sábado, 28 de setembro de 2024

A ficha religiosa de Pablo Marçal: por trás do movimento criado pelo candidato

“Você que não me conhece, preciso me apresentar: eu sou pai de um movimento”. É assim que o influenciador e atual candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), apresenta o seu projeto não tão conhecido pelo grande público: O Quartel General do Reino.

Em 2022, quando o goiano ganhou destaque nacional após liderar uma expedição de 32 pessoas ao Pico dos Marins, na fronteira entre São Paulo e Minas Gerais, pouco se falou sobre o motivo da expedição: o curso O Pior Ano de Sua Vida, no qual Marçal prometia “destravar” alunos para que possam acelerar 10 anos em 1.

O incidente, que resultou ao influenciador goiano a proibição de realizar atividades externas pela juíza Rafaela Assumpção Cardoso Glioche, ficou para trás e o influenciador conseguiu consolidar o seu “movimento”.

O curso que levou o grupo sem experiência a escalar o ponto mais alto do estado de São Paulo, em meio a um vendaval, sem equipamento adequado e precisando ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros, oferecia um bônus: os alunos teriam acesso a uma rede com o objetivo de desenvolver um ambiente de pessoas com interesses convergentes e seguidores da palavra de Deus.

Ainda em 2021, Marçal explicou a premissa de seu movimento em entrevista: “o religioso tem o quartel general dele lá no prédio da igreja e ele acha que aquilo é um templo. Jesus já derrubou o templo tem 2 mil anos, então não tem templo. Você é general do Reino, você tem um quartel general que é a sua casa, e você tem a sua base que é a sua família. E você tem seus negócios, sabe o que são os seus negócios? Armamento pro Reino [sic]”.

O Jornal GGN consultou a equipe de Pablo Marçal sobre a reportagem, mas não obtivemos o retorno até a publicação da reportagem. Mantemos aberto o espaço para direito de resposta ou esclarecimentos.

•        Quando Marçal convocou os ‘generais’

Em dezembro de 2021, para marcar o início de seu movimento, Pablo Marçal realizou o mega evento O Chamado – A convocação dos generais, que reuniu cerca de 15 mil pessoas no Ginásio Goiânia Arena, em sua cidade natal. Como parte da divulgação, Marçal deu entrevista para a Rádio Joven Pan local, na qual explicou os fundamentos que o levaram a criar o Quartel General do Reino. Ao ser chamado de “general” pelo entrevistador, o influenciador o corrigiu: “eu sou marechal”. “Marechal é um general que está em guerra”, explicou Marçal.

Segundo o influenciador, “o amor está em guerra”. “Na Palavra [Bíblia], Deus é o Deus dos Exércitos, então já está explicado, se ele é Deus dos Exércitos, qual Exército?”. Assim, o movimento de Marçal formaria os generais desse Exército de Deus pois, de acordo com o livro de Mateus, “quando for pregado o Evangelho do Reino em todas as Nações, então é o fim”. A partir desse desfecho, seria alcançado o “nosso lugar”: na Nova Jerusalém, na Eternidade.

De acordo com a cartilha disponível na plataforma online, QGRs são pequenas células que se reúnem semanalmente com o intuito de trocar “experiências, sabedoria e conhecimento para que as pessoas e as famílias prosperem”. A mencionada prosperidade não seria apenas relacionada com dinheiro, mas com “crescer em todos os caminhos”. Assim, as reuniões proporcionariam o “crescimento em sabedoria, governo do corpo (mente), alma e espírito para desenvolvimento nas diversas áreas da vida, como pessoal, familiar, profissional e espiritual”.

“QGR não tem dono, mas tem uma base”: dessa forma, Marçal afirma que o movimento transcende sua figura. “Eu sou a faísca do QGR, não o dono, que o QGR tem um dono que é o Senhor”, diz o atual candidato à prefeitura de São Paulo que durante a disputa política deixou a condução geral do “movimento” a cargo do pastor Mateus Ribeiro, ex-Videira.

