domingo, 31 de dezembro de 2023

Endocrinologista explica a diferença entre Ozempic e Wegovy

O objetivo de emagrecer tornou-se algo muito comum atualmente. Mas, enquanto algumas pessoas cumprem com essa meta, outras se perdem pelo "caminho". Precisando, inclusive, de medicamentos que auxiliem esse processo. Nesse sentido, o endocrinologista do Hospital Edmundo Vasconcelos Dr. Philipe Nicolas El Bath nos explicou a diferença entre Ozempic e Wegovy. Dois dos remédios mais comuns para a perda de peso.

·        A diferença entre Ozempic e Wegovy

"Ozempic é o medicamento aprovado no Brasil para o tratamento de diabetes do tipo 2 (Intimamente relacionado a maus hábitos alimentares e sedentarismo, o que resulta em aumento da circunferência abdominal e perda de massa magra). Wegovy é o medicamento recentemente liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para comercialização a partir de 2024. E serve para o tratamento de obesidade", afirma o Dr. Philipe Nicolas.

Dessa maneira, o endocrinologista cita que Ozempic costuma aparecer como "off-label" para o tratamento de obesidade em adultos. Já que não há ainda aprovação para uso em indivíduos menores de 18 anos.

Assim, o que os distinguem são as dosagens. Isto é, Ozempic vem nas apresentações de 0,25 a 1,0mg, e Wegovy está, além dessas. Para as doses 1,7 e 2,4mg, na qual o medicamento exerce o seu efeito máximo.

"No entanto, existem duas importantes diferenças em relação à tireoide de humanos - a densidade de células C é até 45 vezes menor que em roedores. E essas mostram pouca ou nenhuma expressão do receptor de GLP-1 por meio do qual se daria o estímulo para o surgimento destes tumores. Sendo assim, esse risco não deve ser significativo em humanos, conforme demonstram os dados publicados. Uma exceção são os raros pacientes com história pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide (CMT) ou das síndromes denominadas NEM (Neoplasia endócrina múltipla) tipo 2A e 2B - nesses casos recomenda-se o uso com cautela", aconselha El Bath.

·        Quem não deve consumir Ozempic e Wegovy?

"Ozempic e Wegovy não devem ser utilizados por grávidas ou lactantes e devem ser descontinuados dois meses antes de uma gravidez planejada. Apesar de potencialmente influenciarem a taxa de absorção de diversos medicamentos orais, a de muitos inclusive anticoncepcionais orais não foi afetada", garante o profissional.

Da mesma forma, esse endocrinologista pontua de que não há necessidade de ajuste de dose em indivíduos com insuficiência renal ou hepática e, também, não existe experiência terapêutica em pacientes com insuficiência cardíaca grave em que há sintomas sob qualquer esforço físico ou mesmo em repouso.

Explicações que corroboram que o uso de semaglutida sem um plano alimentar personalizado prescrito por um nutricionista e de exercício físico juntado por prescrição de um educador físico ou fisioterapeuta, especialmente treinos resistidos ou sob dietas radicais, gerar complicações desastrosas.

"Náusea, vômitos e constipação ocorrem em boa parte dos pacientes em virtude da lentificação do esvaziamento gástrico. Mecanismo pelo qual a semaglutida exerce seu efeito na redução do apetite, porém se atenuam ao longo do tratamento. O uso indevido e indiscriminado de diuréticos para perda de peso pode desencadear distúrbios hidroeletrolíticos nos pacientes que vomitam. Como desidratação grave e hipocalemia, queda dos níveis sanguíneos de potássio. Esses efeitos desagradáveis podem ser incapacitantes e levar ao abandono do tratamento, o que por si já costuma ocorrer em virtude do custo muito elevado", termina o endocrinologista Dr. Philipe Nicolas El Bath.

·        Wegovy reduz risco de morte em 18%, mostram estudos

Novos dados dos estudos com o medicamento para obesidade Wegovy, que funciona à base de semaglutida (apresentado em 2,4 mg) - mesmo princípio ativo do do Ozempic, utilizado para tratamento de diabetes -, demonstraram que o risco de morte de pacientes obesos em tratamento com o remédio é 18% menor que o daqueles que não fazem o tratamento. O risco de ataques cardíacos, principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cai cerca de 28% com o uso.

Os resultados foram anunciados pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk neste sábado, 11, em um congresso da American Heart Association (Associação Norte-americana do Coração) e publicados no New England Journal of Medicine.

Em entrevista ao Financial Times, o vice-presidente executivo de desenvolvimento da Novo Nordisk, Martin Holst Lange, disse que eles demonstram que o medicamento é "incrivelmente poderoso" no combate ao risco cardiovascular, confirmando as expectativas positivas de especialistas.

