sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Além de Brasília, Lula pede atos regionais para marcar 8 de janeiro

Além de convocar as celebrações para marcar um ano do 8 de janeiro em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a líderes ligados ao PT e a outros partidos de esquerda que façam também mobilizações regionais para a data.

O objetivo, disse à CNN um interlocutor do presidente, é pulverizar as manifestações pelo país, para contemplar parte da militância que não puder se deslocar até a capital federal.

Em São Paulo, a tarefa foi repassada à Frente Brasil Popular, que mantém vínculo com o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), e também à Frente Povo sem Medo, que tem relação próxima com o PSOL.

A previsão inicial dos organizadores é que o ato reúna entre 10 mil e 15 mil pessoas, na Avenida Paulista, próximo ao Masp. Ainda nesta semana, os organizadores do ato devem se reunir para bater a lista de lideranças que irão comparecer. A ideia é que o evento seja marcado por cartazes, faixas e discursos em defesa da democracia.

O objetivo de Lula, segundo os relatos, é dar ressonância ao tema também em capitais e cidades menores, apesar da ordem para que a celebração fique concentrada prioritariamente em Brasília.

 

Ø  Não se confunde manifestação democrática com ataque aos Poderes, diz Cappelli sobre 8/1

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública em exercício, Ricardo Cappelli, afirmou nesta quinta-feira (4) que não se pode confundir manifestações democráticas com ataque aos Poderes, como visto no dia 8 de janeiro passado.

“Não se confunde manifestação democrática com ataque aos Poderes. Não se confunde manifestação democrática com depredação do patrimônio público, histórico, material e imaterial do Brasil. Passadas as eleições, não interessa em quem você votou”, declarou o ministro durante o evento em Brasília que assinou o protocolo de segurança para o próximo dia 8.

Em seu discurso, Cappelli disse não haver hipótese de as invasões às sedes dos Três Poderes se repetir neste ano.

“Aquilo foi inaceitável. O Brasil é um país livre. A imprensa tem me perguntado se serão permitidas manifestações. Eu tenho dito: ‘O Brasil é um país livre e democrático. Aqui todo mundo vota em quem quiser. Todo mundo manifesta sua preferência política e ideológica livremente e é ótimo que seja assim”.

 

Ø  Sem ameaça identificada, 8 de janeiro terá 2 mil PMs na Esplanada

 

Mesmo sem identificar ameaças à segurança do evento marcado para o próximo dia 8 de janeiro, mais de 2 mil policiais militares do Distrito Federal devem fazer o patrulhamento ostensivo em Brasília na próxima segunda-feira (8). O número é quase quatro vezes superior ao do último dia 8 de janeiro, quando foram empregados 580 PMs na Esplanada, segundo relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos golpistas daquele dia.  

A estratégia para a segurança da Esplanada no próximo 8 de janeiro foi pactuada nesta quinta-feira (8) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que assinaram um protocolo de ações de segurança no Palácio do Buriti, sede do GDF, em Brasília. As informações são da Agência Brasil.

O ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, afirmou que até o momento não há nenhuma informação que gere preocupação maior. “Claro, isso é monitorado dia a dia e todas as providências estão sendo tomadas para que tenhamos um dia 8 de celebração democrática histórica no Brasil”, destacou.

Cappelli acrescentou que não há hipótese do 8 de janeiro de 2023 se repetir porque “a reação da sociedade e dos Poderes foi muito forte e essa reação estabeleceu um limite muito claro”. O documento assinado pelos governos federal e do DF “define o planejamento e as prioridades de atuação de cada órgão, como efetivo policial e organização do trânsito, com foco no evento alusivo à data que ocorrerá no Senado”.

Além dos 2 mil agentes da Polícia Militar do DF que devem ser mobilizados, o plano de segurança prevê o emprego de 250 agentes da Força Nacional que ficarão de prontidão no Ministério da Justiça. A Esplanada ficará fechada no dia 8 na altura da Avenida José Sarney, que é a pista anterior à Alameda dos Estados, próxima ao Congresso Nacional.

