segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Gonet vai formalizar denúncias contra Bolsonaro e "vem chumbo grosso", afirma Elio Gaspari

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está prestes a apresentar uma nova denúncia contra  Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral Paulo Gonet deverá formalizar as acusações nas próximas semanas, imputando a Bolsonaro participação nas manobras antidemocráticas que culminaram nos violentos ataques de 8 de janeiro deste ano, conforme informações publicadas pelo jornalista Elio Gaspari na Folha de S.Paulo.

A denúncia da PGR se soma a outras acusações já em andamento. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal em dois inquéritos separados: um relacionado ao suposto recebimento indevido de joias sauditas e outro envolvendo a emissão de atestados falsos de vacinação contra a Covid-19. Ambos os casos têm potencial de agravar as disputas judiciais do ex-presidente, já que podem dificultar ainda mais seu caminho para reverter a inelegibilidade.

Segundo fontes próximas ao caso, “vem chumbo grosso” na sequência dos processos, sinalizando que as provas reunidas pela PGR não deixaram margem para dúvidas sobre o envolvimento de Bolsonaro em práticas questionáveis. A Procuradoria, no entanto, optou por adiar o envio da denúncia ao STF até o término do recente processo eleitoral, para evitar qualquer interferência no cenário político.

Essa movimentação jurídica reforça os obstáculos que Bolsonaro terá de enfrentar nos tribunais para reverter a sua situação eleitoral.

<><> "Não vamos permitir esse negócio de anistia: Bolsonaro vai ser preso", diz Rogerio Correia

Em entrevista ao programa Bom Dia 247, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) reforçou sua oposição à possibilidade de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe e nos esquemas investigados contra a democracia brasileira. Correia declarou que espera ver punições severas aos responsáveis, incluindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e apontou a necessidade de mobilização para garantir que esses processos avancem sem concessões.

"Vai dar prisão. Não tem outra. Bolsonaro vai ser preso. O que não podemos é criar um clima de anistia no Brasil, que é o que eles querem fazer," disse Correia. Ele destacou a euforia da extrema direita com a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, e como isso tem influenciado os defensores da anistia no Brasil. "Estão eufóricos com a vitória do maluco lá nos EUA, Trump. Estão eufóricos achando que isso influenciará para que tenha anistia aqui."

O deputado enfatizou a importância de resistir à pressão pela anistia e de mobilizar a sociedade na defesa da democracia: "Nós não podemos deixar de fazer a disputa na sociedade. Sempre falo isso. Não podemos ficar olhando a extrema direita jogar e deixar eles jogarem sozinhos. Eles vão para as redes, inventam versões. Se a esquerda não se preocupa em fazer a defesa enfática da democracia e pedir a punição, eles vão ficando em um terreno livre para agir."

Correia defendeu a criação de um movimento que reforce a oposição à anistia e que cobre agilidade na análise dos processos: "É preciso criar um movimento sem anistia e que seja célere na apreciação dos processos que estão na Polícia Federal. Acho que a partir da entrega pela Polícia Federal dos inquéritos no mês de novembro, teremos material muito farto para fazer as denúncias, retomar o processo sem anistia, ir para as ruas, ir para as redes, mostrar o significado de acabar com a democracia."

Correia também criticou a postura dos envolvidos nas tentativas de golpe que agora disputam cargos públicos, ressaltando a contradição na atitude desses candidatos: "Eles são cara de pau. Aquele que disputou a eleição aqui, um dia, no debate, falei com ele: você está disputando a eleição depois de ter tentado dar um golpe? Ou seja, agora, as urnas eletrônicas valem? Porque não valia na época em que Lula ganhou do Bolsonaro? Era só para tumultuar."

Convocando a esquerda para a mobilização, Correia usou a entrevista no 247 para lançar um chamado: "Aproveito o programa no 247 para lançar para toda a esquerda esse desafio. Vamos para cima. Não vamos permitir esse negócio de anistia, não vamos arriar nossas lutas." Correia também reforçou a importância de o PT e a esquerda manterem suas bandeiras: "Esse negócio do PT ir para o centro, de esquecermos nossas bandeiras… se negócio fosse ir para o centro e vencer a eleição, a Kamala tinha dado de goleada. Ela nem foi para o centro, foi para a direita."

 

•        Bolsonaristas golpistas planejaram raptar Lula e fizeram dossiê sobre armamento de seguranças

Informações recuperadas de arquivos eletrônicos que estavam em posse do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, mostram detalhes do planejamento do golpe de Estado que previa o rapto de Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

As informações foram divulgadas por Thais Bilenky e José Roberto de Toledo no portal Uol nesta sexta-feira (8) e foram baseadas nas novas informações obtidas pela Polícia Federal (PF) após a recuperação dos arquivos deletados por Cid por meio de um software israelense.

