sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

GERAÇÃO PRÓPRIA DE ENERGIA SOLAR NA BAHIA ATINGE MAIS DE R$ 5,9 BILHÕES EM INVESTIMENTOS ACUMULADOS

A Bahia acaba de ultrapassar a marca de R$ 5,9 bilhões em investimentos acumulados na geração própria de energia solar, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). O estado possui mais de 1,1 gigawatt (GW) de potência instalada em cerca de 130 mil conexões operacionais em telhados, fachadas e pequenos terrenos, espalhadas por 417 cidades, ou 100% dos municípios da região.

De acordo com o mapeamento, atualmente são mais de 207 mil consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica. A potência instalada de energia solar distribuída na Bahia coloca o estado na oitava posição do ranking nacional da ABSOLAR. Desde 2012, a modalidade já proporcionou à Bahia a geração de mais de 35 mil empregos e a arrecadação de mais de R$ 1,3 bilhão aos cofres públicos.

Para Santiago Gonzalez Gil, coordenador estadual da ABSOLAR na Bahia, o avanço da energia solar no País é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil e ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco da ocorrência de bandeira vermelha na conta de luz da população.

“Vale destacar, portanto, que o estado da Bahia é atualmente um ator principal na transição energética para contribuir com a descarbonização e o combate às mudanças climáticas na região. Por ser um relevante centro de desenvolvimento da energia solar, mantém um enorme potencial de geração de emprego e renda, com capilaridade para todos os municípios no estado, sendo uma atração de investimentos privados”, aponta o novo coordenador estadual da ABSOLAR na Bahia, Santiago Gonzalez.

Para o presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, o protagonismo internacional do Brasil, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros.

“A fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento do País. Em especial, temos uma imensa oportunidade de uso da tecnologia em programas sociais, como casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, na universalização do acesso à energia elétrica pelo programa Luz para Todos, bem como no seu uso em prédios públicos, como escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas, museus, parques, entre outros, ajudando a reduzir os gastos dos governos com energia elétrica para que tenham mais recursos para investir em saúde, educação, segurança pública e outras prioridades da sociedade brasileira”, conclui Sauaia.

 

Ø  MINERAÇÃO BAIANA TEM RETRAÇÃO DE QUASE 12% EM VOLUME DE INVESTIMENTOS PREVISTOS

 

O Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram) reduziu em US$ 3,1 bilhões as expectativas de investimentos na produção de bauxita entre 2024 e 2028. Em entrevista ao Jornal Correio, Júlio Nery, diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Ibram explicou que o projeto anunciado em 2010, da gigante anglo-australiana Rio Tinto Alcan, que prometia US$ 4 bilhões para exploração da substância mineral e a construção de uma refinaria de alumina em Amargosa é um dos que não foram para frente. A fala foi durante a apresentação dos dados consolidados da mineração em 2023. Outra queda registrada na Bahia aconteceu no faturamento, de 4,3%. Nacionalmente, houve uma retração de 0,7%.

O volume de investimentos previstos para a mineração baiana para os próximos cinco anos registrou queda de quase 12% em relação aos números apresentados um ano atrás. Ainda assim, espera-se do setor mineral na Bahia um volume de investimentos um pouco acima de US$ 9 bilhões – o equivalente a mais de R$ 45 bilhões.

Boa parte disso se deve ao projeto da Bamin, para a produção de minério de ferro em Caetité, com a conclusão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a construção do Porto Sul. O complexo mineral e logístico foi apresentado diversas vezes ontem por integrantes do Ibram como o “maior investimento em curso” do Brasil. “A Bahia tem o maior projeto de mineração do Brasil, que é o da Bamin e este continua firme”, ressaltou Nery.

A indústria da mineração brasileira vai precisar superar “eventos extremos”, diz o presidente do Ibram, Raul Jungmann. Por um lado, a previsão de investimentos no setor foi ampliada de US$ 50 bilhões para US$ 64,5 bilhões. “Este número é simplesmente extraordinário porque o mundo demanda mais minerais, principalmente aqueles críticos para superar a emergência climática”, destacou. Por outro lado, acrescentou, a atividade está enquadrada entre as que serão sobretaxadas a partir da Reforma Tributária através do chamado imposto do pecado, a tributação seletiva que acresce em 1% a cobrança sobre determinados produtos. “Somos favoráveis a uma reforma tributária, mas enquadrar a mineração na tributação seletiva é um absurdo. Somos fundamentais para a transição energética”, defendeu.

 

Ø  SELIC: COMO NOVA REDUÇÃO MELHORA CENÁRIO DE CRÉDITO PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (31/1) queda de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que chega a 11,25% na primeiro encontro de 2024. O indicador é o parâmetro que os bancos comerciais utilizam para oferecer crédito. “Esse corte tem impactos importantes para as pequenas e médias empresas que têm um grande desafio de acesso ao crédito. Elas têm menos opções de empréstimos e capacidade de resposta aos juros altos, então a redução é especialmente boa”, diz Joelson Sampaio, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

André Sacconato, assessor econômico da FecomercioSP, concorda que o ambiente está melhorando para empreendedores brasileiros, mas recomenda cautela: “As condições estão melhores, mas eles não devem dar um passo maior que a perna. Vale arriscar caso exista uma perspectiva muito boa de um negócio, mas ainda não é o momento de fazer uma expansão muito grande.”

A Selic está sofrendo reduções desde agosto do ano passado, quando o BC aplicou o primeiro corte na taxa básica de juros desde 2020, também em 0,5 ponto percentual. O indicador estava estacionado em 13,75% havia um ano e encerrou o 2023 em 11,75%. Segundo o Boletim Focus, a previsão é que a taxa encerre 2024 em 9%. Sampaio sugere que, com a expectativa de mais queda, o empreendedor adie o pedido de empréstimo. “Quem puder esperar terá taxas mais vantajosas no final do ano. Entretanto, muitas vezes, a necessidade vem antes. O melhor é sempre comparar as instituições financeiras para escolher a taxa de juros mais vantajosa.”

Certos indicadores colaboram para que a taxa básica de juros continue caindo, dizem os especialistas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62%, resultado que ficou dentro do intervalo da meta da inflação — 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima. A previsão do Boletim Focus é que o indicador termine o ano em 3,81%. Para 2025 e 2026, a expectativa é de 3,5%.

Pontos como a nova política industrial, anunciada na última semana, com o investimento de até R$ 300 bilhões em ações de neoindustrialização até 2026, ainda podem impactar o cenário. “O BNDES fará uma expansão do crédito que, naturalmente, amplia a atividade econômica. Isso forçaria o Banco Central a ter uma taxa de juros mais elevada”, explica Pedro Paulo Bastos, professor associado do Instituto de Economia da Unicamp.

Os especialistas acreditam que o BC ainda tem espaço para reduzir a taxa básica de juros, mas que não deve arriscar um ritmo maior do que o já previsto 0,5% no próximo encontro. O Copom já divulgou o calendário de reuniões para 2024. O próximo encontro será nos dias 19 e 20 de março. De acordo com o Boletim Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 e 2026 está em 8,50%.

 

 

Fonte: Bahia Econômica

 

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