quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Alex Solnik: Marçal é candidato do PRTB ou do PCC?

O presidente nacional do PRTB chama-se Leonardo Avalanche. Claro, Avalanche é apelido. E todo apelido só pega quando é a cara da pessoa.

No dia 19 de junho último, o secretário-geral do partido, Marcos Andrade e a ex-vice-presidente, Rachel de Carvalho entraram com uma denúncia contra Avalanche no TSE, segundo a qual ele estaria vendendo cargos no partido para, dessa maneira, obter maioria para indicar candidatos às prefeituras que ele quisesse.

Rachel de Carvalho afirma ter renunciado ao cargo sob ameaças de morte do próprio Avalanche. Aos repórteres Matheus Teixeira e Cézar Feitoza, da Folha, ela deu detalhes:

“Ele me chamou na mesa e falou para mim: no dia em que eu falar para você pegar sua vara e ir pescar, é porque eu vou te matar”.

A viúva de Levy Fidelix, fundador do PRTB, Aldinéia Fidelix, também acusa Avalanche de ter dado um golpe para se tornar na prática em dono do partido, alijando-a da presidência em São Paulo, e essa acusação foi destravada, anteontem, pela presidente do TSE, Cármen Lúcia. Ela intimou Avalanche a se explicar.

No mês passado, a Folha publicou uma conversa de Avalanche, na qual admite que seu motorista tem ligações com “Piauí”, um ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis e que ele, Avalanche, foi o responsável pela libertação de André do Rap (chefão do PCC agraciado com habeas corpus do então ministro do STF Marco Aurélio Mello) e que isso era seu “dia a dia”.

Investigação da polícia paulista descobriu que o chefe do PCC na Zona Leste, o “Coringa”, permutou cocaína com uma BMW com Tarcísio Escobar e Júlio César Pereira, o “Gordão”, ambos aliados de Avalanche. Escobar foi até presidente do PRTB em São Paulo, indicado por Avalanche, mas teve de sair três dias depois, pois nem título eleitoral tinha.

Na entrevista à GloboNews, o próprio Pablo Marçal admitiu não ter certeza se Avalanche, que o indicou candidato, tem ou não ligações com o PCC. Por ele, “pode investigar todo mundo”.

Se nem ele sabe se o seu partido foi infiltrado por essa facção do crime organizado, como o eleitor vai saber? Como ter certeza se o voto em Pablo Marçal é um voto para o PRTB ou para o PCC?

Enquanto essa dúvida não for esclarecida, nem o partido nem o candidato deveriam continuar na disputa.

Muito menos pode valer o registro de uma candidatura escolhida por um presidente envolvido em tantas denúncias cabeludas. Uma árvore envenenada dá frutos envenenados.

Marçal é candidato do PRTB ou do PCC?

 

•        Todas as ligações de Pablo Marçal com o PCC. Por Augusto de Sousa

O influenciador Pablo Marçal (PRTB), que encabeça as pesquisas eleitorais na disputa pela Prefeitura de São Paulo, ao lado de Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), está cercado por figuras suspeitas de terem ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil.

No início de agosto, a Folha de S.Paulo trouxe à tona um áudio no qual Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, presidente do partido de Marçal, admitia ter vínculos com membros do PCC. No áudio, o dirigente do PRTB afirma ser o responsável pela soltura de André do Rap, apontado como chefe do tráfico internacional de drogas dentro do PCC.

“Eu sou o cara que soltou o André [do Rap]. A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele. Esse é o meu dia a dia […] Eu faço um trabalho bem discreto”, disse Avalanche.

Além disso, o presidente do partido afirmou que seu motorista é aliado de Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, ex-líder da facção criminosa na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Essa conexão se tornou ainda mais evidente quando o portal Metrópoles reportou que Marçal esteve com Valquito Soares da Silva, irmão de Piauí, e uma foto dos dois juntos foi publicada nas redes sociais.

O círculo de aliados de Avalanche está sob investigação da polícia. Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, ambos antigos aliados do presidente do PRTB, são suspeitos de trocar carros de luxo por cocaína para o PCC, conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Escobar chegou a ser presidente estadual do PRTB em São Paulo por três dias, no início da gestão de Avalanche, e Gordão, que era sócio de Escobar, também esteve envolvido com a legenda. No entanto, nenhum dos dois foi visto em eventos recentes da campanha de Marçal.

Edílson Ricardo da Silva, um ex-policial militar condenado por fornecer informações a criminosos e que mantinha contato com o PCC, também pertence ao grupo de Escobar e Gordão. O Metrópoles divulgou que Avalanche embarcou em um voo particular com Escobar e Edílson.

Outra figura ligada ao PRTB municipal é Maiquel Santos de Assis, que esteve no palco ao lado do coach durante a convenção do partido neste ano. Maiquel, que tem passagens pelo sistema penitenciário e já foi condenado por extorsão mediante sequestro, aparece como vice-presidente do diretório municipal da legenda em documentos prestados à Justiça Eleitoral. Ele possui fotos com Marçal e é seguido nas redes sociais pela vice na chapa do empresário, a policial Antônia de Jesus.

