sábado, 24 de fevereiro de 2024

EUA usam conflito na Ucrânia para rever práticas militares usadas no Iraque e no Afeganistão

Os EUA têm revisado suas táticas militares em meio ao conflito na Ucrânia em várias situações, incluindo a área de guerra eletrônica, escreve a mídia norte-americana.

Os Estados Unidos estão reconsiderando sua abordagem quanto às formas de combate em meio ao conflito na Ucrânia, informou na quinta-feira (22) o jornal norte-americano The Washington Post (WP).

"As Forças Armadas dos EUA estão realizando uma grande revisão de sua abordagem de guerra, abandonando em grande parte o cenário de contrainsurgência que foi a marca registrada das operações de combate no Iraque e no Afeganistão, para se concentrar, em vez disso, na preparação para um conflito ainda maior com adversários mais experientes, como a Rússia ou a China", disse o WP.

De acordo com o jornal, o estudo secreto de um ano sobre o conflito ucraniano ajudará a moldar a próxima Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, e os responsáveis norte-americanos estudaram cinco áreas: manobra terrestre, poder aéreo, guerra informacional, sustentação e desenvolvimento de forças e poder de fogo de longo alcance.

Stacie Pettyjohn, diretora do programa de defesa do grupo de reflexão Centro para Uma Nova Segurança Americana (CNAS, na sigla em inglês), avaliou que a situação na Ucrânia se transformou em um conflito prolongado no qual cada lado está tentando desgastar o outro. Além disso, segundo ela, a crença de longa data do Pentágono de que as armas de precisão caras são essenciais para vencer os conflitos está se deteriorando.

"As munições guiadas por GPS fornecidas à Ucrânia se mostraram vulneráveis à interferência eletrônica", notou a mídia norte-americana, observando que os militares ucranianos se adaptaram ao uso de artilharia não guiada mais antiga, combinada com sensores e drones, e que os militares dos EUA tomaram nota.

As fontes do jornal apontam que o conflito na Ucrânia mostrou que tudo o que os militares dos EUA fazem precisa ser repensado.

Como exemplo, os soldados americanos agora têm ordens de não usar telefones na área de treinamento. Os telefones foram comparados à ameaça de fumar cigarros nas linhas do front durante a Segunda Guerra Mundial, quando as tropas inimigas procuravam luzes laranja brilhantes para ajudar a identificar alvos. O veículo de imprensa destacou que rádios, controladores de drones e veículos militares também emitem quantidades significativas de atividade eletromagnética e energia térmica que podem ser detectadas.

·        Pequim acusa EUA de vender armas a Taiwan e usar a ilha para conter a China

Pequim apela a Washington que pare de armar Taiwan e ponha fim às provocações usando a ilha autogovernada para conter a China, disse o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Zhang Xiaogang, nesta sexta-feira (23).

Ontem (22), o Departamento de Estado dos EUA aprovou uma possível venda de equipamentos de defesa de comunicações para Taiwan estimada em US$ 75 milhões (R$ 370,5 milhões), relatou a Agência de Cooperação de Segurança e Defesa (DSCA, na sigla em inglês) do Pentágono.

"Instamos os EUA a respeitarem rigorosamente o princípio de Uma Só China e as disposições dos três comunicados conjuntos China-EUA, pararem as vendas de armas a Taiwan e os laços militares Washington-Taipé, pararem de armar Taiwan de qualquer maneira que seja e cessarem ações provocativas usando Taiwan para conter a China", disse Zhang em um comunicado divulgado pelo ministério.

A questão de Taiwan é a primeira "linha vermelha" nas relações entre China e EUA que não pode ser cruzada, enquanto armar a ilha é uma "aposta muito perigosa", acrescentou o porta-voz.

"Nós nos opomos fortemente às vendas de armas dos EUA para Taiwan. Esta posição é firme e clara [...]. China tomará medidas resolutas e eficazes para proteger a soberania nacional e territorial", disse Zhang.

Taiwan é governada independentemente da China continental desde 1949. Pequim vê a ilha como a sua província, enquanto Taiwan afirma que é um país autônomo, mas não chega a declarar independência. O Consenso de 1992 se refere a uma reunião entre as delegações de Pequim e Taipé, durante a qual concordaram com o princípio de Uma Só China. Pequim se opõe a quaisquer contatos oficiais de Estados estrangeiros com Taipé e considera indiscutível a soberania chinesa sobre a ilha.

