quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Presidente do BC: 'análises econômicas têm errado muito' e juros em 2024 serão mais baixos

O presidente do Banco Central (BC) do Brasil, Roberto Campos Neto, criticou as análises econômicas e declarou que em 2024 os juros serão os mais baixos possíveis. As declarações foram feitas em entrevista à economista Míriam Leitão e divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo jornal O Globo.

Na entrevista, Campos Neto afirmou que tem se aproximado cada vez mais do ministro Fernando Haddad, ao admitir que é "muito difícil cortar gastos neste país". Afirmou também que as análises econômicas "têm errado muito ultimamente":

"Têm errado o crescimento, têm errado um pouco a inflação, têm errado muito emprego, têm errado os números de crédito", declarou.

O presidente do BC disse ainda que deseja entregar a inflação na meta, além dos juros "o mais baixo possível" no último ano de seu mandato que encerra em 2024.

De acordo com Campos Neto, a nota de crédito do Brasil poderia ser melhor, mesmo com a recente melhora da classificação feita pela Standard&Poor’s.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a economia brasileira em 2024, dizendo que ficou "irritado" e que no final do ano que vem vai "provar que erraram".

Lula já havia criticado a previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em agosto deste ano.

·        Dívida Pública Federal do Brasil sobe em novembro e é a maior da série histórica

O Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira (27) que a Dívida Pública Federal (DPF) subiu 2,48% em novembro, em relação a outubro, em termos nominais. A alta foi de R$ 153,11 bilhões, ao subir de R$ 6,172 trilhões, em outubro, para R$ 6,325 trilhões em novembro.

A dívida já havia subido 1,58% entre setembro e outubro (R$ 6,028 trilhões para R$ 6,172 trilhões), devido ao baixo volume de vencimentos de títulos.

Apesar da alta consecutiva, essa última a maior da série histórica, a Dívida Pública Federal continua abaixo do previsto segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF), que tinha a expectativa de que até o fim de 2023 ela ficaria entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

A DPF é a dívida que o Tesouro Nacional, que pertence ao Ministério da Fazenda, assume para financiar o déficit orçamentário do governo federal e assim cobrir as despesas que superam a arrecadação com impostos, contribuições e outras receitas. Inclui o refinanciamento da própria dívida.

 

Ø  Haddad: impostos sobre diesel vão voltar em 2024, mas preço para consumidor final não deve aumentar

 

A volta dos impostos federais sobre o óleo diesel a partir de 2024 foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (26). Mas, segundo ele, a redução do preço pela Petrobras compensará os valores dos impostos e não deve haver aumento para o consumidor final.

"A partir do dia 1º de janeiro tem a reoneração do diesel, que conta com impacto de pouco mais de R$ 0,30. O impacto da redução do preço anunciado pela Petrobras será de mais de 50%. Se você comparar o preço do diesel, vai ter queda no preço, mesmo com a remuneração. Quando vier algum argumento de aumento de preço, importante ficar atento, porque não tem nada a ver", declarou Haddad a jornalistas após reunião com o ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente, Geraldo Alckmin.

A Petrobras anunciou hoje que a partir de amanhã (27) reduzirá em R$ 0,30 por litro o preço médio do diesel A para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,48 por litro. Os impostos federais sobre a gasolina foram restabelecidos em junho.

Os impostos PIS e Cofins do diesel e da gasolina estavam zerados desde 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, em meio à campanha eleitoral, que retirou tributos federais. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prorrogou a isenção dos combustíveis até 31 de dezembro.

Haddad anunciou também que será lançado ainda nesta semana o programa de depreciação acelerada, para que empresas possam deduzir investimentos em máquinas e equipamentos da base de cálculo de tributos em um prazo mais curto do que o atual.

 

Ø  Justiça de Alagoas rejeita pedido para bloquear R$ 1 bilhão da Braskem

 

A Justiça Federal em Alagoas rejeitou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU) para bloquear R$ 1 bilhão nas contas da mineradora Braskem.

A decisão, datada do último sábado (23), contrariou a solicitação feita em 14 de dezembro pelos órgãos mencionados, juntamente com o Ministério Público de Alagoas (MP-AL), buscando assegurar a inclusão de novos imóveis em um programa de compensação financeira para os moradores do bairro Bom Parto, em Maceió, afetado pela exploração de sal-gema como parte de um processo movido contra a mineradora.

O juiz André Luís Maia Tobias Granja, em sua decisão, avaliou que a medida de bloqueio deve ser abordada com cautela. Ele afirmou: "No caso em tela, não existe a necessidade de garantir uma execução futura, uma vez que já existe um título executivo formado nos autos, ainda que provisório, o qual pode ser devidamente executado em sede de cumprimento individual de sentença coletiva."

Vários bairros da capital alagoana enfrentam problemas de desgaste do solo devido à exploração de sal-gema ao longo dos anos, realizada em jazidas subterrâneas pela Braskem.

Esse tipo de sal é utilizado na indústria química. As falhas graves no processo de mineração resultaram em instabilidade no solo, levando à evacuação completa de pelo menos três bairros em 2020, devido a tremores de terra que comprometeram a estrutura dos imóveis.

 

Ø  A bolada que Bolsonaro e Michelle receberam do PL em 2023

 

Lotados na cúpula do PL desde que deixaram o poder, no início do ano, Michelle e Jair Bolsonaro receberam, juntos, mais de meio milhão de reais só em salários do partido em 2023: um total de R$ 589.087,12.

Presidente de honra da sigla comandada por Valdemar Costa Neto, Bolsonaro recebeu, entre abril e outubro, R$ 200.281,14 da legenda, conforme informações prestadas pelo PL ao Tribunal Superior Eleitoral. Se projetado a novembro e dezembro o valor de R$ 30.483,16 que o ex-presidente recebe mensalmente, o montante total no ano chega a R$ 261.247,16.

Presidente do PL Mulher, a ex-primeira-dama recebeu R$ 236.390,48 de fevereiro a setembro. Somando até dezembro mais três parcelas mensais dos vencimentos dela, também de R$ 30.483,16, os salários de Michelle custaram ao PL R$ 327.839,96 em 2023.

Os valores, diga-se, são somente os salários em dinheiro de cada um, enquanto dirigentes partidários. O PL ainda banca despesas com assessores, advogados e deslocamentos dos dois.

Dos R$ 141 milhões de reais recebidos pelo partido em 2023, nada menos que R$ 140,9 milhões vieram de parcelas mensais do fundo partidário, ou seja, dinheiro público, registradas até outubro.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Metrópoles

 

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