PONCIO PILATOS, O CARRASCO DE JESUS
Pilatos foi um dos
governadores romanos mais conhecidos da história, principalmente por seu papel
na condenação de Jesus Cristo à morte na cruz. Ele viveu no século I d.C., em
um período de grande expansão e conflito do Império Romano, que dominava a região
do Mediterrâneo e do Oriente Médio.
Pilatos pertencia à
família Pôncio, de origem samnita, um povo que habitava o centro da Itália e
que foi conquistado pelos romanos. Não se sabe muito sobre sua vida antes de se
tornar governador da Judeia, uma província romana que abrangia o território onde
hoje se encontram Israel, Palestina e partes da Jordânia, Síria e Líbano.
Acredita-se que ele tenha sido nomeado pelo imperador Tibério, que reinou entre
os anos 14 e 37 d.C.
Pilatos governou a
Judeia entre os anos 26 e 36 d.C., tendo como sede a cidade de Cesareia
Marítima, na costa do Mediterrâneo. Ele era o representante do poder romano na
região, tendo autoridade sobre questões administrativas, financeiras, militares
e judiciais. Ele também era responsável por manter a ordem e a paz entre a
população local, que era majoritariamente judaica e que tinha uma forte
identidade religiosa e nacional.
Durante seu governo,
Pilatos se envolveu em vários conflitos e polêmicas com os judeus, que o
consideravam um opressor e um violador de suas leis e costumes sagrados. Entre
os episódios mais marcantes, estão:
• A introdução de
estandartes com imagens do imperador romano em Jerusalém, a capital religiosa
dos judeus, que consideravam isso uma forma de idolatria. Os judeus protestaram
e ameaçaram se matar em massa se Pilatos não retirasse os estandartes. Pilatos
cedeu à pressão e removeu os símbolos3
• A utilização de
fundos do Templo de Jerusalém, o centro do culto judaico, para construir um
aqueduto que levaria água para Cesareia. Os judeus se revoltaram e acusaram
Pilatos de roubar o dinheiro sagrado. Pilatos mandou seus soldados se
infiltrarem entre a multidão e reprimir a manifestação com violência, matando
muitos judeus4
• A colocação de
escudos dourados com inscrições dedicadas a Tibério no palácio de Herodes, o
rei fantoche dos judeus, em Jerusalém. Os judeus consideraram isso uma
profanação e enviaram uma carta a Tibério, pedindo que ele ordenasse a retirada
dos escudos. Tibério atendeu ao pedido e repreendeu Pilatos.
O caso mais famoso e
controverso de Pilatos foi o julgamento de Jesus Cristo, o líder de um
movimento religioso que pregava o amor a Deus e ao próximo, e que era visto
como o Messias prometido pelos profetas judeus. Jesus foi preso pelos líderes
religiosos judeus, que o acusaram de blasfêmia e de incitar o povo contra Roma.
Eles o levaram a Pilatos, que tinha a autoridade para condená-lo à morte.
Os quatro evangelhos
do Novo Testamento narram o julgamento de Jesus de maneiras diferentes, mas
todos concordam que Pilatos não encontrou nenhum motivo para condenar Jesus, e
que tentou libertá-lo, oferecendo ao povo a escolha entre soltar Jesus ou Barrabás,
um criminoso. No entanto, a multidão, instigada pelos líderes religiosos,
clamou pela libertação de Barrabás e pela crucificação de Jesus. Pilatos,
então, lavou as mãos diante do povo, dizendo que não era responsável pelo
sangue de Jesus, e entregou-o para ser crucificado.
O destino de Pilatos
após o julgamento de Jesus é incerto. Segundo o historiador judeu Flávio
Josefo, Pilatos foi destituído do cargo de governador da Judeia por causa de
outro conflito com os samaritanos, um povo que vivia na região da Samaria e que
tinha uma religião semelhante ao judaísmo. Os samaritanos se reuniram no monte
Gerizim, onde acreditavam que estava enterrado o Tabernáculo, a tenda sagrada
que guardava a Arca da Aliança. Eles esperavam encontrar ali objetos sagrados e
sinais do Messias. Pilatos enviou suas tropas para dispersar a multidão,
matando muitos samaritanos. Os sobreviventes reclamaram ao legado da Síria, que
mandou Pilatos a Roma para se explicar ao imperador. No entanto, Tibério morreu
antes que Pilatos chegasse, e não se sabe o que aconteceu com ele depois disso.
Outras fontes antigas
dão versões diferentes sobre o fim de Pilatos. Segundo o filósofo pagão Celso,
citado pelo apologista cristão Orígenes, Pilatos se suicidou por remorso.
Segundo a tradição cristã, Pilatos foi exilado na Gália, onde morreu. Segundo a
Igreja Etíope, Pilatos se converteu ao cristianismo e foi martirizado, sendo
venerado como santo.
Pilatos é uma figura
histórica que desperta interesse e debate até hoje. Ele é retratado de maneiras
diversas na arte, na literatura, no cinema e na teologia. Ele é visto como um
símbolo de covardia, de injustiça, de ambiguidade, de pragmatismo, de ironia,
de piedade ou de arrependimento. Ele é um personagem que revela a complexidade
e o conflito entre o poder político e a fé religiosa, entre a cultura romana e
a cultura judaica, entre a história e a tradição.
Ø
O que acontecia em Roma na história
enquanto o apóstolo Paulo estava vivo?
Bem, São Paulo
provavelmente nasceu no ano 5 d.c. e morreu - segundo a tradição cristã,
executado por decapitação - no ano 67 (algumas fontes dizem que teria sido no
ano 64). Portanto, viu os últimos 9 anos do reinado do imperador Augusto bem
como os reinados de Tibério, Calígula, Cláudio e Nero (quando Paulo morreu
faltava um ano para a morte de Nero), ou seja, viveu na chamada dinastia
júlio-claudiana.
·
O incêndio de Roma
>>> Alguns
eventos históricos que ocorreram nesse período de 5 a 67 d.c. são:
# A famosa Batalha da
Floresta de Teutoburgo, ocorrida no ano 9 (quando Paulo teria uns 4 anos de
idade), na qual 3 legiões romanas sob o comando de Públio Quintílio Varo foram
emboscadas e destruídas por um exército germânico comandado por Armínio. É considerada
uma das piores derrotas da história romana.
# Em 41 d.c., o
imperador Calígula é assassinado por guardas pretorianos sob o comando de
Cássio Quereia, que fazem de Cláudio imperador no seu lugar.
# Entre 43 e 44, no
reinado de Cláudio, ocorre a Conquista romana da Britânia.
# Entre 60 e 61, no
reinado de Nero, ocorre na Britânia uma das maiores rebeliões da história do
império romano, rebelião esta liderada pela rainha celta Boadiceia (ou
Boudica).
# O Grande incêndio de
Roma, que ocorreu entre 18 e 23 de julho do ano 64 e que destruiu a maior parte
da cidade de Roma. Nero teria culpado os cristãos (dos quais ele nunca foi com
a cara) pelo incêndio usando-o como motivo para aumentar a perseguição contra
eles - os defensores da tese de que Paulo teria morrido em 64 d.c. dizem que
sua morte seria uma represália pelo incêndio - e por isso também há quem diga
que o próprio Nero teria provocado o incêndio, para poder culpar os cristãos.
# Em 66, começa uma
rebelião dos judeus contra o domínio romano, que resultaria na destruição do
templo de Jerusalém em 70 e no início da diáspora judaica (sobre a qual é
importante saber para compreender a atual questão entre israelenses e
palestinos).
Fonte: Quora
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