O candidato bolsonarista também é amigo do influenciador Renato Cariani, réu em um processo por envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para a fabricação de cocaína e crack. A Polícia Federal suspeita que esses produtos abasteciam a rede do PCC.

Juntos, Marçal e Cariani ministram palestras e, nas redes sociais, protagonizaram uma série de vídeos que acompanham um processo de recondicionamento físico do coach.

Na última quinta-feira (22), a deputada Tabata Amaral (PSB), também candidata à Prefeitura de São Paulo, divulgou um vídeo nas redes sociais em que destaca as ligações de aliados dele com o tráfico de drogas e o PCC, intensificando a pressão sobre o candidato.

Além disso, o histórico criminal de Marçal também levanta preocupações para eleitores paulistanos. Em 2010, ele foi condenado pela Justiça Federal de Goiás a quatro anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto por furto qualificado. Mas a pena nunca foi aplicada, pois o caso prescreveu após inúmeros recursos apresentados por sua defesa.

Na época, Marçal, que trabalhava com manutenção de computadores, foi vinculado a uma quadrilha de fraude bancária, sendo acusado de captar emails para enviar spams que permitiam ao grupo obter dados das contas bancárias das vítimas.

Mesmo diante dessas revelações, Marçal continua na disputa pela prefeitura, aparecendo com 21% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (23%) e Ricardo Nunes (19%).

 

•        Suspeitas de laços com PCC cercam campanha de Pablo Marçal

Na corrida acirrada pela Prefeitura de São Paulo, o ex-coach Pablo Marçal, candidato pelo PRTB, tem enfrentado uma série de acusações que envolvem membros de seu círculo político e possíveis conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil, destaca a Folha de S. Paulo nesta terça-feira (27). As revelações têm colocado em xeque a campanha do candidato, que disputa a liderança com Guilherme Boulos (Psol) e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

No início de agosto, a Folha de S. Paulo divulgou um áudio comprometedor atribuído a Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, presidente do PRTB e figura central na campanha de Marçal. Na gravação, Avalanche afirma ter relações diretas com integrantes do PCC, incluindo a participação na soltura de André do Rap, um dos principais chefes do tráfico internacional de drogas vinculado à facção. André do Rap foi libertado após uma controversa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e atualmente está foragido. "Eu sou o cara que soltou o André [do Rap]. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele", declarou Avalanche no áudio.

Além disso, reportagem do portal Metrópoles revelou que Marçal foi fotografado ao lado de Valquito Soares da Silva, irmão de Francisco Antonio Cesário da Silva, o "Piauí", ex-líder do PCC na favela de Paraisópolis, em São Paulo. A imagem foi publicada nas redes sociais e gerou uma onda de críticas e questionamentos sobre as associações do candidato.

O entorno de Avalanche também tem sido alvo de investigações policiais. Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio César Pereira, conhecidos como "Gordão", antigos aliados do presidente do PRTB, são suspeitos de trocar carros de luxo por cocaína em operações que beneficiariam o PCC, conforme apurou O Estado de S. Paulo. Escobar chegou a ocupar brevemente o cargo de presidente estadual do partido sob a gestão de Avalanche, enquanto Gordão, seu sócio, participou de eventos da legenda.

Outro nome que desperta atenção é Edílson Ricardo da Silva, ex-policial militar condenado por colaborar com o PCC, que também foi vinculado ao grupo de Escobar e Gordão. De acordo com o Metrópoles, Avalanche chegou a embarcar em um voo particular acompanhado por Escobar e Edilson, intensificando as suspeitas de envolvimento com atividades ilícitas.

Em entrevista ao UOL, Marçal admitiu ser amigo do influenciador Renato Cariani, que enfrenta acusações de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para a produção de drogas como cocaína e crack. A Polícia Federal suspeita que esses produtos estavam destinados à rede de distribuição do PCC.

Em meio às controvérsias, Pablo Marçal tenta se distanciar das acusações de ligação com o PCC, mas, além destes recentes escândalos, o ex-coach também carrega em seu histórico uma condenação de 2010 pela Justiça Federal de Goiás, que o sentenciou a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado. No entanto, a pena nunca foi cumprida devido à prescrição do caso. Na época, ele foi acusado de integrar uma quadrilha de fraude bancária, responsável pela captação de dados bancários de vítimas por meio de spams.

 

•        Marçal reconhece ter sido preso sob acusação de envolvimento em quadrilha: ‘Todo mundo erra’

Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano, reconheceu que foi preso em 2010, acusado de integrar uma quadrilha envolvida em um esquema de desvio de dinheiro de contas bancárias.

