África do Sul apoia propostas da China e do
Brasil sobre solução da crise na Ucrânia
A África do Sul apoia
as propostas da China e do Brasil para uma solução política da crise ucraniana,
disse o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa em uma reunião com o presidente
chinês Xi Jinping em Pequim.
Ramaphosa está na
China em uma visita de Estado. Ele também participará da Cúpula do Fórum de
Cooperação China–África em Pequim, de 4 a 6 de setembro, que contará com a
presença de líderes chineses e africanos.
"A África do Sul
apoia o 'Consenso de Seis Pontos' proposto pela China e pelo Brasil para uma
solução política para a crise na Ucrânia", disse Ramaphosa, citado pela
rede de televisão ССTV chinesa.
O presidente
sul-africano também observou que um alto grau de confiança política mútua foi
estabelecido entre a China e a África do Sul.
Ele disse que os dois
países compartilham uma "profunda amizade tradicional" e têm posições
e objetivos semelhantes em muitas questões.
Em 23 de maio de 2024,
o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, realizou uma reunião em
Pequim com seu homólogo brasileiro Celso Amorim.
<><> Segundo
a agência Xinhua, os dois lados tiveram uma profunda troca de pontos de vista
sobre o avanço da solução política da crise ucraniana e o apelo para a redução
da escalada da situação, e chegaram ao seguinte consenso:
1.A China e o Brasil
conclamam todas as partes envolvidas a obedecerem aos três princípios de
redução da escalada, ou seja, não expandir o campo de batalha, não aumentar as
hostilidades e não se envolver em provocações.
2.A China e o Brasil
acreditam que o diálogo e as negociações são a única solução viável para a
crise ucraniana. Todas as partes devem criar condições para a retomada do
diálogo direto e trabalhar para diminuir a escalada da situação até que um
cessar-fogo abrangente seja alcançado. A China e o Brasil apoiam a convocação
de uma conferência internacional de paz em um momento apropriado que seja
reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, que garanta a participação
igualitária de todas as partes e que proporcione uma discussão honesta de todas
as opções para um acordo pacífico.
3.É necessário aplicar
esforços para aumentar a assistência humanitária às regiões em questão e evitar
o agravamento da crise humanitária. Os ataques contra civis e instalações civis
devem ser evitados, e os civis, incluindo mulheres e crianças, bem como os
prisioneiros de guerra, devem ser protegidos. A China e o Brasil apoiam a troca
de prisioneiros de guerra entre as partes do conflito.
4.É importante se opor
ao uso de armas de destruição em massa, especialmente armas nucleares, químicas
e biológicas. Todos os esforços possíveis devem ser feitos para impedir a
proliferação de armas nucleares e para evitar uma crise nuclear.
5.A China e o Brasil
se opõem a ataques a usinas nucleares e outras instalações nucleares pacíficas.
Todas as partes devem respeitar a legislação internacional, inclusive a
Convenção sobre Segurança Nuclear, e evitar resolutamente desastres nucleares
provocados pelo homem.
6.É necessário
resistir à divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos fechados. As
partes pedem o fortalecimento da cooperação internacional em áreas como
energia, moeda, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de
infraestruturas críticas, como oleodutos e gasodutos, cabos ópticos submarinos,
instalações elétricas e redes de fibra óptica, para proteger a estabilidade das
cadeias de suprimentos globais.
A Rússia lançou uma
operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O presidente
russo Vladimir Putin disse que seu objetivo é "proteger as pessoas que
foram submetidas a abuso e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".
De acordo com ele, a
Rússia vem tentando há 30 anos chegar a um acordo com a Organização do Tratado
do Atlântico Norte (OTAN) sobre os princípios de segurança na Europa, mas, em
resposta, tem enfrentado enganos e mentiras cínicas ou tentativas de pressão e
chantagem, enquanto, nesse meio tempo, apesar dos protestos de Moscou, a
aliança tem se expandido constantemente e se aproximado das fronteiras da
Rússia.
