sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Kremlin critica rejeição 'míope' da OTAN à linha vermelha de Putin sobre ataques ucranianos à Rússia

A posição de não levar a sério as palavras do presidente russo Vladimir Putin sobre as consequências de permitir que a Ucrânia ataque o território russo longe da zona do conflito com armas ocidentais é provocativa e perigosa, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentando as palavras recentes do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.

"Tal desejo ostensivo de não levar em consideração as declarações do presidente russo é uma atitude absolutamente míope e pouco profissional. [...] É claro que, após um período muito curto de tempo, ele não vai ser mais responsabilizado pelas palavras que proferiu, mas a posição é extremamente provocativa e perigosa", enfatizou o porta-voz do Kremlin, apontando ao fato de que Stoltenberg deve deixar seu cargo em pouco tempo.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) Jens Stoltenberg disse em uma entrevista ao jornal The Times que permitir que Kiev lance ataques com mísseis de longo alcance nos territórios russos que estão longe do conflito não seria uma linha vermelha que resultaria em uma escalada.

Ele acrescentou que apoia os países, inclusive o Reino Unido e a França, que haviam se manifestado a favor da permissão para Kiev usar mísseis de longo alcance.

Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin disse que ataques com mísseis de longo alcance ocidentais aos territórios russos que estão longe da zona do conflito significarão o envolvimento direto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no conflito na Ucrânia, já que somente os militares da OTAN, não os ucranianos, têm a capacidade de operar essas armas.

Ele acrescentou que o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito ucraniano muda a natureza das hostilidades e que a Rússia vai ser forçada a tomar decisões com base nessas ameaças.

<><> Secretário-geral da OTAN nega

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, negou em uma entrevista publicada nesta terça-feira (17) que permitir que a Ucrânia use armas ocidentais de longo alcance para atacar a Rússia ultrapassaria a "linha vermelha" da OTAN, apesar dos alertas do presidente russo, Vladimir Putin.

"Ele [Putin] já declarou muitas linhas vermelhas antes, e não escalou, o que significa também que não envolveu diretamente os aliados da OTAN no conflito", disse Stoltenberg ao jornal The Times.

Stoltenberg afirmou apoiar a decisão do Reino Unido e da França de retirar as restrições ao uso de armas de longo alcance pela Ucrânia contra a Rússia. O secretário-geral argumentou ainda que a autorização não levaria a aliança a um conflito direto com Moscou.

Já o presidente Putin alertou que os países da OTAN estavam essencialmente decidindo se se envolveriam diretamente no conflito ucraniano. Conforme Putin, a participação direta do Ocidente no conflito mudaria sua natureza, forçando a Rússia a responder às ameaças emergentes.

Na última semana, Vladimir Zelensky voltou a pedir que seus aliados ocidentais ignorem as "linhas vermelhas" de Moscou e permitam que Kiev use armas de longo alcance para ataques em território russo. "O número de sistemas de defesa aérea que ainda não foram entregues é significativo", acrescentou na ocasião.

<><> Putin: Exército russo será equipado com novas armas e terá aumento de efetivo

Presidente russo afirma que o uso das novas armas exigirá treinamento com militares altamente qualificados.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (18) que o Exército russo vai ser equipado com novos modelos de drones, desde estratégicos até pesados e ultrapequenos, para ataque e patrulha. A declaração foi dada durante uma reunião sobre o desenvolvimento das Forças Armadas da Federação da Rússia.

"É claro que [serão incluídos nas tropas] sistemas de aeronaves não tripuladas de vários modelos, desde estratégicos e pesados até pequenos e ultrapequenos. E estes são sistemas de reconhecimento, sistemas de ataque, patrulha, contrabateria, sistemas de sapadores. Discutiremos detalhadamente essas questões. Como já disse, continuaremos discutindo essas questões em uma reunião da Comissão Militar-Industrial", disse o presidente russo.

Ele acrescentou que as tropas russas "não receberão mais amostras únicas, mas em série de armas modernas e veículos blindados de alta precisão, aviação, sistemas de detecção e contrabateria, sistemas de controle e comunicação".

Putin enfatizou que a Rússia presta grande atenção ao fortalecimento do Exército e da Marinha, e disse que um programa para o reequipamento abrangente dessas forças está sendo implementado.