Em entrevista à GloboNews, Marçal afirmou que foi "injustiçado" e disse que passou quatro dias detido na Superintendência da Polícia Federal. Ele foi condenado por furto qualificado pela Justiça Federal de Goiás, mas não cumpriu pena, já que o processo prescreveu em 2018 após recursos apresentados pela defesa do ex-coach.

“Queria ser uma pessoa que nunca foi processada, um menino que nem peida. Mas não foi assim. Infelizmente, fui injustiçado. Muitas coisas na minha vida foi bobeira mesmo que eu fiz, todo mundo erra”, afirmou.

Questionado sobre o suposto envolvimento do partido ao qual é filiado com a facção criminosa PCC, Marçal afirmou estar aberto à possibilidade de deixar a legenda caso seja eleito. “Tem esse tipo de gente lá, o que posso fazer?”, disse.

<><> Pedindo orações, Marçal publica vídeo com música que exalta o Diabo e ofende a Deus

O coach e candidato de extrema direita à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) publicou, em suas redes sociais, um vídeo utilizando uma música que exalta o Diabo e prega mensagens de ódio a Deus. A informação foi publicada primeiramente pela coluna do jornalista Paulo Cappelli no portal Metrópoles.

No vídeo em questão, Marçal faz uma mensagem de apelo ao povo cristão, pedindo orações por sua campanha. No entanto, a música utilizada no fundo do vídeo se trata de "Ur Final Message", do artista Slick Killa, que contém frases como "venha ficar cara a cara com o Diabo", "Foda-se seu Deus" e "Pendure sua mãe na porra da cruz".

<><> Tarcísio diz que seria "desastre" eleição de nome ligado ao crime organizado, em alusão a Marçal

Sem citar nominalmente o ex-coach e candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez uma advertência nesta segunda-feira (26), segundo o Estado de S. Paulo, sobre os riscos de um candidato que tenha possíveis conexões com o crime organizado.

Durante uma entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio afirmou que “seria um desastre” para a cidade ter um prefeito com tais vínculos.

A declaração de Tarcísio ocorre em meio a acusações de que aliados de Marçal estão envolvidos com atividades criminosas. A fala do governador foi amplamente compartilhada, inclusive pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição com o apoio de Tarcísio e Jair Bolsonaro (PL).

 

•        Marçal usa as mesmas estratégias de influencer que está preso; entenda

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), está empatado na liderança das pesquisas de intenção de voto com uma campanha centrada exclusivamente em redes sociais. Sua abordagem é inspirada em Andrew Tate, influenciador britânico-americano controverso conhecido por suas táticas de marketing digital.

Emory Andrew Tate III, de 37 anos, é ex-atleta de kickboxing e ex-participante do reality show “Big Brother” no Reino Unido. Após sua saída do programa devido a vídeos polêmicos e agressões, ele se tornou uma figura proeminente no movimento “red pill”, promovendo ideais de masculinidade através de conteúdo controverso e muitas vezes ofensivo.

Atualmente, o influenciador enfrenta acusações de tráfico humano, estupro e formação de organização criminosa na Romênia, acusações que ele nega. Em 2022, ele foi o nome mais buscado no Google, superando figuras como Justin Bieber e o presidente Joe Biden, apesar de ter sido banido de várias plataformas de redes sociais por comentários machistas e homofóbicos, exceto o YouTube.

Marçal, que declarou ter modelado sua estratégia nas técnicas de Tate, utiliza um método semelhante para impulsionar sua campanha. Ele contratou e paga adolescentes e trabalhadores temporários para criar e divulgar seus conteúdos em redes sociais, uma estratégia que Tate popularizou para maximizar seu alcance.

O coach afirmou ter “4 mil pessoas no seu campeonato de corte” e investe em pagamentos significativos para promover vídeos polêmicos que, segundo ele, atraem mais visualizações.

Ícaro de Carvalho, especialista em redes sociais, explica que a estratégia de Marçal inclui mudanças frequentes de imagem e provocações para manter o engajamento. Segundo ele, a suspensão temporária das redes de do candidato por abuso de poder econômico não afetou sua estratégia, pois o tráfego e o conteúdo ainda circulam fora das principais plataformas, funcionando como uma vitrine.

O professor João Cezar de Castro, da UERJ, compara a abordagem do coach com a utilizada por Jair Bolsonaro em 2018. Enquanto a campanha do ex-presidente se baseava em microdirecionamento e disparos em massa em grupos de WhatsApp, Marçal e Tate utilizam um método mais direto e financeiro, que ele considera mais eficiente, embora fora da lei.

De acordo com Castro, a prática de pagar seguidores para produzir e distribuir conteúdo é ilegal sob a legislação eleitoral atual, e ações legais contra Marçal estão em andamento. Contudo, ele acredita que essa abordagem será amplamente adotada nas próximas eleições, prevendo que em 2026 a maioria dos candidatos usará métodos semelhantes.

 

Fonte: Brasil 247/DCM

 

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