terça-feira, 3 de setembro de 2024

Kremlin: ideias de Trump de parar imediatamente o apoio a Kiev não são realistas

As suposições de que o novo presidente dos Estados Unidos, em seu discurso de posse, vai declarar o fim do apoio à Ucrânia e convocar as partes a se sentarem à mesa de negociações são do reino da fantasia, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

O representante do Kremlin comentou dessa forma as declarações pré-eleitorais de Donald Trump, que disse que seria capaz de resolver o conflito na Ucrânia imediatamente após sua eleição.

"Se supusermos que o próximo presidente dos EUA fará uma declaração, em seu discurso de posse, de que os EUA são a favor da paz, encerrando, portanto, seu apoio à Ucrânia, interrompendo todos os programas de ajuda militar e pedindo que as partes se sentem à mesa de negociações, em geral, nessa manhã, algo terá mudado no cérebro de alguém, especialmente em Kiev. É possível imaginar isso hipoteticamente. Mas isso é do reino da fantasia", disse Peskov em uma entrevista com o jornalista Pavel Zarubin, cujo vídeo foi postado em seu canal no Telegram.

Ele acrescentou que não acredita que Trump tenha uma "varinha mágica" e "não há nada que possa ser feito em um dia".

Peskov destacou que os EUA estão diretamente envolvidos no conflito ucraniano, apesar de muitas alegações em contrário, havendo ainda uma tendência de aumentarem seu envolvimento na crise.

O porta-voz disse também que a presidência de Joe Biden nos EUA foi o ponto culminante dos problemas nas relações entre a Rússia e os EUA, que agora estão em seu ponto mais baixo.

"[As relações] chegaram a um ponto de ruptura, que estava se aproximando inexoravelmente. A paciência da Rússia estava chegando ao fim."

A nova política dos democratas norte-americanos em relação à Rússia é previsível, assim como a continuação da pressão sobre os países da União Europeia e sua maior subjugação política e econômica pelos EUA, afirma Peskov.

Ele acrescentou que a candidata à presidência norte-americana Kamala Harris é previsível tal como Biden.

"Não temos um candidato [preferido]. Mas, é claro, os democratas são mais previsíveis. E o que Putin disse sobre a previsibilidade de Biden se aplica a praticamente todos os democratas, incluindo a Sra. Harris", disse.

Segundo ele, o "efeito cumulativo" de todas as ações dos EUA que pisotearam os interesses da Rússia durante a presidência de Biden foi além dos limites permitidos.

Peskov assegurou que agora não há perspectivas de as relações entre os EUA e a Rússia entrarem em uma trajetória de crescimento.

¨      Famílias de reféns americanos estão insatisfeitas com ação de Biden para os resgatar, diz mídia

Famílias de reféns norte-americanos estão insatisfeitas com os esforços do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, para os libertar e com o fato de estarem recebendo poucas informações sobre o andamento das negociações, informa o The Wall Street Journal.

De acordo com o jornal, a família de George Glezmann, que foi capturado no Afeganistão em 2022, disse à Casa Branca que vai negociar diretamente com o Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) para tentar garantir sua libertação.

O artigo diz que a família acusou o governo Biden de dar pouca atenção ao caso de Glezmann, "deixando-o definhar em uma cela enquanto sua saúde se deteriora".

Observa-se que a família tem exigido repetidamente mais atenção dos altos funcionários do governo americano, mas não se sabe se Biden leu essas declarações ou se elas foram sequer "colocadas em sua mesa".

"Destaca-se a crescente tensão entre as famílias dos reféns e o governo [dos EUA], [...] especialmente nos últimos meses do governo Biden. Essa é uma provação inerentemente frustrante, pois as famílias querem informações atualizadas, enquanto o governo mantém muitas de suas ações em segredo", disse o relatório.

Por sua vez, as autoridades norte-americanas observam que muitas comunicações diplomáticas são confidenciais, o que dificulta a transmissão das informações do governo para as famílias dos reféns.

O jornal também diz que há um sentimento crescente entre algumas famílias de que os reféns "famosos" estão recebendo quase toda a atenção presidencial e da mídia.

