Lula critica gestão
Bolsonaro: 'Brasil não teve um governo, teve uma praga de gafanhotos'
“Entre
2019 e 2022, o Brasil não teve um governo, teve uma praga de gafanhotos que
destruiu os valores deste país, destruiu o respeito às pessoas, às instituições
e à governabilidade”, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
durante declaração neste domingo (15), após receber alta hospitalar. Lula ficou
seis dias internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O
presidente apareceu de surpresa durante a coletiva, acompanhado da
primeira-dama Janja Lula da Silva, enquanto a equipe médica explicava os
detalhes da cirurgia pela qual passou. Lula aproveitou o momento para comentar
a prisão do general Braga Netto e os desdobramentos das investigações
envolvendo uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
“O que aconteceu esta semana com a prisão do
general Braga Netto demonstra que a lei precisa ser cumprida. Sou paciente, sou
democrata, e acredito que ele tem direito à presunção de inocência, o que eu
mesmo não tive. Quero que todos tenham todos os direitos e o devido respeito,
mas, se esses caras fizeram o que tentaram fazer, precisam ser punidos
severamente”, declarou Lula.
O
presidente ressaltou a gravidade dos fatos em apuração, comparando-os com
momentos históricos do país. “Neste país, teve gente que fez dez por cento do
que eles fizeram e morreu na cadeia. Não é possível aceitar o desrespeito à
democracia, à Constituição e à governabilidade. O Brasil é um país generoso, e
não dá para admitir militares de alta graduação tramando a morte de um
presidente da República, do vice-presidente e de um juiz da Suprema Corte
Eleitoral”, afirmou.
Lula
reafirmou que sua principal missão ao retornar ao governo é reconstruir o país
e restabelecer a normalidade democrática. “Minha maior vontade era trazer o
Brasil de volta à normalidade, fazer com que o respeito às pessoas e às
instituições fosse restabelecido. Cada um tem que cumprir com seu papel, cada
macaco no seu galho. Vamos fazer um grande governo, e quero, no dia 31 de
dezembro de 2026, entregar um Brasil sem fome, com mais emprego, um país
alegre, sem fake news e mentiras”, disse o presidente.
Apesar
do período de recuperação, Lula garantiu que continuará liderando suas
atividades e cumprirá uma agenda de reuniões ministeriais até o fim do ano. Ele
afirmou que passará o Natal e o ano-novo em casa, seguindo as
recomendações médicas. “Tenho um compromisso muito grande com esse país e com o
povo brasileiro. Quero deixar a Presidência, assim como fiz em 2010, de cabeça
erguida e consciente de que o Brasil estará muito melhor”, concluiu.
¨ Lula critica juros altos e reafirma compromisso com
responsabilidade fiscal
O presidente Lula,
recém-recuperado de uma cirurgia para drenar um hematoma intracraniano, voltou
a criticar a alta taxa de juros no Brasil em entrevista ao programa Fantástico. Após receber alta
hospitalar neste domingo (15), ele sinalizou que retomará os compromissos em
Brasília a partir de quinta-feira (19), após uma última tomografia em São
Paulo.
"Vou para
Brasília para trabalhar normalmente", declarou Lula, ressaltando
estar "totalmente bem". O retorno ocorre em meio a desafios
econômicos e negociações no Congresso sobre o pacote de controle de gastos
públicos.
<><> Críticas
aos juros altos e mensagem ao mercado
Lula aproveitou a
entrevista para criticar a política de juros elevados, reafirmar seu
compromisso com a responsabilidade fiscal e rebater avaliações do mercado
financeiro.
"Vou repetir:
ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu.
[...] Não é o mercado que tem que ficar preocupado com os gastos do governo, é
o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu
tenho, quem vai pagar é o povo pobre", afirmou.
O presidente também
atribuiu o nervosismo do mercado à proposta de aumentar a faixa de isenção do
Imposto de Renda para R$ 5 mil.
"Muitos no
mercado não pagam imposto de renda. Nós fizemos aquilo que é possível, mandando
[o pacote] para o Congresso Nacional", destacou.
Minutos depois da
entrevista ir ao ar, Lula foi às redes sociais para destacar a chegada do
pacote fiscal do seu governo ao Congresso.
