O que o
Plano Real deixou de legado – e o que não entregou
Para
os brasileiros com mais de 35 anos, é comum ter cenas como estas na memória: a
família indo ao supermercado fazer a compra do mês inteiro assim que recebia o
salário. Usar cédulas de uma moeda que já não existia mais, carimbadas com o
novo nome e o valor com três zeros a menos. Funcionários de lojas sempre com
maquininhas em punho remarcando os preços.
Tudo
isso ficou para trás com o lançamento do real, em 1º de julho de 1994, quando
Fernando Henrique Cardoso era o ministro da Fazenda do presidente Itamar
Franco. A moeda debelou a hiperinflação, após uma série de planos fracassados,
e lançou as bases de um sistema macroeconômico finalizado nos anos seguintes e
que perdura até hoje, baseado em metas de inflação e fiscais, além de câmbio
flutuante.
A chegada da nova moeda deixou
legados positivos para famílias e empresas. A estabilidade deu maior
previsibilidade sobre os preços, favorecendo decisões sobre o quanto poupar e
onde investir, e reduziu a pobreza no curto prazo. O plano também deu maior
peso à responsabilidade fiscal e foi acompanhado de outras mudanças, como a
privatização de estatais.
Mas
a promessa de que a estabilidade monetária levaria a um crescimento sustentado
e a queda da desigualdade no longo prazo não se confirmou – devido a outros
obstáculos estruturais, que ficaram mais evidentes após o fim da inflação alta.
·
Planejamento de longo prazo
O
Brasil registra no momento uma inflação de cerca de 4% por ano. Nas décadas de
1980 e 1990, antes do real, ela costumava superar os 10% por mês – e atingiu
picos de até 80% por mês, como em março de 1990. Numa realidade dessas, é muito
difícil para as famílias e as empresas planejarem seus gastos de forma
equilibrada.
Para
as famílias, o importante passa a ser comprar o necessário o mais rápido
possível depois de receber o salário, pois dali a um mês tudo estará mais caro.
É preciso sempre estar pensando em como proteger seu dinheiro da perda de valor
– uma tarefa ainda mais difícil para as milhões de pessoas que não tinham
contas bancárias corrigidas pela inflação. E os traumas de seguidos planos
econômicos com tabelamento de preços ou congelamento de contas levavam a
decisões que nem sempre eram as mais eficientes.
"As
pessoas trabalhavam com os nervos à flor da pele e um horizonte supercurto, e
passavam a maior parte do tempo tentando proteger seu patrimônio", afirma
à DW o economista Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper.
Para
as empresas, esse cenário provocava ineficiência. Uma decisão importante passa
a ser quando comprar os produtos e insumos, já que a cada dia eles ficam mais
caros. Aquelas que revendem produtos físicos são incentivadas a manter grandes
áreas de estoque, e as envolvidas em cadeias complexas de fornecimento precisam
lidar com preços de cada item subindo em momentos diferentes.
Na
época da hiperinflação, a cientista política Daniela Campello, professora
associada da FGV EBAPE, trabalhava como engenheira de produção, e relata à DW
que lidava diretamente com o problema das empresas que buscam manter grandes
estoques. "Era péssimo do ponto de vista da otimização da produção, mas
uma necessidade por conta da economia", diz.
Desde
a adoção da nova moeda, exceto no primeiro ano do governo FHC, quando o real
ainda dava seus primeiros passos, a inflação anual nunca ficou acima de 13%.
·
Redução da pobreza no
curto prazo
Outro
efeito positivo do real, registrado no primeiro ano da sua adoção, foi a
redução da proporção de pobres no Brasil, associada ao fim da hiperinflação e a
reajustes do salário mínimo.
Segundo
a Pesquisa Mensal do Emprego do IBGE, que mede a renda do trabalho nas maiores
regiões metropolitanas do país, em junho de 1994 cerca de 34% dessa população
estava abaixo da linha de pobreza. Em setembro de 1995, eram cerca de 25,5%.