Em agosto, as pesquisas já tinham indicado um índice de 20% de diminuição do risco de eventos cardíacos. Agora, a expectativa da empresa farmacêutica é de que os novos dados convençam mais sistemas de saúde e seguradoras a pagar pelo tratamento, visto o ganho em qualidade de vida para os pacientes e a redução dos custos no longo prazo. O tratamento com o Wegovy tem um preço tabelado nos Estados Unidos de mais de 1,3 mil dólares por mês, o que é considerado alto.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento para o tratamento para sobrepeso e obesidade em adultos e, em setembro, liberou o medicamento para crianças e adolescentes a partir de 12 anos. A previsão é de que o medicamento seja disponibilizado aos pacientes brasileiros em 2024. Enquanto isso, o Ozempic, que é aprovado no País para diabetes, tem sido prescrito off-label para obesidade.

O preço máximo do Wegovy no Brasil, de acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), será de R$ 2.484, nas doses mais altas, a depender do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de cada Estado. Em São Paulo, por exemplo, essa versão pode custar até R$ 2.383,43.

O remédio funciona à base do princípio ativo semaglutida (apresentado em 2,4 mg), que age como se fosse o GLP-1, um hormônio que sinaliza ao cérebro a sensação de saciedade. A compra dependerá de prescrição médica e a aplicação subcutânea ocorre uma vez por semana. Os resultados dependem também do comprometimento do paciente em aderir a outros comportamentos, como redução no consumo de calorias e prática de exercício físico.

 

Ø  Não consegue emagrecer? Veja 5 hábitos que atrapalham a perda de peso

 

Você está seguindo a dieta à risca, fazendo exercícios físicos regularmente, mas nada adianta: apesar de todos os esforços, está com muita dificuldade para emagrecer. Se este é o seu caso, talvez seja o momento de analisar toda a sua rotina, e identificar os hábitos que podem estar te impedindo de chegar ao seu objetivo.

De acordo com o Dr. Renato Lobo, médico pela USP (Universidade de São Paulo) e nutrólogo pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), alguns hábitos simples, que podem passar despercebidos, acabam dificultando a perda de peso. O médico aponta 5 erros que atrapalham os objetivos de quem deseja emagrecer. Confira:

·        1 - Dormir pouco

"Quem dorme pouco ou dorme mal libera mais o hormônio da fome e menos o da saciedade. Então você vai ter mais fome, vai comer mais e não vai ficar saciado. Por isso, dormir mal tem uma relação direta com o ganho de peso. Se você quer perder peso, tem que dormir melhor", afirma o especialista.

·        2 - Comer em um horário próximo de dormir

O quão distante é a sua última refeição em relação à hora que dorme tem uma influência direta com o emagrecimento, indica o especialista. Se você come às 23h e vai dormir à meia-noite, por exemplo, esse já é um fator que favorece engordar.

Mas, se você janta às 18h ou 19h e vai dormir às 23h, a tendência é ser mais magro. "Por isso, quanto mais distante a hora que você come para a hora que dorme, melhor", diz.

·        3 - Não ser fisicamente ativo

Se você não faz atividade física, seja musculação ou aeróbica, e fica mais tempo sentado do que em pé, existe uma relação com o emagrecimento. Se você já trabalha sentado, por exemplo, é sempre bom levantar um pouco. 

"É importante se levantar e caminhar, nem que seja para ir ao banheiro. No almoço, por exemplo, em vez de pedir comida, prefira ir até o local, pois isso vai ativar o metabolismo e favorecer o emagrecimento", destaca o especialista.

·        4 - Não ter escolhas alimentares adequadas

Se você não consome saladas, legumes, verduras, vegetais e folhas, não irá se beneficiar das fibras que são úteis para regular o intestino, melhorar a saúde das bactérias do intestino e atrapalhar um pouco a absorção dos carboidratos e das gorduras.

Isso porque as fibras diminuem a velocidade da absorção. "Isso reduz a produção da insulina que é responsável por estocar, como gordura, o excesso de calorias. Então, o consumo de salada primeiro tem uma relação com o emagrecimento", afirma o médico.

·        5 - Comer doces em excesso

Todo mundo já sabe que o doce tem muito açúcar, ou algo que simula os efeitos do excesso de frutose. Por isso, acontece uma absorção bastante rápida de açúcar que gera picos de insulina no organismo.

Segundo o Dr. Renato, esse pico interrompe o gasto de gordura e favorece o acúmulo de gordura. Consequentemente, você para de emagrecer e começa a engordar. Portanto, o recomendado é controlar o consumo de doces - claro, sem se deixar cair em uma dieta restritiva.

 

Fonte: Sport Life/Agencia Estado/Saude em Dia

 

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