China deve ultrapassar os EUA e se tornar
maior economia do mundo até 2035, segundo estudo
O estudo de
pesquisadores de quatro países prevê que fatores como a valorização do yuan e
outros ajudem o país asiático a conseguir ter uma economia maior que a
norte-americana no espaço de uma década.
Há uma grande
probabilidade de que a China se torne a maior economia do mundo e que seu PIB
ultrapasse o dos EUA por volta de 2035, de acordo com um relatório desenvolvido
em conjunto por pesquisadores de China, Rússia, EUA e Canadá.
Ele foi desenvolvido
em conjunto por pesquisadores do Instituto Chunyang de Estudos Financeiros da
Universidade Popular da China, do Centro de Cooperação China-EUA da
Universidade de Denver, EUA, da Sociedade Econômica Livre da Rússia, do Grupo
de Pesquisa Geopolítica e Econômica da Universidade de Manitoba, Canadá, e do
Conselho Econômico e Cultural da Índia e da China.
O texto, intitulado
"Capitalizando o Interesse: Desenvolvimento de Alta Qualidade da China e
Previsão para 2035", foi lançado no domingo (31) na Universidade Popular
da China.
"Com base no fato
de que o crescimento econômico da China é maior do que o dos EUA, bem como na
valorização contínua do renminbi [ou yuan], na crescente internacionalização do
renminbi e na competição de longo prazo entre o renminbi e o dólar dos EUA,
espera-se que a China ultrapasse os EUA como a maior economia do mundo por
volta de 2035 com alta probabilidade, desde que mantenha o crescimento do PIB
de cerca de 5% ao ano nos próximos anos e de pelo menos 4% até 2035",
aponta ele.
Além disso, notam os
autores do relatório, os países em desenvolvimento se tornarão o principal
motor do crescimento econômico global no futuro, e suas altas taxas de
crescimento poderão dobrar o PIB global na próxima década.
¨ China não ficará de 'braços cruzados' com 'políticas comerciais
injustas', diz Xi Jinping a Biden
A China não ficará de
"braços cruzados" às tentativas dos Estados Unidos de suprimir o
desenvolvimento de altas tecnologias chinesas e de minar seu progresso, disse
nesta terça-feira (2) o presidente Xi Jinping ao seu homólogo dos EUA, Joe Biden,
durante uma conversa telefônica.
"Se os EUA
quiserem realizar uma cooperação mutuamente benéfica e partilhar conjuntamente
os dividendos do desenvolvimento da China, as portas da China estarão sempre
abertas. Se os EUA insistirem em suprimir o desenvolvimento de alta tecnologia
da China e em privar a China do seu legítimo direito de se desenvolver, não
permaneceremos calados sem fazer nada", disse Xi, citado pela agência de
notícias Xinhua.
Ainda segundo a
imprensa chinesa, Biden respondeu que o desenvolvimento da China é benéfico
para todo o mundo e que Washington não pretende minar o desenvolvimento de
Pequim ou romper os laços bilaterais.
A questão de Taiwan é
'linha vermelha' nas relações entre China e EUA
Ainda segundo o jornal
chinês, Xi Jinping disse ao seu homólogo estadunidense que Pequim não fechará
os olhos ao apoio externo às forças separatistas na ilha de Taiwan:
"O presidente Xi
Jinping enfatizou que a questão de Taiwan é a primeira linha vermelha que não
deve ser ultrapassada nas relações China-EUA. Diante das atividades
separatistas de 'independência de Taiwan' e do estímulo e apoio externo a elas,
a China não vai ficar de braços cruzados. Ele instou o lado dos EUA a traduzir
o compromisso do presidente Biden de não apoiar a independência de Taiwan em
ações concretas", diz a agência, citando as palavras do líder chinês.
A mídia relata que
Biden reafirmou que Washington reconhece a política de uma só China, bem como a
importância da paz e da estabilidade no estreito de Taiwan. Também reiterou que
seu governo não busca uma nova Guerra Fria nem mudar o sistema da China.