Nesse sentido, o movimento considera Jesus como líder do Reino e a família como “a base de tudo”. “As famílias vão prosperar, aprenderão a monetizar seu propósito, pois estarão investindo em renda eterna”, diz o manual do movimento que pretende “fazer de cada casa um QGR, e de cada membro líder de família, um general do Reino”.

Todos os membros das famílias podem participar, inclusive as crianças. Existe um segmento infantil chamado QGR Kids, coordenado apenas por mulheres e com materiais próprios para a faixa etária.

Como se organizam os ‘quarteis’ de Marçal

Ainda que o manual aponte que “ninguém precisa ser um conhecedor da Bíblia para poder compartilhar, basta que fale o que veio em seu coração alinhado com o Espírito Santo”, apenas quem “participa ou participou de alguma mentoria, programa ou imersão da Plataforma Internacional [a sede das principais empresas de Marçal]” poderá liderar um QGR. O motivo seria manter “a unidade de linguagem”, o que também demanda que tais líderes se reunam semanalmente com outros líderes para serem orientados. Aliás, a cartilha destaca que, ao longo das reuniões de base, pode haver “confissão de pecados, falhas e bloqueios”.

A intenção é que de um núcleo do QGR surjam novos líderes para abrirem novos quarteis. Os interessados em abrir um QGR devem realizar cadastro no site da plataforma, onde poderá acessar o roteiro das reuniões, que, por sua vez, devem ser registradas em foto ou vídeo pelo líder, responsável pela divulgação do conteúdo nas redes sociais.

No entanto, aos líderes é recomendado evitar ou inibir desenvolvimento emocional ou espiritual com os membros, que o QGR se torne uma religião ou célula, que o QGR vire “ponto comercial, confraria ou exclusivamente reunião de negócios” e a idolatria em relação aos líderes.

Também seria função dos líderes identificar pessoas que se aproximem do movimento “com a intenção de atrapalhar e difamar sua imagem”, assim como devem alertar os demais sobre ações suspeitas como “solicitação de dados pessoais, ofertas de negócios suspeitos, empréstimos de dinheiros ou bens”. Tais atitudes poderiam levar à expulsão do membro das reuniões do QGR.

•        ‘Reino’ em Alphaville: o ecossistema criado por Marçal

Em setembro deste ano, a Plataforma Internacional, empresa de Marçal localizada em Alphaville, passou a organizar mentorias abertas quinzenais do QGR como forma de atrair mais adeptos ao movimento. Batizado de “O Reino em Ação”, a entrada para o evento custa R$ 97,00 e dá direito a três acompanhantes. Ao longo de 3 horas, alguns palestrantes do QGR aplicam a mescla de discurso e dinâmicas motivacionais com base religiosa, apoiando-se em passagens da Bíblia de King James.

A Plataforma Internacional, sede das principais empresas de Pablo Marçal, tornou-se um ponto de órbita do ecossistema surgido com o QGR. Obedecendo a lógica da expansão multinível, ex-alunos e mentorados dos cursos da Plataforma Internacional e/ou membros do QGR mudam-se para o condomínio e seus arredores e criam iniciativas que retroalimentam o projeto. Um exemplo é a Casa dos Mentores, um hostel aberto por um ex-aluno de Marçal que hospeda “cristãos que buscam oportunidades e conexões em Alphaville”. Em suas redes sociais, mencionam que alguns de seus hóspedes conseguiram trabalho na própria Plataforma Internacional e na Igreja Lagoinha, ambas localizadas no condomínio de alto padrão.

Mesmo os palestrantes, tanto fixos quanto os convidados, revelam terem se mudado de outras partes do país para participarem mais ativamente do projeto, não ficando claro se foram iniciativas voluntárias ou solicitadas e apoiadas pela cúpula do QGR.

Ainda que a candidatura de Pablo Marçal não seja diretamente mencionada nos encontros, é perceptível o apoio que os membros manifestam. Seja pelo uso do boné com a letra M, utilizado publicamente pelo influenciador, ou por atividades propostas pelo QGR que se relacionam com a própria campanha, como um convite para um grupo de corrida do QGR que terminaria em uma visita de campanha de Marçal em Heliópolis.