A
hiperinflação era especialmente danosa aos mais pobres porque, excluídos do
sistema bancário, eles sofriam mais com a perda constante de poder aquisitivo.
"Naquela época, os pobres não tinham condição nenhuma de proteger a renda
de uma inflação avassaladora", diz Mendes.
Outro
fator que pesou para a redução da pobreza foi o reajuste do valor do salário
mínimo. Em 1995, no seu primeiro ano no Planalto, FHC concedeu um reajuste de
42,9% – o maior em seus oito anos de governo. Segundo um estudo do Ipea, isso
respondeu por 60% da redução da pobreza no período mencionado.
Mas
a tendência de redução da pobreza não se manteve no longo prazo. Após a queda
em 1995, a proporção de pobres se manteve relativamente estável até o final do
governo FHC, e voltou a cair significativamente somente a partir de 2003, com a
introdução do programa Bolsa Família no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da
Silva.
·
Responsabilidade
fiscal e privatizações
Um
dos pontos centrais do programa de estabilização da moeda foi comprometer-se
com o equilíbrio nas contas públicas. Em âmbito federal, isso se traduziu na
adoção de metas de superávit primário, que orientam o governo a gastar menos do
que arrecada, excluído o pagamento de juros – com o objetivo de manter a dívida
pública sob controle ou reduzi-la.
Um
dos argumentos para a privatização de grandes estatais no governo FHC, como o
Sistema Telebrás, também era obter receitas extraordinárias para equilibrar as
contas públicas e consolidar o real. Ampliar a eficiência dessas empresas era
outro argumento.
A
busca por responsabilidade fiscal também se refletiu nos estados. Os bancos
públicos estaduais, que atuavam como financiadores dos governos estaduais,
revelaram grandes desequilíbrios estruturais após o fim da hiperinflação, e o
primeiro governo FHC promoveu em 1997 a renegociação das dívidas dos estados.
Nesse
processo, a União assumiu as dívidas dos estados, que deveriam ser pagas em
condições vantajosas, e em contrapartida exigiu que eles fizessem ajustes
fiscais e privatizassem estatais, inclusive os bancos estaduais. Segundo
Mendes, esse mecanismo teve efeitos positivos para o equilíbrio das contas
estaduais por cerca de dez anos, mas perdeu força após a flexibilização das
regras no governo Lula e pelo boom de commodities, que incentivou o aumento das
despesas sem que houvesse um aumento sustentável de receitas.
Em
um evento na semana passada na Fundação FHC, em São Paulo, sobre os 30 anos do
real, Rubens Ricupero, que sucedeu FHC no Ministério da Fazenda, afirmou que a
responsabilidade fiscal foi o elemento que "menos pegou" do real, e
que o Brasil, após uma fase inicial de melhora, está agora piorando nesse
aspecto.
·
Crescimento baixo e
juros altos
A
ideia de que a estabilidade monetária estimularia investimentos privados e
levaria ao crescimento da economia não produziu resultados de longo prazo, e as
razões para isso são variadas e alvo de debate entre especialistas.
Mendes
aponta, entre os motivos, que o Brasil segue tendo um setor público grande e com mais estatais do que precisaria, o que segundo ele trava o aumento da produtividade. Outras
razões, diz, são uma economia pouco aberta à competição internacional e lobbies
de setores específicos que conseguem manter subsídios públicos ineficientes.
Após
a estabilização promovida pelo real, o Brasil também se manteve entre os países
com maior taxa de juro real do mundo. As explicações para isso também são
controversas. Mendes aponta para o desequilíbrio crônico do setor público, que
força o governo a contrair mais empréstimos para financiar seu débito e
pressiona as taxas de juros para cima.
