segunda-feira, 29 de abril de 2024

Com ‘carreatas fantasmas’ Bolsonaro virou alvo de chacota em Aracaju

A passagem de Jair Bolsonaro por Aracaju, Sergipe, viralizou de forma negativa nas redes sociais. No estado desde sexta (26) para compromissos políticos, o ex-presidente realizou carretas na capital para reunir apoiadores. No entanto, um internauta o encontrou em uma dessas empreitadas sendo acompanhado por poucas pessoas.

“A carreta do mito chegando. Estou esperando… Um carro, dois carros, e o mito aqui em cima da caminhonete”, ironizou o homem, que não se identificou na publicação.

A realidade, no entanto, é outra nas redes sociais de Bolsonaro. A equipe do ex-presidente postou um vídeo dele sendo recebido por uma multidão logo no aeroporto de Aracaju. Porém, conforme mostra o relato do usuário, a multidão se dissipou no decorrer do dia ao ponto de sobrarem apenas dois carros atrás do político.

De acordo com o jornal Metrópoles, Jair Bolsonaro foi ao estado para se aproximar de lideranças da região. Ele participou de uma carreata até os Arcos da Orla da Praia de Atalaia e seguiu para a sede do PL da capital.

No sábado (27/4), Bolsonaro também teve encontro com lideranças políticas nordestinas.

•        Caso das Joias: Mauro Cid revela que seguia orientação de Bolsonaro

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, prestou, nesta sexta-feira (26), novo depoimento à Polícia Federal (PF). Ele foi ouvido por videoconferência entre Brasília e Miami, nos Estados Unidos, por quase duas horas.

Na oportunidade, Cid revelou detalhes a respeito de um esquema de venda das joias recebidas por Bolsonaro em viagens oficiais enquanto era presidente.

O militar contou que trocou mensagens com um potencial comprador das joias e declarou que seguia as orientações de Bolsonaro.

Cid afirmou, ainda, que chegou a ir pessoalmente a uma loja nos Estados Unidos para negociar um relógio de luxo, avaliado em R$ 350 mil na época.

A questão é que os presentes recebidos por presidentes em viagens oficiais pertencem ao Estado e não podem ser comercializados.

Cid foi preso há cerca de um mês por desrespeitar termos do acordo de delação premiada. Agora, ele espera decisão sobre um novo pedido de liberdade, que está nas mãos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O pai de Mauro Cid, general Lourena Cid, também é alvo das investigações. Ele é apontado como envolvido no esquema das joias.

O militar estava, à época, no comando da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, nos Estados Unidos. Funcionários do órgão denunciaram que Lourena Cid guardava presentes recebidos por Bolsonaro em seu escritório.

Entretanto, ao investigar a sede estadunidense da Apex, a Polícia Federal e o FBI observaram que não há registros do circuito interno de monitoramento da época.

Policiais federais investigam nos EUA

Agentes da Polícia Federal estão nos Estados Unidos conduzindo a fase final das investigações relacionadas à venda das joias. A equipe é composta por um delegado e um agente.

Os policiais fizeram diligências em cidades como Miami, na Flórida; Wilson Grove, na Pensilvânia; e Nova York.

Durante a colaboração internacional, documentos e informações bancárias dos suspeitos foram enviados ao Brasil.

Os policiais brasileiros são acompanhados por agentes especiais da polícia dos Estados Unidos e usam a estrutura do FBI, a agência federal de investigação local.

•        Bolsonaro e Tarcísio fecham acordo para eleição de 2026

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas selaram um acordo para a eleição ao Senado em São Paulo em 2026, quando duas vagas estarão em disputa.

O acerto entre os dois, segundo apurou a coluna, prevê que um dos nomes da chapa ao Senado será indicado por Bolsonaro, e o outro, pelo atual governador paulista.

Hoje, o ex-presidente tem dito que a tendência seria indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho 03, como candidato a senador por São Paulo.

Já Tarcísio, de acordo com aliados, tende a indicar para a chapa ao Senado seu atual secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), que é deputado federal licenciado.

•        Aliados aconselham Bolsonaro a pressionar Tarcísio e lançar Michelle à Presidência

Em reuniões realizadas nesta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu conselhos de aliados para direcionar gestos à sua esposa, Michelle Bolsonaro, e ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), como possíveis opções para a corrida presidencial de 2026 em detrimento ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo a jornalista Bela Megale, o ex-presidente ouviu as sugestões sem emitir comentários.

A estratégia visa pressionar Tarcísio a demonstrar maior apoio ao bolsonarismo à extrema-direita. Recentemente, Bolsonaro expressou descontentamento com o secretário de governo do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), reiterando sua recusa em aceitá-lo como vice em futuras eleições.