A descoberta fez com que os investigadores ouvissem novas testemunhas, entre elas o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e o general Nilton Diniz Rodrigues, que na época era coronel e se formou nas Forças Especiais do Exército - os chamados Kids Pretos, que participaram ativamente do golpe.

As novas informações mostram que os golpistas prepararam um dossiê detalhado com informações sobre a rotina de Lula, além de nomes e até armamentos dos seguranças do presidente, que tomou posse em 1º de janeiro de 2023.

"O planejamento do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas", diz a reportagem do Uol, que teve acesso às informações.

A PF acredita que pelas informações levantadas havia, por parte dos golpistas, a previsão de um possível confronto armado com os seguranças de Lula e Moraes.

O ministro do STF teria autorizado a PF a prorrogar as investigações por mais 60 dias diante das novas evidências. Assim, o indiciamento de Bolsonaro e da organização criminosa golpista, previsto para este mês de novembro, só deve acontecer no início de 2025.

<><> Novas condenações

Na terça-feira (5), o STF condenou mais 14 participantes dos atos golpistas do 8 de Janeiro, que não haviam aceitado o acordo de não persecução penal proposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Essa nova leva incluía apenas golpistas que permaneceram no acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília durante os atos de terror na Praça dos Três Poderes e por isso foram condenados por crimes de menor gravidade.

Segundo Moraes, que teve voto acompanhado de todos os ministros - incluindo Kássio Nunes Marques e André Mendonça - essas pessoas sabiam previamente das ações e deram suporte à tentativa de golpe.

Eles foram condenados por associação criminosa, com um ano de cadeia, e incitação ao crime - por pedir intervenção de militares - com pena de multa de 10 salários mínimos.

Todos eles tiveram os passaportes retidos e terão que prestar 225 horas de serviços à comunidade.

•        “Militar que participa de golpe é traidor e tem que ser punido”, diz Pedro Serrano sobre plano para capturar Lula e Moraes

Revelações recentes da Polícia Federal (PF) trazem à tona detalhes alarmantes sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, que incluíam planos para a captura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O jurista Pedro Serrano reagiu com indignação às descobertas, defendendo que qualquer militar envolvido em ações antidemocráticas deve ser considerado "um traidor da pátria". “Militar que participa de golpe contra a democracia é um traidor da pátria e da própria farda”, afirmou Serrano, ressaltando que tais atos exigem punições exemplares, incluindo expulsão e processo criminal.

De acordo com informações publicadas pelo UOL, o plano golpista incluía um levantamento minucioso das rotinas de segurança de Lula e Moraes, com detalhes que iam desde os nomes até o armamento dos agentes encarregados de proteger as autoridades. A reportagem, assinada por José Roberto de Toledo e Thais Bilenky, destacou que a intenção era emboscar o presidente e o ministro, possivelmente desencadeando um confronto armado com suas equipes de segurança. "O planejamento do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas. Pelo tipo de informações coletadas por eles, fica evidente que os golpistas se preparavam para a eventualidade de um confronto armado e violento com os seguranças do presidente e do ministro", detalha a reportagem.

As investigações sugerem que integrantes das Forças Armadas, incluindo militares de operações especiais, apelidados de “caveiras” ou “caveiras pretos”, participaram ativamente do planejamento. Serrano observou que, além do envolvimento direto, os golpistas teriam monitorado ilegalmente autoridades públicas, visando a capturá-las. “A participação de militares na tentativa de golpe parece que foi intensa conforme as últimas notícias”, disse o jurista. Para ele, se os fatos forem confirmados, “todos os militares envolvidos, inclusive os comandantes, devem ser punidos criminalmente além de expulsos das Forças Armadas”.

No dia do ataque, no entanto, tanto Lula quanto Moraes estavam fora de Brasília: o presidente visitava Araraquara, no interior de São Paulo, enquanto o ministro estava em Paris. A ausência das autoridades na capital pode ter frustrado a execução do plano, ainda que os apoiadores tenham invadido e depredado prédios dos Três Poderes, o que deixou claro o nível de organização e a potencial gravidade da ação planejada.

Em resposta às novas descobertas, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o inquérito da PF por mais 60 dias, permitindo que a investigação avance para a identificação de líderes, executores e financiadores da tentativa de golpe. A expectativa é que os resultados sejam apresentados entre o final de dezembro e o início de 2025, com uma possível denúncia que pode incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os implicados. Bolsonaro, de acordo com o UOL, estaria articulando uma anistia no Congresso, mesmo antes de enfrentar possíveis acusações judiciais.

