quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Decisão do Reino Unido de aderir aos bombardeios de houthis dos EUA foi 'impulsiva', afirma especialista

Um ex-membro do Parlamento britânico criticou Londres por se juntar à "campanha no Iêmen" norte-americana contra os militantes, que vê como ação escaladora dos problemas, "em vez de ajuda".

Os líderes britânicos claramente calcularam mal quando decidiram se juntar às operações militares norte-americanas no Oriente Médio, disse um ex-membro do Parlamento e pesquisador sênior aposentado da Academia de Defesa do Reino Unido.

"As estimativas oficiais britânicas sobre as capacidades navais do Reino Unido tendem a ser bastante exageradas", qualificou Matthew Gordon-Banks em declarações à Sputnik.

"Não é a primeira vez que há uma reação impulsiva para encobrir a ação militar dos EUA. Se essas ações se transformaram em uma 'campanha no Iêmen', então podemos muito bem ter cometido um erro muito sério que escalará os problemas, em vez de ajudar", indicou o especialista.

O ex-representante explicou que "o Reino Unido não pensou nas consequências de suas ações antes de enviar um navio para o mar Vermelho", enquanto outros Estados-membros europeus da OTAN foram "mais cautelosos e realistas".

"Precisamos aprimorar nossas ferramentas diplomáticas para não criar um conflito mais amplo na região", sublinhou ele.

Questionado se é razoável esperar um abrandamento gradual das tensões diante do esgotamento das forças ocidentais, o político britânico respondeu que a chave para reduzir as tensões no mar Vermelho é agir o mais rápido possível para diminuir o impacto da escalada do conflito palestino-israelense.

"A ação dos EUA e do Reino Unido, em particular, corre um alto risco de piorar as coisas, em vez de melhorá-las. De certa forma, as capacidades dos EUA e do Reino Unido não são tão fortes quanto muitos pensam ou gostariam de acreditar", disse ele.

As embarcações navais britânicas enviadas ao mar Vermelho para participar de uma operação ocidental para proteger a navegação na região do Oriente Médio não estão equipadas com os mísseis necessários para atacar alvos terrestres, revelou no sábado (27) o jornal britânico The Telegraph.

Ele detalhou como segundo uma fonte do Ministério da Defesa do país europeu, o destróier britânico HMS Diamond, designado por Londres para a operação militar no mar Vermelho, não participou de ataques a alvos terrestres houthis porque não possui as ferramentas necessárias.

·        Houthis mostram que Marinha do Reino Unido não pode competir com frotas da Rússia e da China

Os navios britânicos se mostraram pouco capazes de acertar em alvos terrestres dos militantes, obrigando os EUA a realizar essas missões, segundo o The Telegraph.

Nenhum navio britânico conseguiu atingir alvos terrestres dos houthis no Iêmen devido à falta de poder de fogo, lançando dúvidas sobre a capacidade da Marinha do Reino Unido de combater a Rússia, escreveu no sábado (27) o jornal britânico The Telegraph.

"Nenhum dos destróieres ou fragatas da Marinha Real tem a capacidade de atingir alvos terrestres, deixando que os EUA realizem a maioria dos ataques aos alvos houthis", indica a matéria.

De acordo com declarações prestadas pelo contra-almirante britânico aposentado Chris Parry, esse problema mostra a incapacidade da frota britânica de competir com a Marinha russa ou chinesa.

"A verdadeira preocupação é de não conseguirmos acompanhar o ritmo dos adversários russos e chineses e veremos mais e mais desses problemas", avisou ele.

As forças dos EUA e do Reino Unido têm conduzido frequentes ataques contra alvos dos houthis no Iêmen, em particular uma "instalação de armazenamento subterrâneo", bem como os lançadores de mísseis dos houthis.

Em meados de novembro, em um sinal de apoio aos palestinos na Faixa de Gaza, os houthis começaram a atacar navios afiliados a Israel no mar Vermelho, causando uma queda acentuada no tráfego marítimo através do canal de Suez.

·        Forças Armadas do Irã planejam expandir presença naval na Antártica

Shahram Irani, comandante da Marinha do Irã, afirmou que o país, que já opera no oceano Índico, terá presença na Antártica, depois que Teerã previu que o mesmo aconteceria nos oceanos Atlântico e Pacífico.

A Marinha do Irã planeja expandir sua presença até o Polo Sul, revelou no domingo (28) o comandante do ramo militar.

"A Marinha está pronta para hastear a bandeira sagrada do Irã em todos os oceanos do mundo. Em um futuro próximo, as forças da Marinha serão implantadas como parte dos comandos oceânicos. Estamos planejando enviar nossa frota para a zona do Polo Sul", declarou Shahram Irani à agência iraniana Tasnim.

