quarta-feira, 29 de maio de 2024

Aldo Fornazieri: Pelo rompimento de relações com o Estado de Israel

O governo brasileiro precisa romper imediatamente relações diplomáticas com o Estado terrorista e genocida de Israel. Precisamos exigir isso do governo brasileiro. Trata-se de uma demanda moral e de decência e dignidade humana. Ou exigimos isso ou seremos omissos.

 Os governos não podem mais ficar passivos e com atitudes declaratórias diante do massacre brutal que Israel vem promovendo contra crianças, mulheres e a população inocente de Gaza.

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Depois de deslocar mais de um milhão de palestinos para a cidade de Rafah, nos últimos dias Israel vem bombardeando e dizimando as pessoas, espalhando o terror e o pavor, semeando os campos de refugiados de corpos despedaçados. Já são 36 mil assassinados, dentre eles 14.100 crianças e 9.200 mulheres. Não há nenhum sentido e nenhuma dignidade nisso. Só há covardia e desumanidade.

Trata-se de uma guerra de vingança e de uma guerra de extermínio. Israel tem o direito de se defender dos ataques terroristas do Hamas. Mas esse direito não pode significar a punição cruel de toda a população de Gaza. Não pode significar a destruição das cidades, o deslocamento das pessoas, o despedaçamento de corpos  de inocentes, a morte pela fome e pela sede.

Israel vem cometendo uma sucessão de crimes e brutalidades contra os palestinos comparáveis aos que os nazistas infringiram aos judeus. Israel não tem o direito de invocar o massacre dos judeus pelos nazistas para lavar os crimes horrendos que vem cometendo contra os palestinos. Israel não tem o direito de invocar a memória dos os judeus massacrados no holocausto para promover um holocausto contra os palestinos. Israel não tem o direito de invocar a memória dos judeus que morreram nos campos de concentração para lavar o sangue das crianças palestinas, massacradas, despedaçadas e amputadas. Fazer essas invocações consiste em praticar um crime imperdoável contra a memória e o sacrifício dos judeus que morreram sob o nazismo.

As bombas de Israel não sufocarão os gritos das crianças palestinas com corpos dilacerados e queimados. Não sufocarão os gritos de crianças que têm braços e pernas amputados sem anestesia. As bombas de Israel não sufocarão o grito das crianças que veem suas mães despedaçadas e os gritos das mães que veem seus filhos reduzidos a uma massa informe de carne e sangue.

Os gritos dilacerantes das crianças, das mulheres e os palestinos inocentes ecoarão para sempre nos ouvidos das futuras gerações de judeus para lembrar-lhe que tiveram um governo criminoso, assassino, terrorista e genocida. Esses gritos de dor ecoarão sempre, por todo o futuro, bem mais alto do que as bombas de Israel.

A humanidade nunca poderá esquecer o que os nazistas fizeram aos judeus. Mas também nunca poderá esquecer o que o /Estado de Israel está fazendo aos palestinos. São duas histórias de infâmia, de impiedade, de brutalidade, de crueldade sem limites.

Boa parte do povo alemão foi cúmplice dos crimes dos nazistas. Os judeus precisam se perguntar, hoje, se são cúmplices de um governo assassino. É certo que parte do povo judeu exige um cessar fogo, o fim da guerra, a libertação dos reféns pelo Hamas e o fim do massacre de palestinos. Mas parte dos judeus ainda apoia os crimes e massacres planejados pelo governo.

O Estado e o governo de Israel são fora da lei. Violam sistematicamente o direito e as leis internacionais. Pisoteiam as resoluções da ONU. Cometem crimes de guerra em série. Os membros da cúpula civil e militar do governo israelense precisam ser presos, levados aos tribunais e condenados por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Esses líderes merecem o seu Tribunal de Nuremberg.

A continuada brutalidade sem limites que Israel vem praticando exige que se passe das declarações condenatórias aos atos. Permanecer no declaratório representa, hoje, uma omissão diante da desumanidade de Israel.

Lula teve a coragem de proferir uma dura condenação ao governo israelense. Mas agora, a virtude da coragem exige que Lula dê um passo adiante. Exige que Lula rompa imediatamente as relações diplomáticas com o Estado de Israel. Exige que o governo brasileiro suspenda imediatamente a importação de armas e de componentes e equipamentos militares de Israel. Exige que o Brasil deixe de exportar qualquer componente que possa ser usado pela indústria militar de Israel.

