quarta-feira, 18 de setembro de 2024

PCDF revela elo de advogada de Deolane com rede criminosa chinesa

Indiciada pela 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), a advogada da influencer Deolane Bezerra, Adélia de Jesus Soares (foto em destaque), virou alvo de uma investigação policial que averigua esquema de exploração ilegal de jogos de azar no Brasil.

O caso envolve uma rede criminosa internacional. Segundo as apurações, Adélia Soares teria atuado como facilitadora e laranja.

O esquema criminoso está relacionado ao chamado Jogo do Tigrinho, uma forma de exploração ilegal de jogos de azar. A investigação conduzida pela 9ª DP aponta que um grupo chinês foi responsável pela criação e operação do esquema. A PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda., uma empresa criada recentemente, é um dos principais focos da investigação.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com o rompimento do contrato entre outras duas empresas, a Okpayments e Anspacepay, o grupo chinês buscou alternativas para continuar a operação ilegal. Foi nesse contexto que a PlayFlow foi criada, com o objetivo de receber pagamentos provenientes de apostas ilegais. A empresa foi registrada na Junta Comercial de São Paulo (JUC-SP) em 11 de julho de 2024.

Adélia de Jesus Soares, que figura como administradora da PlayFlow, é acusada de ser um elo crucial no esquema. Segundo as investigações, a constituição da PlayFlow ocorreu de maneira irregular. Utilizando documentos falsificados de uma empresa fictícia das Ilhas Virgens Britânicas, a Peach Blossom River Technology LTD, a PlayFlow foi registrada como representante dessa entidade no Brasil.

Essa prática, segundo a polícia, visa ocultar a verdadeira origem e o controle da empresa, dificultando o rastreamento das atividades ilícitas.

As investigações apontam, ainda, que a PlayFlow foi registrada com documentos falsos, incluindo um PDF inválido em inglês que supostamente representava os atos constitutivos da Peach Blossom River Technology LTD. O registro da empresa na JUC-SP também não teria seguido os procedimentos legais adequados, como apostilamento e tradução juramentada dos documentos estrangeiros.

Para os investigadores, como advogada, Adélia Soares tem conhecimento profundo das leis e dos regulamentos brasileiros. Isso levanta suspeitas sobre sua participação deliberada no esquema, uma vez que deveria estar ciente das irregularidades no processo de registro da PlayFlow. A sua atuação como administradora da empresa e a assinatura do contrato social, em 11 de julho de 2024, reforçam a ideia de que ela desempenhou um papel ativo, destacou a PCDF.

Relatório da 9ªDP também relata que, após ser confrontada com as evidências, Adélia negou conhecer os verdadeiros responsáveis pela PlayFlow, identificados como Michael e Riko, representantes do grupo criminoso chinês. Ela também negou ser a proprietária da empresa, mesmo com o contrato social que a coloca como administradora. Além disso, a advogada teria começado a ignorar os contatos e as intimações da polícia.

<><> Indiciamento

A advogada de Deolane foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa. O indiciamento tem como base a participação dela na abertura da empresa de fachada para o grupo criminoso, facilitando a exploração ilegal de jogos de azar e a ocultação da identidade dos verdadeiros operadores.

Embora as fontes da investigação não mencionem diretamente a participação de Adélia no crime de lavagem de dinheiro, esse é um aspecto crucial da operação realizada pela Anspacepay.

A empresa é acusada de usar CPFs de pessoas falecidas e operações fraudulentas de câmbio para remeter valores para o exterior, caracterizando um esquema de lavagem de dinheiro para o grupo criminoso.

Quem é Adélia Soares

Adélia Soares, de 44 anos, tem um histórico profissional significativo, incluindo uma passagem de 12 anos como diretora do Procon de Suzano e três gestões como presidente da Comissão de Proteção e Defesa do Consumidor da OAB.

Desde 2003, é proprietária do escritório Adélia Soares Advogados, e desde 2015 tem atuado na defesa de artistas e figuras públicas.

Além de representar Deolane Bezerra, Adélia já defendeu outras personalidades, como MC Mirella, Thomaz Costa e Deborah Albuquerque.

A advogada, que é casada com o engenheiro Alexandre Moraes de Assis e tem uma casa em Orlando, também é conhecida por seu trabalho em recuperar bens de luxo de seus clientes.

