quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

BRICS vai superar G7 na economia global em 2023, diz presidente do principal banco russo

A participação dos países do BRICS no ano passado aumentou de 31% para 35% do PIB mundial, em paridade de poder de compra, superando a participação do G7, conforme afirmou Elvira Nabiullina, presidente do Banco da Rússia, em uma entrevista à Sputnik.

"As economias dos países do BRICS estão se desenvolvendo rapidamente. Com a inclusão de novos membros, a participação do BRICS na economia global aumentou de 31% para 35%, considerando os resultados de 2023 em paridade de poder de compra. Esses números são ligeiramente superiores à participação dos países do G7. Portanto, o papel do BRICS no mundo é significativo", enfatizou.

O BRICS é composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Durante a cúpula de Joanesburgo em agosto de 2023, foi decidido convidar Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita para a organização. Posteriormente, a Argentina recusou-se a participar da união. A adesão plena dos novos países a esta organização começou em 1º de janeiro de 2024.

Após a adesão de todos os novos membros, o número de estados membros do BRICS se expandirá para dez, com uma população de 3,6 bilhões de pessoas, representando quase metade do total global. Esses países respondem por mais de 40% da produção mundial de petróleo e cerca de um quarto das exportações mundiais de bens.

•        Influência dos EUA na África está enfraquecendo, diz ex-oficial da CIA

Os Estados Unidos abandonaram planos de realizar exercícios militares em conjunto com vários países africanos, como Sudão, Mali, Níger, Etiópia, Eritreia e Burkina Faso. Segundo o oficial de inteligência aposentado Larry Johnson, este é um sinal de que "a influência dos EUA em áreas como a África está enfraquecendo".

De acordo com o Washington Post, a mudança de planos do Pentágono foi, "pelo menos em parte", resultado da pressão dos Democratas dos EUA sobre a administração Biden para proibir "tropas associadas a governos golpistas" de participarem em exercícios militares liderados pelos EUA.

O jornal acrescenta que, na ausência de envolvimento com os militares americanos, os países em questão poderiam recorrer a adversários dos Estados Unidos para "preencher o vácuo".

Exercícios como estes são normalmente planejados com muitos meses de antecedência, pelo que a decisão de abandonar estes planos significa que "há um problema com os governos que deveriam participar", disse Larry Johnson, que atualmente é funcionário do Departamento de Estado.

"Em qualquer caso, penso que o que isso significa é que a influência dos EUA sobre outros países, a sua capacidade de basicamente dizer aos países o que fazer e obrigar os países a seguirem a política dos EUA, está diminuindo, que a influência dos EUA em áreas como a África está enfraquecendo", analisou Johnson.

O analista também sugeriu que a decisão do Níger, Mali e Burkina Faso de se retirarem da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pode estar relacionada com esse desenvolvimento, considerando que a CEDEAO é vista principalmente como uma entidade "sob influência ocidental".

Segundo ele, o fato de esses países terem optado por se separar da CEDEAO e prosseguir com "acordos bilaterais entre si" parece ser um sinal de que estão "se distanciando do controle de Washington".

·        Arábia Saudita ainda avalia entrada no Brics, dizem fontes

A Arábia Saudita ainda está considerando um convite para se tornar membro do Brics depois de passada a primeira oportunidade de adesão no início de janeiro, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto à Reuters.

O dia 1º de janeiro não era o prazo final para uma decisão, disseram as duas fontes, e uma delas acrescentou que há grandes benefícios em se juntar ao grupo, já que China e Índia são os dois maiores parceiros comerciais do reino.

“A Arábia Saudita está avaliando os benefícios e então tomará uma decisão, há um processo em andamento”, disse uma das fontes.

O Brics – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – convidou em agosto outros seis países para aderirem ao bloco.

Os Emirados Árabes Unidos, que assim como a Arábia Saudita faz parte do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), aceitou o convite e se juntou ao Brics, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país.

Por outro lado, a Argentina confirmou em meados de dezembro que não ingressaria no bloco o que reforça divergências “em muitos aspectos” da política externa adotada por seu governo em relação a do ex-presidente Alberto Fernández.

“Nesse sentido, algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revisadas. Entre elas encontra-se a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país nos Brics”, afirma o presidente argentino.

“Sobre esse ponto, gostaria de informar que não se considera oportuna a incorporação da Argentina como membro pleno a partir de 1º de janeiro de 2024.”

•        Níger, Mali e Burkina Faso saem da CEDEAO ante deterioração nas relações

Burkina Faso, Níger e Mali anunciaram neste domingo (28) a sua saída da CEDEAO, Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental. Através de um comunicado em conjunto, os países denunciaram as "sanções ilegais, ilegítimas, desumanas e irresponsáveis" aplicadas pelo bloco.

Frente a deterioração das relações na CEDEAO com a troca de governo no Níger em julho, em 16 de setembro de 2023, as três nações africanas criaram a Aliança dos Estados do Sahel, uma organização de defesa coletiva.

Os países sublinharam no comunicado que com "grande pesar, amargura e decepção", a CEDEAO "traiu os seus princípios fundadores" sob a influência estrangeira .

"A organização não prestou assistência aos nossos Estados no âmbito da nossa luta existencial contra o terrorismo e a insegurança".

À Sputnik, o analista nigeriano Issoufou Boubacar Kado Magagi afirmou que os países da região "não têm outra escolha senão sair" da CEDEAO e "corajosamente assumir o controle do seu destino". Magagi destacou também que a organização pan-africana é "manipulada pelos países ocidentais, com a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] como liderança".