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, destacou que, mesmo sem ameaça detectada, haverá agentes suficientes para qualquer situação. “Será um dia de tranquilidade, um dia de monitoramento e de tranquilidade realmente aqui no Distrito Federal”, ponderou.

MANIFESTAÇÃO E GOLPE

Toda essa segurança é para o ato marcado no Congresso Nacional, que marcará o primeiro ano do último 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com o resultado do processo eleitoral, promoveram tentativa frustrada de golpe de Estado. 

A cerimônia da próxima semana foi uma proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve contar com a presença dos presidentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de governadores, parlamentares, representantes da sociedade civil e ministros e representantes dos tribunais de Justiça e assembleias legislativas.

Ricardo Cappelli, afirmou que manifestações políticas não serão reprimidas, desde que não ameacem as instituições. “Todo mundo manifesta sua preferência política e ideológica livremente e é ótimo que seja assim. Agora, não se confunde manifestação democrática com tentativa de golpe de Estado, não se confunde manifestação democrática com ataque aos Poderes”, afirmou.

O responsável pela segurança na Esplanada dos Ministérios na próxima segunda-feira (8) será o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Alencar. “(O 8 de janeiro de 2023) não vai se repetir. Não vai se repetir em razão desse trabalho que temos feito de inteligência”, afirmou.  

O planejamento da segurança para o evento vem desde o final do ano passado, quando representantes dos órgãos de segurança do governo federal e do GDF passaram a se reunir para definir um plano integrado de ações a fim de evitar ameaças de ataques ao evento no Congresso.

VIATURAS
Além de assinar o protocolo de segurança para próxima segunda-feira, o Ministério da Justiça e Segurança Pública ainda fez a entrega de 20 viaturas, armamentos, fardas, drones e outros equipamentos para as forças de segurança do Distrito Federal no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2).  

Ao todo, o investimento feito foi de R$ 3,6 milhões. O Pronasci 2, lançado em março deste ano, tem desenvolvido ações de integração entre as forças de segurança nacional e estaduais, com entrega de equipamentos para as polícias de todo o país.

 

Ø  Bolsonaristas minimizam ato do 8 de janeiro e ex-presidente mantém distância

 

No momento em que o Governo Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional preparam um grande ato em defesa da democracia para marcar um ano dos atos criminosos do dia 8 de janeiro, os bolsonaristas minimizam o evento enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ignora a data e planeja manter suas férias no Rio de Janeiro, segundo auxiliares.

Lideranças e parlamentares bolsonaristas ouvidos pela CNN disseram que não há por ora mobilização de nenhuma natureza nas redes sociais para tentar se contrapor à cerimônia que deve reunir no Congresso quase todos os ministros da Esplanada, governadores da base, parlamentares, ministros do STF, movimentos sociais e 500 convidados sob o mote “Democracia Inabalada”.

O Ministério da Justiça e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal não identificaram grande mobilização nas redes sociais.

“Querem fazer essa a data do martírio, mas foi a da opressão. Vão fazer o ato para uma bolha. Será um tiro no pé no Lula”, disse à CNN o deputado federal bolsonarista Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP).

O parlamentar reforça que não há nenhum evento marcado para se contrapor a “Democracia Inabalada”, mote que foi criado pelo STF para a data.

O Palácio do Planalto convidou todos os governadores, mas os bolsonaristas como Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de Freitas (SP) declinaram.

·        Bolsonaro vai passar 8 de janeiro em casa na praia de Angra dos Reis

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não planeja estar em Brasília no dia 8 de janeiro, que marca um ano dos atos criminosos cometidos contra as sedes dos três Poderes.

Na data, estão previstos eventos simbólicos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional, que devem reunir autoridades de todos os Poderes.

Bolsonaro chegou no Rio de Janeiro na quarta-feira (3) e segue para Angra dos Reis nesta quinta-feira (4).