Para
Campello, o tamanho da dívida pública de fato tem impacto na rentabilidade de
quem empresta ao governo, mas ela menciona outros possíveis motivos, como um
aspecto inercial do mercado financeiro e pouca competição bancária.
·
Oposição do PT
Lula
encontrou-se com FHC na última segunda-feira, no dia em que a Fundação FHC
fazia seu evento para comemorar os 30 anos do real. Mas, em 1994, o plano de
estabilização enfrentou forte oposição do PT, que então preparava a segunda
candidatura de Lula ao Planalto.
O
argumento do PT era que o Plano Real seria feito às custas dos mais pobres –
Lula disse que a iniciativa era um "estelionato eleitoral" e que iria
"apenas congelar a miséria". Quatro anos depois, após o sucesso do
real, o petista reconheceu que a estabilidade monetária trazida pelo plano era
positiva e tinha um efeito relevante para o poder aquisitivo dos mais pobres –
e fez sua campanha naquele ano baseada em críticas ao baixo crescimento e à
falta de programas sociais para as classes mais baixas.
O
tucano venceu aquela reeleição no primeiro turno. Campello, que elaborou
uma pesquisa analisando como
a variação do preço das commodities e da taxa de juros nos Estados Unidos
impacta a popularidade de governos brasileiros, disse que o apoio ao presidente
se descolou da prevista por seu modelo em dois momentos da história, sendo um deles
o período sob FHC após a estabilização da moeda.
·
Jabuticaba brasileira?
O
debate sobre os 30 anos do real, na opinião de Campello, ganha em precisão se
for acompanhado do contexto internacional. Ela ressalta que o plano foi
"muito engenhoso" e trouxe uma mudança estrutural para o Brasil – mas
cita que diversos países da América Latina conseguiram estabilizar suas moedas
na mesma época.
Bolívia,
Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, entre outros, também conseguiram debelar a
inflação alta na década de 1990 – assim como a Argentina, esta de forma
insustentável. "O mundo estava favorável naquele momento para esse tipo de
programa de estabilização, e foi ótimo que se aproveitou", diz.
Em
uma pesquisa realizada em 2003, ela concluiu que o sucesso do real teve a ajuda
da dinâmica do mercado financeiro internacional, que incluía a queda da taxa de
juros nos Estados Unidos e o Plano Brady, lançado pelo Tesouro americano para
reestruturar a dívida externa de países em desenvolvimento.
Campello
argumenta que o Plano Real representou o "grande momento do
neoliberalismo" na América do Sul, que produziu alguns bens públicos como
a estabilidade monetária, mas cujo modelo foi insuficiente para enfrentar a
desigualdade e a pobreza.
¨
Como era a vida antes
do Plano Real
Hoje
pode parecer estranho, mas antes do real, lançado há exatos 30 anos, as
famílias e empresas brasileiras adotavam comportamentos criativos para proteger
o seu dinheiro da alta constante dos preços.
Rotinas
como ir ao supermercado assim que o salário era depositado, ter várias contas
de poupança e investir em grandes estoques de produtos – pouco eficientes
– eram imprescindíveis diante de uma inflação que chegou a bater em 80% por
mês.
Essa
época também teve traumas que nunca mais se repetiram, como o tabelamento de
preços, a falta crônica de produtos nos supermercados e o confisco de
poupanças.
Veja
como era o cotidiano de famílias e empresas em boa parte das décadas de 1980 e
1990:
·
A grande compra do mês
Era
um evento familiar. Como o preço dos alimentos subia constantemente, o melhor
negócio era ir ao supermercado logo após receber o salário e encher um ou dois
carrinhos com todo o necessário para o mês – ou meses – seguintes.
Para
os que tinham condições, essa compra abastecia a despensa de produtos
alimentícios e de limpeza.
Um
bem muito cobiçado na época era o freezer – melhor ainda se fosse aquele
horizontal, usado em estabelecimentos comerciais – para comprar carne em grande
quantidade e armazená-la.
