segunda-feira, 3 de junho de 2024

Situação na Europa lembra atmosfera no continente antes da 1ª Guerra Mundial, diz mídia

A tentativa de assassinato do premiê eslovaco Robert Fico não levará a uma guerra mundial, mas lembra a conjuntura de uma era semelhante no passado, diz mídia norte-americana.

A situação atual na Europa tem semelhanças com as circunstâncias no continente antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial, argumentou um artigo de sábado (1º) no jornal norte-americano Politico.

"Como nos últimos anos na Europa, a Bela Época [entre 1871 e 1914] viu o crescimento de facções políticas, movimentos violentos e pensamento nacionalista agressivo. Como uma era de desigualdade de renda excessiva e ultrajante, ela era comparável à atual, mascarando sérios distúrbios sociais e econômicos que, por sua vez, alimentaram um descontentamento generalizado", escreve Jamie Dettmer.

O autor do artigo traçou uma analogia entre a recente tentativa de assassinato do primeiro-ministro eslovaco Robert Fico e o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand em 1914. Para o jornalista, embora o mais recente episódio não leve a uma nova guerra mundial, deve ser um alerta.

Dettmer nota que, nos próximos anos, os historiadores poderão avaliar essa tentativa de assassinato como outro estágio intermediário no caminho para "o alarmante deslize da Europa para a extrema acrimônia e violência política".

A tentativa de assassinato de Fico, que se opôs repetidamente ao fornecimento de armas à Ucrânia e à sua adesão à OTAN, ocorreu em 15 de maio, após uma reunião do governo. O agressor disparou cinco tiros e a polícia deteve o atirador no local. O Ministério do Interior informou que o agressor tinha motivação política e discordava das ações do gabinete do país, incluindo a oposição à interrupção do fornecimento de armas à Ucrânia.

Fico explicou que bloquearia a adesão ucraniana à OTAN porque isso significaria o início da Terceira Guerra Mundial. O primeiro-ministro eslovaco também se manifestou contra o envio de militares para a Ucrânia.

¨      Scholz prega a paz, mas seu chefe da Defesa prepara a Alemanha para guerra, diz mídia dos EUA

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, tenta persuadir o mundo de que o seu país está seriamente empenhado em tornar-se novamente uma força militar. Mas ele ainda precisa convencer seu chefe, o chanceler Olaf Scholz, disso, analisa o colunista alemão da Bloomberg, Arne Delfs.

No mês passado, estudantes da Escola de Estudos Internacionais Avançados (SAIS, na sigla em inglês), localizada em Washington, ouviram Pistorius falar sobre o renascimento militar da Alemanha.

Ao expor a extensão do apoio alemão à Ucrânia, o ministro enumerou os tanques, veículos de combate de infantaria, obuseiros e sistemas de defesa aérea enviados a Kiev, afirmando que "é fácil se render ao pessimismo, dados os enormes desafios que enfrentamos", mas "vocês me veem pronto para lutar", acrescentou.

A mídia destaca que, há muito tempo, os norte-americanos não ouviam palavras como estas de um político alemão. Pelo contrário, nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, os líderes alemães evitaram a linguagem militarista e confiaram na protecção dos Estados Unidos e dos seus aliados na OTAN.

"Mas a retórica agressiva de Pistorius está criando tensões com Olaf Scholz e aponta para potenciais problemas futuros, à medida que o governo em apuros se aproxima das eleições no próximo ano", escreve o colunista.

Os cartazes de campanha para as eleições europeias deste mês apresentam Scholz com a palavra "Frieden", que significa "paz". Pistorius, por outro lado, argumenta que os cidadãos alemães precisam estar preparados para a possibilidade de guerra.

Em 2022, quando a operação russa na Ucrânia começou, Scholz pregou o Zeitenwende – ou "ponto de viragem histórico" –, quando prometeu reanimar as Forças Armadas alemãs para combater a ameaça do Kremlin.

"O chanceler Scholz expôs a visão do Zeitenwende, mas agora é o ministro Pistorius quem deve executá-lo. Ele [Pistorius] vê as realidades geopolíticas. Dado que esta é a maior guerra terrestre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha não está preparada", afirmou disse Sudha David-Wilp, diretora do escritório do Fundo Marshall Alemão em Berlim, ouvida pela mídia.

A distância entre o ministro e o chanceler tornou-se cada vez mais aparente nas últimas semanas através de dois desentendimentos públicos: em primeiro lugar, Scholz rejeitou o apelo do seu ministro para disposições orçamentais especiais, a fim de aumentar os gastos com a defesa.

Depois, o chanceler rejeitou a proposta de Pistorius de reintroduzir o recrutamento, abolido em 2011 pela ex-chanceler Angela Merkel.

Mais tarde, Pistorius desistiu desse plano e, em vez disso, está tentando tornar os militares mais atraentes para potenciais recrutas, "mas essa dupla humilhação não lhe caiu bem", escreve o colunista.