"Estamos falando tanto da modernização e melhoria das características táticas e técnicas das armas e dos equipamentos em serviço, como também da modernização e melhoria das características táticas e técnicas das armas e equipamentos em serviço. As perspectivas de desenvolvimento de novos modelos de alta tecnologia, inclusive levando em consideração a experiência adquirida por nossas tropas durante a operação militar especial. Estamos implementando um programa de reequipamento abrangente do Exército e da Marinha."

Ele destacou ainda que o uso das novas armas exigirá treinamento com militares altamente qualificados, e afirmou que esse tema seguirá em discussão.

"Amanhã continuaremos este trabalho em uma das empresas de defesa em São Petersburgo", disse o presidente russo.

¨      UE deve fortalecer sua deficiente defesa antiaérea, instam analistas

A União Europeia (UE) precisa fortalecer suas defesas antiaéreas emitindo dívida pública conjunta em meio a ameaças crescentes, uma das quais supostamente seria a Rússia, de acordo com um relatório da empresa de pesquisa e análise Bruegel.

O relatório afirma que a Rússia tem aumentado a produção de seus mísseis hipersônicos, foguetes e veículos aéreos não tripulados durante os últimos anos, enquanto a Europa ainda é vulnerável a ataques aéreos, já que as capacidades europeias de defesa antiaérea permanecem fragmentadas.

"O financiamento conjunto da UE para o desenvolvimento de maiores capacidades de defesa antiaérea seria, portanto, justificado e ajudaria a garantir um provisionamento rápido e suficiente. O financiamento da dívida seria economicamente justificado, pois os sistemas de defesa antiaérea, como o Patriot e o Iris-T, envolvem grandes custos iniciais", diz o relatório.

De acordo com as conclusões da Bruegel, uma obrigação de dívida conjunta adicional vai contribuir para o desenvolvimento das capacidades industriais dos países da UE.

Mesmo que, no curto prazo, parte dos fundos seja usada para comprar sistemas de defesa antiaérea dos EUA, se espera que uma "quantia substancial" seja alocada para pesquisa e desenvolvimento da base industrial nos próprios países da UE.

Em agosto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que os Estados-membros da UE haviam aumentado os gastos com defesa de pouco mais de € 200 bilhões (R$ 1,2 trilhão) para € 300 bilhões (R$ 1,8 trilhão) em 2024.

O presidente russo Vladimir Putin explicou detalhadamente em uma entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson que Moscou não tem a intenção de atacar os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), pois não faz sentido.

O líder russo observou que os políticos ocidentais intimidam regularmente suas populações com uma imaginária ameaça russa a fim de desviar a atenção dos problemas domésticos, mas que as "pessoas inteligentes entendem perfeitamente bem que isso é fake".

¨      OTAN decide reforçar controle no Ártico e está considerando um centro de operações aéreas combinadas

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está estudando a ideia de criar um centro conjunto de controle de operações aéreas no Ártico para conter a Rússia, disse o comandante da Força Aérea dos EUA na Europa e na África, general James Hecker, citado pelo portal Defense One.

Segundo Hecker, a OTAN pretende aproveitar a adesão ao bloco militar da Suécia e da Noruega para realizar operações no Ártico, onde "a Rússia tem aumentado sua atividade".

"Vamos explorar essa estreita relação entre as nações do Ártico. [...] Acho que provavelmente teremos um terceiro centro de operações aéreas conjunto lá em breve", disse Hecker durante um painel de discussão com representantes das forças aéreas da Suécia e da Noruega.

Hecker acrescentou que o general Christopher Cavoli, comandante-chefe das Forças Armadas conjuntas da OTAN na Europa, concordou em princípio com a ideia.

Ele especificou que a proposta ainda precisa ser apresentada à liderança da aliança.

O general acrescentou que ainda não se sabe onde exatamente o centro de controle será localizado.

Além disso, ele confirmou que a Força Aérea dos EUA já está fazendo experiências com os drones MQ-9 Reaper e Global Hawk acima do Círculo Polar Ártico para melhorar a consciência situacional.

<><> Luta pelo Ártico

O assessor presidencial russo e presidente do Colégio Marítimo, Nikolai Patrushev, disse no início de setembro que Washington e seus aliados estão agravando a situação ao longo das fronteiras da Rússia.

De acordo com ele, os Estados Unidos embarcaram em um curso de militarização do Ártico.

Em julho, o Pentágono publicou uma versão atualizada de sua estratégia para o Ártico.

O documento mostra que o departamento pretende realizar exercícios militares na região de forma independente e em conjunto com aliados para demonstrar a capacidade de combate e a interoperabilidade.