<><> Leia a nota de defesa de Adélia Soares na íntegra:

“Em resposta às recentes alegações envolvendo a Doutora Adélia Soares, informamos que ela está plenamente ciente dos fatos mencionados e já tomou todas as providências legais cabíveis. Entre essas medidas, destaca-se o registro de boletins de ocorrência, visando proteger sua integridade e reputação.

As acusações feitas contra ela são infundadas e resultam de um golpe praticado por terceiros, que utilizaram seu nome de forma indevida e criminosa. A Doutora Adélia informa que está colaborando ativamente com as autoridades para esclarecer os fatos e responsabilizar os verdadeiros culpados, uma vez que apenas prestou suporte administrativo para a empresa em questão.

Cabe ressaltar que sua carreira e vida pessoal são pautadas pela ética e legalidade, repudiando veementemente qualquer conduta contrária a esses princípios.

Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”.

 

•        Quem são os integrantes da máfia chinesa ligados à advogada de Deolane

A máfia chinesa que esticou as garras sobre o mercado de jogos de azar on-line no Brasil teria contado com importante participação da advogada da influencer Deolane Bezerra, a ex-BBB Adélia de Jesus Soares.

Alvos de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mafiosos asiáticos pisaram em solo brasileiro e coordenaram as tratativas para a abertura de empresas interpostas de fachada, que passaram a funcionar como instituições de pagamento. Com isso, a lavagem de dinheiro correu solta e descontrolada.

Investigadores da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) descobriram uma operação gigantesca de exploração ilícita de cassinos on-line, instrumentalizada por um laranjal de empresas interpostas, que aproveitam do desregulado setor de instituições de pagamento para fazer fluir o dinheiro ilegal obtido por meio da contravenção. Tudo com participação da advogada e ex-BBB Adélia.

A investigação individualizou os mafiosos chineses participantes da abertura irregular de empresas. Fuhao Liu, Mingyang Li e An Hu desembarcaram no Brasil em 24 de maio deste ano, com visto de turismo. No entanto, o trio tratou da abertura das firmas fraudulentas e, logo depois, deixou o país.

<><> Registro da empresa

O esquema criminoso está relacionado ao chamado Jogo do Tigrinho, uma forma de exploração ilegal de jogos de azar. A apuração conduzida pela 9ª DP revelou que um grupo chinês foi responsável pela criação e operação das atividades. A PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda., empresa criada recentemente, é um dos principais focos da investigação.

Com o rompimento do contrato entre outras duas empresas, a Okpayments e AnSpacePay, o grupo chinês buscou alternativas para continuar a operação ilegal, segundo a PCDF. Nesse contexto, a PlayFlow surgiu, com objetivo de receber pagamentos provenientes de apostas ilegais.

A empresa foi registrada na Junta Comercial de São Paulo (JUC-SP) em 11 de julho de 2024. Adélia de Jesus Soares, que figura como administradora da firma, é apontada como elo crucial no esquema. As investigações revelaram que a constituição do negócio ocorreu de maneira irregular. Com uso de documentos falsificados de uma empresa fictícia das Ilhas Virgens Britânicas, a Peach Blossom River Technology LTD, a PlayFlow ficou registrada como representante dessa entidade no Brasil.

Para os investigadores, por ser advogada, Adélia Soares tem conhecimento profundo das leis e dos regulamentos brasileiros. Isso levantou suspeitas sobre a participação deliberada dela no esquema, pois a profissional deveria estar ciente das irregularidades no processo de registro da PlayFlow. A atuação como administradora da empresa e a assinatura do contrato social, inclusive, reforçam a ideia de que ela desempenhou um papel ativo nos negócios, de acordo com a PCDF.

Relatório da 9ª DP também demonstraram que, após ser confrontada com as evidências, Adélia negou conhecer os verdadeiros responsáveis pela PlayFlow, identificados como Michael e Riko, representantes do grupo criminoso chinês. Ela também disse não ser dona da empresa, mesmo que constasse como administradora no contrato social. Além disso, a advogada teria começado a ignorar os contatos e as intimações da polícia.

•        Deolane: advogada indiciada pela polícia reforça defesa

A advogada da influenciadora digital Deolane Bezerra, Adélia Soares, reforçou sua própria defesa. Indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa, Adélia Soares será defendida pelo advogado André Luis Callegari, que atua nos tribunais superiores em Brasília.

No início do mês, a Polícia Civil do Distrito Federal indiciou a advogada Adélia Soares, que participou do Big Brother Brasil em 2016. Segundo a investigação, Soares se associou a chineses para abrir empresas de fachada na exploração de jogos de azar no Brasil, que são proibidos. O suposto esquema criminoso está ligado ao Jogo do Tigrinho.

