sábado, 3 de fevereiro de 2024

Sudene aprova liberação de R$ 83,8 milhões do FDNE para projeto de energia renovável na Bahia

A Diretoria Colegiada da Sudene, em reunião nesta quinta-feira (1º), na sede da Autarquia, aprovou a primeira liberação, no valor de R$ 83,8 milhões, para o projeto de titularidade da empresa Assuruá 5 VI Energia S.A. O financiamento é por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), que vai participar com um aporte de R$ 122,7 milhões, enquanto a previsão de investimento total para viabilizar o parque é de R$ 207,6 milhões.

De acordo com o superintendente Danilo Cabral, o FDNE é um importante instrumento para a indução do desenvolvimento regional. Para este ano, há uma previsão de investimentos na ordem de R$ 1 bilhão. “Este Fundo é voltado para a realização de investimentos em infraestrutura e serviços públicos e em empreendimentos produtivos com grande capacidade germinativa de novos negócios e novas atividades produtivas”, destacou.

O diretor de Gestão de Fundos e Incentivos Fiscais, Heitor Freire, comentou que a aprovação do crédito do FDNE para o parque eólico ocorreu em abril de 2023. A unidade abrange os municípios de Gentio do Ouro e Xique-Xique, localizados em áreas consideradas prioritárias, segundo classificação da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e das diretrizes e prioridades estabelecidas pelo Conselho Deliberativo da Sudene.

O projeto tem capacidade instalada de 34,8 MW de energia e é composto por seis aerogeradores, com potência unitária de 5,8 MW. A expectativa é de que sejam gerados 850 empregos (490 diretos e 360 indiretos), dos quais 750 se referem à fase de implantação e 100 quando o parque estiver em plena operação.

O FDNE financia outras unidades do Complexo Assuruá, que pertence à Ômega Energia - as I, II e III. No total, esses três parques é de R$ 716 milhões, com participação de R$ 398,8 milhões do Fundo. Em outubro do ano passado, a Sudene liberou o pagamento da segunda parcela do financiamento para essas unidades.

As contrapartidas econômicas, sociais e ambientais apresentadas pela empresa incluem os projetos “Da Raiz ao Grão” - que beneficia comunidades rurais com reforma e substituição de equipamentos da Casa de Farinha da Associação de Moradores da Comunidade de Gameleira do Assuruá, além da formação de agricultores locais em agentes rurais da cultura de mandioca; e “Ecolar ODS 3 e 6” – que faz uso de um sistema ecológico de tratamento de esgoto.

 

       Sudene e universidades lançam Rede Impacta Bioeconomia

 

O fomento da bioeconomia do Nordeste aplicada à saúde é o principal objetivo da mais nova rede colaborativa construída pela Sudene. A Rede Impacta Bioeconomia foi  lançada nesta segunda-feira (29), numa parceria da instituição com as universidades federais de Pernambuco (UFPE) e Vale do São Francisco (Univasf). A iniciativa prevê a  produção de medicamentos a partir da pesquisa e inovação, centrada nos agricultores familiares agroecológicos, da fauna e da flora dos biomas existentes na região - caatinga, mata atlântica e cerrado.

“Essa iniciativa fala para a inovação, a sustentabilidade, o meio ambiente e a nova política industrial brasileira. Nós queremos apoiar a geração de bioeconomia, enxergando o território, a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável do Nordeste”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. Ele destacou que a identificação de produtos e cadeias de valor para o aumento da produção, beneficiamentos diversos e geração de renda para a população dialoga diretamente com o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE).

Presente ao evento, o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFPE, Pedro Carelli, frisou que a Rede é uma ação estratégica por se propor a uma visão do ciclo completo, desde a pesquisa, atuação nas pequenas comunidades, orientação, geração das cadeias de valor, a pesquisa para geração de produtos a partir da biodiversidade. “Acho que se fala muito na Amazônia, mas a gente também tem que olhar a Caatinga, porque é um bioma muito biodiverso, de uma riqueza enorme. A gente fala em biodiversidade há muito tempo no Brasil, mas estamos ainda muito aquém em termos de pesquisa, de como usar isso para geração de valor e agregação de valor econômico mesmo para o desenvolvimento do país”, disse.

A professora Mônica Felts, uma das coordenadoras do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Positiva do Complexo Industrial da Saúde 4.0 (INCT TEC CIS 4.0) e também da Rede Impacta Bioeconomia, explicou que, a partir do olhar para a biodiversidade, haverá uma busca de bioativos e bioinsumos que possam ser extraídos de forma sustentável do território, gerando renda, industrialização, desenvolvimento socioeconômico e proteção ambiental.

Para chegar à produção de medicamentos, haverá um movimento de transição, de acordo com a professora. “Começaremos a produzir suplementos funcionais e alimentares, defensivos agrícolas, cosméticos inteligentes, bioinsumos funcionais e farmacêuticos ativos e, posteriormente, medicamentos. Não queremos só extrair os insumos, queremos criar tecnologias e aperfeiçoar as existentes, além de agregar valor à produção”, reforçou Mônica Felts.

Com um investimento de R$ 553,7 mil da Sudene, a Rede Impacta Bioeconomia conta com seis metas. A primeira trabalhará os derivados do umbu; a segunda do maracujá-da-caatinga; a terceira, da pitanga, da acerola e do melão-de-são-caetano. Já a quarta meta terá como foco a criação de defensivos agrícolas; a quinta será voltada para o mapeamento das cadeias de valor e a sexta atuará a partir da produção de mel de abelhas.

A estruturação da Rede Impacta Bioeconomia terá início com identificação das organizações socioprodutivas (associações e cooperativas, principalmente) com maior nível de solidez para a realização de estudos com espécies vegetais e animais. Inicialmente, o projeto terá foco na área de influência da Região Integrada de Desenvolvimento Petrolina-Juazeiro e na Mata Atlântica, mas com estratégia de ser articulada para todo o Nordeste. A ideia é expandir a iniciativa para toda Região, firmando novas parcerias ao longo dos próximos anos.

“Identificamos duas cooperativas - a Coopercuc (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá) e a Cooates (Cooperativa de Trabalho Agrícola, Assistência Técnica e Serviços), em Pernambuco - para o início do projeto”, disse a professora Mônica Felts. Localizada na Bahia, a Coopercuc trabalha, especialmente, com produtos oriundos do extrativismo do umbu e do maracujá-da-caatinga. Já a Cooates, sediada em Barreiros, na zona da mata de Pernambuco, atua com a produção de mel e extrato de própolis.

Em fevereiro, a Rede Impacta Bioeconomia será formalizada com a Univasf, em Petrolina (PE). O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, enfatizou que a parceria com as universidades consolida a aproximação entre as instituições, recompondo os elos em prol do desenvolvimento regional. “Precisamos integrar as políticas públicas, aproveitando a janela de oportunidades que a pauta da sustentabilidade traz para a Região, com o olhar da equidade”, acrescentou, lembrando que essa é uma orientação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, na perspectiva do Complexo Econômico Industrial da Saúde, estratégia do atual Ministério da Saúde incorporada à Nova Política Industrial recém-lançada pelo Governo Federal.

 

Fonte: Ascom Sudene

 

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