terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Putin: crimes hitleristas não têm prazo de validade, foram atrocidades, não ações de combate

O presidente russo abordou o conflito ucraniano e a invasão nazista da União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, condenando os crimes de Kiev e dos nazistas.

A Rússia fará de tudo para suprimir o nazismo e finalmente erradicá-lo, afirmou neste sábado (27) o presidente russo Vladimir Putin.

"Sem precedentes na escala de crueldade e cinismo foi o cerco de Leningrado – a decisão dos nazistas de exterminar uma cidade inteira. Mais de um milhão de habitantes de Leningrado, civis em particular, foram vítimas da fome, do frio, de bombardeios intermináveis", explicitou o alto responsável.

"Faremos tudo para suprimir e erradicar o nazismo de uma vez por todas. Os seguidores dos carrascos nazistas, seja qual for o nome que tenham hoje, estão condenados", pronunciou Putin durante a cerimônia de abertura de um memorial às vítimas do genocídio nazista na URSS durante a Grande Guerra pela Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados).

Segundo ele, "nada será capaz de deter a aspiração de milhões de pessoas, não apenas em nosso país, mas em todo o planeta, pela verdadeira liberdade, justiça, paz e segurança".

"Memória por todos aqueles que morreram. Glória ao soldado soviético que esmagou o nazismo", disse Putin.

Serão realizadas investigações sobre todos os crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial contra cidadãos da URSS, garantiu Vladimir Putin, observando que mais de um milhão de moradores da cidade foram vítimas dos nazistas durante o cerco de Leningrado.

"Esses dados foram obtidos no decorrer de pesquisas por historiadores e cientistas prestigiados, documentos, comprovados em tribunal. Esse trabalho será realizado com todos os outros crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra contra os civis de nosso país", segundo o presidente.

Ele disse que o memorial foi dedicado a "todos os civis da União Soviética cujas vidas foram ceifadas pelo monstro do genocídio nazista".

"O objetivo é que se torne um dos símbolos de nossa memória, de nosso dever moral e sagrado de investigar todos os crimes e determinar os culpados. É importante para nós hoje, é importante para o futuro", disse o presidente russo.

Traçando paralelos modernos

Em alguns países, disse, os neonazistas adotaram métodos hitleristas, e Kiev continua matando civis.

"Vemos como em nossos dias os resultados do processo de Nuremberg [julgamento dos principais nazistas em 1945 e 1946], no qual o nazismo recebeu uma avaliação legal inequívoca, estão sendo revisados. Alguns países não estão apenas reescrevendo a história e justificando os carrascos. Os revanchistas e neonazistas adotaram a ideologia e os métodos dos nazistas."

Ele sublinhou que nos Países Bálticos agora "dezenas de milhares de pessoas estão sendo declaradas subumanas e privadas dos direitos mais básicos, sujeitas a assédio".

"O regime em Kiev glorifica os cúmplices de Hitler, a [Waffen-]SS, usa o terror contra todos os indesejáveis, bombardeios bárbaros em cidades e vilarejos civis, continuam assassinatos de idosos, mulheres e crianças. Em vários países europeus a russofobia está sendo promovida como uma política de Estado", destacou o presidente da Rússia.

·        Esnobada em Davos, Kiev volta a pedir a Pequim para entrar em discussões sobre a 'fórmula da paz'

Um membro do gabinete de Zelensky instou a China a discutir o plano de dez pontos da Ucrânia sobre o conflito, ou a chamada "fórmula da paz", após a ausência de contatos em Davos.

A Ucrânia convidou Xi Jinping, presidente da China, a participar de uma planejada "cúpula de paz" de líderes mundiais na Suíça, disse um conselheiro diplomático do presidente Vladimir Zelensky.

"Estamos definitivamente convidando a China para participar da cúpula, no mais alto nível, no nível do presidente da República Popular da China", disse Igor Zhovkva em uma entrevista à agência britânica Reuters nesta semana.

"A participação da China será muito importante para nós. Estamos trabalhando com o lado chinês. Envolvemos nossos parceiros no mundo para que eles transmitam ao lado chinês a importância de participar dessa cúpula", sublinhou ele.