¨ Putin acredita que política antirrussa do Ocidente é a principal
razão da crise ucraniana
Em entrevista ao
jornal da Mongólia Onoodor, onde inicia uma visita oficial nesta semana, o
presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a principal causa da atual
tragédia na Ucrânia é a política antirrussa orquestrada pelo Ocidente, sob a
liderança dos Estados Unidos.
"Por outro lado,
a principal causa da atual tragédia na Ucrânia é a política antirrussa
direcionada do Ocidente coletivo, liderado pelos EUA", declarou Putin.
Além disso, o
presidente russo lembrou que EUA e o Ocidente buscaram o controle total sobre a
Ucrânia por décadas, financiando organizações nacionalistas e contra a Rússia.
"Durante décadas,
eles [EUA e Ocidente] buscaram o controle total sobre a Ucrânia. Financiavam
organizações e implantavam gradualmente a visão de que a Rússia é supostamente
o inimigo eterno da Ucrânia, a principal ameaça à sua existência", acrescentou.
Putin também pontuou
que durante muitos anos milhões de civis em Donbass sofreram genocídio, e na
Ucrânia a ideologia oficial tornou-se o ódio a tudo que é russo, afirmou.
"Durante muitos
anos, milhões de civis no Donbass sofreram genocídio, bombardeios e bloqueio
por parte do regime de Kiev. Na Ucrânia, a ideologia oficial tornou-se o ódio a
tudo que é russo", declarou.
<><> 'Fatores
internos e externos' influenciaram situação na Ucrânia
Uma série de fatores
externos e internos influenciou a situação atual na Ucrânia, pontuou Putin
durante a entrevista. Entre elas, estão as consequências das decisões dos
líderes soviéticos sobre questões nacionais e territoriais que desempenharam um
papel negativo nisso.
Disse também que o
processo de criação da própria Ucrânia começou imediatamente após a Revolução
Russa de 1917, quando entidades quase-estatais instáveis e efêmeras sem
fronteiras claras surgiram na região.
"Mais tarde, as
fronteiras das repúblicas constituintes da URSS foram marcadas de maneira
bastante aleatória, com base na 'necessidade proletária'. Assim, o Donbass
industrial, povoado predominantemente por russos, foi entregue à Ucrânia",
enfatizou o chefe de Estado.
Pouco antes e depois
da Grande Guerra pela Pátria (1941-1945), Joseph Stalin incluiu alguns
territórios que haviam pertencido anteriormente à Polônia, Romênia e Hungria à
Ucrânia como parte inalienável da União Soviética, acrescentou Putin.
"Deve-se entender
que os líderes soviéticos agiram de acordo com as realidades geopolíticas de
sua época, não esperando de modo algum que a URSS deixasse de existir e se
fragmentasse ao longo de fronteiras administrativas internas artificialmente traçadas.
Portanto, sem dúvida, os acontecimentos atuais têm raízes históricas",
disse.
<><> Visita
oficial à Mongólia
Na próxima terça-feira
(3), Putin inicia uma visita oficial à Mongólia e planeja participar das
celebrações do aniversário da vitória sobre os militaristas japoneses na
Batalha de Khalkhin Gol.
"Pouco antes da
minha próxima visita à amiga Mongólia, gostaria de compartilhar minha visão
sobre a história, o estado atual e o futuro das relações bilaterais nas páginas
de seu respeitável jornal. Quero ressaltar desde o início que o desenvolvimento
de uma parceria abrangente e mutuamente benéfica com a Mongólia, nossa vizinha
próxima e velha amiga, sempre foi e continua sendo uma das prioridades da
política externa da Rússia na Eurásia", disse Putin no início da
entrevista, que será publicada na íntegra nesta segunda (2).
