terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Ataque ao sionismo e à fome em Gaza já como ação geopolítica internacional dos Brics

A angustiante informação de que a fome ameaça milhares de crianças em Gaza por conta do genocídio sionista sistemático imposto por Israel com apoio dos Estados Unidos é a ignomínia bárbara que o governo Lula precisa enfrentar e vencer nesse momento, na sua ação diplomática e geopolítica internacional.

Israel está completamente desmoralizado e seu primeiro-ministro, o criminoso Benjamin Netanyahu, deve ser enfrentado pelo governo brasileiro de peito aberto e com coragem para demonstrar a inconformidade nacional contra crimes contra a humanidade que está praticando.

O exemplo corajoso e destemido da África do Sul é uma lição clara que deve ser proclamada pelo Brasil e por toda a América Latina, como gesto de repúdio radical capaz de ocupar as manchetes do mundo, puxado pelo governo sul-africano.

O país que sofreu os horrores do apartheid, que teve como herói nacional Nelson Madela, que, por sua vez, contou com a solidariedade irrestrita de Cuba, na tarefa de enviar para a África do Su l seus soldados, enfrentando e assombrando os Estados Unidos, ergue-se, nesse momento, como a voz da consciência mundial.

O tribunal da ONU que aprecia o pedido sul-africano chama a atenção dos povos e se transforma em ponto de convergência da luta internacional contra o assassinato em massa patrocinado pelas tropas israelenses amplamente apoiadas pelo imperialismo americano, evidenciando que o capitalismo financeirizado não tem utilidade real para a humanidade, salvo na sua propensão de exterminá-la como seu objetivo final explícito, destrutivo.

CONVOCAÇÃO LATINO-AMERICANA

Lula, aliás, pode e deve realizar chamamento latino-americano para essa tarefa humanitária cujas consequências seriam promover a união do continente que, nesse instante, encontra-se ameaçado pela divisão decorrente do avanço da violência do narcotráfico assustador e desestabilizador da democracia continental.

A luta contra a fome, programada como cálculo realizado pelo imperialismo sionista, que junta, como irmãos na barbárie, Israel e Estados Unidos, incapazes de adoção de geopolítica pela paz, porque sua opção consciente é pela guerra, tem o poder de promover, não, apenas, a união política continental, mas global.

Seu potencial aglutinador se alinha em grandes traços com a política externa que o presidente Lula empreendeu ao longo de 2024, de modo a tirar o Brasil da marginalidade internacional a que foi jogada pelo bolsonarismo fascista, em sua escalada direitista, obediente às correntes políticas mais odiosas que ameaçam a democracia e a paz mundial.

Foi o ano de conquistas relevantes, pois com a cruzada antifascista lulista, pode o Brasil usufruir de retomada econômica consistente, especialmente, nas trocas internacionais, responsáveis por registrar superavit de mais de 100 bilhões de dólares na balança comercial, fortalecendo as contas correntes do balanço de pagamento nacional etc.

PROTAGONISMO CONTRA A FOME E A BARBÁRIE

A união de propósitos políticos pela paz, à qual se lançou Lula, fortalecendo, principalmente, a política de direitos humanos por meio de discurso alinhado aos compromissos pelo fortalecimento e recuperação do meio ambiente, vertente econômica moderna, colocou o Brasil na vanguarda internacional que o credencia, agora, a uma política mais afirmativa e propositiva contra a barbárie sionista, que mata palestinos de forme de forma fria e calculada.

A fome palestina apela aos democratas por política externa solidária, sintonizada, aliás, com a proposição dos BRICS, na construção de nova geopolítica política econômica, pautada  pela cooperação internacional.

A aliança política lulista, que se encontra sob ataque do neoliberalismo, vestido, agora, de parlamentarismo neoliberal, conduzido pela direita e ultra-direita fascista majoritária no Congresso, como maldita herança bolsonarista, organizada por forças obscurantistas que levaram ao golpe de 8 de janeiro de 2023 contra a democracia, precisa, já, abrir espaço internacional à geopolítica de paz.