Zhovkva também disse que participaram das conversações sobre a chamada fórmula da paz da Ucrânia na cidade suíça de Davos 82 conselheiros de segurança nacional.

A China tem laços estreitos com a Rússia, mas se ofereceu a ajudar a mediar o conflito na Ucrânia.

Como relatou em 17 de janeiro o jornal norte-americano Politico, Li Qiang, primeiro-ministro da China, não se encontrou com Zelensky na coletiva de imprensa em Davos, a seguir ao que o último pareceu desvalorizar a não realização da conversa.

 

Ø  Ucrânia está perto de um ponto crítico devido à diminuição da ajuda ocidental, diz portal

 

A Ucrânia está ficando sem armas e a ajuda do Ocidente está acabando, escreve observador Connor Echols no Responsible Statecraft.

"Ucrânia se aproxima de um ponto de viragem", aponta o artigo. De acordo com o jornalista, a Ucrânia tem escassez de armas ocidentais.

A revista também cita a opinião dos assessores do presidente dos EUA, Joe Biden. Segundo eles, a Rússia poderia vencer o conflito dentro de várias semanas, ou meses, se o Congresso não der permissão para alocar dinheiro a Kiev.

"A incapacidade em fornecer nova assistência econômica prejudicará seriamente o governo ucraniano, que atualmente depende do dinheiro americano e europeu", ressalta Echols.

Anteriormente, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky disse que o mundo carece de uma indústria de defesa capaz de se contrapor à Rússia, acrescentando que as Forças Armadas ucranianas têm uma escassez de drones e bombas.

·        EUA estão criando nova estratégia para Ucrânia que desenfatiza retomada de territórios, revela mídia

Washington e seus aliados, que forneceram armas a Kiev, não conseguiram evitar o colapso da contraofensiva do passado verão europeu da Ucrânia.

A nova estratégia do governo Biden este ano vai "desenfatizar" a recuperação por parte de Kiev dos chamados "territórios perdidos" e, em vez disso, se concentrar no apoio de Washington ao regime de Zelensky para sobreviver em meio à operação militar especial, avança o The Washington Post citando fontes anônimas.

As fontes estavam aparentemente se referindo aos territórios anteriormente reunificados com a Rússia na sequência de referendos populares.

Os interlocutores alegaram que a administração de Biden está "ainda se recuperando" da contraofensiva fracassada de Kiev em 2023, está "montando a nova estratégia", que inclui ajudar o regime de Zelensky a fortalecer suas Forças Armadas e economia diante do impasse de financiamento da Ucrânia pelo Congresso dos EUA.

"O plano emergente é uma mudança acentuada em relação ao ano passado, quando os militares dos EUA e aliados apressaram [a condução de] treinamentos e [envio de] equipamentos sofisticados para Kiev, na esperança que pudesse rapidamente empurrar as forças russas", ressaltam especialistas.

De acordo com uma fonte, a ideia é ajudar a Ucrânia "a manter sua posição no campo de batalha por enquanto [...]" e "colocá-los em um caminho mais sustentável".

Vale ressaltar que, no início de janeiro, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que a Rússia continuará atingindo consistentemente os objetivos da operação militar especial. Ele relatou que em 2023 as perdas das Forças Armadas da Ucrânia excederam 215.000 homens e 28.000 peças de armamento.

 

Ø  UE se prepara para cenário em que a Ucrânia não prorrogará trânsito de gás da Rússia à Europa

 

A Comissão Europeia estaria em discussões para assegurar que mesmo os países supostamente mais dependentes do gás russo possam encontrar outras fontes de suprimento.

A União Europeia (UE) está se preparando para um possível cenário em que a Ucrânia não prorrogue o acordo sobre o trânsito de gás russo para a Europa, de acordo com fontes citadas na sexta-feira (26) pela agência norte-americana Bloomberg.

Anteriormente, a mídia ucraniana citou fontes do governo ucraniano que indicavam que Kiev não prorrogará o acordo sobre o trânsito de gás russo para a Europa, que expira no final de 2024, a não ser que o destinatário alugue a capacidade do sistema de transporte de gás ucraniano.