A Rússia e a Mongólia
estão ligadas por décadas de cooperação frutífera em quase todas as áreas,
acrescentou. "É importante que nossa parceria bilateral em todas as
áreas-chave esteja avançando a um bom ritmo. Contatos políticos, cooperação na
área de defesa e segurança, interação entre parlamentos, partidos e
organizações públicas, intercâmbios humanitários, laços transfronteiriços e
interregionais estão se desenvolvendo com sucesso", observou.
¨ Scott Ritter indica por que a invasão da região de Kursk levará
à derrota das forças ucranianas
As operações em grande
escala da Ucrânia, incluindo a invasão da região de Kursk, foram organizadas
por Vladimir Zelensky com o objetivo de demonstrar que a Ucrânia é capaz de
atividades militares ativas e assim obter mais apoio financeiro do Ocidente, disse
Scott Ritter, ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA.
"Zelensky está
muito preocupado com a componente política deste conflito em termos de manter o
fluxo de dinheiro e armas para a Ucrânia. Por isso, ele frequentemente busca
oportunidades de conduzir operações militares que ajudem a avançar a teoria, que
contradiz a realidade, da capacidade da Ucrânia de oferecer resistência
sustentada. É por isso que eles conduziram combates por Artyomovsk e Avdeevka,
tentaram realizar uma contraofensiva em 2023, e também começaram a invasão da
região de Kursk", observa Ritter ao canal de YouTube Dialogue Works.
De acordo com ele, as
consequências fracassadas das operações passadas de Zelensky demonstraram
claramente que a situação na região de Kursk pode terminar não a favor das
forças ucranianas.
"Zelensky está
constantemente buscando oportunidades para demonstrar tal movimento, mas todas
essas batalhas referidas terminaram em derrota para os ucranianos, e a invasão
da região de Kursk também terminará em fracasso", acredita ele.
Na sexta-feira (30), o
Ministério da Defesa da Rússia informou que unidades do Exército eliminaram
durante os combates nas áreas fronteiriças da região de Kursk mais de 7.800
soldados ucranianos, 75 tanques, 36 veículos de combate de infantaria, 64 veículos
blindados, 15 lançadores de foguetes, incluindo quatro Himars.
¨ Putin: provocação em Kursk é tentativa de parar ofensiva russa
em Donbass, mas ela fracassou
A Rússia está
protegendo tanto os habitantes de Donbass como o seu futuro, não permitindo a
criação perto da Ucrânia de estruturas hostis para a Federação da Rússia, disse
o presidente russo Vladimir Putin nesta segunda-feira (2).
"Protegemos as
pessoas que vivem em Donbass, nosso futuro comum e o futuro da Rússia. Porque
não podemos nos dar ao luxo que sejam criadas estruturas hostis do nosso
lado", declarou o líder russo durante uma conversa em uma escola da
república de Tuva.
Ele declarou também
que as Forças Armadas da Rússia passam a controlar territórios não em uma
escala de metros, mas de quilômetros quadrados.
"Além do mais,
não se trata de avanços de 200 ou 300 metros adiante, não tivemos há muito
tempo tais ritmos de avanço em Donbass. As Forças Armadas da Rússia estão
passando a controlar os territórios não de 200 a 300 metros, mas de quilômetros
quadrados", ressaltou Putin.
A Rússia vai lidar com
os bandidos ucranianos na região de Kursk, que tentaram desestabilizar a
situação nas áreas fronteiriças.
"O plano deles
era parar a nossa ofensiva nos principais locais em Donbass. O resultado é
sabido. As pessoas estão tendo e passando por duras provações, especialmente na
região de Kursk. Mas o principal objetivo que o inimigo tinha em mente, ou seja,
parar o nosso desbravamento em Donbass, ele acabou falhando."
Durante conversa,
Putin disse que a Rússia nunca se recusou a conduzir negociações de paz, mas é
preciso lidar com os bandidos que invadiram o território do país. Ele
acrescentou que não há países hostis para a Rússia, mas há elites hostis que
querem enfraquecê-la e dividi-la.