 

Ø  Senador: governo de Biden recusa diplomacia e quer que o conflito ucraniano continue

 

O senador dos EUA Tommy Tuberville declarou ontem (22), que o governo de Biden quer que o conflito na Ucrânia continue, e é por isso que recusou se envolver em esforços diplomáticos para acabar com o conflito.

"Precisamos conseguir diplomacia, mas não há ninguém nesta Casa Branca - secretário de Estado ou [presidente dos EUA Joe] Biden – que possa realmente passar por cima e negociar", disse Tuberville durante uma entrevista na Conferência de Ação Política Conservadora.

"Fizemos mais negociações em um mês com Israel e o Hamas [...] do que fizemos em dois anos com a Ucrânia e a Rússia. Só queremos que essa guerra continue". Os EUA Estados Unidos "forçaram" o conflito pressionando a OTAN contra a Ucrânia, disse Tuberville.

O político norte-americano afirmou que não votou em alocação de mais dinheiro para a Ucrânia porque acredita que o país não pode ganhar o conflito. De acordo com Tuberville, o ex-presidente dos EUA Donald Trump terminará o conflito se for reeleito em 2024.

·        Casa Branca pressiona líder da Câmara dos EUA e diz que seu posicionamento ajuda Irã e Rússia

Nesta sexta-feira (23), a Casa Branca intensificou suas críticas ao presidente da Câmara dos Estados Unidos, o republicano Mike Johnson, acusando-o de beneficiar o Irã e a Rússia ao não colocar em votação um projeto de lei de segurança nacional que concede ajuda à Ucrânia.

Johnson mandou a Câmara para casa para um recesso de duas semanas sem levar a medida para votação, dizendo "não seremos forçados a agir pelo Senado". De acordo com a Reuters, Teerã supostamente forneceu a Moscou um grande número de mísseis.

"O presidente [Joe] Biden está enfrentando o Irã. Mas onde está o suposto compromisso do presidente Johnson de 'apaziguar o Irã' em tudo isso? Em lugar nenhum […]", disse Andrew Bates, vice-secretário de imprensa e conselheiro sênior de comunicações, em um memorando visto pela mídia e que será distribuído publicamente hoje (23).

Altos funcionários da administração Biden passaram o último fim de semana na Europa tentando acalmar o nervosismo sobre a perspectiva do fim da ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia, garantindo aos seus homólogos de Paris, Berlim e Kiev que Washington de alguma forma superará o problema, relata a mídia.

O Senado aprovou na semana passada um projeto de lei de US$ 95 bilhões (R$ 472 bilhões) que fornece assistência a Ucrânia, Israel e Taiwan por uma esmagadora maioria de 70 votos a 30, com 22 republicanos juntando-se à maioria dos democratas no "sim".

O líder da Câmara diz que qualquer pacote de assistência militar e humanitária internacional também deve incluir medidas para abordar a segurança na fronteira dos EUA com o México, depois de os republicanos terem bloqueado uma versão do projeto de lei que incluía a maior revisão da política norte-americana de imigração em décadas.

"Se os republicanos da Câmara facilitarem a derrota da Ucrânia, a América poderá enfrentar custos infinitamente mais caros do que os investimentos bipartidários que precisamos fazer na capacidade da Ucrânia para se defender", afirma o memorando.

O ex-presidente Donald Trump, favorito à nomeação presidencial republicana e crítico de longa data da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), ameaçou nas últimas semanas abandonar alguns aliados europeus caso não pagassem o montante estipulado pela aliança para cada Estado.

 

Ø  FMI e Ucrânia chegam a acordo de financiamento de US$ 880 milhões para Kiev

 

Os dois lados conseguiram um entendimento de desembolso de dinheiro à Ucrânia, devido a progressos em áreas da economia ucraniana. Kiev espera receber US$ 5,4 bilhões da instituição só em 2024.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Ucrânia chegaram a um acordo sobre um empréstimo de cerca de US$ 880 milhões (R$ 4,37 bilhões) para Kiev, informou nesta quinta-feira (22) o órgão financeiro.

O empréstimo a nível de equipe faz parte do pacote de financiamento para Kiev de US$ 15,6 bilhões (R$ 77,52 bilhões) a ser entregue ao longo de quatro anos, alcançado em março de 2023.

O FMI garantiu que as condições macroeconômicas do acordo estavam "a caminho de serem cumpridas", com apenas o critério de "desempenho quantitativo" em pequeno incumprimento devido aos bloqueios fronteiriços.

O novo acordo ainda precisa ser aprovado pelo conselho executivo do FMI. Gavin Gray, funcionário do fundo, disse que o órgão deve analisar o documento "nas próximas semanas". Tal deve acontecer na segunda metade de março, indicou uma fonte à agência britânica Reuters.