·
Maquininhas
etiquetadoras
A
remarcação constante dos preços nos supermercados era um desafio em si.
Códigos
de barras ainda não estavam difundidos, e o país tinha uma reserva de mercado
para a indústria nacional de informática que dificultava que os varejistas
digitalizassem seus sistemas.
As
etiquetas com os preços eram coladas diretamente nos produtos. Como eles viviam
subindo, isso era uma atividade permanente, que demandava um funcionário
específico: o remarcador de preços.
"Era
uma profissão odiada. O cara vinha com a maquininha na mão e não
parava, ia de um setor a outro", lembra Carlos Eduardo de Oliveira, 67
anos, ex-funcionário do Banespa.
·
Malabarismos bancários
O
brasileiro tem fama de ser criativo diante da adversidade, e isso valia para a
relação com contas bancárias e produtos financeiros.
Muitos
tinham mais de uma conta de poupança, com datas de aniversário em dias
diferentes. Quando era necessário realizar um saque, ele era feito da conta
cujo aniversário havia sido mais próximo – minimizando a perda de
rentabilidade. O mesmo valia para a variedade de cartões de créditos, também
com datas de vencimento distintas.
A
inflação alta levou os trabalhadores a pressionarem as empresas a pagarem o
salário em mais de uma parcela por mês. Receber quinzenalmente ou semanalmente
era um objetivo almejado pelas entidades sindicais, alcançado em alguns casos.
Entre
os empregados com maiores salários, alguns optavam também por comprar
dólares assim que recebiam, para trocá-los conforme a necessidade.
·
Fiscais de preço e
falta de produtos
O
tabelamento de preços foi uma das muitas estratégias para tentar combater a
inflação, como ocorreu no Plano Cruzado, de 1986, durante o governo José
Sarney.
Itens
alimentícios, combustíveis, produtos de limpeza e serviços tiveram os preços
congelados, e o presidente pediu aos brasileiros que fiscalizassem os preços
nos supermercados e denunciassem remarcações.
Alguns
iam ao supermercados com um broche informando ser "fiscal do Sarney".
Em alguns casos, isso rendia bate-boca com os comerciantes e confusões, que
acabavam em prisões de empresários e interdições de estabelecimentos.
Não
deu certo. Logo começaram a faltar produtos, seja porque os preços congelados
não eram adequados para incentivar sua produção ou porque varejistas decidiam
tirar itens das prateleiras. Comerciantes passaram a cobrar também um ágio para
vender alguns produtos escassos – só tinha acesso quem pagasse o extra.
O
congelamento de preços não era o único gatilho para a falta de produtos. A
estocagem para longo prazo e o desafio de manter cadeias de fornecimento
estáveis também provocavam faltas constantes. Oliveira relata que, em Santos,
era comum ver pessoas formando fila no supermercado já às 5h nos dias em que
haveria carne disponível. "Muitas vezes a polícia tinha que intervir para
organizar", diz.
Problema
parecido ocorria com os combustíveis. A Petrobras tinha o monopólio do
refino e da venda, e o governo exercia controle total sobre os preços. Quando
havia o anúncio de aumento de preços, muitos corriam para os postos para encher
o tanque, o que criava longas filas de veículos que dobravam quarteirões.
Outro
trauma da época é o confisco da poupança. Isso ocorreu em março de 1990, no
início do governo Fernando Collor, e atingiu não só as cadernetas de poupança,
mas também investimentos e contas correntes.
A
medida bloqueou os valores depositados que fossem superiores a 50 mil cruzados
novos (equivalentes, hoje, a R$ 13,2 mil corrigidos pelo IPCA), que só
poderiam ser sacados dali a 18 meses. A iniciativa drástica provocou problemas
agudos para muitas famílias e empresas.
·
O preço está alto ou
baixo?