•        O movimento “não-religioso” que batiza

Um dos pontos mais controversos é a realização de ceias e batismos pelo Quartel General do Reino: há vídeos nos quais o próprio Pablo Marçal é visto batizando participantes. De acordo com a cartilha, a ceia é um ato cerimonial que deve ser realizado na primeira reunião do mês, feita de maneira simples e acompanhada de pão, suco de uva ou vinho, em que todos os membros batizados podem participar.

Já o batismo é “um ato de confissão pública de fé em Jesus e seu sacrifício na cruz, declarando que pretende viver o cristianismo como lifestyle“. Ainda assim, o texto destaca não se tratar de um ato religioso, nem obrigaria o membro a permanecer no QGR e que nenhum participante seria obrigado a se batizar para seguir frequentando as reuniões.

Na perspectiva teológica, o jornalista e teólogo Ranieri Costa explica que, geralmente, quem realiza batismos são os pastores. Em algumas denominações, presbíteros, díaconos ou outros líderes também teriam autorização para batizar. No entanto, quando o batismo não é feito por essas figuras autorizadas, ele poderia ser até mesmo invalidado, sendo necessário refazer o sacramento.

Apesar de alegar não ser um movimento religioso, a “base de sabedoria” dos encontros é a Bíblia como ferramenta para a “clarificação do propósito e ativação da identidade”. Assim, um dos objetivos do QGR seria “propagar o lifestyle do Reino”, e Pablo Marçal afirma que o cristianismo não é uma religião, mas um estilo de vida. Nesse sentido, Marçal se define como um cristão que não é religioso nem pertencente a nenhuma igreja que não seja a Igreja de Cristo.

Se por um lado, os participantes do QGR são livres para continuar congregando em suas igrejas, o movimento alimenta o sentimento de que a igreja como a conhecemos já não seria suficiente para os tempos atuais. Ao afirmar que “cada QGR tem como essência os princípios do Criador e não se baseia em regras e padronizações” e que “todos somos messiânicos (anunciamos o Messias-Jesus e Seu Reino)”, o movimento iniciado por Pablo Marçal transcende o exercício do neopentecostalismo no país para uma forma mais fluida, ainda que altamente organizada e hierarquizada. Essa também seria uma maneira de alcançar os desigrejados que tenham se afastado da igreja, mas sentem falta de preservar a sua fé e construir redes de apoio.

O Quartel General do Reino está vinculado ao CNPJ da Marçal Serviços Digitais Ltda – Marçal Digital, aberta para desempenhar atividades relacionadas a treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial, além de edição de livros. O CNPJ possui três donos: a Marçal Holding, Pablo Marçal e a Oliveira Participações Ltda., pertencente ao seu principal sócio, Marcos Paulo de Oliveira, responsável pela Plataforma Digital PLX, que foi fundamental para o crescimento de Marçal no marketing digital.

A principal empresa de Marçal, a Plataforma Internacional, realiza cultos semanais pelas manhãs com transmissão ao vivo para o Youtube. O Primícias, como é chamado, é conduzido com tudo o que há direito: pregação por funcionários pastores, louvores com banda, trabalho de luzes, inclusive algumas participações de Marçal falando sobre o Evangelho.

O GGN consultou a Prefeitura de Barueri sobre os critérios utilizados para a regularização de templos religiosos no município e até que ponto as atividades de caráter religioso da empresa de Marçal deveriam cumprir com tais regulamentos. Até o momento do fechamento desta reportagem, não obtivemos resposta.

•        O princípio de tudo: a Igreja Videira

“Até 2025, nós seremos a nação mais próspera da Terra e esse movimento da Graça e do Reino vai expandir, vai entrar na política, vai entrar na educação, vai entrar na Justiça, vai entrar na empresarização e vai contaminar a sociedade inteira do Brasil”, discursou Pablo Marçal para as 6.200 pessoas que comemoravam os 25 anos da Igreja Videira, denominação em que ele integrou 20 anos. O influenciador afirma constantemente que um dos fundadores da Igreja Videira em Goiânia, pastor Aluizio Silva, é sua referência espiritual.

