segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Ucrânia superou 'seus patronos ocidentais' em grau de barbárie, diz governador de Kherson

O regime de Kiev ultrapassa o que seus curadores ocidentais recomendam, trazendo uma verdadeira barbárie à população de Kherson, afirmou à Sputnik o governador da região, Vladimir Saldo, nesta quinta-feira (26).

"Kiev faz tudo para impedir que nossos residentes vivam em paz. Essa é a verdadeira barbárie do regime de Kiev, que revela toda a sua natureza, fazendo ainda mais do que é dito e sugerido por seus curadores ocidentais", disse o governador da região de Kherson.

O governador citou um recente ato terrorista cometido pelo Exército ucraniano. "Perseguir o chefe de um hospital com drones de reconhecimento, rastreá-lo e despejar munições perto de sua casa – isso só pode ser feito por um verdadeiro canalha. Portanto, todo esse poder em Kiev, que dá tais ordens, já se desqualificou. Mas, infelizmente, enquanto eles forem ajudados por seus patronos ocidentais que não veem todos esses crimes, ainda estão em ação", disse Saldo.

Segundo o governador, o adversário tenta diariamente desembarcar na margem esquerda do rio Dniepre, mas suas ações são frustradas pelo Exército russo. A ação tem resultado apenas em novas e inúteis perdas entre os militares da Ucrânia, que Kiev envia em missões suicidas para a margem esquerda da região.

"Quaisquer tentativas deles são frustradas. As Forças Armadas da Rússia sabem o que fazer. Isso continua diariamente, mas as oportunidades e probabilidades de um desembarque na margem esquerda levarão apenas a mais vítimas, tanto entre os militares, que estão sendo forçados a servir, quanto entre os civis que permanecem sob o regime de Kiev", enfatizou.

O governador da região declarou que a maioria da população na parte de Kherson que ainda está sob o controle de Kiev acredita que se reunirá novamente com a Federação da Rússia.

Desde 24 de fevereiro de 2022, a Rússia mantém uma operação militar especial na Ucrânia cujos objetivos, segundo o presidente russo, Vladimir Putin, são proteger a população de um genocídio perpetrado pelo regime de Kiev e enfrentar os riscos de segurança nacional que representa o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o leste, próximo às fronteiras da Rússia.

As Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, bem como as províncias de Kherson e Zaporozhie, foram integradas à Rússia no final de setembro de 2022, após a realização de referendos de autodeterminação.

O lado ucraniano não reconhece a legitimidade e segue bombardeando o território. Atualmente, 75% da região de Kherson está sob controle russo.

<><> Recursos dos patrocinadores da Ucrânia na OTAN devem minguar em 2025

O envio contínuo de armamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) à Ucrânia no próximo ano está em risco devido à falta de recursos entre os principais patrocinadores do regime de Vladimir Zelensky, disseram especialistas à Bloomberg, nesta sexta-feira (27).

Em jogo está um controverso acordo de empréstimo de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 250 bilhões), proveniente dos lucros dos ativos congelados do Banco Central da Rússia em bancos ocidentais.

Washington teme que esse acordo possa ser bloqueado pela Hungria ou reduzido, afirma a reportagem. Mesmo que esse montante seja liberado, seria suficiente para manter o abastecimento bélico de Kiev apenas até metade do ano.

Isso sem contar a situação econômica da Ucrânia, incluindo uma lacuna projetada de US$ 35 bilhões (R$ 190 bilhões) no orçamento de 2025, dos quais cerca de US$ 15 bilhões (R$ 81,4 bilhões) ainda não têm cobertura, mesmo após a aplicação de subsídios do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia.

O déficit poderia forçar Kiev a iniciar negociações de paz com a Rússia, "em uma posição de fraqueza", alertaram as fontes da Bloomberg.

Kiev também enfrenta dificuldades para convencer seus patrocinadores a continuarem desembolsando dezenas de bilhões de dólares em armamentos para o conflito, à medida que a produção russa aumentada "supera" a produção combinada do Ocidente coletivo.

Outro fator mencionado pela agência de notícias é uma vitória em novembro do candidato à presidência dos EUA Donald Trump, que deve aumentar as pressões sobre Zelensky.

Além disso, a Alemanha — segundo maior patrocinador da Ucrânia depois dos EUA — enfrenta restrições constitucionais de dívida que já começaram a afetar o apoio a Kiev.

Com os problemas econômicos se espalhando por França, Itália e Reino Unido, esses países também podem reduzir a assistência. O governo de Keir Starmer, em Londres, prometeu continuar apoiando Kiev de forma vigorosa, apesar das difíceis escolhas orçamentárias em casa.