Certamente, proatividade lulista, nesse sentido, reverterá em bônus para a economia brasileira por produzir resultados embalados pela atratividade a ser exercida pelo poder democrático que venceu o golpe fascista.

Sobretudo, colocará o Brasil, como destacado integrante dos BRICs, na vanguarda da luta internacional pelo desenvolvimento social contra o neoliberalismo, face cruel por trás da qual estão as forças imperialista, massacrando os mais pobres como os palestinos, numa luta desigual diante do avanço da financeirização, embalada pelo sionismo.

 

Ø  Genocídio em Gaza: Brasil defende 'pleno e imediato cumprimento' da decisão da Corte Internacional

 

O governo brasileiro fez um pronunciamento na noite desta sexta-feira (26) a respeito da decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre o pedido de medidas cautelares da África do Sul direcionado a Israel, no caso "Aplicação da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio na Faixa de Gaza".

A nota, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, destaca o caráter juridicamente vinculante da deliberação da corte e a "importância do pleno e imediato cumprimento da decisão".

"O governo brasileiro tem a convicção de que as medidas cautelares contribuirão para garantir o cumprimento da Convenção e a proteção dos direitos do povo palestino, bem como o necessário e imediato alívio humanitário, conduzindo à pronta cessação das hostilidades", diz a nota.

O pronunciamento ressalta ainda a importância "da imediata liberação dos reféns remanescentes em poder do Hamas".

Por fim, o texto reitera a defesa de um Estado palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, "em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital".

No início do dia, a CIJ reconheceu alguns direitos reivindicados pela África do Sul perante a Corte em que acusa Israel de cometer genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza. O tribunal determinou que Israel tome medidas para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, mas não chegou a ordenar o cessar-fogo.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou a decisão do tribunal ao Conselho de Segurança:

"O secretário-geral recorda que, de acordo com a carta e o estatuto do tribunal, as decisões do tribunal são vinculativas e espera que todas as partes cumpram devidamente a ordem do tribunal", disse o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, em nota.

Com mais de 80 páginas, o documento sul-africano alega que Israel violou a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio da ONU, de 1948. As audiências — que tratam do processo da África do Sul contra Israel, acusado de violar a convenção na Faixa de Gaza — ocorreram nos dias 11 e 12 de janeiro, em Haia, nos Países Baixos.

A ação solicitava medidas provisórias para que, até que o mérito seja apreciado, haja cessação das condutas de Israel na Faixa de Gaza. Em um primeiro momento, a corte deve apenas verificar a plausibilidade da ocorrência dos atos genocidas.

Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, o número de residentes da Faixa de Gaza mortos por ataques israelenses ultrapassou os 27 mil e, de feridos, passou de 64,1 mil, segundo as autoridades palestinas.

Do lado israelense, os números são de ataques do grupo palestino, que causaram a morte de cerca de 1,1 mil pessoas e deixaram quase 5,5 mil feridos. O grupo também tomou 250 israelenses como reféns.

 

Ø  Hamas denuncia ‘campanha de incitação’ de Israel contra agências da ONU

 

Em comunicado, neste sábado (27/01), o Hamas denunciou que Israel está em uma “campanha de incitação” contra agências das Nações Unidas que fornecem ajuda humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza.

Segundo a emissora catari Al Jazeera, o grupo de resistência palestina afirmou que se trata de uma “conspiração” criada pelas autoridades israelenses entre a Organização Mundial da Saúde e o Hamas, que levou países, incluindo os principais doadores, a cortarem o financiamento para a organização que trabalha no auxílio humanitário aos palestinos, dificultando a sobrevivência dos residentes em meio a “crimes de ocupação”. 

Ao menos, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Itália já declararam publicamente a suspensão temporária do financiamento especialmente à agência da ONU para refugiados palestinos (Acnur) em Gaza, devido às alegações israelenses.

Ainda neste sábado, o governo de Tel Aviv elogiou as nações que bloquearam os recursos, acrescentando que, após o fim da guerra, Israel pretende paralisar completamente as operações do órgão internacional no território palestino.