“Eu nunca deixei a Videira, eu sou um videriano”, disse o candidato à prefeitura de São Paulo durante a comemoração, em 7 de setembro deste ano. Após a manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo, Marçal viajou para Goiânia para participar da celebração que ocorreu no Estádio Serra Dourada, na presença de políticos, como o governador de Goiás em exercício Daniel Vilela (MDB), o senador Vanderlan Cardoso (PSD), o prefeito Rogério Cruz (Solidariedade), deputado Cairo Salim (Solidariedade) e o candidato a vereador e genro do pastor Aluizio, Silvio Vaz (MDB).

Apesar de justificar que sua igreja não tenha o costume de indicar ou recomendar candidatos a cargos majoritários, Aluizio Silva alegou que “nós precisamos de vereador e deputado”. E, indiretamente, pediu os votos aos políticos aliados: “Pensem na Igreja, nas necessidades da Igreja quando você escolher seu candidato, lembrem da família do pastor Aluizio.”

O pastor também falou das pretensões do governador do estado, Ronaldo Caiado, de “se candidatar a presidente na próxima eleição” e deu o seu apoio: “Que o Senhor possa abençoar o plano dele, o propósito dele e que ele possa fazer no Brasil o que ele fez aqui em Goiás”.

Ainda que nunca tenha sido pastor, Pablo Marçal foi responsável por ministérios na Igreja Videira, reivindica ser teólogo e se orgulha de seu conhecimento sobre a Bíblia, como expôs no podcast “Como você fez isso?”. Durante a entrevista, Marçal conta que se converteu aos 9 anos e se batizou dois anos depois, ainda que mencione pertencer à Videira somente a partir da adolescência.

Em outra ocasião, durante a campanha eleitoral de 2022, o influenciador goiano declarou que a Igreja A Casa era o seu templo, desde 2019, na capital goiana ao palestrar para os fiéis: “Aqui, no Estado de Goiás, oficialmente, essa aqui é a minha Igreja”.

Marçal, que chegou a fazer algumas mentorias na Igreja A Casa, chegou a manifestar apoio a um de seus fundadores, o pastor Davi Passamani, quando surgiram as primeiras denúncias de assédio sexual contra seguidoras.

•        O formato da igreja em células da Videira

Conforme apontou em artigo a psicóloga e mestra em Ciências da Religião, Ana Dias Campos Rodrigues, a Videira surge quando os pastores Aluízio Silva e Naor Pedroza se retiram da Igreja Luz para os Povos e iniciam a denominação com base no modelo Visão Celular no Governo dos 12, criado pelo pastor colombiano César Domingues Castellano nos anos 1990, que pretende “fazer de cada crente um ministro”.

Assim, a Videira seria uma igreja estruturada em células ou cultos em casas, favorecendo a expansão de novos membros. O pastor possui doze auxiliares que são formados pela escola de Líderes, tornando-se responsáveis pela abertura e coordenação de novas células que replicam esse modelo. Ao atingir 12 pessoas, os auxiliares da célula devem abrir suas próprias, levando consigo alguns membros da célula matriz para ajudar na consolidação das novas.

Para esse segmento evangélico, a realização de marchas e atos proféticos serve para combater “o mal que está no território e conquistá-lo para Deus”, segundo analisou em dissertação a historiadora Eliana Santos Andrade. São exemplos de atos proféticos a utilização de bandeiras, óleo, pão e azeite e o shofar (uma pequena corneta feita de chifre empregada no judaísmo).

•        A rivalidade com Silas Malafaia

Em fevereiro de 2022, Silas Malafaia promoveu um culto em que destrincharia as intenções de Pablo Marçal, após o evento apoteótico em Goiânia. “Não seja enganado por heresias e confusões teológicas! Assista à mensagem que eu vou pregar no domingo, dia 6, às 9h30 e às 18h30, no culto de Santa Ceia”, anunciava.

