segunda-feira, 23 de setembro de 2024

EUA sempre contribuíram para agravamento dos conflitos militares no mundo, diz diplomata chinês

Os Estados Unidos sempre contribuíram para a escalada dos conflitos militares no mundo, não respeitando as linhas vermelhas, disse Zhou Li, o ex-vice-chefe do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista da China, na sexta-feira (20).

"Há constantes disputas políticas internacionais e conflitos militares, a crise da Ucrânia e o conflito palestino-israelense continuam, e os violentos confrontos de Israel com o Hezbollah e os grupos armados dos houthis no Iêmen também não param", disse Zhou Li, falando no 8º Fórum de Civilizações do centro analítico chinês Taihe.

Ele observou que a ONU e a comunidade internacional pediram muitas vezes que as partes envolvidas cessassem fogo e iniciassem negociações, "mas todos percebem que, seja no conflito ucraniano ou no conflito palestino-israelense, eles não apenas não diminuíram, como tendem a aumentar".

"Uma vez que as 'linhas vermelhas' em conflitos militares são quebradas repetidamente, obviamente não é exagero dizer que os EUA sempre foram aqueles que intensificaram todas as guerras", apontou o especialista.

Em sua opinião, as eleições norte-americanos não vão levar a uma mudança da estratégia hostil dos Estados Unidos em relação à Rússia e à China.

Segundo ele, as relações EUA-China melhoraram um pouco durante os últimos dois anos, porém as ameaças, intimidações, sanções, pressões e provocações norte-americanas contra a China só se intensificaram.

Entretanto, "o grau de deterioração das relações entre os EUA e a Rússia atingiu proporções sem precedentes".

"Quando Donald Trump assumiu o cargo, apontou a China como o desafio geopolítico mais sério e a Rússia como a ameaça de segurança mais imediata. Quando Joe Biden chegou ao poder, a China também recebeu o 'título' adicional de concorrente estratégico mais importante. Todos os sinais indicam que a estratégia hostil adotada pela administração dos EUA em relação à China e à Rússia continua e não vai mudar significativamente após a mudança de poder", enfatizou Zhou Li.

Tocando a questão dos acontecimentos recentes no Líbano, Li afirmou que as explosões em massa de pagers e a colocação de explosivos nas baterias dos dispositivos eletrônicos que as pessoas carregam consigo todos os dias estão levando o terrorismo a um novo nível.

Um dos principais obstáculos nas relações entre os EUA e a China é a questão da independência de Taiwan e o status das ilhas no mar do Sul da China.

Em ambos os casos, os EUA adotam uma posição completamente oposta à da China.

Além disso, outra questão preocupante é a criação do pacto AUKUS entre a Austrália, os EUA e o Reino Unido para conter a China na região da Ásia-Pacífico.

<><> EUA são 'o primeiro país a se lançar para dar armas a nações em guerra', não a Índia, diz analista

A Índia se recusou a fornecer munição para Israel que está em guerra e também rejeita categoricamente as "notícias falsas" ocidentais sobre supostas transferências de armas para a Ucrânia, disseram especialistas indianos à Sputnik.

De acordo com o ex-embaixador da Índia em Moscou Anil Trugunayat, a postura indiana permanece neutra em relação a ambos os conflitos, o ucraniano e o israelense-palestino.

O diplomata indiano contrastou-a com a posição dos EUA, que "lucra significativamente com esses conflitos por meio de um complexo militar-industrial de alta demanda".

"A Índia não quer fazer parte de nenhum exercício letal, como onde quer que a violência esteja ocorrendo, enquanto nós queremos diálogo, diplomacia e paz", afirmou, acrescentando que seu país não quer fornecer armas a muitos países.

Contudo, ele confirmou que a Índia entregou aos países europeus só projéteis sem fornecer "munição completa".

A República da Índia mantém sua postura de não dar armas aos países em guerra, embora enfrente uma pressão do Ocidente quanto à questão ucraniana, garante o tenente-coronel indiano aposentado J.S. Sodhi.