"O pacote
fiscal foi mandado para o Congresso Nacional e ele tem soberania para mudar as
coisas. E ninguém nesse país tem mais responsabilidade fiscal do que eu. Já
governei esse país três vezes. Eu entreguei o Brasil crescendo 7,5% e com a
massa salarial mais alta do país. E é o que eu quero fazer outra vez",
escreveu
<><> Surpresa
com a cirurgia e recuperação
Na entrevista à
revista eletrônica da TV Globo, Lula revelou ter sido pego de surpresa
pela gravidade do hematoma, originado após uma queda em outubro.
"Achei que
estava fora de perigo, mas era engano meu", disse.
Os sintomas
começaram com dores de cabeça no último domingo (9) e se intensificaram na
segunda-feira (10), levando à transferência emergencial para São Paulo, onde
foi submetido ao procedimento.
A primeira-dama,
Janja Lula da Silva, descreveu a noite da cirurgia como uma das mais difíceis
de sua vida:
"Foi realmente
angustiante não saber o que ia acontecer. Mas, graças a Deus, ele está
bem".
<><> Planos
para o futuro e cuidados na recuperação
Mesmo com a alta
hospitalar, Lula seguirá sob monitoramento médico até sua plena recuperação.
Ele brincou ao dizer que Janja, a quem comparou a um árbitro de vídeo (VAR),
será a responsável por fiscalizar sua disciplina nos cuidados.
"Eu vou me
cuidar. Tenho muita responsabilidade e muita disciplina. [...] Não posso fazer
ginástica ou esteira, mas posso passear", explicou.
O presidente
planeja realizar uma reunião ministerial antes do final do ano e participar do
tradicional Natal dos Catadores, em São Paulo. Para 2025, uma viagem ao Japão
está na agenda. "Quando chegar março, eu já estou totalmente curado",
concluiu.
<><> Juros
e desafios econômicos no centro do debate
O retorno de Lula
ao Planalto coincidirá com uma agenda marcada por debates sobre o controle
fiscal e a insatisfação do mercado com o aumento de despesas públicas.
O pacote de cortes
apresentado ao Congresso enfrenta resistência, mas lideranças do governo buscam
garantir sua aprovação antes do recesso parlamentar em 23 de dezembro.
A crítica de Lula
aos juros altos reflete sua visão de que a política monetária atual prejudica o
crescimento econômico e a qualidade de vida da população, enquanto ele reafirma
sua determinação em priorizar os interesses do povo brasileiro.
¨ Lula: "quero entregar
um Brasil mais alegre no dia 31 de dezembro de 2026"
O presidente Lula apareceu
de surpresa na coletiva de imprensa liderada pelo médico Roberto Kalil que
anunciava a sua alta hospitalar do hospital Sírio Libanes neste domingo (15).
Em sua fala, o presidente ressaltou sua boa recuperação após passar por um
procedimento cirúrgico para conter um sangramento no cérebro e também a vontade
de retomar os trabalhos imediatamente, seguindo as orientações médicas.
“Quero entregar um Brasil
mais alegre no dia 31 de dezembro de 2026, quero deixar o Brasil em 2026 como
entreguei em 2010, com a cabeça erguida”, destacou o presidente ao destacar, na
sequência, que pretende viver "até os 120 anos de idade".
Lula afirmou que está
"tranquilo", se sente bem e que já retomará as suas atividades.
"Estou vivo, inteiro e com vontade de trabalhar. (...) Tenho muito
trabalho a fazer. Estou voltando para casa tranquilo, curado, mas preciso me
cuidar. Não posso fazer esteira rápido ou musculação por um período, mas posso
voltar a trabalhar normalmente. Vou tentar obedecer de forma muito disciplinada
os médicos", disse.
O presidente permanecerá em
São Paulo nos próximos dias, despachando da capital, e deverá realizar novos
exames na próxima quinta-feira.
¨ Bertholdo
rebate Rosângela Moro: "tenta crescer com o brilho de Lula"
Esposa
do ex-juiz suspeito e atual senador, Sergio Moro, Rosângela, decidiu, nesta
segunda-feira (16), atacar Luiz Inácio Lula da Silva, um dia após a alta
hospitalar do presidente. O ataque ocorreu em reação à entrevista concedida por
Lula à TV Globo, que, em uma edição da gravação, reafirmou seu
apoio à Operação Lava Jato — conduzida por Moro em Curitiba-PR e responsável
pela prisão política do presidente, em 2018.