Nos bastidores, o governador de São Paulo atribui a má relação com Kassab à ambição excessiva deste por prefeituras, e sugere que o mesmo deveria fazer gestos em direção a Bolsonaro.

Durante a manifestação no Rio de Janeiro no último domingo (21), Bolsonaro mencionou Tarcísio nominalmente, mesmo com a ausência do governador no evento.

“Quem é Tarcísio de Freitas? Um jovem militar formado na mesma academia que a minha, a das Agulhas Negras. E o Tarcísio de Freitas carioca, torcedor do Flamengo, se candidatou em São Paulo e ganhou”, afirmou o ex-presidente.

Uma pesquisa realizada pela USP com o público presente na manifestação mostrou que o governador de São Paulo é o nome preferido para concorrer ao Executivo em 2026, considerando que o ex-presidente está inelegível. Bolsonaro mantém a convicção de que poderá recuperar sua elegibilidade, apesar de considerações judiciais em contrário.

Na ocasião, 54% dos entrevistados responderam que o melhor candidato para representa a extrema-direita seria Tarcísio, enquanto Michelle aparece em segundo lugar, com 23% e Romeu Zema, governador de Minas Gerais, empata com o general Braga Netto com 4%.

•        Tarcísio agora quer “fluencímetro” nas escolas

Além da fala polêmica de que substituiria professores pelo ChatGPT, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também disse que vai implementar uma ferramenta de inteligência artificial apelidada de “fluencímetro” nas escolas estaduais com o objetivo de “avaliar a fluência de leitura” de alunos do 2º ao 5º ano da rede estadual. A “nova IA” foi anunciada nesta quarta-feira (24) pelo governador com a participação do secretário da Educação, Renato Feder, no evento Bett Brasil, em São Paulo.

Utilizando o “fluencímetro”, o estudante faz a leitura de um texto que é gravada e posteriormente avaliada pela inteligência artificial. O professor recebe uma comparação entre o texto original e a leitura realizada pelo aluno e a leitura é então “avaliada”.

A IA levaria em consideração a fluência e o tempo da fala da criança, estipulando níveis. De acordo com a Secretaria de Educação, as primeiras avaliações serão aplicadas nesta semana para os alunos do 4º e 5º ano, e na próxima semana para os alunos do 2º e 3º ano.

A previsão de despesas do governo para o edital de licitação é de R$ 17,28 milhões. Desse total, já foram desembolsados R$ 6 milhões especificamente para o “fluencímetro”. A plataforma Elefante Letrado, que já é utilizada nas escolas estaduais, vai abarcar o novo recurso. Segundo a secretaria, a mesma está acessível para 560 mil alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, matriculados nas 1.389 escolas da rede de ensino de São Paulo.

<><< As polêmicas de Tarcísio na educação

·        Governo Tarcísio sugeriu “ChatGPT nas escolas” ao invés de professores

Na semana passada, Tarcísio disse que ia substituir professores pelo ChatGPT na produção de aulas digitais. Estas aulas são usadas por docentes e cerca de 3,5 milhões de alunos de todas as escolas da rede estadual paulista. O material didático era produzido até então por professores chamados curriculistas, especialistas na elaboração desse tipo de conteúdo. Daqui em diante, esses docentes serão responsáveis apenas por "avaliar a aula gerada [pela inteligência artificial] e realizar os ajustes necessários para que ela se enquadre aos padrões pedagógicos".

Segundo documento que a Folha teve acesso, o ChatGPT vai gerar a "primeira versão da aula com base nos temas pré-definidos e referências concedidas pela secretaria". A seguir, os professores deverão editar e encaminhar o material para uma equipe que fará a revisão. A Secretaria de Educação confirmou em nota o uso da ferramenta para produzir as aulas digitais do terceiro bimestre dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e do ensino médio. Com a polêmica, o Ministério Público (MP) cobrou explicações do governador.

·        Governo Tarcísio recusou livros didáticos do MEC e anunciou “material pedagógico próprio”

Em agosto de 2023, Tarcísio decidiu que sua gestão não ia participar do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), por meio do qual os livros didáticos são comprados com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDC) do Ministério da Educação (MEC). A decisão implicaria que mais de 1,4 milhão de alunos não receberiam livros didáticos impressos no ano que vem, o que significaria  que mais de 10 milhões de livros deixarão de ser distribuídos. Com a repercussão, o governador recuou rapidamente.

 

Fonte: DCM/Fórum/Metrópoles/Agencia Estado

 

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