Delfs afirma que, durante uma reunião a portas fechadas no ministério no mês passado, Pistorius ameaçou renunciar, frustrado com as restrições orçamentais. Porém, voltou no dia seguinte.

"Ainda estou ansioso por este trabalho e vocês não vão se livrar de mim tão rapidamente", disse ele a repórteres quando questionado sobre relatos de sua explosão.

De acordo com uma pessoa familiarizada com seu estilo de trabalho, ouvida pela mídia, não é a primeira vez que o chefe da Defesa alemã deixa suas emoções tomarem conta quando está sob pressão, e Scholz está longe de ser a única pessoa que pode sentir-se desconfortável com os apelos de Pistorius à Alemanha para "se preparar para a guerra".

Em eventos públicos, o ministro é regularmente chamado pelos manifestantes de "traficante de guerra" e os social-democratas de centro-esquerda dizem que tanto ele como Scholz pertencem a uma "facção pacifista que se opõe fortemente às suas opiniões".

Mas as opiniões de Pistorius ressoam no público alemão, sublinha o colunista, afirmando que ele é regularmente classificado como o político mais popular da Alemanha, enquanto Scholz tem visto por vezes os piores índices de aprovação de qualquer líder desde a fundação da República Federal, há 75 anos.

Arne Delfs afirma que Pistorius é rápido em traçar paralelos entre a situação atual e o período do final da década de 1930, quando a Europa estava começando a deslizar para uma guerra continental.

Em tempos de guerra, disse Pistorius, as pessoas recorrem a um líder "em quem confiam e a quem seguem, mesmo que ele apresente o mundo em termos feios".

Após a sessão com estudantes em Washington, um aluno perguntou ao ministro da Defesa quão diferente seria a Alemanha se ele fosse chanceler em vez de Scholz.

Pistorius parou por um momento, levou a mão ao ouvido e disse, com um sorriso malicioso: "Não entendi a última parte da sua pergunta".

·        Coronel alemão: não se pode permitir à Ucrânia escalar o conflito com ataques ao território russo

O Ocidente deve alertar a Ucrânia da inadmissibilidade de uma nova escalada do conflito com ataques ao território da Rússia, declarou o coronel aposentado e especialista militar Wolfgang Richter em entrevista ao canal Welt.

"Não devemos permitir um cenário de escalada. Isso não tem nada a ver com o fato de os ucranianos, é claro, terem que se defender onde está o front", disse o militar alemão.

De acordo com coronel, os ataques das forças ucranianas no território da Rússia podem forçar Moscou a tomar medidas decisivas, inclusive na esfera do uso de armas nucleares.

"Trata-se de uma escalada em espiral, e devemos dar um aviso claro a Kiev de que isso não deve acontecer", observou Richter.

Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia não usará armas nucleares a menos que haja uma ameaça à própria existência do país. Além disso, ele descreveu como perigoso o raciocínio dos políticos nos EUA e na Europa sobre a possibilidade de uma guerra nuclear.

¨      Biden leva EUA ao risco de 3ª Guerra Mundial ao permitir ataques na Rússia, diz ex-agente da CIA

O governo Biden mergulhou gradualmente os Estados Unidos na guerra da Ucrânia com a Rússia e colocou o país no caminho de uma potencial Terceira Guerra Mundial termonuclear.

É o que disse o ex-analista da CIA e ex-oficial de inteligência do Exército dos EUA Philip Giraldi à Sputnik nesta sexta-feira (31).

"Isso é horrível! Estamos nos envolvendo, cada vez mais, em uma guerra que poderia ter sido evitada e para a qual a única justificação plausível dada foi 'enfraquecer' a Rússia", disse Giraldi.

As tensões EUA-Rússia, que já são piores do que têm sido desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, mergulharam ainda mais na quinta-feira (30), quando a mídia dos EUA informou que o presidente Joe Biden já havia dado permissão à Ucrânia para usar armas dos EUA para atacar dentro da Rússia, supostamente perto da região de Carcóvia.

"A Rússia, por sua vez, alertou que qualquer escalada da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e/ou dos Estados Unidos será respondida com a utilização de todas as capacidades de Moscou para se defender", cravou Giraldi.

O antigo analista da CIA alertou que esta decisão poderia se transformar em um ponto sem retorno no desencadeamento de uma guerra entre os Estados Unidos e a Rússia.

"Fornecer à Ucrânia armas que serão usadas para atacar profundamente a Rússia será visto como um ato de guerra e o que se desenvolverá a partir disso poderá ser catastrófico para todos os envolvidos", alertou Giraldi.

·        EUA retiram seus projéteis guiados Excalibur da Ucrânia por sua ineficácia, diz mídia

O Pentágono começou a retirar da Ucrânia projéteis guiados de alta precisão M982 Excalibur de calibre 155 milímetros devido à sua ineficácia, escreve jornal polonês Interia.

"M982 Excalibur apareceram na Ucrânia logo no início do conflito, em 2022. Eles distinguiam-se por seu excelente alcance e precisão, mas ao longo do tempo o Exército russo construiu poderosos sistemas de guerra eletrônica, que sem problemas começaram a lidar com a detecção e neutralização desta arma", escreve a publicação.