Em
postagem na rede social Instagram, Rosângela também defendeu os envolvidos nos
atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram as sedes
dos Três Poderes, em Brasília-DF. Segundo a esposa de Moro, que foi declarado
parcial enquanto juiz da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021,
Lula teve mais direito à defesa do que os bolsonaristas presos pelo 8/1.
O
advogado Roberto Bertholdo, que acusa Moro de perseguição pessoal e política,
reagiu, postando um vídeo na mesma rede social. Ele disse que Rosângela
"tenta crescer" com base "no brilho do presidente Lula",
"se aproveitando do momento de fragilidade do presidente" para
atacá-lo. Veja as postagens:
Roberto
Bertholdo: "@rosangelawmoro,
oportunista como sempre, tenta crescer com @lulaoficial justo num momento em
que o presidente se recupera de uma seríssima cirurgia que realizou. Além de
indigente cultural, a mulher de @sf_moro demonstra não ter respeito humano,
empatia e compaixão. Ambos são seres da pior espécie. Concordam?".
Rosângela
Moro: "#DomingoNoFantástico.
Vamos deixar os fatos claros. Na entrevista ao #Fantástico, o presidente Lula
foi desmentido ao vivo. É importante lembrar que, no caso da #LavaJato, ele
teve garantido o amplo direito de defesa, como manda a Constituição, e só foi preso
após um julgamento legal, com base em provas e decisões colegiadas. Mais do que
isso, foi beneficiado por uma reviravolta política que anulou condenações,
mesmo após ter sido condenado em instâncias superiores.
Agora, vamos comparar: Lula teve muito mais direitos, tempo e presunção de
inocência do que qualquer cidadão comum jamais teve. E, certamente, muito mais
do que as pessoas presas preventivamente por atos do dia 8 de janeiro, que não
tiveram a mesma paciência ou garantias por parte das autoridades. O que estamos
vivendo é um duplo padrão de Justiça, e isso precisa ser dito”.
¨ Jornal britânico compara Lula a Biden e diz que estado
de saúde gera dúvidas sobre candidatura em 2026
A cirurgia e internação hospitalar do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva "levantou dúvidas sobre sua
condição física" e despertou um debate no Brasil sobre "se ele irá ou
se deveria" ser candidato à reeleição em 2026, segundo artigo do jornal
Financial Times.
Em artigo
intitulado "Esquerda brasileira se vê obrigada a considerar futuro
pós-Lula", o jornal compara a situação do presidente do Brasil com a dos
Estados Unidos, Joe Biden, e até mesmo
com Donald Trump, que venceu a
eleição americana este ano e assumirá a Casa Branca no próximo mês. Lula está
com 79 anos. Biden tem 82. E Trump, 78.
Biden, por exemplo,
"sofreu intenso escrutínio sobre sua idade e saúde física".
Lula disse
recentemente que só vai decidir sobre sua candidatura mais próximo do pleito.
Mas aliados de Lula dizem que o presidente vai concorrer à reeleição.
A presidente do PT,
Gleisi Hoffmann, disse em entrevista ao jornal britânico que "não existe
plano B" dentro do partido.
Mas ela diz que o
PT precisa construir uma liderança para 2030.
O Financial Times
cita dois nomes que costumam circular dentro do PT como sucessores de Lula: os
ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Educação, Camilo Santana.
O jornal diz que,
reservadamente, líderes do PT são pessimistas com as perspectivas de um
candidato que não seja Lula, e que isso "reflete o estado enfraquecido da
esquerda brasileira, após uma reação conservadora causada por polêmicas de
corrupção e uma crise econômica na última vez em que esteve no poder".
As perguntas sobre
o estado de saúde vieram em um momento "delicado para o governo, em que
investidores estão preocupados com as finanças públicas e inflação no Brasil,
que estão afetando o câmbio".
"Um esforço
para acabar com o déficit primário pelo ministro da Fazenda, Haddad, que muitos
consideram favorito para suceder Lula, desagradou muitos esquerdistas do PT que
resistem à austeridade fiscal."
O jornal cita o professor
de ciência política da Fundação Getúlio Vargas, Eduardo Grin, que diz que as
comparações entre Lula e Biden são exageradas e que "a maioria da
especulação sobre a saúde de Lula vem do mercado financeiro, que é contra a sua
política econômica".
Lula recebeu alta
do hospital no domingo (15/12).
Na terça-feira da
semana passada, ele havia sido internado às pressas e submetido a uma cirurgia
para tratar uma hemorragia no crânio. Lula havia batido a cabeça em outubro, em
um acidente doméstico.