"Não é política do governo da Índia fornecer armas e munição a qualquer nação beligerante porque acreditamos na paz e esta não é a era de guerra. [...] O governo da Índia não concedeu nenhuma permissão para exportar armas ou munições para a Ucrânia ou qualquer outro conflito no mundo", disse.

Segundo ele, são os Estados Unidos que são "o primeiro país a se lançar para fornecer armas e munição a qualquer uma das partes em conflito", onde quer que haja alguma tensão.

A Rússia, por sua vez, disse repetidamente que o fornecimento de armas à Ucrânia impede o alcance de um acordo de paz e envolve diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nas hostilidades.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que os Estados Unidos e a OTAN estão diretamente envolvidos no conflito, inclusive não apenas fornecendo armas, mas também treinando pessoal militar ucraniano no território do Reino Unido, Alemanha, Itália e outros países.

¨      Washington e Londres querem autorizar Ucrânia a atingir território russo com suas armas

Nas próximas semanas, os Estados Unidos e o Reino Unido vão permitir que a Ucrânia use armas ocidentais para ataques profundos na Rússia, relata a mídia londrina.

"O Reino Unido e os EUA vão discutir o tema regularmente. A mudança de posição só será confirmada após os primeiros ataques com mísseis", diz o meio.

É especulado que a decisão final seja tomada às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), que acontece nesta semana em Nova York.

Na última semana, Biden e Starmer não chegaram a um acordo sobre o tema. Segundo fontes ouvidas pela mídia norte-americana, duas minutas diferentes foram preparadas para serem apresentadas à mídia, dependendo da decisão dos líderes.

Servidores da administração Biden estariam focados em "construir um legado" frente à eleição presidencial e, por isso, querem agir com rapidez no tema, permitindo que Kiev ataque o território russo com armas ocidentais.

Em entrevista à rede televisiva Sky News Arabia, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, detalhou que os armamentos ocidentais doados simplesmente não podem ser utilizados a bel-prazer pelos ucranianos.

"Se estamos falando de armas de mísseis de longo alcance, então está claro para todos que os próprios ucranianos não poderão usá-las. Alvos, dados de satélite, missões de voo — tudo isso só pode ser inserido pelos especialistas do país que produz essas armas."

À mídia televisiva, Lavrov comparou os líderes ocidentais a crianças brincando com fósforos.

"Parece que eles realmente têm uma mentalidade infantil. Embora esses adultos ocupem cargos de responsabilidade: ministros, primeiros-ministros, chanceleres, presidentes."

Se a Ucrânia conseguir autorização por parte das potências da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para usar armas de longo alcance, isso aumentará as tensões do conflito, descrito por enquanto como "uma guerra híbrida" da OTAN contra a Rússia.

As palavras de Lavrov ecoam as do presidente russo, Vladimir Putin, que afirmou que a permissão para ataques em território russo implica na participação direta de países ocidentais no conflito ucraniano. Se isso acontecer, a Rússia será forçada a tomar decisões com base nessas ameaças.

¨      EUA devem dar mais atenção aos avisos russos sobre riscos de escalada na Ucrânia, diz Moscou

Os Estados Unidos devem prestar mais atenção a seu comportamento e aos avisos da Rússia sobre os riscos da escalada do conflito na Ucrânia, enquanto os eventos políticos internos dos EUA não têm grande influência nas perspectivas de conversações sobre a Ucrânia, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Ryabkov à Sputnik.

Anteriormente, a agência de notícias Bloomberg informou que os aliados de Kiev acreditam que o momento certo para chegar a acordos sobre a Ucrânia poderia ser o período entre a eleição presidencial dos EUA e a posse.

"Isso não é uma questão para nós. Não acho que o calendário interno dos EUA faça qualquer diferença", disse Ryabkov no ambito do 4º Fórum Feminino Euroasiático e 1º Fórum Feminino do BRICS em São Petersburgo.

Ao invés, ele afirmou que os Estados Unidos devem dar mais atenção aos avisos da Rússia, incluindo os riscos relacionados à escalada do conflito ucraniano, se preocupar com seu próprio comportamento e lidar com seus aliados.