Destaca-se que as interferências causadas pelos sistemas russos de guerra eletrônica Pole-21 e R-330Zh Zhitel dificultam o funcionamento dos projéteis americanos M982. Eles interrompem a navegação por satélite, que é usada pelos projéteis Excalibur. A eficácia do projétil em atingir os alvos diminuiu para apenas 6%.

O projétil de artilharia de foguete ativo foi adotado em 2005, ele é disparado do cano de um obuseiro de 155 mm. A munição recebeu um sistema de orientação combinado com navegação inercial e GPS.

No início deste ano, o consórcio Vysokotochnye Kompleksy (Sistemas de Alta Precisão, em português) informou que o projétil guiado de artilharia Krasnopol-M2 supera o americano M982 Excalibur, uma vez que a munição dos EUA é guiada por um sistema inercial e de correção da trajetória por dados de satélite. Por sua vez, o Krasnopol é orientado por uma mancha laser refletida do alvo que é formada por um telêmetro-ponteiro a laser.

¨      Chefe do Pentágono se recusa a admitir a responsabilidade da OTAN pelo início do conflito na Ucrânia

O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, se recusou a admitir a responsabilidade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pelo início do conflito ucraniano.

"Discordo respeitosamente do seu ponto de vista de que a expansão da OTAN causou a crise na Ucrânia", disse Austin durante os Diálogos Shangri-La, conferência intergovernamental de segurança, em Cingapura.

·        Operação russa

As Forças Armadas da Rússia prosseguem a operação militar especial na Ucrânia, anunciada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro de 2022. Segundo o chefe de Estado da Rússia, entre os objetivos principais da operação lançada estão a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

Após mais de um ano de confrontos, o Exército russo — junto com as forças da República Popular de Donetsk (RPD) e da República Popular de Lugansk (RPL) — libertou completamente a RPL e uma parte da RPD, bem como toda a região de Kherson, as áreas de Zaporozhie junto do mar de Azov e uma parte da região de Carcóvia. Em 5 de outubro de 2022, como resultado de referendos nas regiões, a RPL, a RPD e as regiões de Kherson e Zaporozhie integraram oficialmente a Federação da Rússia.

No dia 20 de maio de 2023, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que as forças russas assumiram o controle total sobre a cidade de Artyomovsk, ou Bakhmut, na denominação ucraniana, um importante centro de transporte para o abastecimento das tropas ucranianas em Donbass. Durante muitos meses, a cidade foi alvo de combates ferozes.

Em junho de 2023, a Ucrânia tentou lançar uma grande contraofensiva na zona de hostilidades. Porém ela se mostrou um fracasso para as Forças Armadas ucranianas – fato reconhecido por especialistas militares e até pela mídia ocidental.

¨      Ucrânia ficou decepcionada com liberação parcial dos EUA a ataques na Rússia, diz mídia

A Ucrânia estaria desapontada com a liberação apenas parcial da proibição dos Estados Unidos do uso de armas americanas para ataques no território russo, apontam reportagens.

Vladimir Zelensky discutirá a expansão das capacidades de Kiev com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, no sábado (1º), conforme noticiou o jornal Politico.

"Duas pessoas próximas ao governo Zelensky disseram que há alguma decepção em Kiev sobre o quão geograficamente limitado será o uso de armas americanas pela Ucrânia", disse a publicação.

Segundo as fontes ouvidas pela reportagem, que preferiram não se identificar, em Kiev consideram a decisão do líder americano como sendo "apenas o começo". No sábado, entretanto, Zelensky deverá discutir o levantamento da proibição.

Espera-se que as conversações ocorram em Cingapura, onde ambos chegaram para participar na cúpula Shangri-La.

Kiev recebeu nesta sexta-feira (31) uma mensagem dos Estados Unidos sobre a possibilidade de usar armas americanas fornecidas para ataques em território russo, disse Zelensky. Ele classificou o conteúdo da mensagem como um "passo em frente", mas sem fornecer detalhes.

Anteriormente, representante do Departamento de Estado disse à Sputnik que o presidente dos EUA, Joe Biden, permitiu que a Ucrânia usasse armas americanas para combate contra alvos em território russo que ameaçam a área de Carcóvia, mas deixou em vigor a proibição do uso de mísseis de longo alcance.

Anteriormente, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, observou que alguns aliados, incluindo o Reino Unido, forneceram à Ucrânia as suas armas "sem quaisquer restrições" em meio a discussões sobre permitir que países da aliança restrinjam Kiev sobre o uso de armas ocidentais para atacar o território russo.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que os representantes dos países da OTAN devem estar cientes "com o que estão brincando" quando falam sobre planos para permitir que Kiev atinja "alvos legítimos" no interior do território da Rússia com sistemas de mísseis transferidos para as Forças Armadas da Ucrânia pelo Ocidente.

 

Fonte: Sputnik Brasil

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