Butantan tem resultado promissor em
vacina contra todos os sorotipos da Dengue
O Instituto Butantan solicitou à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro da primeira vacina contra a dengue em
dose única do mundo. A informação foi confirmada por Gustavo Mendes, diretor do
instituto, em entrevista ao Agora CNN.
Segundo Mendes, o desenvolvimento do imunizante levou
cerca de uma década. “O Butantan começou esse desenvolvimento já há 10 anos
atrás. Esses estudos precisam de um acompanhamento muito próximo e de um
desenvolvimento muito cauteloso”, explicou.
A vacina, de acordo com o diretor, apresentou
resultados promissores para todos os quatro sorotipos da dengue. “A gente sabe
que a dengue é uma doença que tem quatro sorotipos, dengue 1, dengue 2, dengue
3, dengue 4, e a gente conseguiu um resultado que se mostrou promissor para
todas essas variantes”, afirmou.
Dose única e eficácia prolongada
Um dos principais diferenciais da vacina desenvolvida
pelo Butantan é a necessidade de apenas uma dose para a imunização. “É uma
vacina que vai tomar uma vez só e não vai precisar tomar mais, porque a dengue
não é uma doença que tem essa mutação e essa característica como outras, como a
Covid ou a gripe”, destacou Mendes.
Os estudos realizados pelo instituto acompanharam os
participantes por um período de cinco anos, demonstrando que a proteção se
mantém durante esse tempo. “Nesse período a gente viu que as pessoas se mantêm
protegidas”, ressaltou o diretor.
A entrega da documentação final à Anvisa marca uma
etapa crucial no processo de aprovação da vacina. Mendes enfatizou a importância
da parceria entre pesquisadores e voluntários, “Foi uma grande parceria que nós
tivemos nesse sentido de desenvolvimento. Nós aqui no Brasil envolvemos uma
série de pesquisadores que acompanharam as pessoas que tomaram a vacina,
acompanharam se tiveram a presença da doença ou se teve caso grave”.
Caso aprovada, a vacina do Butantan pode representar um
avanço significativo no combate à dengue, uma doença que afeta milhões de
pessoas anualmente, especialmente em países tropicais como o Brasil.
¨ Esperamos alta adesão e distribuição
pelo SUS, diz diretor do Butantan sobre
vacina contra Dengue
O Instituto Butantan deu um passo
significativo na luta contra a dengue ao solicitar à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro da primeira vacina contra a doença em
dose única do mundo.
Em entrevista exclusiva ao Agora CNN deste
sábado (21), o diretor do Instituto Butantan, Gustavo Mendes, compartilhou
detalhes sobre as expectativas em torno deste avanço médico.
Mendes enfatizou o caráter público da iniciativa: “O
Instituto Butantan é uma instituição pública e a gente desenvolveu essa vacina
pensando majoritariamente na utilização pelo serviço público”. Esta declaração
reforça o compromisso do instituto com a saúde pública brasileira.
Processo de aprovação e distribuição
O diretor esclareceu que, após a aprovação da Anvisa,
ainda há etapas a serem cumpridas antes que a vacina chegue aos postos de
saúde.
“Precisa ser incorporado pelo Programa Nacional de
Imunização. Precisa ser avaliado quanto aos custos”, explicou Mendes,
destacando a importância da análise econômica no processo.
A expectativa é que a vacina seja mais acessível devido
à sua característica de dose única. Mendes argumentou: “A gente espera que por
ser dose única, seja uma vacina mais barata, mais acessível”.
Esta característica é crucial para a implementação de
uma estratégia de vacinação em larga escala, necessária para combater
efetivamente a dengue.
<><> Impacto na saúde pública
O Instituto Butantan tem como objetivo principal a
distribuição da vacina através do Sistema Único de Saúde (SUS). “A gente sabe
que para enfrentar a dengue a gente precisa de uma vacinação em larga escala.
Quanto mais pessoas utilizarem a vacina, mais a gente consegue impedir a
circulação desse vírus”, afirmou Mendes.
Esta abordagem visa não apenas proteger indivíduos, mas
também reduzir significativamente a circulação do vírus na população,
contribuindo para o controle efetivo da doença em todo o país.
A estratégia de “ampla vacinação por meio do SUS” é
vista como fundamental para alcançar este objetivo de saúde pública.
¨ “Fake news prejudicaram cobertura vacinal”, diz
presidente da Anvisa
o diretor
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra
Torres, fez um alerta sobre o impacto das fake news na cobertura vacinal do
país.
Prestes a deixar o
cargo, Torres refletiu sobre sua gestão durante a pandemia e os desafios
enfrentados no combate à desinformação.
Segundo o
presidente da Anvisa, o Brasil, que
anteriormente mantinha índices de aceitação vacinal superiores a 90%, hoje se
aproxima de apenas 70%.
Segundo ele, esta
queda significativa é atribuída principalmente à disseminação de informações
falsas e campanhas antivacina nas redes sociais.
Impacto global da
desinformação
Torres ressaltou
que o fenômeno da desinformação não se limitou ao Brasil, afetando diversos
países ao redor do mundo.
No entanto, ele
considera que o Brasil foi particularmente atingido, dada sua histórica alta
adesão às campanhas de vacinação.
“O mal que as
mentiras veiculadas pela internet, as fake news, os movimentos antivacina, o
mal que esses grupos causaram, vai precisar ainda de uma ação muito intensa,
muito firme de governos”, afirmou o diretor da Anvisa.
Torres enfatizou a
necessidade de esforços contínuos e robustos para reverter essa tendência e
recuperar a confiança da população nas vacinas.
Desafio da
recuperação
Para retomar os
altos índices de cobertura vacinal, Torres indicou que será necessário um
trabalho árduo e coordenado entre diferentes esferas do governo e da sociedade.
Ele reiterou a
importância crucial das vacinas para a saúde pública, declarando enfaticamente:
“Vacinas salvam vidas”.
Segundo o diretor,
o desafio agora é não apenas desenvolver vacinas eficazes, mas também garantir
que a população confie e adote as medidas preventivas necessárias para o
controle de doenças evitáveis.
Fonte: CNN Brasil
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