sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Sudeste tem divisão no favoritismo de prefeitos à reeleição, aponta agregador de pesquisa

Dois dos quatro prefeitos de capitais da região Sudeste lideram os levantamentos feitos ao longo de 2023, enquanto outros dois mandatários vivem cenários mais desafiadores para se manterem no posto, de acordo com o agregador de pesquisas Ipespe Analítica.

Os dados da ferramenta são publicados em primeira mão pela CNN e incluem 25 das 26 capitais das cinco regiões do país para as quais foram divulgadas pesquisas de intenção de voto para as eleições municipais de 2024.

Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro, e Lorenzo Pazolini (Republicanos), em Vitória, são os dois prefeitos da região mais populosa do país que lideram as pesquisas, conforme o agregador desenvolvido pela equipe doutor em ciência política Vinicius Silva Alves, diretor do Ipespe Analítica.

·        Rio de Janeiro

Se a disputa fosse realizada hoje, o carioca teria perspectiva de vitória já em primeiro turno, com 41% no índice agregado, mais que a soma de adversários como Delegado Ramagem (PL), com 8%, Tarcísio Motta (PSOL), com 7%, Martha Rocha (PDT), com 6%, e Otoni de Paula (MDB), com 4%.

Paes deve contar com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – setores do Partido dos Trabalhadores querem indicar o vice do atual prefeito –, enquanto o deputado federal Ramagem é o nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a disputa na segunda capital mais populosa do país.

·        Vitória

Em Vitória, Pazolini tem apoio de 33% do eleitorado, conforme o agregador, ante 20% do ex-prefeito João Coser (PT). O atual gestor da capital capixaba foi eleito com apoio do bolsonarismo, mas o PL pode lançar o deputado estadual Capitão Assumção, que aparece em terceiro, com 11%.

·        Outras capitais

Nas outras duas capitais da região, Ricardo Nunes (MDB) e Fuad Noman (PSD) enfrentam cenário mais desafiador para se manterem nas prefeituras de São Paulo e Belo Horizonte, respectivamente.

·        São Paulo

Na capital paulista, o líder é Guilherme Boulos (PSOL), que foi ao segundo turno em 2020 contra o então prefeito Bruno Covas (PSDB), de quem Nunes herdou o cargo em maio de 2021. Ele tem 29%, ante 19% do atual prefeito.

Para reverter o favoritismo do deputado federal, apoiado por Lula e que pode ter a ex-prefeita Marta Suplicy como candidata a vice, Nunes espera contar com um amplo arco de alianças, incluindo o PL de Bolsonaro e uma adesão de fato do ex-presidente ao projeto.

Pelo agregador, que considera todas as pesquisas feitas nas cidades, o deputado federal Ricardo Salles (PL) surge como terceira força na disputa, com 11%, seguido pelos também parlamentares Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União), ambos com 8%.

·        Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, Noman surge com 9% no agregador, em quinto lugar, mas em um cenário bastante pulverizado. O líder é Mauro Tramonte (Republicanos), com 18%, seguido por Carlos Viana (Podemos), com 15%, Duda Salabert (PDT), com 11%, e Bruno Engler (PL), com 10%.

>>> Veja o panorama:

·        Belo Horizonte

  1. Mauro Tramonte (Republicanos) – 18%
  2. Carlos Viana (Podemos) – 15%
  3. Duda Salabert (PDT) – 11%
  4. Bruno Engler (PL) – 10%
  5. Fuad Norman (PSD) – 9%

·        Rio de Janeiro

  1. Eduardo Paes (PSD) – 41%
  2. Delegado Ramagem (PL) – 8%
  3. Tarcísio Motta (PSOL) – 7%
  4. Martha Rocha (PDT) – 6%
  5. Otoni de Paula (MDB) – 4%

·        São Paulo

  1. Guilherme Boulos (PSOL) – 29%
  2. Ricardo Nunes (MDB) – 19%
  3. Ricardo Salles (PL) – 11%
  4. Tabata Amaral (PSB) – 8%
  5. Kim Kataguiri (União Brasil) – 8%

·        Vitória

  1. Lorenzo Pazolini (Republicanos) – 33%
  2. João Coser (PT) – 20%
  3. Capitão Assumção (PL) – 11%
  4. Camila Valadão (PSOL) – 9%
  5. Luiz Paula (PSDB) – 9%

>>> Liderança dos partidos

Entre os partidos, o Republicanos tem a liderança do agregador em duas das quatro capitais, incluindo a reeleição do prefeito de Vitória. PSD e PSOL têm a liderança no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente, e o primeiro ainda espera melhorar a performance do prefeito de Belo Horizonte. Mesma expectativa vive o MDB de Ricardo Nunes na capital paulista.

