobilização equivalente no campo progressista. Enquanto a extrema-direita se organiza internacionalmente, parece que estamos deslumbrados com uma falsa normalidade.”

Para ele, a política de conciliação adotada por Lula pode ser um erro estratégico diante de uma possível ofensiva geopolítica conservadora. "Com Trump de volta ao poder, a América Latina será um alvo prioritário, e o Brasil precisará de uma resposta firme e coordenada."

Concluindo sua análise, Latuff deixou um alerta: “São dois anos de porrada. Não temos tempo para ilusões. Se não houver preparo e resistência, o Brasil pode enfrentar um período ainda mais turbulento do que em 2016 ou 2018.”

 

Fonte: Correio Braziliense/Fórum/BBC News Brasil/Brasil 247

 

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