<><> Pronto envio de armas dos EUA para Israel revela que Harris não 'trabalha' por cessar-fogo, diz analista

Na quinta-feira (29), em comício na Geórgia, a candidata democrata à presidência norte-americana, Kamala Harris, disse que ela e o atual presidente dos EUA estão "trabalhando dia e noite" por um acordo de reféns e um cessar-fogo em Gaza. No mesmo dia, um jornal israelense relatou que os EUA estavam "apressando" as remessas de armas para Israel.

Desde sua ascensão ao topo da chapa presidencial democrata, Kamala Harris tentou parecer simpática à causa palestina enquanto reafirmava seu forte compromisso com o Estado de Israel, duas posturas contraditórias que não podem existir no mesmo lugar ao mesmo tempo.

Por meio de suas ações, Harris e o resto do Partido Democrata mostraram qual dessas duas posturas eles apoiam na prática e qual é apenas retórica vazia. De acordo com a apuração, os EUA têm aumentado as remessas de armas para Israel desde julho. Agosto foi o segundo mês desde outubro em que os EUA enviaram mais remessas de armas para Tel Aviv.

A apuração observa que as armas são oficialmente utilizadas para ajudar Israel a responder aos ataques do Hezbollah no Líbano e a um possível ataque do Irã, mas, como a edição Antiwar.com aponta, elas também estão sendo usadas para massacrar palestinos em Gaza e na Cisjordânia.

Como presidente, Biden tem o poder de encerrar unilateralmente as remessas de armas para Israel sob a Lei Leahy, que proíbe transferências de armas que possam ser usadas para violar direitos humanos.

"Houve relatos no The New York Times mostrando Joe Biden, a portas fechadas, xingando [Benjamin] Netanyahu para sua equipe. E isso não significa nada. É muito parecido com a conversa de 'oh, cessar-fogo agora' na convenção", explicou o apresentador do podcast Left is Dead (A Esquerda está Morta), James Carey, à Sputnik. "Ok, bem, o que poderia facilitar isso? Provavelmente é a grande potência mundial que está enviando as armas para Israel que alimenta essas coisas. São nossos F-16 e F-15 voando sobre a Cisjordânia e o Líbano. Estes são nossos aviões abastecidos com nossas bombas."

"Tudo o que vamos ter é mais linguagem dura e mais demandas vazias por um cessar-fogo porque, obviamente, o Partido Democrata não está disposto a reconhecer uma coisa muito clara para todos que estão assistindo: sem os EUA abastecendo Israel, um cessar-fogo seria muito mais fácil porque [Israel] teria que fazê-lo", afirmou Carey.

Enquanto Biden e Harris supostamente trabalham para garantir um cessar-fogo, os israelenses aumentaram muito suas operações na Cisjordânia, destruindo ruas e demolindo monumentos sob o pretexto de operações antiterroristas. Pelo menos 12 palestinos foram mortos no campo de refugiados de Jenin, incluindo Tawfiq Ahmad Younis Qandil, de 83 anos, que foi baleado por um atirador israelense ao sair de casa. Sua família disse que ele ia comprar mantimentos.

Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, fala durante entrevista coletiva com Vladimir

"Acho que estamos vendo a direita de Israel meio que tentando mudar seu tipo de guerra genocida para ambas as áreas. E agora você está vendo ministros israelenses falando sobre, 'ah, bem, vamos ter que evacuar as pessoas das aldeias na Cisjordânia'", explicou Carey. "E você sabe como funciona lá. Você consegue voltar? Quando você consegue voltar? E as chances são, para responder a ambas as perguntas: nunca."

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Israel usaria as mesmas táticas que está usando em Gaza, na Cisjordânia. "Devemos lidar com a ameaça assim como lidamos com a infraestrutura terrorista em Gaza, incluindo a evacuação temporária de moradores palestinos e quaisquer medidas necessárias", escreveu.

No sábado (31), Israel cortou o fornecimento de água, eletricidade e Internet para Jenin.

"É simplesmente, como em Gaza, arrasar. Destruir tudo o que puder e garantir que não haja nada para onde voltar", explicou Carey, descrevendo o plano israelense.