A
remarcação de preços não acontecia de forma homogênea com todos os produtos e
por todas as empresas, o que levava a grandes diferenças entre estabelecimentos
ou comparações absurdas.
No
livro Saga brasileira – a longa luta de um povo por sua moeda, a
jornalista Miriam Leitão registra alguns desses exemplos. Na mesma semana, um
mesmo aspirador de pó podia custar 899 cruzados novos ou 2.009 cruzados novos,
dependendo da loja.
Um
leitor de jornal reclamava que havia comprado um metro de elástico em uma loja
por 14 cruzados novos, e no dia seguinte havia encontrado o mesmo produto em
outro estabelecimento por 1,50 cruzado novo.
O
desalinhamento de preços e a inflação alta obrigavam os consumidores a
pesquisar muito e fazer contas sempre antes de comprar algo. No livro, Leitão
relata que os jornais traziam tabelas para orientar as pessoas nas suas
decisões: "Se a loja oferecesse 'só' 30% de desconto à vista, era melhor
pagar com cartão – que não era considerado à vista –, perder o desconto e
aplicar no overnight, que no final do mês já tinha superado
80%" – o overnight era uma aplicação de rentabilidade
diária oferecida pelos bancos.
Para
lidar com todas essas contas, não poderia faltar uma máquina de calcular. Na
maior produtora do item na época, Dismac, as vendas dobraram de 1988 para
1989.
"O
telefone também era uma arma para fazer a melhor aquisição. Se fosse o caso,
batia-se o martelo e ia lá buscar de imediato", diz Oliveira.
·
Compra por consórcio
Como
a compra parcelada era inviável pela imprevisibilidade da inflação,
popularizou-se a compra por consórcio, em especial para a aquisição de bens
como automóveis e apartamentos.
Essa
modalidade ainda existe até hoje, com menos alcance. Os interessados se
vinculam a um consórcio para comprar, por exemplo, um automóvel, e
depositam mensalmente um valor determinado em um fundo comum com rendimento.
São feitos então sorteios periódicos no qual as partes podem fazer lances para
receber o bem.
Oliveira
diz que nas décadas de 1980 e 1990 ocorriam muitos golpes e falências de
empresas de consórcio – para prejuízo dos participantes –, o que forçou
posteriormente uma regulação mais rigorosa da atividade pelo Banco Central.
·
Horizonte curto para
as empresas
A
inflação alta era um transtorno para as decisões empresiarias. Planejar custos
e despesas era um desafio com pitadas de adivinhação. Manter o dinheiro
investido em aplicações de rentabilidade diária poderia parecer muito mais
razoável do que arriscar investi-lo em pesquisa ou ampliação dos negócios.
Ter
um grande estoque de produtos era um objetivo comum, já que eles não perderiam
valor ao longo do tempo – apesar de isso reduzir a eficiência da operação, pois
ter grandes estoques gera custos extras de armazenamento e gestão e imobiliza
recursos que poderiam ser usados na ampliação do negócio ou nos esforços de
vendas.
As
vendas a prazo em muitos casos se mostravam um mau negócio, mesmo com a
cobrança de juros e o impulso para desovar mercadorias. Com a inflação
galopante, receber dali a trinta dias podia significar perder dinheiro.
Definir
os preços era um pesadelo em particular. O empresário Oded Grajew, então dono
da indústria de brinquedos Grow, citado por Leitão, disse que seu maior desafio
era fazer e atualizar a lista de preços, sob o risco de fazer produtos
encalharem ou levar a empresa ao vermelho.
Na
era pré-internet, os catálogos impressos eram uma forma eficaz de chegar a um
grande número de potenciais consumidores. Mas divulgar o preço de um produto em
um papel impresso era também um perigo, mesmo que indicasse um prazo da
promoção. Grandes varejistas desistiram do catálogo nos momentos mais agudos da
inflação, apesar do potencial de venda.
Fonte:
Deutsche Welle
Nenhum comentário:
Postar um comentário