Esta foi a primeira
vez que Xi Jinping e Biden conversaram por telefone desde julho de 2022, quando
as tensões entre Washington e Pequim se intensificaram devido a uma viagem da
então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha em
agosto desse ano.
A China, que considera
a ilha uma das suas províncias, condenou a visita de Pelosi, vendo nessa medida
o apoio dos EUA ao separatismo taiwanês, realizando exercícios militares em
grande escala.
As relações oficiais
entre o governo central da China e a província insular foram interrompidas em
1949, depois que as forças do Kuomintang lideradas por Chiang Kai-shek,
derrotadas na guerra civil com o Partido Comunista Chinês, se mudaram para
Taiwan.
Os contatos comerciais
e informais entre a ilha e a China continental foram retomados no final da
década de 1980. Desde o início da década de 1990, as partes começaram a se
comunicar através de organizações não governamentais — a Associação para as
Relações entre os Dois Lados do Estreito de Taiwan (ARATS, na sigla em inglês)
e Associação de Pequim para o Desenvolvimento das Relações através do Estreito
de Taiwan e a Fundação para o Intercâmbio no Estreito (SEF, na sigla em
inglês).
Pequim reivindica o
território autogovernado, que um dia se reunificará com a parte continental
como uma parte integrante da China, e cita a política de uma só China acordada
a nível internacional nos anos 1970.
Ø
'Tiro no próprio pé': economia da Rússia se
fortalece apesar das sanções ocidentais, diz jornal
Especialistas
entrevistados pelo Daily Mail disseram que a economia russa demonstra um
crescimento estável, apesar das sanções impostas pelo Ocidente, que abriram o
caminho para Moscou para novas parcerias econômicas.
"Os esforços do
Ocidente para congelar ativos, excluir os bancos russos dos sistemas de
pagamentos globais e interromper o comércio só levaram a Rússia a fortalecer os
laços com outros parceiros internacionais, incluindo a China e o Irã",
refere o artigo.
De acordo com a mídia,
os especialistas alertam que os países europeus no futuro só ficarão mais
fracos em termos econômicos e mais dependentes dos EUA.
De fato, Alan Cafruny,
professor de relações internacionais no Hamilton College (EUA), afirma que a
decisão da Europa de cessar a importação de petróleo e gás russos não fez nada
além de prejudicar sua própria economia.
Ksenia Kirkham,
especialista em economia política de sanções e guerras econômicas no King’s
College de Londres, acredita que a Europa "atirou no próprio pé"
levando a Rússia a abandonar os controles ocidentais e tornando-a ainda mais
independente.
Segundo ela, a
confiança excessiva do Ocidente no cumprimento das sanções minará os próprios
mecanismos de sua ação - isto é, a hegemonia do dólar e o controle sobre as
cadeias de suprimentos.
"O isolamento da
Rússia é um mito" ressaltou ela.
Moscou tem
repetidamente afirmado que o país conseguirá lidar com a pressão das sanções
que o Ocidente começou a exercer sobre a Rússia há vários anos e continua a se
intensificar. O Kremlin observou que o Ocidente não tem coragem de reconhecer o
fracasso das sanções. Nos próprios países ocidentais, havia muitas opiniões de
que as sanções seriam ineficazes.
¨ Exportações de petróleo russo para a Ásia-Pacífico aumentam para
80% em 2023
Cerca de 80% das
exportações de petróleo russas se destinaram aos mercados da Ásia-Pacífico em
2023, informou o vice-primeiro-ministro Aleksandr Novak.
"No total, mais
de 80% do petróleo russo foi exportado para países da Ásia-Pacífico",
destacou o vice-chefe do governo em um artigo para a revista Energy Policy.