A Bolívia e a Colômbia, nossos vizinhos, já romperam relações diplomáticas com Israel por considerar que o seu governo é genocida. Se o Brasil quiser exercer uma relação de liderança junto aos seus vizinhos, precisa adotar a mesma atitude que Bolívia e Colômbia adotaram.

Mas, acima de tudo, o governo brasileiro precisa romper as relações diplomáticas para mostrar que não compactua com os massacres dos inocentes de Gaza. O governo deveria liderar uma campanha internacional pelo rompimento das relações diplomáticas com Israel, pois se trata de um Estado bandido, de um Estado fora da lei.

Cabe a nós, cidadãos indignados com os crimes de guerra do governo e do exército israelitas, exigir que o governo brasileiro rompa as relações diplomáticas com o Estado judeu. Os nossos sentimentos de piedade e de compaixão nos obrigam a exigir do governo brasileiro que adote esta medida necessária.

Precisamos nos unir aos israelitas que querem o fim da guerra e a queda do governo criminoso de Netanyahu. Precisamos nos unir aos milhares de estudantes das universidades norte-americanas que ocuparam as instalações, enfrentaram a polícia, pelo fim da guerra e em favor dos palestinos. Precisamos nos unir aos palestinos para que eles tenham o seu Estado livre e independente, seguro contra as agressões intermináveis que vêm sofrendo do Estado sionista de Israel.

 

¨      Ataque israelense deixa Haia ‘sem palavras’, diz Jamil Chade

Os ataques feitos por Israel contra a Palestina na última sexta-feira geraram um clima de constrangimento no TPI (Tribunal Penal Internacional) por conta da resposta dada pelo governo de Benjamin Netanyahu às decisões da Corte.

Em sua coluna no UOL, o jornalista Jamil Chade lembrou que Israel integra o TPI, que estabeleceu o prazo de um mês para que o governo israelense mostrasse o que vinha fazendo para cumprir as ordens.

“O direito internacional estabelece que combatentes não podem usar civis como escudos. Mas tampouco permite que o outro lado ataque, sem pré-avisos ou garantias aos civis”, destacou o jornalista.

Em resposta ao TPI, o exército israelense realizou 60 bombardeios em Rafah em apenas 48 horas, onde mais de 200 palestinos foram mortos apenas no último final de semana. O evento ganha contornos mais dramáticos quando se verifica que o local atacado por Israel foi inicialmente classificado como “área humanitária”.

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Tais ações não só deixaram Haia sem palavras, como também foram alvo de críticas por diversos países que se mostraram inicialmente solidários com Israel após a ação do Hamas, como a França.

“O Estado e o governo de Israel são fora da lei. Violam sistematicamente o direito e as leis internacionais. Pisoteiam as resoluções da ONU. Cometem crimes de guerra em série. Os membros da cúpula civil e militar do governo israelense precisam ser presos, levados aos tribunais e condenados por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Esses líderes merecem o seu Tribunal de Nuremberg”, destaca o cientista político Aldo Fornazieri em artigo.

¨      Líderes globais estão em choque após massacre promovido por Israel

O governo de Israel enfrenta uma onda de protestos globais nesta segunda-feira (27), após ataque que incendiou tendas em Rafah, na zona sul da Faixa de Gaza, onde se concentram os refugiados. A ofensiva vitimou mais 45 pessoas e deixou líderes globais em choque, até porque a Corte Internacional de Justiça de Haia determinou cessar-fogo imediato dias antes. Mesmo assim, os tropas de do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu promoveram 60 ataques em 48 horas.

Em resposta, o exército israelense alegou que o ataque de domingo à noite foi uma tentativa de eliminar dirigentes do Hamas, depois de um ataque de foguetes contra a capital israelense Tel Aviv. Os militares afirmaram ainda que a ofensiva matou Yassin Rabia e Khaled Nagar, ambos altos funcionários do Hamas na Cisjordânia ocupada.

As justificativas, no entanto, não convenceram a comunidade internacional. Muitos países árabes classificaram a iniciativa como um massacre. Parte superior do formulário

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·        Repercussão

O Egito deplorou o “alvo de civis indefesos” e classificou-o como parte de “uma política sistemática que visa alargar o âmbito da morte e da destruição na Faixa de Gaza para torná-la inabitável”.

A Jordânia acusou Israel de “crimes de guerra contínuos” e a Arábia Saudita condenou “nos termos mais veementes os contínuos massacres cometidos pelas forças de ocupação israelenses”.

