Camaçari é quarta cidade com ar mais
poluído do Brasil, aponta relatório
O relatório World Air
Quality de 2023, feito pela IQAir, mostra as cidades e países com pior
qualidade de ar do mundo. O documento foi divulgado nesta semana e traz dados
de 7,8 mil localidades em 134 países.
Manaus, capital do
Amazonas, apresentou piora significativa na qualidade de ar entre 2021 e 2023,
segundo o relatório. A quantidade de materiais particulados com diâmetro de até
2,5 micrômetros (MP 2,5) na cidade amazonense ultrapassa em mais de três vezes
o parâmetro estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2021, o
nível de MP 2,5 na atmosfera manauara era duas vezes maior do que o recomendado
pela OMS.
Osasco, na região
metropolitana de São Paulo, é a segunda cidade com maior poluição do Brasil.
Outras cidades paulistas com indicador da qualidade do ar entre três e cinco
vezes pior do que o recomendado pela OMS são: Guarulhos, Rio Claro e Cubatão.
O município brasileiro
que apresentou o pior índice de poluição foi Xapuri, no Acre.
A única cidade do País
entre as analisadas que ficou dentro dos parâmetros estabelecidos pela OMS foi
Fortaleza.
No País, o nível de MP
2,5 da atmosfera é mais que o dobro do recomendado, o que o coloca na 83º
posição entre os mais poluídos. Ainda assim, o número representa uma queda em
relação aos primeiros registros do World Air Quality. Em 2018, por exemplo, a presença
desses materiais na atmosfera era mais que o triplo.
Materiais particulados
foram associadOs a mortes e doenças provocadas por problemas no coração e no
pulmão. Segundo a OMS, o MP 2,5 é um dos que tem maior impacto na saúde é o MP
2,5.
Qualidade do ar nas
cidades brasileiras
Baseado na
concentração de material particulado (MP 2,5), em micrograma por m³. Abaixo,
todas as cidades brasileiras analisadas.
– Xapuri (Acre): 21
(excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Osasco (São Paulo):
19,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Manaus (Amazonas):
16,8 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Camaçari (Bahia):
16,2 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Guarulhos (São
Paulo): 16 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– São Caetano (São
Paulo): 15,9 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio Claro (São
Paulo): 15,5 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Cubatão (São Paulo):
15,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Acrelândia (Acre):
15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Campinas (São
Paulo): 15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Mauá (São Paulo):
14,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Porto Velho
(Rondônia): 14,3 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– São Paulo: 14,3
(excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Senador Guiomard
(Acre): 13,4 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Santos (São Paulo):
13,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Ribeirão Preto (São
Paulo): 13 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Jundiaí (São Paulo):
12,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio Branco do Sul
(Paraná): 11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Curitiba (Paraná):
11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio Branco (Acre):
11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Piracicaba (São
Paulo): 11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio de Janeiro: 11,7
(excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Manoel Urbano
(Acre): 11,5 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– São José dos Campos
(São Paulo): 11 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Taubaté (São Paulo):
10,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Guaratinguetá (São
Paulo): 10,2 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Timóteo (Minas):
10,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Serra (Espírito
Santo): 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– São José do Rio
Preto: 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Palmas (Tocantins):
9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Macapá (Amapá): 8,5
(excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Cruzeiro do Sul
(Acre): 8,4 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Tarauacá (Acre): 8,2
(excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Jambeiro (São
Paulo): 8 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Boa Vista (Roraima):
7,2 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Guarapari (Espírito
Santo): 7 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Brasília: 6,8
(excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Fortaleza: 3,4
(dentro do parâmetro).
·
Quais os países com
pior qualidade de ar do mundo?
De acordo com o
relatório, o país com pior qualidade de ar em 2023 foi Bangladesh, seguido por
Paquistão e Índia.
Nesses países o nível
de MP 2,5 chegou a ser até dez vezes maior do que o recomendado pela OMS. Na
Índia, está localiza a metrópole com maior poluição de MP 2,5, chamada de
Begusarai.
Os nove primeiros
países a aparecer no ranking estão na Ásia. A República Democrática do Congo é
o país de outro continente com maior presença de MP 2,5.
Na Europa, a Bósnia
obteve o pior nível de qualidade de ar e ficou em 27º lugar Na América do
Norte, o Canadá apresentou o pior nível do material particulado, na 93ª
posição. Treze das cidades mais poluídas da região são canadenses.
Apenas sete dos países
verificados conseguiram cumprir as orientações da OMS: Austrália, Estônia,
Finlândia, Granada, Islândia, Ilhas Maurício e Nova Zelândia.
Para o cientista de
Qualidade de Ar do Greenpeace Internacional, Aidan Farrow, os dados da IQAir
mostram que, em 2023, a poluição atmosférica foi uma catástrofe global de
saúde.
“Esforços locais,
nacionais e internacionais são necessários urgentemente para monitorar a
qualidade de ar em lugares sem muitos recursos, gerenciar a névoa
transfronteiriça e cortar nossa dependência em combustão como uma fonte de
energia”, defendeu.
O relatório destacou
que o continente africano ainda sofre com a ausência de dados sobre a qualidade
do ar. Já na América Latina e no Caribe, 70% dos dados obtidos vieram de
sensores de baixo custo.
Fonte: Agencia Estado
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