Em abril, a Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pelos republicanos, aprovou um pacote de US$ 48 bilhões (cerca de R$ 260 bilhões, na cotação atual) em ajuda de segurança para a Ucrânia, após um impasse de seis meses relacionado à crise na fronteira sul dos EUA.

¨      Rússia diz que mudanças em política nuclear são 'sinal para Ocidente' e comenta exercícios da OTAN

O Kremlin afirmou que as mudanças na doutrina de armas nucleares da Rússia delineadas pelo presidente Vladimir Putin devem ser consideradas "um sinal para os países ocidentais de que haverá consequências se eles participarem de ataques à Rússia".

Putin afirmou na quarta-feira (27) que a Rússia poderia usar armas nucleares se fosse atingida por mísseis convencionais, e que Moscou consideraria qualquer ataque apoiado por uma potência nuclear um ataque conjunto.

O porta-voz presidencial Dmitry Peskov disse que ajustes em um documento chamado "Os Fundamentos da Política de Estado na Esfera da Dissuasão Nuclear" foram formulados. Questionado por repórteres se as mudanças eram um sinal para o Ocidente, Peskov disse: "Isso deve ser considerado um sinal definitivo."

"Este é um sinal que alerta esses países sobre as consequências caso participem de um ataque ao nosso país por vários meios, e não necessariamente nucleares", disse Peskov.

O mundo, continuou, foi testemunha de um "confronto sem pecedentes" que, segundo o porta-voz, foi provocado pelo "envolvimento direto de países ocidentais, incluindo potências nucleares" no conflito da Ucrânia.

Peskov acrescentou que a decisão sobre publicar ou não os documentos nucleares seria tomada posteriormente.

Nesta sexta-feira (27), o conselheiro do Kremlin para assuntos navais, Nikolai Patrushev, disse que os países da OTAN, tentando manter seu domínio global, estão modernizando sua infraestrutura militar e desenvolvendo cenários para combater a Rússia.

"A prossecução de uma política externa e interna independente da Rússia provoca oposição dos Estados Unidos e dos seus aliados no bloco da OTAN, que procuram manter o seu domínio no mundo, incluindo os oceanos", disse o conselheiro em uma reunião realizada na região de Kaliningrado.

De acordo com Patrushev, "os países da OTAN realizam regularmente exercícios militares, durante os quais são elaborados cenários para repelir um suposto ataque russo aos Países Bálticos".

A decisão de mudar a doutrina nuclear oficial da Rússia é a resposta do Kremlin às deliberações nos Estados Unidos e no Reino Unido sobre dar ou não permissão à Ucrânia para disparar mísseis ocidentais convencionais contra Moscou.

¨      EUA temem resposta 'mortal' da Rússia aos ataques ucranianos com armas de longo alcance, diz mídia

A Inteligência dos EUA acredita que a Rússia pode tomar medidas sérias caso os países ocidentais autorizem as forças ucranianas a efetuar ataques em profundidade ao território russo, relata o The New York Times.

"Em uma avaliação da inteligência não relatada anteriormente, [...] Está sendo minimizado o impacto do uso de mísseis de longo alcance no decorrer do conflito, já que a Ucrânia possui um número limitado de armas desse tipo e não está claro quantas mais os aliados ocidentais serão capazes de fornecer, e se poderão sequer fazê-lo", diz jornal.

Segundo acrescenta o jornal, os analistas também temem tal decisão por causa da impossibilidade de calcular suas consequências, dado que os conselheiros mais próximos do presidente dos EUA, Joe Biden, acreditam que a resposta da Rússia será "mortal".

"Tal situação pode explicar parcialmente por que Biden teve tanta dificuldade em tomar essa decisão, e por que ele foi forçado a responder ‘não’ ao pedido de [Vladimir] Zelensky", explica o artigo.

Anteriormente, Zelensky já havia exigido que a Ucrânia pudesse atacar a Rússia em profundidade com armas ocidentais. Ontem (26), Zelensky, que está nos EUA, se reuniu com Joe Biden, mas a Casa Branca não anunciou qualquer mudança de abordagem quanto à proibição de Kiev usar mísseis de longo alcance.

¨      Capacidade militar de Kiev está cada vez mais fraca, ao contrário da russa, admite mídia

Os países ocidentais têm dificuldades em patrocinar a Ucrânia, pois sua economia não está pronta para sustentar o país em conflito armado. Assim, o suprimento de armas à Ucrânia para 2025 está em risco, relata a agência de notícias Bloomberg.