Denis Shmygal, primeiro-ministro da Ucrânia, disse que Kiev espera receber US$ 5,4 bilhões (R$ 26,83 bilhões) em fundos do FMI durante este ano.

 

Ø  Hungria permitirá entrada da Suécia na OTAN, diz Orbán após acordar compra de novos caças

 

Em declarações conjuntas nesta sexta-feira (23), foi divulgado que a sueca Saab fornecerá quatro aeronaves adicionais a Budapeste e que a Suécia também vai prover apoio e logística à Força Aérea húngara até 2036.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán disse que tomará as "decisões necessárias" para ratificar a adesão da Suécia à OTAN na segunda-feira (26). De acordo com a Bloomberg, a declaração foi concedida em uma conferência de imprensa hoje (23) com o seu homólogo sueco Ulf Kristersson, em Budapeste.

Foi acordado entre os líderes uma negociação sobre caças que expandirá a frota húngara de caças Gripen fabricados na Suécia de 14 para 18, e "também ajudará a reconstruir os laços entre os dois países", segundo Orbán.

O contrato de arrendamento de 14 Gripen da Hungria expirará no início de 2026, e a propriedade será então transferida para Budapeste, de acordo com um comunicado do governo sueco, citado pela mídia.

A mídia analisa que o acordo de hoje (23) marcou a segunda vez que as discussões sobre caças a jato provaram ser uma peça necessária do quebra-cabeça da OTAN para a Suécia. Quando a Turquia assinou a adesão do país nórdico em janeiro, abriu o caminho para compra turca de aviões de guerra F-16 dos Estados Unidos.

Anteriormente, Orbán atribuiu aos atrasos no processo de ratificação a falta de confiança na sequência das críticas suecas sobre a erosão da democracia na Hungria.

A votação de segunda-feira (26) no parlamento húngaro é a aprovação final necessária para a entrada de Estocolmo na aliança militar, o que ajudará a OTAN a defender o seu flanco oriental após a admissão da Finlândia em abril passado.

A Rússia já se posicionou sobre a entrada de Estados que fazem fronteira com o país e seu ingresso na OTAN, afirmando que está a postos com diferentes tipos de sistemas e armas para proteger suas fronteiras.

 

Ø  Ratos roem 'cabos ecológicos' de blindados ocidentais na Ucrânia deixando-os inoperáveis, diz mídia

 

O armamento ocidental moderno, desenvolvido em conformidade com as normas ambientais, revelou-se inadequado nas condições do conflito militar na Ucrânia, escreve o Le Figaro.

"Alguns isolamentos de fios elétricos são feitos de fibra de milho. Os soldados ucranianos sofreram consequências inesperadas: os ratos roeram os fios de alguns veículos, deixando-os imobilizados", disse um militar francês ao jornal.

Anteriormente, a CNN relatou que dos cerca de 200 Bradleys entregues à Ucrânia por Washington, "dezenas" foram "danificados e destruídos em combate". Relata-se que os militares ucranianos criticaram a capacidade dos blindados de resistir ao rigoroso inverno e o estado de alguns dos veículos mais antigos enviados pelos EUA.

Por sua vez, Moscou afirmou repetidamente que a assistência militar ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito, e que qualquer carregamento de armas se torna um alvo legítimo para o Exército russo.

 

Ø  Indústria militar russa priorizará na introdução de inteligência artificial, diz Putin

 

Em discurso no Dia do Defensor da Pátria, celebrado em 23 de fevereiro na Rússia, o presidente Vladimir Putin ressaltou a importância da introdução de tecnologias de inteligência artificial (IA) na indústria militar russa, afirmando que esta é a próxima prioridade.

O líder parabenizou os cidadãos russos pelo feriado e destacou os avanços recentes na produção de armamentos pelas empresas da indústria de defesa.

Nos últimos anos, houve aumento significativo na entrega de equipamentos militares solicitados pelo Exército, incluindo armas de precisão, drones, tanques, veículos blindados, sistemas de artilharia e defesa aérea.

"O desenvolvimento e a produção em série de equipamentos avançados e a introdução de tecnologias de inteligência artificial na indústria militar são os próximos passos que estamos determinados a tomar", declarou o presidente russo em um discurso transmitido por vídeo.

A declaração de Putin reforça o compromisso da Rússia em manter sua posição de destaque no cenário militar global, adotando e integrando tecnologias de ponta, o que incluiria a IA como ferramenta militar.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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