Bloqueios orçamentários de 2024: o impacto
nas pastas Federais
um movimento que visa
ajustar as contas públicas e garantir o equilíbrio fiscal, o governo federal
publicou o Decreto Nº 12.120, que altera a programação orçamentária para o
exercício de 2024. As mudanças incluem significativos bloqueios de verbas em
diversas pastas ministeriais, com impactos variados sobre os orçamentos dos
ministérios.
De acordo com o
documento, os bloqueios foram implementados para assegurar o cumprimento das
metas fiscais estabelecidas pela Lei Complementar Nº 101 e pela Lei Nº 14.791.
A medida afeta a execução de despesas discricionárias, aquelas que não são
obrigatórias e cuja realização depende da disponibilidade financeira do
governo.
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Principais Impactos
O Ministério da
Educação enfrenta o maior bloqueio em termos absolutos, com aproximadamente R$
1,28 bilhão retidos, representando 0,71% do seu orçamento anual de R$ 180,6
bilhões. Apesar do valor expressivo, o impacto percentual é relativamente menor
comparado a outras pastas, dado o grande volume do orçamento deste ministério.
Em contraste, o
Ministério das Mulheres sofre um impacto significativo com um bloqueio de R$
105,79 milhões, que corresponde a 31,36% do seu orçamento. Este alto percentual
pode comprometer diversas iniciativas voltadas para a promoção da igualdade de
gênero e proteção dos direitos das mulheres.
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Análise dos Bloqueios por Pasta
- Ministério da Agricultura e Pecuária: Bloqueio de R$ 453,32 milhões, representando 4,32% de um
orçamento de R$ 10,5 bilhões. Este bloqueio pode afetar programas de apoio
ao agronegócio e à agricultura familiar.
- Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: Com um bloqueio de R$ 76,19 milhões, o impacto percentual
é de apenas 0,61% sobre um orçamento de R$ 12,4 bilhões, permitindo uma
maior flexibilidade na gestão dos recursos remanescentes.
- Ministério da Defesa:
Bloqueio de R$ 675,68 milhões, representando 0,54% do orçamento de R$
126,1 bilhões. O setor de defesa, apesar de impactado, mantém a maior
parte de seu orçamento intacta.
- Ministério da Cultura:
O bloqueio de R$ 89,44 milhões, que representa 2,71% do orçamento de R$
3,3 bilhões, pode afetar significativamente programas culturais e de
incentivo à arte.
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Perspectivas e ajustes
O governo federal
argumenta que os bloqueios são necessários para manter a responsabilidade
fiscal e assegurar a sustentabilidade das contas públicas. No entanto, os
ministérios terão que reavaliar suas prioridades e possivelmente cortar ou
adiar projetos para se adequar aos novos limites financeiros.
O impacto mais severo
é sentido em ministérios com menores orçamentos absolutos, mas com altos
percentuais de bloqueio. O Ministério das Mulheres, por exemplo, terá que
repensar suas estratégias para continuar operando com eficiência, mesmo com um
terço do orçamento bloqueado.
O Decreto Nº 12.120 de
30 de julho de 2024, representa uma tentativa do governo de controlar os gastos
públicos em um cenário econômico desafiador. Os bloqueios orçamentários variam
significativamente entre as pastas, com alguns ministérios enfrentando desafios
mais acentuados do que outros. A capacidade de adaptação e replanejamento será
crucial para que os ministérios afetados possam continuar a atender às demandas
da população dentro dos novos limites financeiros.
Os próximos meses
serão decisivos para avaliar como esses ajustes impactarão os serviços e
projetos governamentais, e se as medidas de contenção fiscal serão suficientes
para manter a estabilidade econômica do país.
¨ Congelamento bilionário do governo vai afetar obras de
mobilidade e transportes
O Ministério dos
Transportes, o terceiro mais impactado pelo congelamento de recursos no
Orçamento deste ano, anunciado na terça-feira, prepara uma revisão geral em seu
cronograma de obras.
Segundo o
secretário-executivo George Santoro, o bloqueio de R$ 1,5 bilhão, equivalente a
quase 10% dos valores para investimentos do ministério, visa evitar a
paralisação das obras em andamento.
A realocação de
recursos será uma das estratégias, movendo verbas de projetos em áreas chuvosas
para regiões mais secas, o que pode incluir o adiamento de iniciativas como a
construção de uma ponte entre Brasil e Bolívia.
Santoro destacou
ao Globo que a execução dos
projetos é lenta, o que permite uma reorganização sem grandes prejuízos ao
cronograma geral.
Além do Ministério dos
Transportes, outros setores foram afetados pelo bloqueio de R$ 15 bilhões no
Orçamento, incluindo Saúde, Cidades, Educação e as obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Cada ministério terá a tarefa de decidir quais
projetos e atividades sofrerão mais com as restrições orçamentárias.
No Ministério das
Cidades, o corte de R$ 2,1 bilhões ainda está sendo avaliado para determinar
quais áreas serão mais prejudicadas, com especial atenção para o programa Minha
Casa Minha Vida. Maurício Muniz, secretário da Casa Civil responsável pelo PAC,
assegurou que, apesar do corte de R$ 4,5 bilhões, não haverá paralisações ou
atrasos em obras e licitações planejadas, mantendo R$ 16 bilhões disponíveis
para empenho neste ano.