Ele declarou também
que a Rússia não está perdendo o contato com os países ocidentais, apesar das
tentativas de elites em países não amistosos de isolar Moscou.
¨ Ex-deputado do Parlamento Europeu chama de belicistas aqueles
que apoiam OTAN
Na rede social X, o
ex-deputado irlandês Mick Wallace acusou aqueles que apoiam a OTAN de incitarem
conflitos.
Ultimamente, as ideias
de um conflito armado direto entre a Aliança Atlântica e a Rússia vêm sendo
ouvidas com cada vez maior frequência no Ocidente.
O Kremlin, por outro
lado, observou que a Rússia não está ameaçando ninguém, mas não vai ignorar
ações potencialmente perigosas para seus interesses.
"A OTAN não tem
nada de bom a oferecer à Europa ou ao mundo. Aqueles que apoiam a OTAN são
belicistas que só querem enriquecer o complexo militar industrial",
escreveu Wallace.
Moscou tem expressado
repetidamente sua preocupação com o aumento das forças da aliança na Europa.
O Ministério das
Relações Exteriores russo enfatizou que seu país continua aberto ao diálogo com
a OTAN, mas em igualdade de condições, enquanto o Ocidente deve abandonar sua
política de militarização do continente.
<><>
OTAN repreende chanceler polonês após suas palavras sobre interceptar mísseis
russos na Ucrânia
O
vice-secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
Mircea Geoana, lembrou ao ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw
Sikorski, a necessidade de consultas dentro da aliança após a proposta deste
último de interceptar os mísseis russos sobre a Ucrânia, disse o jornal
Financial Times.
Sikorski tinha dito à
mesma publicação que os países que fazem fronteira com a Ucrânia, apesar dos
compromissos com a OTAN, são obrigados a abater os mísseis russos na Ucrânia
antes que entrem no espaço aéreo ucraniano.
"A Polônia e
outros países que fazem fronteira com a Ucrânia têm o 'dever' de abater os
mísseis russos que se aproximem antes que entrem em seu espaço aéreo, apesar da
oposição da OTAN", disse o chanceler polonês citado pelo jornal.
O Financial Times
observa que, de acordo com alguns políticos ocidentais, essa decisão pode
ultrapassar as linhas vermelhas sobre o envolvimento do Ocidente no conflito
ucraniano e causar a retaliação da Rússia.
"Kiev tem
pressionado seus aliados ocidentais a se envolverem mais na guerra, inclusive
fornecendo cobertura de defesa aérea sobre o oeste da Ucrânia a partir de
baterias localizadas no território da OTAN", afirma o artigo.
O
vice-secretário-geral do bloco militar, Mircea Geoana, disse ao jornal que,
enquanto a OTAN faz tudo o que pode para a Ucrânia, simultaneamente exerce o
máximo de esforços para evitar uma escalada.
"É claro que
respeitamos o direito soberano de cada aliado de garantir sua segurança
nacional. Mas dentro da OTAN, sempre nos consultamos antes de entrar em algo
que possa ter consequências para todos nós", acrescentou.
Ao mesmo tempo, Geoana
observou que "os aliados poloneses sempre foram impecáveis em suas
consultas dentro da aliança".
Na semana passada, o
ministro da Defesa Nacional da Polônia, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, disse que os
países da OTAN estão céticos em relação à ideia do líder atual ucraniano
Vladimir Zelensky de abater mísseis russos na Ucrânia.
Ao mesmo tempo,
Zelensky criticou Varsóvia por se recusar a tomar tais medidas sem o apoio de
outros países da OTAN.
As autoridades de Kiev
pediram repetidamente aos países ocidentais que abatam mísseis russos a partir
do território desses países.
Ao mesmo tempo, o
secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a política da aliança
permanece inalterada e que não vai se envolver diretamente no conflito.
Fonte:
Sputnik Brasil
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