·        Capitais do Sul reforçam tendência favorável à reeleição em 2024

Dois dos três prefeitos das capitais da região Sul lideram a corrida eleitoral de 2024, conforme dados do agregador de pesquisas Ipespe Analítica divulgados em primeira mão pela CNN. A ferramenta mostra o cenário para a disputa de 2024 em 25 das 26 capitais das cinco regiões do país, para as quais já foram divulgadas pesquisas de intenção de voto.

Tanto em Porto Alegre, com Sebastião Melo (MDB), quanto em Florianópolis, com Topázio Neto (PSD), os candidatos à reeleição aparecem na frente, coincidentemente com 33% dos votos em suas respectivas cidades.

A exceção é Curitiba, na qual o atual prefeito, Rafael Greca (PSD), já foi reeleito em 2020 e decidiu apoiar seu vice, Eduardo Pimentel (PSD), na disputa do ano que vem – ele está em terceiro lugar, com 13%, atrás do ex-prefeito e deputado federal Luciano Ducci (PSB), com 18%, e da deputada federal Rosângela Moro (União Brasil), com 16%.

Pelos dados do agregador Ipespe Analítica, desenvolvido pela equipe do doutor em ciência política Vinicius Silva Alves, apenas a capital paranaense vive um cenário de disputa com diversos nomes.

O favoritismo dos prefeitos de Florianópolis e Porto Alegre refletem uma tendência esperada para a maioria das grandes cidades do país: a de que as eleições municipais de 2024 tendem mais ao continuísmo, em vez da mudança.

Na capital gaúcha, a deputada federal Maria do Rosário (PT) desponta como principal desafiante à reeleição de Melo – ela está a 7 pontos percentuais do prefeito, pelos dados do agregador, e quase 20 à frente da terceira colocada, Juliana Brizola (PDT). PT e MDB são adversários históricos em Porto Alegre e têm histórico de gestões bem e mal avaliadas pelos porto-alegrenses.

Na capital catarinense, Topázio Neto herdou a prefeitura de Gean Loureiro (PSD), que havia sido reeleito em 2020 e renunciou para disputar o governo estadual. Pelo agregador, o prefeito tem mais de 20 pontos de dianteira em relação ao ex-senador e ex-prefeito Dário Berger (PSB) e ao deputado estadual Pedrão (PP).

Levando em conta a filiação partidária, o PSB lidera em Curitiba e pode buscar uma vaga no segundo turno em Florianópolis, pelo atual cenário. O PSD lidera na capital catarinense e pode avançar em Curitiba, cidade sob sua atual gestão. E o MDB pode seguir à frente de Porto Alegre, a depender do quanto o PT conseguir avançar na disputa.

>>> Veja o panorama:

·        Curitiba

  1. Luciano Ducci (PSB) – 18%
  2. Rosângela Moro (União Brasil) – 16%
  3. Eduardo Pimentel (PSD) – 13%
  4. Paulo Martins (PL) – 9%
  5. Carol Dartora (PT) – 3%

·        Florianópolis

  1. Topázio Neto (PSD) – 33%
  2. Dário Berger (PSB) – 12%
  3. Pedrão (PP) – 10%
  4. Marquito (PSOL) – 6%
  5. Bruno Souza (Novo) – 6%

·        Porto Alegre

  1. Sebastião Melo (MDB) – 33%
  2. Maria do Rosário (PT) – 26%
  3. Juliana Brizola (PDT) – 7%
  4. Thiago Duarte (União Brasil) – 2%
  5. Comandante Nádia (PP) – 2%

>>>> Como funciona o agregador

O agregador de pesquisas desenvolvido pelo Ipespe Analítica é um algoritmo que projeta a intenção de voto para prefeito a partir de levantamentos feitos por diversos institutos. Não é apenas somar os números e obter uma média. A metodologia usa estatística bayesiana e técnicas de aprendizado de máquina (machine learning). Leva em conta, por exemplo, o período em que as entrevistas foram feitas – quanto mais recentes, maior o peso no cálculo –, assim como o histórico dos institutos.

Trata-se de uma fotografia mais precisa do cenário eleitoral, quando comparado às pesquisas de forma individual. Isso porque, como ainda se trata de pré-candidaturas, pode haver diferença na lista de nomes apresentados aos entrevistados. Além disso, o agregador atualiza os dados tão logo seja divulgada uma nova pesquisa e permite a comparação ao longo do tempo na série histórica.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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