Além disso, Washington pretende cooperar com empresas industriais e povos do Alasca para fortalecer as forças de dissuasão na região.

A estratégia também mostra que os Estados Unidos e seus aliados pretendem colocar em serviço mais de 250 aeronaves de combate modernas capazes de realizar operações no Ártico até 2030.

Em maio, o presidente russo Vladimir Putin e o presidente chinês Xi Jinping assinaram uma declaração conjunta dizendo que Moscou e Pequim vão apoiar a preservação do Ártico como uma região com baixas tensões militares e políticas.

¨      Pilotos ucranianos são incapazes de realizar tarefas complexas nos caças F-16, diz general americano

Os pilotos militares ucranianos não têm experiência para efetuar missões complexas nos caças F-16 fornecidos pelo Ocidente, de acordo com o comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa e África, general James Hecker, citado pela revista Air&Space Forces.

Hecker também admitiu que os aliados de Kiev não podem treinar pilotos ucranianos com rapidez suficiente para pilotar os caças norte-americanos.

"Os pilotos são novatos para isso [os F-16s], portanto, não vão os colocar nas missões mais arriscadas", comentou Hecker a tática do comando da Força Aérea ucraniana.

O artigo acredita que a Ucrânia vai usar os caças F-16 só em missões de defesa aérea, enquanto pilotos estão aprimorando suas habilidades de pilotar os caças fornecidos por países ocidentais.

Em 29 de agosto, o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia reconheceu a perda do primeiro caça F-16 entregue à Ucrânia. Uma comissão especial está investigando os motivos do acidente.

O The Wall Street Journal disse que o F-16 caiu devido a um erro do piloto.

A deputada do parlamento ucraniano, Maryana Bezuglaya, disse que o F-16 foi abatido pelo sistema de defesa antiaérea Patriot ucraniano devido a uma falha na coordenação das ações das unidades.

<><> Rosatom vê 'ações imprudentes ucranianas' como a maior ameaça à usina nuclear de Kursk

A principal ameaça às usinas nucleares de Zaporozhie e Kursk são as ações imprudentes da Ucrânia, disse o chefe da corporação nuclear russa Rosatom, Aleksei Likhachev.

"A principal ameaça às centrais nucleares de Zaporozhie e Kursk são as ações imprudentes das autoridades ucranianas e das Forças Armadas ucranianas", comentou Likhachev à margem da conferência geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena.

Segundo o responsável, os danos infligidos por Kiev às infraestruturas das instalações nucleares e civis já foram confirmados e contradizem os princípios de segurança estabelecidos pela AIEA.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse nesta segunda-feira (16) em sua conta no X que teve uma "troca oportuna" com Aleksei Likhachev, em Viena, como um acompanhamento das consultas realizadas anteriormente na cidade russa de Kaliningrado, reiterando a importância da presença da AIEA na usina nuclear de Zaporozhie.

Comentando a situação nas duas instalações, Grossi observou que elas não devem ser atacadas em nenhuma circunstância.

No dia 6 de agosto, as tropas ucranianas lançaram um ataque a fronteira à região russa de Kursk. Os ataques ucranianos deixaram pelo menos 12 civis mortos e mais de 120 feridos, incluindo dez crianças, e milhares de civis foram forçados a abandonar a área. De acordo com um relatório das forças de segurança russas, o Exército ucraniano planeja usar projéteis com ogivas radioativas para atacar as usinas nucleares de Kursk e Zaporozhie.

No dia 4 de setembro, o ministro da Energia da Rússia, Sergei Tsivilev, disse que a Rússia estava tomando medidas para melhorar a resiliência das usinas de Kursk e Zaporozhie contra ataques ucranianos. A Rússia alertou o órgão de vigilância nuclear da ONU que ataques repetidos da Ucrânia colocam as usinas em perigo.

Em 27 de agosto, Grossi fez uma visita à usina nuclear de Kursk da Rússia a convite do presidente russo Vladimir Putin em meio às batalhas em andamento na região de Kursk e disse que a situação na usina era séria. Após a visita, o funcionário disse que atacar qualquer usina nuclear é inaceitável, seja qual for sua localização.

O gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres, absteve-se de comentar a Sputnik os alertas do planejamento de um ataque ucraniano contra as centrais nucleares russas de Zaporozhie e Kursk, e encaminhou questões sobre o assunto para a AIEA.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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