Em 2023 Teerã anunciou que as Forças Armadas iranianas expandiriam sua presença em três oceanos do mundo: o Índico, o Atlântico e o Pacífico. Para atingir esse objetivo, foram formados três comandos oceânicos.

Atualmente, a frota iraniana também opera nas águas do oceano Índico, onde realiza regularmente exercícios militares conjuntos com a China, a Índia e Omã.

Irani acrescentou que vários países mostraram interesse em comprar o destróier iraniano Dena, que fez uma viagem de circum-navegação do mundo sem quaisquer incidentes.

 

Ø  Resistência Islâmica no Iraque assume autoria de ataques contra bases dos EUA na Síria

 

A Resistência Islâmica no Iraque, grupo que inclui diversas milícias xiitas apoiadas pelo Irã, assumiu a responsabilidade por três ataques de drones a bases norte-americanas na Síria e a uma instalação naval em Israel.

Em um comunicado, o grupo afirmou que seus combatentes lançaram drones carregados de explosivos contra as bases de al-Shaddadi, al-Tanf e o campo de Rukban, próximas da fronteira entre a Síria, Iraque e Jordânia. O grupo acrescentou ainda um quarto ataque às instalações navais de Zevulun, próximo à cidade israelense de Haifa.

Ainda não há confirmações por parte do governo dos EUA se esses são os mesmos ataques que deixaram três militares mortos e outros 25 feridos na noite do último sábado (27). Informações do governo colocam essas vítimas de um ataque na Jordânia, no entanto, o porta-voz do governo e ministro das Comunicações jordaniano, Muhannad Mubaydin, afirmou que nenhum ataque ocorreu no solo da Jordânia.

Grupos xiitas têm bombardeado bases americanas na Síria e no Iraque desde o início da atual escalada do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro. O governo norte-americano é visto como um dos principais instigadores de Israel e sua presença na região é contestada por diversos grupos.

·        Ataque à base dos EUA na Jordânia é uma escalada perigosa, alerta ex-diretor da CIA

O ex-diretor da Agência Central de inteligência (CIA) John Brennan declarou que o ataque à base militar dos EUA na Jordânia é uma "escalada perigosa" da situação no Oriente Médio.

Anteriormente, o Comando Central dos EUA informou que, no ataque de 28 de janeiro à base militar dos EUA na Jordânia, foram mortos três militares, mais de 30 ficaram feridos. O gabinete de ministros jordaniano afirmou, por sua vez, que o ataque contra os militares americanos ocorreu fora da Jordânia, e que foi atingida a base de Al-Tanf na Síria.

Conforme declarou Brennan no programa da MSNBC Inside com Jen Psaki, os drones usados no ataque estavam recheados de explosivos e detonaram com o impacto.

"Isto [o ataque à base dos EUA] é uma escalada muito perigosa, dado que três militares estadunidenses foram mortos e mais de duas dezenas ficaram feridos – este é um ataque sério", disse Brennan.

O ex-diretor da CIA acrescentou que o atentado pode ter consequências. Segundo ele, a Casa Branca está trabalhando com os serviços de inteligência para identificar os responsáveis pelo ataque à base, determinar se eles estão relacionados ao Irã e usar essas informações para suas ações futuras.

Desde o início do agravamento do conflito israelo-palestino, as tropas dos EUA no Iraque e na Síria têm sido regularmente atacadas com foguetes e drones por grupos armados que, segundo Washington, seriam pró-iranianos. Ao mesmo tempo, as autoridades iranianas declararam que os grupos xiitas armados que atacam as bases americanas não têm nada a ver com o Irã e não recebem ordens da República Islâmica.

·        EUA ponderam operação secreta contra o Irã

Os EUA estão considerando realizar uma operação secreta contra o Irã depois que três soldados norte-americanos foram mortos em um ataque a uma base americana perto da fronteira entre a Jordânia e a Síria, escreve a Bloomberg com referência a uma fonte familiarizada com a posição dos EUA.

"Uma possibilidade é uma operação secreta em que os EUA atacam o Irã, mas não assumem a responsabilidade, enviando, ainda assim, uma mensagem clara", escreve a agência.

Destaca-se que não se exclui a opção de uma resposta direta dos EUA através de ataques a altos funcionários iranianos, tal como foi realizado sob as ordens do ex-presidente dos EUA Donald Trump contra o general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) em um ataque de drone perto do Aeroporto Internacional de Bagdá em 2020.

De acordo com a mídia, a reação de Biden ao ataque a uma base perto da fronteira Jordânia-Síria será decisiva para sua presidência: se buscar "punir" os autores do ataque, ele poderá envolver os EUA em um confronto direto com a liderança iraniana.