Segundo as fontes, a Comissão Europeia está supostamente partindo do fato de que "até mesmo os países mais dependentes dos suprimentos russos, incluindo a Áustria e a Eslováquia, serão capazes de encontrar fontes alternativas no caso de um corte no fornecimento".

A Comissão Europeia realizou uma análise preliminar dos possíveis cenários caso o acordo não seja prorrogado, "incluindo a modelagem da capacidade de outras interconexões, como o TurkStream, para ajudar a compensar qualquer déficit", escreve a Bloomberg.

A Comissão Europeia deverá discutir a questão com os Estados-membros da UE em fevereiro, antes de o plano ser formalmente apresentado aos ministros de Energia em uma reunião em Bruxelas no dia 4 de março, continua a agência.

Uma fonte da Bloomberg notou igualmente que os países e empresas cujos contratos não expiram no final de 2024 poderão garantir o trânsito de gás pela Ucrânia. Em particular, a Rússia poderia fornecer gás para a fronteira ucraniana, após o que uma organização europeia concluiria um acordo com a operadora do sistema de transporte de gás de Kiev para transportá-lo aos países mais dependentes do gás russo: a Áustria, Eslováquia ou a República Tcheca.

·        Biden congela novos projetos de exportação de GNL e líder da Câmara o acusa de 'capacitar' Rússia

Em aceno aos ambientalistas em ano eleitoral, o governo dos Estados Unidos vai congelar temporariamente a aprovação de novos projetos de exportação de gás natural liquefeito (GNL) no país.

Nesta sexta-feira (26), a administração Biden decidiu suspender as análises pendentes de licenças para novas plantas de liquefação enquanto o Departamento de Energia norte-americano reavalia os impactos da indústria.

"A minha administração anuncia hoje [26] uma pausa temporária nas decisões pendentes sobre as exportações de GNL — com exceção de emergências de segurança nacional imprevistas e imediatas. Durante esse período, analisaremos atentamente os impactos das exportações de GNL nos custos da energia, na segurança energética da América e no nosso ambiente. Essa pausa nas novas aprovações de GNL vê a crise climática como ela é: a ameaça existencial do nosso tempo", afirmou Biden em pronunciamento oficial, segundo o Valor Econômico.

A medida, segundo a mídia, atende as exigências de grupos ambientalistas, mas enfureceu as empresas de petróleo e gás.

"Com essa decisão, o presidente Biden — que já pode afirmar ter feito mais para promover a energia limpa do que qualquer um dos seus antecessores — também fez mais para controlar a energia não renovável, travando a maior expansão dos combustíveis fósseis da história", disse Bill McKibben, ativista climático citado pela mídia.

No entanto, outros não gostaram da suspensão, como o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson. O republicano caracterizou a ação como "ultrajante" e disse que Biden "enfraquece a segurança energética dos Estados Unidos".

A decisão do presidente Biden de suspender os terminais de exportação de gás natural pendentes é ultrajante. Ao dobrar os joelhos aos ativistas climáticos, o presidente está capacitando a Rússia a enfraquecer a segurança energética dos EUA e a forçar a dependência da Europa nas exportações russas sujas. Um fracasso abjeto.

O Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) emitiu, na véspera do anúncio, uma carta conjunta a outras entidades representativas do setor nos EUA alertando para os efeitos da medida.

"O fornecimento abundante de gás natural do nosso país é uma ferramenta geopolítica impactante, ajudando a proteger os consumidores americanos da crescente instabilidade global, ao mesmo tempo que promove os interesses nacionais americanos e garante a segurança energética dos principais aliados dos EUA", escreveram os grupos citados pela agência epbr.

A revisão do Departamento de Energia levará meses e será seguida por um período de comentários públicos, disseram funcionários do governo. Isso terá impacto imediato em quatro projetos de GNL, cujas aprovações estão atualmente pendentes.

Analistas avaliam que essa atualização, no processo de aprovação pelo órgão, provavelmente vai adiar as novas decisões até depois da eleição de novembro, relata o Valor Econômico.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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