Novak sublinhou que as
petrolíferas russas conseguiram reorientar completamente as suas exportações
para os mercados da referida região após a "guerra de sanções"
declarada pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
Em particular,
observou ele, as empresas russas exportaram 35% de combustíveis e outros
derivados de petróleo para os países da Ásia-Pacífico no ano anterior. Segundo
dados oficiais, as empresas petrolíferas russas enviaram quase 200 milhões de
toneladas de petróleo bruto para os países da Ásia-Pacífico em 2023.
Os Estados da UE
deixaram de adquirir petróleo da Rússia por via marítima desde fevereiro de
2022 devido à crise ucraniana, no entanto, continuam a importar petróleo bruto
russo através do famoso oleoduto Druzhba.
¨ Cálculo de arrecadação com venda de gás russo após implementação
de pagamentos em rublos é divulgado
Em resposta às sanções
ocidentais à energia russa, Moscou anunciou que os pagamentos feitos pelo
fornecimento de gás natural à União Europeia (UE) e a outros Estados que
impuseram tais medidas seriam convertidos em rublos para dispensar o uso de
dólares e euros nas liquidações. O novo arranjo de pagamento foi introduzido em
1º de abril de 2022.
Os maiores compradores
de gás via gasoduto ao abrigo do novo regime de compra foram a Hungria (no
valor de 769 bilhões de rublos, ou R$ 42,2 bilhões), a Itália (655 bilhões de
rublos, ou R$ 36,02 bilhões), a Grécia (328 bilhões de rublos, ou R$ 18,04 bilhões)
e a Eslováquia (310 bilhões de rublos, ou R$ 17,07 bilhões). Ao mesmo tempo,
alguns grandes importadores não divulgam estatísticas do comércio de gás,
incluindo a Alemanha e a Áustria.
Em particular, de
abril de 2022 a janeiro de 2024 — dados mais recentes não estão disponíveis
neste momento — Moscou obteve 31 bilhões de euros (cerca de R$ 168,5 bilhões)
da UE, considerando a taxa de câmbio em vigor na altura, para o fornecimento de
gás por gasoduto.
Moscou alertou
repetidas vezes que a imposição de restrições aos hidrocarbonetos russos, bem
como as tentativas de isolar a Rússia e romper relações econômicas com ela,
prejudicam acima de tudo os próprios países ocidentais.
Além das perdas
econômicas diretas, a confiança em moedas como o dólar e o euro foi minada e
cada vez mais países em todo o mundo estão recorrendo a moedas alternativas.
Ø
Relações entre a Rússia e Ocidente hoje são
'mais do que uma Guerra Fria'
Em entrevista
exclusiva à Sputnik, o chefe da delegação russa nas negociações em Viena sobre
segurança militar e controle de armas, Konstantin Gavrilov, afirmou que as
atuais relações entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) são "mais do que uma Guerra Fria".
O diplomata fez uma
comparação histórica, destacando a retórica crescentemente hostil do Ocidente
em relação a Moscou, reminiscente dos tempos do conflito.
Gavrilov ressaltou
que, durante a Guerra Fria, as declarações da OTAN frequentemente se
concentravam na ameaça de um ataque súbito em grande escala pela União
Soviética e o Pacto de Varsóvia. Ele alertou que essa mesma retórica está
ressurgindo nos discursos atuais da aliança.
"A Rússia é
declarada 'a ameaça mais significativa e direta' no conceito estratégico da
aliança, aprovado na cúpula de Madrid em 2022", afirmou Gavrilov.
Ele expressou
preocupação com a percepção da OTAN sobre a segurança europeia, enfatizando que
parece residir agora nas fronteiras com a Rússia. Essa mudança, segundo o
diplomata, torna as relações mais tensas do que nunca.
A entrevista de
Gavrilov ocorre às vésperas do 75º aniversário da assinatura do Tratado do
Atlântico Norte em Washington, que será celebrado em 4 de abril.
Fonte: Sputnik Brasil
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