 

¨       Senegal diz que é 'preciso isolar Israel politicamente' para acabar com guerra em Gaza

O primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, defendeu neste domingo (31) que a guerra promovida por Israel na Faixa de Gaza só vai parar quando o país for isolado politicamente pela comunidade internacional. O conflito na região começou em outubro do ano passado e já provocou a morte de mais de 40 mil palestinos.

"É necessário reunir todos aqueles que condenam essa injustiça e trabalhar em uma solução política, ou seja, uma solução que consiste no isolamento do Estado de Israel, no isolamento político", declarou Sonko durante um discurso em apoio aos palestinos na mesquita de Dakar, segundo a transmissão do portal Senenews.

Sonko chamou o que ocorre em Gaza de "barbaridade" com a aprovação dos países ocidentais, principalmente os Estados Unidos, que enviam armas e recursos para financiar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Todos aqueles que nos falam sobre democracia e direitos humanos são os mesmos que apoiam Israel e o armam", acrescentou Sonko.

<><>Conflito dura mais de nove meses

Israel sofreu um ataque de mísseis sem precedentes vindos da Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023. Na sequência, combatentes do movimento palestino Hamas invadiram áreas fronteiriças, quando capturaram mais de 200 reféns e provocaram a morte de cerca de 1.200 pessoas.

Em retaliação, Israel iniciou os bombardeios contra a Faixa de Gaza, que sequer pouparam escolas, hospitais e abrigos para refugiados. Além disso, realizou um bloqueio por terra, ar e mar que fez interromper o fornecimento de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 40 mil pessoas morreram e 94 mil foram feridas.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia apelou para que as partes cessem as hostilidades. Para Moscou, a resolução das tensões no Oriente Médio é possível apenas com base na fórmula aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, que prevê a criação de um Estado palestino dentro das fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Oriental.

<><> Hamas acusa Exército de Israel de matar prisioneiros do próprio país em Gaza durante operação

O movimento palestino Hamas afirma que as Forças de Defesa de Israel (FDI) provocaram a morte de alguns prisioneiros israelenses na Faixa de Gaza neste domingo (1º) durante uma operação. O conflito na região já deixou mais de 40 mil palestinos mortos.

"Esses seis prisioneiros e outros poderiam ter retornado vivos aos seus familiares como parte de um acordo de troca, mas a insistência do Exército de ocupação israelense, de [Benjamin] Netanyahu e seu governo extremista foi a causa da morte dessas pessoas durante os bombardeios. Alguns prisioneiros do inimigo foram mortos por eles", disse Khalil al-Hayya, membro do escritório político do Hamas responsável pela questão das trocas, em uma entrevista ao canal Al Jazeera.

Durante a manhã, o Exército de Israel publicou os nomes de seis reféns cujos corpos foram encontrados em um dos túneis subterrâneos na cidade de Rafah, no sul do enclave palestino.

Entre eles, estavam um russo e um norte-americano. Já Israel acredita que o grupo foi morto pelo Hamas pouco antes da operação.

<><> Greve geral em Israel

Enquanto vários reféns seguem sob o poder do Hamas na Faixa de Gaza, o fracasso do governo israelense em liberar o grupo ao anúncio também neste domingo de uma greve geral no país. A informação foi confirmada pelo chefe da Federação Trabalhista Histadrut em Israel, Arnon Bar-David.

O Times of Israel citou Bar-David dizendo que a greve começaria às 6 da manhã e estava programada para durar um dia, com outras decisões a serem tomadas após a paralisação.

"Judeus estão sendo mortos nos túneis de Gaza. Isso deve parar", disse o chefe da Federação Trabalhista de Israel em uma entrevista coletiva após uma reunião com o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas em Tel Aviv.

Yair Lapid, fundador do partido Yesh Atid, também criticou o fracasso israelense no resgate dos reféns. O líder de oposição acusou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de só se importar consigo mesmo.

"O que importa para ele é saber que chegar a um acordo pode levar ao desmantelamento de seu governo, e tudo o que ele se importa é permanecer no poder. Netanyahu não tem alma, esse é o nosso problema. Temos um primeiro-ministro sem alma, é por isso que ele não está fazendo um acordo de troca de prisioneiros", acrescentou Lapid.

Netanyahu e as Forças de Defesa de Israel não tem recebido críticas apenas da oposição, mas também do próprio partido governante, Likud.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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