Planos de saúde não podem forçar exclusão de dependentes maiores
Recentemente, uma onda de correspondências enviadas
por operadoras de planos de saúde individuais deixou segurados apreensivos. As
notificações informam sobre a exclusão iminente de dependentes que atingiram a
maioridade ou não conseguem comprovar o vínculo de dependência financeira com o
titular do convênio. A prática, que surge sem previsão nos contratos de planos
individuais, levanta questionamentos sobre sua legalidade e se configura como
mais uma estratégia para forçar a migração para planos coletivos.
A advogada Marina Basile, pioneira em Direito à
Saúde na Bahia, alerta para as implicações dessa abordagem. "Não há dúvida
de que se trata de mais uma prática abusiva para forçar a exclusão de
dependentes legítimos de planos individuais e, claro, migrar a massa de
consumidores para planos coletivos por adesão ou empresariais", destacou.
A estratégia das operadoras tem como foco evitar as
normas da Agência Nacional de Saúde (ANS) que regulam os planos individuais.
Além de estar sujeita a reajustes controlados pela ANS, esta modalidade oferece
uma estabilidade inexistente nos planos coletivos e empresariais, que podem ser
cancelados a qualquer momento.
Na notificação de exclusão, a operadora solicita
aos clientes o envio da declaração do Imposto de Renda (IR) para comprovação de
dependência legal e financeira entre o titular do plano e o dependente. No
entanto, segundo a advogada, a declaração do IR nem sempre é suficiente para
determinar a dependência financeira de um filho maior. "Essa tentativa de
exclusão constitui um abuso de direito, ferindo princípios da boa fé contratual
e a confiança dos consumidores", afirmou Marina Basile.
Em muitos casos, os dependentes atingiram a
maioridade há anos, o que reforça a ilegitimidade dessa prática. Os contratos
antigos, que incluem cláusulas de inclusão de dependentes, não preveem a
exclusão quando eles atingem a maioridade ou deixam de ser dependentes
financeiros.
Diante desse cenário, a advogada Marina Basile,
especialista em Direito Civil e Direito Médico Hospitalar, orienta os
consumidores a buscarem proteção legal. "Sob a orientação de um advogado
especializado e com argumentos jurídicos sólidos, é possível garantir a
permanência dos dependentes maiores no convênio", concluiu.
Fonte: Por Carla Santana - Assessora de Imprensa
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