“Trabalharemos para angariar apoio bipartidário nos Estados Unidos, na União Europeia e em outras nações a nível mundial para esta política que visa travar as atividades do Acnur em Gaza”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelense, Israel Katz, pela plataforma X.

·        Abertura de investigação

Na sexta-feira (26/01), a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (Acnur) declarou a abertura de uma investigação sobre funcionários do próprio órgão que estariam supostamente envolvidos na primeira ofensiva do Hamas, em 7 de outubro. A suspeita partiu de Israel.

“As autoridades israelenses forneceram ao Acnur informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários do órgão nos horríveis ataques a Israel em 7 de outubro”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência de Assistência e Obras da ONU para Refugiados da Palestina, no Oriente Médio. O representante ainda afirmou que tomou a “decisão de rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e lançar uma investigação a fim de estabelecer a verdade”.

O número de funcionários supostamente envolvidos nos ataques, como alega Israel, no entanto, não foi revelado. 

O Departamento de Estado norte-americano, imediatamente, bloqueou recursos e ressaltou que não forneceria nenhum financiamento adicional à agência até que as alegações fossem abordadas.

“O Departamento de Estado suspendeu temporariamente o financiamento adicional para o Acnur enquanto analisamos as alegações e as medidas que as Nações Unidas estão tomando para resolver”, disse o porta-voz Matthew Miller.

Já o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que o bloco de 27 membros iria “avaliar novas medidas e tirar conclusões com base no resultado da investigação completa”.

Ao longo do conflito, foram inúmeras as vezes que a agência da ONU para refugiados palestinos apelou por mais ajuda, afirmando que sua capacidade de assistência humanitária em Gaza estava em “em colapso”. A suspensão de recursos, portanto, é uma medida que tende a agravar ainda mais os problemas, uma vez que os Estados Unidos, a Alemanha e a União Europeia são considerados os principais doadores da organização internacional.

 

Ø  ONU investiga ligação de funcionários com ataque do Hamas; Itália e Canadá cortam verba à agência

 

Seguindo os Estados Unidos e a Austrália, Roma e Ottawa decidiram cortar a verba destinada à agência palestina das Nações Unidas enquanto uma investigação é aberta para apurar suposta participação de funcionários no ataque do Hamas a Israel.

Na sexta-feira (26), a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA) lançou uma investigação sobre as alegações de Israel de que vários funcionários da agência estiveram envolvidos nos ataques do Hamas de 7 de outubro a Israel.

"As autoridades israelenses forneceram à UNRWA informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários da agência nos horríveis ataques a Israel em 7 de outubro. Para proteger a capacidade da agência de prestar assistência humanitária, tomei a decisão de rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e lançar uma investigação a fim de estabelecer a verdade sem demora", afirmou Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA.

A União Europeia disse estar "extremamente preocupada" com as acusações e os Estados Unidos declararam que estão revendo "estas alegações e as medidas que as Nações Unidas estão tomando para as resolvê-las".

"O seu trabalho salvou vidas e é importante que a UNRWA aborde estas alegações e tome quaisquer medidas corretivas apropriadas, incluindo a revisão das suas políticas e procedimentos existentes", disse Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, citado pelo Politico.

Anteriormente, Washington e a Austrália suspenderam o financiamento para UNRWA. Neste sábado (27), a Itália e o Canadá se juntaram aos outros dois países.

O chanceler italiano, Antonio Tajani, disse em sua conta no X que Roma estava deixando de ajudar a agência. Já o ministro de Desenvolvimento Internacional canadense, Ahmed Hussen, afirmou que "o Canadá está levando esses relatos extremamente a sério, e estamos acompanhando de perto a UNRWA e outros doadores nessa questão", afirmou Hussen segundo o UOL.

O Ministério da Saúde de Gaza disse ontem (26) que o número de mortos no território subiu para mais de 26 mil pessoas, com mais de 64.400 feridos em mais de três meses de guerra. Do lado israelense, cerca de 1.350 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

 

Fonte: Por César Fonseca em Brasil 247/Opera Mundi

 

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