Ultimamente, cientistas políticos e especialistas alertaram para uma grande escalada das tensões entre a Rússia e o Ocidente devido a informações sobre a probabilidade de a Ucrânia receber de seus aliados ocidentais autorização para atacar o território russo em profundidade.

Ontem, o presidente da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Vyacheslav Volodin, disse, em resposta à votação no Parlamento Europeu para levantar todas as restrições da Ucrânia ao uso de armas ocidentais, que tais declarações podem levar a uma guerra nuclear global.

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin declarou que ataques com mísseis de longo alcance ocidentais aos territórios russos que estão longe da zona do conflito significarão o envolvimento direto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no conflito na Ucrânia, já que somente os militares da OTAN, não os ucranianos, têm a capacidade de operar essas armas.

Ele acrescentou que o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito ucraniano muda a natureza das hostilidades e que a Rússia vai ser forçada a tomar decisões de acordo com essas ameaças.

¨      É hora de Ocidente refletir sobre realismo de sua posição em relação à Ucrânia, diz mídia

A mídia e os políticos ocidentais em conferências internacionais nem sequer tentam questionar suas posições sobre a situação na Ucrânia. O Ocidente deveria pensar sobre o realismo de sua posição e fazer várias perguntas, escreveu o colunista do jornal Politico Jamie Dettmer.

Dettmer se pergunta se o público dos países ocidentais não estará caindo em uma armadilha de informação quando se trata da Ucrânia, porque no Ocidente não se ouve opiniões opostas em publicações ocidentais ou em conferências de alto nível onde se reúnem autoridades ocidentais e ucranianas.

"O Ocidente precisa ser honesto sobre o que é possível [no teatro de guerra] e o que não é, e moldar a política de acordo com isso. E a mídia tem um papel fundamental a desempenhar, promovendo perguntas para as quais precisamos urgentemente de respostas", escreveu.

O autor sugere aos políticos e à mídia ocidentais que reflitam sobre questões como se a Ucrânia pode mesmo vencer o conflito ou se as posições básicas da estratégia ocidental estão sendo questionadas.

Ele observa que há muitas evidências do contrário.

Dettmer diz que, no momento, poucos líderes ocidentais estão dizendo abertamente que "a maneira como as coisas estão indo é desesperante" e não pode continuar assim.

Embora alguns estejam "murmurando" sobre a possibilidade de negociações individualmente, apenas o chanceler alemão Olaf Scholz declarou abertamente essa necessidade.

Ao mesmo tempo, os ucranianos comuns fazem perguntas questionando as declarações do Ocidente diariamente, diz o artigo.

Muitos ucranianos veem uma falta de honestidade por parte dos parceiros ocidentais, exigem transparência na questão do apoio ocidental e pedem para reconhecer se alguns países não podem de fato ajudar Kiev, embora eles geralmente digam o contrário.

Anteriormente, o presidente da Grande Assembleia Nacional (parlamento) da Turquia, Numan Kurtulmus, disse que a Rússia e a Ucrânia quase chegaram a um acordo nas negociações em Istambul em 2022, mas alguns países não queriam que o conflito terminasse.

No final de novembro de 2023, David Arahamiya, chefe da facção do partido Sluga Naroda (Servo do Povo) do líder ucraniano Vladimir Zelensky e membro do Comitê de Segurança Nacional, Defesa e Inteligência, disse que após as negociações com o lado russo em Istambul, o então primeiro-ministro britânico Boris Johnson pediu a Kiev que não assinasse nada com a Rússia e continuasse a "simplesmente lutando".

<><> Ucrânia quer que União Europeia aumente ajuda financeira para US$ 446 bilhões

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou nesta sexta-feira (20) que propôs à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aumentar a ajuda financeira a Kiev para cerca de US$ 446 bilhões (R$ 2,5 trilhões) no período de 2028 a 2034.