Malafaia dedicou todo o culto daquela manhã para alertar seus fieis sobre possíveis “falsificadores da palavra”, que estariam menosprezando a importância da Igreja enquanto instituição para usurpar o lugar daqueles que foram designados para a tarefa de pastor. “Ovelha não conduz ovelha”, bradou no púlpito.

Sem citar diretamente o nome de Marçal, de acordo com o principal líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, alguns coaches estariam promovendo esses ataques através da soberba, confusão doutrinária e sem autoridade espiritual.

Diante das falas, Pablo Marçal iniciou uma má-sucedida troca de mensagens de Whatsapp com o pastor e um encontro presencial, que resultaram em um vídeo resposta de Marçal, acusando Malafaia de ser maçom, de ter dado um golpe de bitcoins e de ter feito algo contra sua própria esposa: “Ousa falar no meu nome de novo, Silas, vou falar pro Brasil inteiro, pra todos os pastores saberem porque sua esposa foi fazer tratamento nos EUA por uma coisinha que você andou fazendo contra ela.”

Após o vídeo, Marçal recuou e publicou um vídeo de desculpas, não aceitas por Malafaia. “Ele não tá pedindo perdão, ele quer se aproveitar de uma situação pra passar a seus seguidores que ele é um cara humilde“, explicou o pastor.

Malafaia alegou que não sabia que Marçal se candidataria à Presidência da República naquele ano e que seus alertas eram teológicos. “Eles criticam tanto a Igreja que estão fazendo uma Igreja em paralelo: tomam ceia, batizam, só que estão sendo controlados por um espertalhão“, criticou o pastor em outro vídeo.

Ele reforçou que o movimento de Marçal seria uma “usurpação de competência e do que é legal no mundo espiritual” para benefício próprio. “Para ser general de um núcleo, tem que ter comprado um curso do esperto e aí tem milhares de núcleos, com milhões de pessoas comprando curso e material do malandro e depois quer falar de pastor“, concluiu.

•        O cristianismo por fora da Igreja

Ao GGN, Ranieri Costa apontou que a organização de movimentos extra-institucionais não é um problema em si, mas alertou quanto suas possíveis finalidades:

“Há muita gente que é movida por um desejo genuíno de viver a fé cristã e com boas intenções em começar um novo movimento desconectado das denominações tradicionais. Não é a ausência de vínculo que produz o risco em si, é a ausência de conhecimento teológico e, em alguns casos, as más intenções e desvios de caráter.“

Essa necessidade seria, principalmente, resultado do engessamento de Igrejas tradicionais “desde a liturgia dos cultos, até a compreensão da aplicação do Evangelho de forma contextualizada para as demandas atuais da sociedade”, além de outros motivos, como “desejos pessoais escusos [de] começar um ‘novo movimento’ ou uma nova igreja com o objetivo de usar as pessoas ali para realizações pessoais”.

Costa falou ainda no uso da religião para “aprisionar as pessoas em falsos ensinos promovendo uma cultura de autoritarismo religioso”. Segundo ele, “é justamente isso que a Teologia Coaching faz. Aprisiona as pessoas com o discurso de que a riqueza é questão direito de todos e basta apenas mentalizar que você irá desfrutar da mentalidade próspera. É uma teologia que despreza a hermenêutica bíblica, que distância as pessoas do Divino e que gera uma religião marcada pelo narcisismo e hedonismo.”

Para aqueles que participam de igrejas em células ou movimentos não institucionalizados, Ranieri Costa deixa algumas sugestões para uma professão de fé saudável: estar atento ao controle excessivo sobre a vida pessoal dos seguidores, à dependência emocional dos líderes, à exploração de feridas pessoais, à impossibilidade e proibição dos questionamentos, ao isolamento da comunidade cristã mais ampla e à pressão para atingir metas de crescimento do movimento com mais adeptos.

 

Fonte: Jornal GGN

 

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