sábado, 27 de janeiro de 2024

Eleições na Bahia: Lúcio e Colbert batem boca sobre posição do MDB

A tensão entre o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, e o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, ambos do MDB, se intensifica a cada dia. Além das divergências políticas e ideológicas, desta vez os correligionários trocaram críticas acaloradas relacionadas às eleições deste ano na Princesinha do Sertão.  

O desentendimento entre os dois teve início quando Lúcio, durante uma entrevista ao programa Levante a Voz, acusou o prefeito de disseminar informações falsas ao afirmar que o MDB teria uma candidatura própria em Feira de Santana. "Não há dúvida alguma. Já foi comunicado através de matérias na imprensa que o MDB, em Feira de Santana, vai ficar com o deputado federal Zé Neto. Já nos reunimos com ele e comunicamos ao governador Jerônimo Rodrigues a nossa decisão e não temos nenhuma dúvida quanto a isso”, disse.  

Segundo Lúcio, trata-se de uma “Fake News que tentaram lançar, ‘lero-lero’”. “Foi algo bastante visto na eleição para o governo do Estado, fora isso, não existe dúvida alguma. A coisa mais certa do mundo é que o MDB de Feira de Santana, com apoio da Executiva estadual e nacional marchará com Zé Neto para se eleger prefeito de Feira de Santana", garantiu.  

Após tomar conhecimento da declaração do presidente de honra do MDB, Colbert reagiu afirmando que a palavra de Lúcio "não vale nada" dentro do partido.  

"Lúcio Vieira Lima é uma pessoa fora do partido. Ele é considerado presidente de honra, ele diz o que quer, mas o valor do que ele diz é absolutamente nada”, respondeu. Ainda segundo Colbert, “a maior quantidade de vereadores eleitos é do meu partido em Feira de Santana, da qual o partido não participou nada".  

Na oportunidade, Colbert ainda ressaltou que o MDB não tem “dono” e disse que, como prefeito eleito, seria a figura mais habilitada a definir questões eleitorais no município localizado a 100 quilômetros de Salvador.  

"O MDB não é um partido que tem dono. Quem manda no MDB são aqueles que constituem a grande maioria de prefeitos, deputados e senadores do país inteiro. Portanto, esse respeito é o partido que eu tenho, não é questão de quem manda”.  

“Feira, a cidade mais importante do interior da Bahia, eu prefeito eleito pelo MDB, sou a pessoa que tem a maior condição eleitoral e política de coordenar as questões do partido. Se por acaso esse partido me é retirado, terei todo o entendimento de que posso ter as alternativas necessárias, mas, ameaça desse tipo, conversas de baixo nível, não é em Feira que se faz essas coisas", completou. 

Ø  Del é anunciado como pré-candidato à prefeitura de Simões Filho

O prefeito de Simões Filho, Dinha Tolentino, do MDB, anunciou oficialmente o presidente da Câmara Municipal, Del (PSC), como pré-candidato do seu grupo político para as eleições deste ano. O anúncio ocorreu após uma reunião estratégica envolvendo membros do grupo político, vereadores, lideranças locais e a presença da deputada estadual Kátia Oliveira, representante do União Brasil (União). 

Dinha agradeceu a Sid Serra, que inicialmente teve seu nome cogitado, por sua disposição e anunciou o apoio de Serra à pré-candidatura de Del. "Isso só demonstra o quanto estamos coesos e comprometidos com a continuidade do projeto que vem transformando para melhor a nossa Boa Terra. Vamos seguir em campo, somando forças e fazendo o que sabemos fazer de melhor: cuidar da nossa gente", afirmou o prefeito. 

Del, atualmente em seu segundo mandato como vereador de Simões Filho, eleito em 2016 e reeleito em 2020, assumiu a presidência da Câmara Municipal para o biênio 2023/2024. Casado e pai de três filhos, Alana, Alicia e David Noah, ele é filho de João Marques, um dos fundadores do bairro Cristo Rei. 

"Recebi do nosso grupo político, através dos líderes prefeito Dinha Tolentino e deputada Kátia Oliveira, a missão de dar continuidade ao projeto que visa o desenvolvimento da nossa amada Simões Filho, como pré-candidato a prefeito. Vamos seguir trabalhando, unidos, de mãos dadas para continuar a missão que visa o bem-estar da população e o desenvolvimento da nossa cidade", declarou Del. 

A deputada Kátia Oliveira destacou a importância da pré-candidatura de Del, afirmando que ele terá a missão de representar o legado do prefeito Dinha e lutar pelo contínuo desenvolvimento de Simões Filho. "Vamos defender o legado das obras e serviços realizados nos últimos 8 anos em prol do povo simõesfilhense e construir juntos um município que seja cada vez mais próspero, justo e desenvolvido para todos. O bom trabalho vai continuar", ressaltou a parlamentar. O cenário político local agora se prepara para as próximas etapas dessa corrida eleitoral, prometendo uma disputa acirrada e uma discussão vigorosa sobre o futuro da cidade. 

 

Ø  Wagner diz que resistência de aliados a candidatura da base é ‘natural’

 

O senador Jaques Wagner (PT) comentou ontem a resistência de alguns partidos da base liderada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) em aceitar a pré-candidatura de Geraldo Júnior (MDB) à prefeitura de Salvador. Segundo o petista, as discordâncias são naturais. "É natural que cada partido queria ter o seu. O PCdoB pensa na Olívia, o PT em Robinson, mas foi um passo construir essa unidade em torno de Geraldo e eu acho que ele disputa bem", disse em entrevista à rádio Metrópole.  