Segundo pessoas próximas, o ex-presidente deve ficar na Vila Histórica de Mambucaba, onde deve visitar o senador Wilder Morais (PL-GO). Bolsonaro só deve retornar a Brasília no fim do mês.

Durante os atos criminosos de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro também estava longe da capital do país.

Estava nos Estados Unidos, para onde viajou após deixar o comando para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem fazer a passagem da faixa presidencial ou participar da posse do petista.

Pouco tempo depois, o ex-presidente foi incluído no inquérito do STF que investiga os atos criminosos por ordem de Moraes e a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Bolsonaro passou a figurar na investigação por causa de uma publicação feita em seu perfil no Facebook em 10 de janeiro.

Na ocasião, ele postou um vídeo com desinformação sobre as eleições e que contestava o resultado eleitoral, dizendo que o presidente Lula não teria sido eleito pelo povo.

A defesa do ex-presidente afirmou que a postagem foi feita de forma “acidental” e apagada “poucas horas depois”, o que mostraria que o ex-presidente “não pretendeu insuflar qualquer forma de subversão”. Bolsonaro chegou a prestar depoimento à Polícia Federal sobre o assunto.

Em outubro de 2023, a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu indiciamento do ex-presidente em seu parecer final sobre a investigação dos atos. A defesa de Bolsonaro chamou a decisão de “parcial, tendenciosa e totalmente pavimentada por viés político e não jurídico”.

·        Um ano do 8 de janeiro

A data que marca um ano dos atos criminosos nas sedes dos três Poderes contará com dois eventos em Brasília. À tarde, o STF promoverá a exposição “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”.

Depois, acontecerá o Ato Democracia Inabalada no Congresso Nacional, por iniciativa de Lula e dos presidentes do Supremo, Luís Roberto Barroso, e Congresso, Rodrigo Pacheco.

O governo do Distrito Federal e o Ministério da Justiça construíram um plano de segurança para o marco. Há previsão de fechamento parcial da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e monitoramento de ameaças e manifestações.

Até o momento, a inteligência da Secretaria da Segurança do DF não identificou elementos que possam ensejar algum ataque. Já os movimentos sociais devem priorizar as manifestações de rua para relembrar os atos.

 

Ø  Oposição prepara documento contra ato de 8/1 com Lula; texto deve minimizar ataques

 

Parlamentares da oposição preparam um documento para ser divulgado na tarde desta sexta-feira (5) como reação ao ato em defesa da democracia marcado para lembrar os ataques de 8 de Janeiro.

Segundo apurou a CNN, o texto está sendo construído com sugestões de senadores de direita para tentar minimizar a invasão e a depredação das sede dos Três Poderes, citando que participantes de outras manifestações não foram acusados de golpismo.

O manifesto, de acordo com relatos à CNN, deve fazer críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que já condenou 30 pessoas por executar os atos, e também ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmam que Lula cooptou o 8 de Janeiro como uma plataforma política contra a direita e o bolsonarismo.

Parlamentares que participam da construção do documento relatam que o manifesto terá um tom crítico ao ato do dia 8 e incentivará a volta do que consideram “a normalidade democrática.”

Como mostrou a CNN, o Palácio do Planalto quer dar um caráter institucional ao ato que marcará um ano dos ataques de 8 de Janeiro. A estratégia é demonstrar união entre os poderes e, consequentemente, isolar o bolsonarismo.

Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam, no entanto, que o governo quer distância da polarização. Neste momento, o Planalto pretende acessar a parcela da população que não votou em Lula, mas estaria sensível a uma mudança de posição.

·        Cerimônia no Congresso

A cerimônia que lembrará o 8 de Janeiro reunirá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares e governadores.

A solenidade está marcada para 15h no Senado. Na ocasião, ocorrerá a entrega simbólica da réplica da Constituição Federal que foi levada da Corte por vândalos.

 

Fonte: CNN Brasil/Agencia Brasil

 

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