Na quinta-feira
(12/12), ele passou por um novo procedimento médico para reduzir o fluxo de
sangue para a meninge (capa que envolve o cérebro).
O presidente deu
entrevista à rede Globo no domingo e disse que voltará em breve ao trabalho. O
governo corre contra o tempo para aprovar projetos — como mudanças tributárias
importantes — ainda neste ano no Congresso, que entrará em recesso na próxima
semana.
Na entrevista à
Globo, Lula disse que "ninguém nesse país, do mercado, tem mais
responsabilidade fiscal do que eu".
"Entreguei
esse país, sabe, numa situação muito privilegiada. É isso que eu quero fazer
outra vez. E não é o mercado que tem ficar preocupado com os gastos do governo.
É o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu
tenho, quem vai pagar é o povo pobre", disse Lula.
O presidente também
criticou o alto nível da taxa básica de juros ("A
única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%").
¨ "Não sou
catastrofista, mas realista, tensão será grande no Brasil após posse de
Trump", diz Latuff
Durante entrevista ao
programa Bom Dia 247, o cartunista e analista político Carlos
Latuff fez uma avaliação preocupante sobre o cenário político global e suas possíveis
repercussões no Brasil com Donald Trump de volta à presidência dos Estados
Unidos. Para Latuff, a combinação entre o fortalecimento do bolsonarismo e a
política agressiva de Trump na América Latina criará um ambiente de grande
instabilidade.
“Não sou catastrofista, mas
realista”, afirmou Latuff, rebatendo críticas que costuma receber por suas
análises. Segundo ele, a ameaça à democracia brasileira persiste, mesmo após
dois anos de governo Lula. "Acreditar que a vitória de Lula dissolveu a base
bolsonarista é uma fantasia", declarou. Ele enfatizou que setores das
Forças Armadas brasileiras continuam influenciados pela agenda conservadora
norte-americana e não descartou tentativas de desestabilização.
<><> Influência Militar e Articulações
Conservadoras
Latuff destacou a influência
de Washington sobre os militares brasileiros, mencionando que oficiais das
Forças Armadas brasileiras já foram instruídos por autoridades norte-americanas
sobre supostas ameaças da China na região. "Quem dá as cartas nas Forças
Armadas brasileiras ainda são os Estados Unidos. Se houver autorização para um
golpe, eles têm apoio suficiente dentro do país", advertiu.
Ele também mencionou uma
reunião da extrema-direita realizada recentemente em Buenos Aires, com a
participação de figuras como Steve Bannon, Eduardo Bolsonaro e o próprio Trump,
virtualmente. Para Latuff, isso indica uma coordenação internacional que pode
ter impactos diretos nas democracias da América Latina.
<><> Desdolarização como Ponto de
Tensão
Outro fator mencionado por
Latuff foi a oposição de Trump à desdolarização, agenda defendida por países
como Brasil, China e Rússia no BRICS. "Trump já declarou que é contra
qualquer iniciativa que ameace a hegemonia do dólar. Isso coloca o Brasil, como
membro ativo do BRICS, na mira de ações econômicas e políticas
norte-americanas."
Ele lembrou que o governo
Lula também precisará lidar com pressões externas nesse contexto. "A
tentativa de acordo com o Mercosul, por exemplo, deve ser vista como uma
estratégia para blindar o Brasil contra futuras sanções econômicas."
<><> Alerta à Sociedade e ao Governo
Latuff fez um apelo para que
o governo brasileiro adote uma postura mais vigilante e ativa diante dessas
ameaças. “Não vejo uma mobilização equivalente no campo progressista. Enquanto
a extrema-direita se organiza internacionalmente, parece que estamos
deslumbrados com uma falsa normalidade.”
Para ele, a política de
conciliação adotada por Lula pode ser um erro estratégico diante de uma
possível ofensiva geopolítica conservadora. "Com Trump de volta ao poder,
a América Latina será um alvo prioritário, e o Brasil precisará de uma resposta
firme e coordenada."
Concluindo sua análise, Latuff deixou um alerta: “São
dois anos de porrada. Não temos tempo para ilusões. Se não houver preparo e
resistência, o Brasil pode enfrentar um período ainda mais turbulento do que em
2016 ou 2018.”
Fonte: Correio
Braziliense/Fórum/BBC News Brasil/Brasil 247
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