Nesse contexto, os países do BRICS servem como alternativas "dispostas a ajudar esses três países".

"Essas potências emergentes produzem muitos produtos dos quais os nossos países necessitam. E precisam dos nossos produtos, nomeadamente do urânio, do nosso ouro, da nossa bauxita, do nosso lítio. Temos petróleo no nosso solo", afirmou à Sputnik.

"É uma cooperação ganha-ganha com eles. Mas, infelizmente, em países como a França, é exploração, é pilhagem da nossa riqueza", ressaltou.

CEDEAO diz que países se mantêm no grupo

Em resposta ao comunicado, a CEDEAO afirmou que não recebeu nenhuma notificação oficial dos três países-membros sobre a saída da comunidade. O grupo "continua empenhado em encontrar uma solução negociada para o impasse político", afirmou em nota a organização.

O primeiro-ministro do Níger, Ali Mahaman Lamine Zeine, acusou a CEDEAO de desonestidade na última quinta-feira (25), depois que uma equipe de negociação da comunidade não compareceu a uma reunião marcada em Niamey, capital do país. A delegação explicou a sua ausência citando uma avaria técnica da aeronave.

•        Deterioração das relações com a CEDEAO

As relações dos governos de Mali, Burkina Faso e Níger com a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental pioraram após a mudança de governo nesses países. Atualmente, os países são geridos por governos militares de transição que chegaram ao poder após a piora da situação de segurança nas antigas colônias francesas, causada pelo aumento de atividade terrorista.

Depois da remoção forçada do presidente do Níger, em julho de 2023, a CEDEAO ameaçou usar a força se o presidente deposto não fosse reintegrado. A organização também impôs sanções à nação e suspendeu a a ajuda militar, financeira, alimentar e médica ao país.

O Mali e Burkina Faso enfrentaram medidas punitivas semelhantes após os golpes de Estado de 2021 e 2022, respetivamente. Estima-se que as sanções do bloco resultaram na morte de mais de 125 mil pessoas, afetando principalmente mulheres e crianças.

 

Ø  ONU prevê alta “modesta” em fluxo investimentos globais em 2024, com foco em Europa

 

Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto poderão aumentar modestamente em 2024, após uma alta marginal no ano passado, devido ao investimento maior em algumas economias europeias, informou o órgão comercial das Nações Unidas nesta quarta-feira (17).

Os fluxos de investimento estrangeiro direto podem incluir investimentos feitos por empresas ou governos em outros países, ou empresas ou projetos nesses países.

“Olhando para o futuro, um aumento modesto nos fluxos de investimentos estrangeiros em 2024 parece possível, já que as projeções de inflação e custos de empréstimos nos principais mercados indicam uma estabilização das condições de financiamento para acordos de investimento internacional”, disse a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês).

A organização comercial da ONU ressaltou, no entanto, que muitos fatores poderiam prejudicar o investimento estrangeiro direto, como riscos geopolíticos e altos níveis de endividamento em alguns países.

Em 2023, o investimento estrangeiro direto foi estimado em US$ 1,37 trilhão (R$ 6,75 trilhões), um aumento marginal de 3% em comparação com o ano anterior. A Unctad atribuiu esse ligeiro aumento ao maior investimento em alguns países europeus.

Os fluxos de investimento estrangeiro direto para países em desenvolvimento diminuíram no ano passado, caindo 9% para US$ 841 bilhões (R$ 4,146 trilhões), com uma queda de 12% nos países em desenvolvimento da Ásia e uma queda de 1% na África, disse a Unctad.

·        Compra de aviões militares ocidentais ameaça acordos financeiros entre Argentina e China

presidente da Argentina, Javier Milei, decidiu adquirir 24 aviões de combate F-16 da Dinamarca, rejeitando assim uma oferta da China de 34 aeronaves JF-17 que o governo anterior, liderado por Alberto Fernández (2019-2023), havia considerado.

Segundo o portal de notícias Infobae, a operação acontecerá com a aprovação e financiamento dos Estados Unidos, interessados em travar a expansão dos interesses chineses na América Latina, e deverá ser concluída pela empresa norte-americana Lockheed Martín.

"Sem a aprovação da administração de Joe Biden não teria sido possível concluir o acordo comercial que permitirá que a Aeronáutica militar argentina recupere o potencial bélico perdido durante a guerra das Malvinas em 1982", diz a publicação.

No entanto, o site La Política Online analisou que a operação poderá levar Pequim, que é o segundo maior parceiro da Argentina, a suspender ou mesmo revogar o crédito swap em yuan, que Buenos Aires utilizou para saldar parcelas da sua dívida externa.

A suspensão deste acordo econômico tem sido pautada desde as primeiras semanas do governo Milei diante de seus constantes ataques ao país liderado por Xi Jinping. 

Entre os motivos da possível suspensão do instrumento financeiro também estão as incertezas que o governo chinês tem em relação à política econômica de Milei e o que será feito com o Banco Central argentino, instituição com a qual o acordo é feito e alvo de ameaças de encerramento de suas atividades. 

No entanto, em seu terceiro dia no cargo como presidente da Argentina, Milei recuou seu discurso agressivo contra a China e escreveu a Xi Jinping, em uma tentativa de descongelar a operação financeira de U$5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões). 

 

Fonte: Sputnik Brasil/CNN Brasil

 

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