O Catar condenou o bombardeio israelense como uma “violação perigosa do direito internacional” e expressou “preocupação de que o bombardeio complicará os esforços de mediação em curso e impedirá a obtenção de um acordo para um cessar-fogo imediato e permanente”.

O presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também condenou o ataque a X, dizendo: “Israel continua a violar o direito internacional com impunidade e em desacato a uma decisão do TIJ há dois dias que ordenou o fim da sua acção militar em Rafah.”

Presidente francês, Emmanuel Macron escreveu no X que as operações devem parar. “Não há áreas seguras em Rafah para civis palestinos. Apelo ao total respeito pelo direito internacional e a um cessar-fogo imediato”.

O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse estar “horrorizado com as notícias vindas de Rafah sobre os ataques israelenses que mataram dezenas de pessoas deslocadas, incluindo crianças pequenas. Condeno isso nos termos mais veementes”.

·        Cenas de horror

A agência de defesa civil de Gaza disse que o ataque desencadeou um incêndio que destruiu um centro de deslocados no noroeste de Rafah, perto de uma instalação da agência da ONU para os palestinos, UNRWA.

“Vimos corpos carbonizados e membros desmembrados. Também vimos casos de amputações, crianças, mulheres e idosos feridos”, disse Mohammad al-Mughayyir, funcionário da agência.

“Tínhamos acabado de terminar as orações noturnas”, lembrou uma sobrevivente, uma mulher que não quis ser identificada. “Nossos filhos estavam dormindo. De repente ouvimos um som alto e havia fogo ao nosso redor. As crianças estavam gritando.”

Em uma Gaza já destruída, a população continua sofrendo com a restrição de mantimentos e remédios para atender, minimamente, os palestinos. Há escassez de combustível para a atuação da defesa civil e falta água para apagar os incêndios. 

A ofensiva retaliatória de Israel matou pelo menos 36.050 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território administrado pelo Hamas.

 

¨      Hamas condena EUA e 'Biden pessoalmente' por morte de 40 civis em Rafah

Dois representantes do grupo palestino comentaram os recentes eventos em torno da guerra com Israel, como os ataques entre os dois lados e as negociações de cessar-fogo.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram a eliminação de Yassin Rabia, chefe do quartel-general do Hamas palestino na Cisjordânia, em um ataque aéreo na cidade de Rafah, no noroeste da Faixa de Gaza.

Representantes do Hamas culparam Tel Aviv e Washington pela ação, que provocou a morte de cerca de 40 palestinos.

"A responsabilidade direta pelo massacre israelense no campo de deslocados de Rafah é dos EUA e do presidente dos EUA, Joe Biden, pessoalmente. Nenhum dos líderes do Hamas, como Israel alegou, estava lá no momento do ataque. Essas ações contra civis e pessoas deslocadas fazem parte da implementação do plano genocida do primeiro-ministro [israelense Benjamin] Netanyahu contra o povo palestino", de acordo com Mahmoud Taha, representante de relações com a mídia do Hamas no Líbano.

Ele disse que esses massacres acontecem "para justificar seu fracasso na guerra", e que o Hamas responderá "até que o Exército israelense seja expulso da Palestina".

Ao mesmo tempo, garante Taha, a liderança do Hamas apresentou recentemente uma proposta de cessar-fogo, e acusou o lado israelense de estar trabalhando duro para impedir qualquer possibilidade de chegar a um acordo.

Por sua vez, Mohammad Abu Tarbush, outro representante do Hamas, destacou o que disse ser a morte, o ferimento e a captura no sábado (25) de 16 soldados israelenses perto do campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza.

"[…] foi uma resposta natural e legítima aos massacres infligidos à Faixa de Gaza e ao povo palestino. Isso também prova que as 'brigadas' [do Hamas] ainda estão totalmente operacionais no norte de Gaza, ao contrário do que afirma o inimigo. Esse é mais um duro tapa na cara de Netanyahu", opinou ele, acrescentando que "Israel deveria ter aproveitado a oportunidade de negociar, mas a intransigência de Netanyahu e sua confiança em sua capacidade de mudar as realidades no terreno só complicam a situação".

Tarbush advertiu que o ataque bem-sucedido "pode ser seguido por muitos eventos que surpreenderão Israel em um futuro próximo" se Israel seguir suas operações militares e não aderir a um cessar-fogo.

 

Fonte: Jornal GGN/Sputnik Brasil

 

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