<><> Gleisi condena plano golpista para raptar Lula e Moraes: “a democracia não pode relaxar 1 minuto”

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou neste sábado (9) que os golpistas que tramaram um plano para raptar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o UOL, a Polícia Federal identificou que os criminosos levantaram informações detalhadas sobre as rotinas dos seguranças do presidente e do ministro em um movimento que faria parte da trama golpista de 8 de janeiro de 2023.

“A PF descobriu que os golpistas da extrema direita fizeram levantamento dos nomes, da rotina e até das armas de seguranças de Lula e do então presidente do STF, Alexandre de Moraes. Claramente o objetivo era atacar pessoalmente os chefes dos poderes. É pra essa gente e para ele mesmo que o chefe do golpe, o inelegível Bolsonaro, pede anistia ao Congresso. O Brasil e a democracia não podem relaxar a vigilância. Muito menos deixá-los impunes. Sem anistia!”, escreveu Gleisi.

Entre as informações buscadas pelos golpistas, estão os nomes dos seguranças e o tipo de armamento usado pelos agentes. Fontes ligadas à investigação afirmam que o levantamento era parte de um plano que previa confrontos armados com os responsáveis pela segurança das autoridades. Essas descobertas resultaram na prorrogação do inquérito por mais 60 dias, decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes.

•        Cappelli volta a pedir punição para golpistas ao divulgar relato de PM ferido no 8 de janeiro: "enfrentamos homens treinados"

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, publicou neste domingo (10) o relato de um policial militar ferido nos atos golpistas de 8 de janeiro. Naquele dia, Capelli foi nomeado o interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal para conter as invasões nos prédios dos Três Poderes, em Brasília.

Segundo ele, o policial relatou que os golpistas envolvidos no ato eram treinados e tinham conhecimento de técnicas de combate, o que prova que foi uma tentativa de golpe premeditada. "’Interventor, nós enfrentamos homens profissionais, treinados, com equipamentos e conhecimento de táticas de combate’. Relato de um policial militar ferido no dia 8/01”, escreveu Cappelli em sua conta no X.

Na sequência, o ex-interventor pede que os envolvidos nos atos golpistas sejam exemplarmente punidos. Está em tramitação na Câmara dos Deputados projeto de lei que concede anistia aos condenados por participação na tentativa de golpe, o PL da Anistia. “Não foi um passeio no parque. Tinha plano e método. Todos os envolvidos devem ser exemplarmente punidos”, protesta Cappelli.

•        Paulo Pimenta: "Não vamos normalizar golpe de Estado. Sem anistia!"

Em postagem nas redes sociais, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), classificou como "estarrecedoras" as revelações de que a Polícia Federal encontrou novos arquivos no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que mostram que os golpistas do 8 de janeiro monitoraram os nomes, rotinas e até as armas dos seguranças do presidente Lula.

Segundo reportagem do UOL, a PF ainda apontou que as investigações apontam que grupos de militares conhecidos como 'Kids pretos' planejavam uma emboscada para prender o ministro Alexandre de Moraes.

"Não podemos aceitar a narrativa da extrema direita que tenta anistiar terroristas como se fossem inocentes. Não vamos normalizar golpe de Estado. Sem anistia!", escreveu o ministro.

•        Chefe da ‘máfia do Pix’ no 8 de janeiro é preso pela PRF

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu um homem suspeito de ser um dos financiadores dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023. O homem de 46 anos, natural de Cuiabá, no Mato Grosso, transitava pela BR-290, no Rio Grande do Sul, quando foi abordado pelos agentes na noite dessa sexta-feira (8/11).

O homem é acusado de ser um dos líderes do acampamento do QG do Exército em Brasília, conhecido por ser organizador da “máfia do Pix”, que arrecadava recursos para manter a alimentação do local. Aos policiais, o cuiabano afirmou que estava foragido no Uruguai e que havia retornado ao Brasil para comprar uma geladeira.

Os agentes abordaram o suspeito após acompanharem a rota do veículo que tentava desviar o trajeto e evitar os postos da PRF. Ao consultarem a documentação do indivíduo nos sistemas, foi encontrado um mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por diversos crimes, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O homem também está associado aos crimes de terrorismo, ameaça, perseguição, dano qualificado, incêndio, descumprimento de determinação do poder público para impedir a propagação de doença contagiosa, associação criminosa com uso de armas, destruição de bem especialmente protegido por lei, e pichação ou degradação de local público.

Até o momento, 265 pessoas foram condenadas pelo STF por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Do total, 223 condenações foram pelos crimes mais graves e envolvem quem depredou a praça dos Três Poderes - três pessoas foram absolvidas.

O STF também já firmou 476 acordos de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República (PGR). No caso, os acusados pagam multa e fazem cursos sobre a democracia brasileira, além de cumprirem uma série de outras medidas restritivas.

 

Fonte: Brasil 247/Correio Braziliense      

 

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