As fontes da agência admitem que o governo ucraniano está enfrentando um grande desafio para convencer os aliados ocidentais a "cumprir suas promessas".

Já o complexo militar-industrial da Rússia supera a capacidade de Kiev de adquirir munição, mísseis e outros equipamentos extremamente necessários para se defender dos ataques.

"Os suprimentos militares da Ucrânia para o próximo ano estão em risco porque alguns aliados estão enfrentando dificuldades de garantir o financiamento e outros se recusam a aumentar o financiamento para ajudar Kiev", cita a Bloomberg suas fontes.

Uma grande parte da ajuda à Ucrânia está ligada a um acordo do Grupo dos Sete (G7), conforme o qual a Ucrânia vai receber US$ 50 bilhões (R$ 271,9 bilhões) dos lucros provenientes dos ativos do Banco Central russo congelados.

"Mas, mesmo que se chegue a um acordo, US$ 50 bilhões ainda não são suficientes para atender às necessidades da Ucrânia durante mais um ano de guerra."

O artigo destaca que os patrocinadores da Ucrânia não vão poder prestar sempre apoio financeiro. Assim, chega um momento perigoso para a Ucrânia quando, em uma "posição de fraqueza", pode ser forçada a negociar, disseram as fontes.

¨      Conscritos não são eficazes; 70% deles não sobrevivem após primeiro combate, diz militar ucraniano

Os novos soldados ucranianos mobilizados têm grande falta de capacidades de combate, fugindo das posições e se assustando em frente do adversário após pouco tempo de estar no campo de batalha, revelam comandantes do Exército ucraniano ao Financial Times.

O jornal diz que, enquanto o alistamento nas Forças Armadas da Rússia ocorre, na maiora, por o Estado oferecer grandes bônus e salários generosos, a Ucrânia, por meio da recente lei da mobilização, recruta cerca de 30.000 soldados por mês.

Assim, os soldados são pouco treinados, pouco motivados e despreparados psicológica e fisicamente. Como resultado, estão sendo mortos em um ritmo alarmante, afirmam os comandantes ucranianos.

"Quando os novos caras chegam à posição, muitos deles fogem após a primeira explosão de projétil", cita o artigo, um comandante do Exército da Ucrânia, que luta perto de Ugledar, a cidade que as tropas ucranianas estão perdendo sob o avanço da Rússia.

Os militares entrevistados pelo artigo lamentam também que de 50 a 70% dos recém-mobilizados não sobrevivem nos primeiros dias na linha de frente.

Além disso, os interlocutores do jornal disseram que os novatos não recebem um treinamento de combate adequado: os instrutores não têm experiência de combate e treinam sem munição, por causa da escassez.

"Alguns deles não sabem nem mesmo segurar seus rifles. Eles descascam melhor batatas do que atiram balas", disse um militar.

A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 em resposta aos apelos das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) por proteção contra os bombardeios e ataques das tropas ucranianas.

O presidente russo Vladimir Putin disse que seu objetivo é "proteger as pessoas que foram submetidas a abuso e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".

De acordo com ele, a Rússia vem tentando há 30 anos chegar a um acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre os princípios de segurança na Europa, mas, em resposta, tem enfrentado mentiras cínicas ou tentativas de pressão e chantagem, enquanto, nesse meio tempo, apesar dos protestos de Moscou, a aliança tem se expandido constantemente e se aproximado das fronteiras da Rússia.

¨      Militar ucraniano apela à evacuação das tropas de Ugledar antes que seja tarde

O agrupamento ucraniano deve deixar a cidade de Ugledar na República Popular de Donetsk (RPD) o mais rápido possível, enquanto ainda tem essa oportunidade, disse o ex-porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia Vladislav Seleznev à Radio NV.

"A única maneira é o caminho da evacuação, temos que reconhecer isso. Quanto mais cedo for tomada a decisão, maiores serão as chances de realizar esta missão da maneira mais organizada possível no âmbito dos combates de retaguarda", considera Seleznev.

De acordo com o ex-porta-voz, o problema principal para o Exército ucraniano nesta área é o envolvimento duplo da força cercada pelas tropas russas, que não permitem fornecer suprimentos ao agrupamento ucraniano.

"Não conseguimos encontrar fisicamente forças e meios suficientes para desbloquear a nossa guarnição em Ugledar, por isso estou inclinado para a posição de que vamos perder o controle dela no futuro próximo", reconheceu Seleznev.

Na quarta-feira (25), o líder da República Popular de Donetsk (RPD), Denis Pushilin, informou que os combates já estão ocorrendo em Ugledar. Ele observou que a libertação da cidade é muito importante para a RPD.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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