¨ Gastos do governo com juros da dívida batem recorde e atingem
maior nível em dois anos
O Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil manteve
nesta quarta-feira, 31, o patamar da taxa Selic em 10,5% ao ano.
Essa decisão ocorre em
um contexto onde o gasto do setor público com juros da
dívida alcançou R$ 94,9 bilhões em junho, o maior valor
mensal desde 2022, e mais que o dobro do gasto no mesmo período do ano passado.
O Banco Central
revelou que a alta taxa Selic impacta diretamente os custos da dívida pública,
que em junho somaram um acumulado anual de R$ 835 bilhões, o maior desde
2002, ajustado pela inflação.
Este aumento
de 30% em relação aos 12 meses anteriores reflete a dinâmica da
dívida governamental e o efeito dos títulos com taxas fixadas em períodos de
Selic mais alta.
Atualmente, a dívida
bruta do governo representa 77,84% do Produto Interno Bruto (PIB), o
maior nível desde novembro de 2021. No contexto da pandemia em 2020,
essa proporção havia atingido 87,7%.
Recentemente, governo
decidiu bloquear R$ 15 bilhões em despesas para 2024, após revisar
para cima a estimativa de gastos com o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) para R$ 111,4 bilhões neste ano.
¨ Pimenta denuncia ganhos astronômicos de banqueiros com juros da
dívida pública em 2023
O Ministro da
Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, expressou críticas
contundentes à política de juros praticada pelo presidente do Banco
Central, Roberto Campos Neto, durante um pronunciamento nesta
quarta-feira.
Pimenta apontou os
altos custos dos juros da dívida pública brasileira, que totalizaram R$
835 bilhões em 2023, como um desvio de recursos que poderiam beneficiar
o desenvolvimento de políticas públicas.
“Quem lucra com os
juros absurdos do Brasil? 835 bilhões de reais que poderiam ter sido investidos
no crescimento do país foram parar nos cofres dos banqueiros no último ano”,
declarou o ministro.
Ele argumenta que,
apesar de uma inflação controlada e de um crescimento do PIB acima das
expectativas, o Banco Central continua a adotar uma das taxas de juro real mais
altas do mundo, contrariando os indicadores econômicos atuais.
Pimenta enfatizou a
inaceitabilidade de que “o dinheiro de hospitais e escolas vá parar nas mãos
dos especuladores”, referindo-se ao impacto do alto custo da dívida sobre o
orçamento destinado a serviços essenciais.
As declarações do
ministro ressaltam uma preocupação com a alocação de recursos públicos e a
gestão da política econômica nacional.
¨ Bolsas afundam nos EUA com mudança de narrativa em Wall Street
A narrativa em Wall Street está mudando.
Os investidores há
muito apostam que o Federal Reserve (Fed) cortará as taxas em setembro, e o
presidente do Fed, Jerome Powell, basicamente confirmou isso na quarta-feira
(31).
Esse corte de taxa,
esperado em seis semanas, foi precificado em ações, que têm subido nos últimos
meses na esperança de um corte. Quedas de taxa tendem a estimular ações, porque
reduzem os custos de empréstimos para empresas e podem ajudar a impulsionar os
lucros.
Mas agora, o medo está
começando a tomar conta, à medida que aumentam as preocupações de que o Fed
pode não estar agindo rápido o suficiente para manter o mercado de trabalho dos
EUA em boa forma.
Powell alertou na
quarta-feira que rachaduras estão começando a se formar no mercado de
trabalho.
Na quinta-feira (1º),
o mercado de ações passou por uma pequena reinicialização, com o Dow Jones
caindo 1,26%, já que os Estados Unidos podem estar entrando em uma nova fase da
economia — uma desaceleração nas contratações.
O S&P 500 mais
amplo recuou 1,42%, e a Nasdaq, de alta tecnologia, caiu impressionantes 2,31%.
Foram algumas semanas
turbulentas para os mercados, já que alguns relatórios de lucros decepcionaram
e o medo sobre o aumento da regulamentação da tecnologia e o desempenho
medíocre de inteligência artificial (IA) azedaram o
humor dos investidores.
As empresas relataram
que os consumidores dos EUA se afastaram de restaurantes e varejistas, e esta
semana alguns dados preliminares de empregos pareceram fracos.
Mas a economia dos EUA
continua inegavelmente forte. Um relatório da semana passada sobre o Produto
Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, a medida mais ampla da economia dos
EUA, foi particularmente robusto, mostrando resiliência dos gastos do consumidor.
Os dados imobiliários
estão começando a mostrar alguns sinais de melhora, incluindo as taxas de
hipotecas caindo para seus níveis mais baixos desde fevereiro.
E Wall Street parece
imperturbável com o surpreendente status de favorita da
vice-presidente Kamala Harris para a nomeação presidencial democrata.
Aguarde mais desses
solavancos nos próximos meses, enquanto economistas e investidores analisam o
que pode ser uma nova fase na história do crescimento econômico dos Estados
Unidos.
Fonte: O Cafezinho/CNN
Brasil
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