Há uma controvérsia sobre se a base norte-americana visada se situava na Jordânia ou na Síria. Autoridades dos EUA alegaram que o ataque atingiu a Torre 22 na Jordânia, que a mídia norte-americana descreve como um "pequeno posto avançado dos EUA" no nordeste do país. Por outro lado, o porta-voz do governo jordaniano, Muhannad al-Mubaidin, disse a um canal de TV local que na verdade o ataque foi contra a base de Al-Tanf, que abriga um contingente substancial militar dos EUA na Síria.

·        Grupos xiitas bombardeiam bases americanas na Síria e no Iraque

Grupos que se autodenominam Resistência Islâmica afirmaram que os ataques são em resposta à ofensiva israelense na Faixa de Gaza e ao apoio dos EUA a Israel.

Milícias xiitas iraquianas dispararam contra duas bases militares americanas na Síria e no Iraque, neste sábado (27), em retaliação à ofensiva das Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza e ao apoio dos Estados Unidos ao governo israelense.

De acordo com declarações dadas via Telegram por grupos que se autodenominam Resistência Islâmica, a base americana no campo de Koniko, na Síria, bem como a base de Ain al-Asad, no oeste do Iraque, foram atacadas.

As bases militares americanas no Iraque e na Síria foram atacadas repetidas vezes nos últimos dias. Grupos armados xiitas que atuam no Iraque assumiram a autoria dos ataques.

A ofensiva israelense em Gaza já matou mais de 26 mil pessoas no enclave e deixou mais de 64 mil feridos, segundo dados divulgados na sexta-feira (26), pelo Ministério da Saúde palestino. Do lado israelense, cerca de 1.350 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

Iniciada em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em território israelense, a ofensiva já dura mais de três meses e acirrou a tensão no Oriente Médio, causando temor de que o conflito possa extravasar as fronteiras da região.

Um dos reflexos do acirramento é a escalada de violência no mar Vermelho, onde milícias houthis estão atacando navios associados a Israel, em retaliação aos bombardeios em Gaza. Na sexta-feira (26), o porta-voz dos houthis afirmou que os ataques continuarão até o fim da agressão israelense contra a Faixa de Gaza.

 

Ø  Defesa antiaérea da base dos EUA confundiu drone inimigo com drone norte-americano, diz mídia

 

As forças dos EUA não conseguiram impedir um ataque de drones inimigos à sua base na fronteira entre a Síria e a Jordânia porque a aproximação da aeronave coincidiu com o retorno de um drone dos EUA ao posto militar avançado, informou a mídia norte-americana nesta segunda-feira (29), citando autoridades não identificadas.

Segundo o Wall Street Journal (WSJ), uma milícia supostamente apoiada por Teerã lançou o drone inimigo em direção à Torre 22, um posto avançado na Jordânia, perto das fronteiras do Iraque e da Síria.

A apuração acrescenta que as autoridades norte-americanas não encontraram provas que indiquem que o Irã tenha dirigido o ataque.

No domingo (27), três soldados norte-americanos foram mortos e outros 34 ficaram feridos em um ataque de drones a uma base militar dos EUA na fronteira entre a Jordânia e a Síria.

O presidente os EUA, Joe Biden atribuiu a culpa a grupos militantes não especificados apoiados pelo Irã, ao mesmo tempo que disse que os EUA ainda estavam apurando os fatos. O porta-voz do governo jordaniano, Muhannad al-Mubaidin, disse que o ataque teve como alvo a base dos EUA em Al-Tanf na Síria, e não uma base em território jordaniano.

A agência de notícias estatal iraniana IRNA, afirmou que o Irã não tem nada a ver com o ataque de drones a base militar dos EUA, citando uma autoridade iraniana.

 

Ø  Forças de Defesa de Israel atingem alvos do Hezbollah após ataques do Líbano

 

As Forças de Defesa de Israel (FDI) relataram neste sábado (27) vários lançamentos de foguetes do Líbano para o norte de Israel e disseram que caças israelenses atingiram alvos do Hezbollah no sul do Líbano em retaliação.

"Após as sirenes que soaram hoje no norte de Israel sobre a infiltração de uma aeronave hostil, o sistema de defesa aérea das FDI interceptou com sucesso um alvo aéreo em território libanês suspeito de estar se aproximando do território israelense", disse o Exército de Israel em seu canal no Telegram.

"Ao longo do dia, numerosos lançamentos foram identificados cruzando o Líbano para o norte de Israel... Hoje cedo, caças das FDI atingiram vários alvos terroristas do Hezbollah no Líbano, incluindo um posto militar e um complexo usado por terroristas do Hezbollah nas áreas de Blida e Marwahin. Infraestrutura terrorista adicional foi atingida na área de Aita al-Shaab", disseram as FDI.

Autoridades mundiais temem a escalada no conflito na região, com um possível combate aberto entre Israel e as forças do Hezbollah.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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