Wagner afirmou que a futura disputa nas urnas, em outubro deste ano será "competitiva". "Eu acho que pode ser uma campanha competitiva, porque toda vez que você apresenta um projeto novo se tem competitividade. Eu acho que a escolha por Geraldo recai sobre o nome dele pela trajetória dele: duas vezes presidente da Câmara; o pai foi um vereador de Salvador conhecido; trabalhou com a gente na Desenbahia", listou.  Para ele, o emedebista possui "histórico" na política.  

Ao discutir a seleção de Jerônimo Rodrigues como representante do PT nas eleições estaduais de 2022, o senador Jaques Wagner enfatizou que a escolha do atual governador não foi uma improvisação, mas sim uma decisão estratégica visando a renovação do partido. "O pessoal achava que eu tinha que ser candidato de novo, mas eu falei 'não, vamos renovar'”, explicou o senador.   

“Não foi uma aventura, foi pensando e dizendo que nós tínhamos que fazer realmente uma renovação. Poderia ter feito até antes. A gente se arriscou, porque fomos escolher no final de fevereiro e Jerônimo nunca tinha sido candidato a nada, mas acertamos". Segundo Wagner, Jerônimo Rodrigues "está indo muito bem e trabalhando muito” ao longo deste segundo ano de mandato.  

Wagner também afirmou que o atual governador está “começando a preparar um planejamento para projetar a Bahia mais para frente”, destacando a relevância de elaborar estratégias futuras com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do estado.  

"O pessoal admira muito a China. Eles [os chineses] trabalham lá com plano quinquenal, que revisam todo ano, e também com o planejamento de 50 anos. Se não tem planejamento, não adianta, aí fica andando tonto, cada hora faz um negócio, mas não tem lógica. O planejamento é algo que o presidente Lula está tentando recuperar hoje. Não gosto de ficar falando para trás, mas o governo passado não tinha nenhum pensamento sobre o Brasil”, comparou.  

Violência - Wagner destacou na entrevista que as questões de segurança pública colocam a gestão estadual em uma situação delicada, enfatizando a necessidade de lidar com a segurança sem apoiar uma abordagem policial agressiva. “Não é uma briga fácil. As pessoas reclamam porque a sensação de insegurança é horrível, mas nós estamos indo pelo caminho da tecnologia, com câmeras e tudo que tem de mais moderno”.  

 

Ø  Advogado diz que ACM Neto não teve culpa em autodeclaração racial

 

O advogado responsável pela defesa do candidato ao governo do estado pela União Brasil, ACM Neto, na eleição estadual de 2022, Ademir Ismerim, esclareceu que a declaração racial do político como pardo não teve culpa. Segundo Ismerim, houve um equívoco no preenchimento do Registro de Requerimento de Candidatura (RRC) por um assessor de Neto, que inicialmente o cadastrou como branco, mas a correção foi solicitada posteriormente. 

Em uma entrevista ao Política Pod, podcast do Política Livre, Ismerim explicou: "O ACM Neto tinha se declarado pardo na eleição anterior. Aí tem uma coisa chamada RRC, que foi preenchido por um assessor dele. E preencheu como branco. E depois ele pediu para mudar, algo normal. Aí fizeram essa confusão toda. Falaram que ele mudou para receber mais recurso, mas isso não existe. A cota de gênero que leva a receber mais. E os proporcionais. Não tem a ver com a executiva." 
O advogado também criticou a oposição ao ex-prefeito de Salvador, acusando-a de usar a declaração de forma maldosa. Ismerim enfatizou que ACM Neto não teve culpa alguma e seguiu o que já havia declarado em eleições anteriores. 

Após a autodeclaração como pardo à Justiça Eleitoral, ACM Neto participou de uma entrevista na TV onde apareceu com um tom de pele atipicamente bronzeado. Ao ser questionado sobre sua autodeclaração, Neto respondeu: "Eu me considero pardo, você pode me colocar ao lado de uma pessoa branca, há uma diferença bem grande. Negro não, não diria isto, jamais." O político também destacou que o erro estava no IBGE, não nele. 

A polêmica em torno da autodeclaração e o desconhecimento sobre os critérios do IBGE geraram desgaste para a campanha de ACM Neto. No entanto, o ex-prefeito de Salvador argumentou que desde sua campanha para a reeleição em 2016, já se autodeclarava pardo para a Justiça Eleitoral, antes mesmo dos benefícios previstos para candidaturas de negros e pardos. 

Neto classificou as acusações como "preconceituosas" e reforçou: "A minha declaração a prefeito de Salvador, em 2016, quando não havia fundo eleitoral, cota para negros e pardos, foi pardo. Eu acho que essa é a principal resposta. Provavelmente esse colunista não sabia disso." 

O candidato do União Brasil também ressaltou seu compromisso com a luta contra o racismo, citando a implantação do programa de combate ao racismo institucional durante seu mandato como prefeito de Salvador. Ele afirmou que essa iniciativa será levada para o Governo do Estado, caso seja eleito em outubro. Neto declarou: "Eu não aceito preconceito. Fui prefeito de Salvador durante oito anos e fui um prefeito de todos, de políticas extremamente afirmativas, de combate à discriminação racial." 

 

Fonte: Tribuna da Bahia

 

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