O caso começou a ser apurado depois que um funcionário terceirizado da delegacia caiu em um golpe e perdeu R$ 1,8 mil para a fraude. Os investigadores apontaram ainda que cadastros de pessoas mortas eram usados para facilitar a remessa de dinheiro ao exterior.

André Luis Callegari, que defenderá Soares, já advogou para o empresário Joesley Batista, o senador Fernando Bezerra Coelho, ex-líder do governo Bolsonaro no Senado, e o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula. Em 2022, o criminalista foi cotado para assumir uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral.

 

•        “Escama de peixe” e “azeite”: zap do PCC revela gírias do tráfico

Conversas pelo aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp interceptadas pela Polícia Civil de São Paulo trouxeram à luz gírias usadas por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para determinar a pureza de drogas. As expressões são usadas, provavelmente, para despistar ou dificultar as investigações sobre tráfico envolvendo a facção criminosa.

As mensagens interceptadas foram trocadas entre a mulher de um chefão do PCC e um criminoso com quem ela negociava a compra de cocaína. A mulher é Fabiana Lopes Manzini, presa por tráfico de drogas em setembro do ano passado.

A polícia apreendeu com Fabiana dois aparelhos celulares, com os quais ela coordenava os negócios do marido, Anderson Manzini, o Gordo, chefão da facção paulista, preso desde 2002.

<><> “Escama” e “azeite”

Em diálogo com um fornecedor, identificado como Leandro César de Souza, Fabiana afirma que “está aguardando” e exige uma “amostra” para avaliar a qualidade da cocaína fornecida pelo criminoso.

Durante a conversa, o grau de pureza da droga é determinado por gírias como “escama de peixe”, quando a cocaína conta com alto grau de pureza, ou “azeite”, quando a qualidade é inferior.

O quilo da cocaína que pode chegar a 97% de pureza custa, em média, R$ 24 mil, segundo mensagens no celular de Fabiana. Já a droga “azeite” pode sair entre R$ 10 mil e R$ 15 mil no atacado marginal.

A droga com maior grau de pureza é mais cara, porque também pode render até 10 vezes mais por quilo, a partir das misturas feitas em laboratórios clandestinos, conhecidos como “padarias” — outra gíria comum no tráfico. Ou seja, um quilo comprado no atacado pode virar até 10 quilos no varejo.

Infiltração na política

Durante a conversa com Fabiana, Leandro ainda fala sobre seu desejo de concorrer a um cargo político nas eleições deste ano. Os planos dele foram frustrados após a prisão de sua interlocutora.

A Polícia Civil descobriu que, da mesma forma que Leandro, o PCC articulava o plano de se infiltrar na política de cidades do litoral, do interior e da Grande São Paulo. As conversas constam em cartas escritas por Gordo na cadeia, as quais “vazavam” para Fabiana — que, então, fotografava e enviava o conteúdo via WhatsApp aos destinatários.

<><> Tráfico e “banco do crime”

O chefão, preso há 22 anos por roubo a banco, homicídio e extorsão mediante sequestro, usou sua esposa como intermediária para garantir a gestão de bocas de fumo e, também, manter a diplomacia junto a membros da alta cúpula da facção.

Fabiana foi presa em setembro de 2023, em uma ocorrência cotidiana de tráfico de drogas, quando estava na casa de um criminoso em Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo.

Dois celulares que estavam com ela, apreendidos pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes, continham diálogos que descortinaram um complexo e gigantesco esquema administrado por Gordo da cadeia.

A Polícia Civil descobriu que, além de atuar com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, a quadrilha criou um “banco do crime”, por meio do qual movimentou R$ 8 bilhões.

O dono da instituição financeira digital é João Gabriel Yamawaki, primo de Gordo, que foi preso em 6 de agosto em uma operação deflagrada pela Dise de Mogi das Cruzes. O bloqueio apenas nas contas de Yamawaki foi de R$ 501,3 milhões.

Ao todo, seis membros do PCC são alvo da investigação. Outras 26 pessoas também estariam diretamente envolvidas com os negócios do crime organizado.

As defesas dos suspeitos mencionados nesta reportagem não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestações.

As investigações da Dise continuam, mirando mais alvos revelados após a quebra do sigilo telemático dos dois celulares de Fabiana.

 

Fonte: Metrópoles

 

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