"Esperamos que um instrumento financeiro para a Ucrânia seja incluído no novo orçamento da União Europeia para 2028–2034. Propomos aumentar a oferta financeira e introduzir um programa orçamentário separado", escreveu Shmyhal no Telegram.

Kiev também espera receber mais 16 bilhões de euros (R$ 98,4 bilhões) do Fundo da Ucrânia da União Europeia (UE), acrescentou o primeiro-ministro.

Mais cedo, Ursula von der Leyen disse que a comissão fornecerá um empréstimo de 35 bilhões de euros (R$ 215,3 bilhões) para a Ucrânia como parte do compromisso do G7. Os fundos serão usados para estabilizar a situação financeira geral do país. A comissão acredita que o reembolso do empréstimo pode levar até 40 anos.

No início do mês, Shmyhal disse que o governo ucraniano havia aprovado o projeto de orçamento para 2025, com déficit de US$ 38,5 bilhões (R$ 236,8 bilhões). O orçamento inclui receitas estimadas de US$ 48,5 bilhões (R$ 298,4 bilhões) e despesas estimadas de US$ 87 bilhões (R$ 535,3 bilhões), acrescentou.

<><><> Ucrânia pressiona por envio de ativos russos

No fim do último mês, autoridades ucranianas voltaram a pressionar pela finalização de um acordo que desbloquearia US$ 50 bilhões (R$ 274 bilhões) de lucros dos ativos congelados do Banco Central russo. A informação foi divulgada pela Bloomberg.

Esses fundos devem ser transferidos para Kiev até o final do ano, de acordo com um plano do G7 feito em junho, mas a implementação do plano foi prejudicada por exigências feitas pelos Estados Unidos e pelo risco de a Hungria desacelerar qualquer decisão da UE sobre o apoio à Ucrânia ou sanções contra a Rússia, de acordo com as pessoas que falaram sob condição de anonimato à mídia.

Embora o prazo para o acordo do G7 se estenda até o final do ano, a Ucrânia precisará de uma decisão no mês que vem, quando uma revisão de financiamento pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) exigirá garantias de que os requisitos orçamentários de Kiev serão atendidos, disse uma das pessoas.

"Precisamos de um mecanismo real. As discussões relevantes estão em andamento há muito tempo e, finalmente, precisamos de decisões", disse Vladimir Zelensky à época.

¨      Ministro: toda a Europa negocia com a Rússia, mas apenas a Hungria o faz abertamente

Declaração é do ministro das Relações Exteriores e Comércio Exterior da Hungria, Péter Szijjártó, que lembrou que os países tentam contornar as sanções impostas contra a Rússia por suas próprias nações.

"As sanções contra a Rússia não estão funcionando porque uma parte significativa das empresas europeias encontra maneiras de contornar as restrições e, de alguma forma, manter a cooperação econômica. Gostaria de enfatizar: toda a Europa negocia com a Rússia. Alguns negam isso, mas nós não temos essa necessidade. A diferença é que discutimos essa questão de forma honesta e aberta", disse Szijjártó após a reunião da 15ª comissão intergovernamental russo-húngara sobre questões econômicas.

Ao se dirigir aos representantes de companhias húngaras no fórum de negócios, Szijjártó destacou que nunca terão que negar que estão em busca de parceiros econômicos russos, pois o assunto não é um tabu na Hungria.

Como prova do contorno massivo das sanções por parte das empresas europeias, Szijjártó citou o aumento acentuado da importação de energia russa para a Índia e da exportação para países da União Europeia.

O ministro também afirmou que a Europa Ocidental se orgulha de ter renunciado ao petróleo russo, mas na prática continua a comprá-lo por meio de outros países, como a Índia. Segundo ele, isso prova que as sanções europeias contra a Rússia não funcionam bem.

Moscou já declarou que o Ocidente cometeu um erro sério ao se recusar a comprar energia russa e acabará em uma nova e mais forte dependência, devido aos preços mais altos. Além disso, lembrou que aqueles que se recusaram a seguir com os negócios com o país ainda compram por intermediários e acabam pagando mais caro por petróleo e gás.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário