sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Eleições, indiciamentos de Trump e guerra marcaram o mundo em 2023

Depois de uma onda de conflito entre a Rússia e Ucrânia, que perdura até os dias atuais, o ano de 2023 também contou com diversas disputas, mas desta vez, nas urnas. Com eleições acirradas, o ano foi marcado pela vitória dos novos presidentes do Paraguai e Argentina, além da reeleição de Erdogan, na Turquia. 

O ano também ficou marcado pelas investidas da Justiça contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que virou réu por conspiração eleitoral, sendo o primeiro chefe dos EUA a ser indiciado pela justiça norte-americana. 

Neste sentido, o Portal A TARDE resumiu os principais acontecimentos mais importantes que ocorreu no mundo durante esses 12 meses que marcaram o ano de 2023.

>>>> Confira:

·        Janeiro 

Retomando as alianças com os países internacionais, o ano de 2023 iniciou com as investidas do Brasil na Argentina e no Uruguai, dias após o presidente Lula (PT) ser empossado ao terceiro mandato. No primeiro giro internacional, o mandatário brasileiro teve encontros bilaterais com Alberto Fernández e Luis Alberto Lacalle Pou, presidentes da Argentina e Uruguai, respectivamente, quando assinou acordos sobre soberania energética. 

·        Fevereiro 

O segundo mês do ano foi marcado por um escândalo de desvio de dinheiro no Líbano, quando o presidente do Banco Central do país, Riad Salameh, desviou US$ 250 milhões para a sua conta pessoal, na sucursal do banco HSBC, em Genebra. Outros valores foram transferidos para os bancos UBS, Credit Suisse, Julius Baer, EFG e Pictet. Os desvios aconteceram quando o Líbano passava por uma das piores crises econômicas do mundo desde 1850.

·        Março

Na quinzena do mês março, o governo do presidente francês, Emmanuel Macron, realizou uma manobra no Senado do país para aprovar a reforma da Previdência, sem a necessidade de votação dos deputados na Assembleia Nacional. A ação gerou revolta nos franceses que foram às ruas para protestar contra a medida. Com a aprovação da reforma, a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030. O texto também antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos — e não 42, como atualmente — para que o trabalhador tenha direito à pensão integral.

No final de março, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump foi indiciado pela Justiça após o caso envolvendo a atriz pornô Stormy Daniels, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. Trump foi acusado de pagar US$ 130 milhões à atriz nas vésperas do ano eleitoral para que se mantivesse calada sobre o caso. Trump foi eleito nesse ano. O dinheiro pago foi justificado como honorário advocatício para um dos advogados do ex-presidente, Michael Cohen.

·        Abril

Derrotando o progressista Efraín Alegre (Partido Liberal), o governista Santiago Peña (Partido Colorado) venceu as corridas eleitorais no Paraguai, com 43,5% dos votos, e terá um mandato de cinco anos à frente do país. A vitória do economista contra o liberal representa uma hegemonia do partido no Paraguai, que iniciou em 1948, com Juan Natalicio González. O único período presidencial no Paraguai que não foi liderado pelos colorados aconteceu entre 2008 e 2013, quando Lugo venceu as eleições e governou até 2012, ano em que foi vítima de um golpe de Estado parlamentar orquestrado pelo Partido Liberal, do seu então vice Federico Franco, que governou durante o último ano de mandato.

Se de um lado, o Paraguai comemorou a vitória Peña, na Argentina, contudo, o presidente Alberto Fernández anunciou que se lançará como candidato à reeleição. A decisão de Fernandez aconteceu em meio ao agravamento da crise econômica no país e visa fortalecer o nome da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para possivelmente pleitear o cargo. O anúncio, contudo, ainda abre espaço para candidaturas mais extremistas, a exemplo do economista-chefe da Corporação América, Javier Milei. 

Em meio aos anúncios sobre reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o inverso e se colocou na disputa eleitoral como candidato à recondução à Casa Branca para o segundo mandato. Caso vença o pleito, Biden será o presidente mais velho dos EUA com 86 anos. Durante discurso, o chefe de Estado pediu mais tempo para “terminar o seu trabalho” e resgatar a Previdência Social retirada pelo ex-presidente Donald Trump. As eleições no país acontecem em maio de 2024. 

·        Maio

Em mais uma medida conservadora e dura contra o público LGBTQIA+, o presidente da Uganda, Yoweri Museveni, sancionou uma das leis anti-LGBTQ consideradas mais severas do mundo, incluindo a pena de morte para “homossexualidade agravada”. A nova lei prevê pena de morte  para “infratores em série” contra a lei e transmissão de uma doença terminal como HIV/Aids através do sexo gay. Também determina uma sentença de 20 anos por “promover” a homossexualidade. O país já tratava a relação entre pessoas do mesmo sexo como ilegail, e, no dia 29 de maio, endereceu as medidas legais sobre o tema. 

Em uma eleição acirrada, o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan levou a melhor na corrida eleitoral e conseguiu se reeleger para o terceiro mandato. O chefe de Estado disputou a eleição contra o líder de oposição, Kemal Kilicdaroglu. Erdogan recebeu 52,14% votos, conforme dados divulgados pelo Conselho Superior Eleitoral da Turquia, superando o adversário Kilicdaroglu, que obteve 47,86% dos votos. 

·        Junho

Prestes a encerrar o primeiro semestre, o ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, virou réu em uma audiência na Justiça federal na cidade de Miami, no estado da Flórida, após guardar documentos sigilosos em casa e por má gestão. Na oportunidade, Trump foi acusado de violar as leis de espionagem, além de dar duas declarações falsas e uma por conspiração a Justiça. Ele é alvo de 37 acusações, incluindo "retenção ilegal de informações vinculadas à segurança nacional, obstrução de Justiça e falso testemunho". 

·        Julho

O segundo semestre do ano iniciou com um golpe de Estado em Níger. A presidência do país africano foi tomada por militares que deteve o presidente Mohamed Bazoume em sua residência oficial e anunciaram em rede nacional na TV do país a queda do governo. Esse golpe, contudo, não é o primeiro que ocorre em Níger. Desde 1960, quando o país conseguiu a independência contra a França, ele sofreu inúmeras tentativas de golpe, sendo quatro delas bem-sucedidas — a última em fevereiro de 2010, quando o presidente Mamadou Tandja foi derrubado.

·        Agosto 

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump se entregou à Justiça em Atlanta, na Geórgia, após ter sido acusado formalmente por tentar modificar o resultado das eleições de 2020 a seu favor. Anteriormente, o ex-chefe de Estado também chegou a ser autuado na Justiça por guardar documentos sigilosos em sua casa. O republicano e sua equipe jurídica chegou a negociar um acordo de fiança e concordou em pagar em US$ 200 mil (cerca de R$ 988,05 mil) para liberdade de Trump. 

O oitavo mês do ano também foi marcado pela entrada da Argentina, Arábia Saúdita Emirados Árabes, Egito, Irã e Etiópia na cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O anúncio da adesão dos novos países ao grupo foi feito durante o encerramento das atividades do bloco, em Joanesburgo, na África do Sul, pelo presidente Cyril Ramaphosa. Os novos sócios serão integrados ao grupo no dia 1 de janeiro de 2024 e é considerado a maior ampliação do Brics desde a criação em 2009. 

·        Setembro

Um novo desdobramento entre o ex-presidente Donald Trump e a Justiça norte-americana marcou o mês de setembro. Isso porque, um juiz de Nova York entendeu que o ex-chefe de Estado e sua empresa familiar, Trump Organization, como responsáveis por fraude sobre os valores de suas propriedades e outros ativos. O processo alega que Trump, três de seus filhos, suas empresas e seus executivos fraudaram credores, seguradoras e outras entidades, além disso, a decisão também aponta  que o ex-presidente obteve um benefício financeiro “substancial” ao apresentar informações equivocadas em suas demonstrações financeiras, incluindo 150 milhões de dólares (cerca de R$ 748 milhões) sob a forma de taxas de juros favoráveis. 

·        Outubro

Dois meses para encerrar o ano, o Hamas decidiu bombardear Israel, em um ataque terrorista, com milhares de foguetes de Gaza em direção ao país, a fim de iniciar o processo de tomada de território. A ação causou centenas de mortes, dentre elas, os jovens que estavam em um festival de música eletrônica foram atacados. Ao menos 260 corpos foram encontrados no local, incluindo um brasileiro conhecido como Ranani Glazer. A tensão entre Israel e Palestina mistura política e religião, se estende há mais de 70 anos e já deixou milhares de mortos dos dois lados.

O mês de outubro ainda foi marcado pelo início das corridas eleitorais para a presidência da Argentina, considerada a mais importante desde que o país recuperou sua democracia, em 1983. O pleito considerado o mais incerto do país contou com a candidatura de três candidatos competitivos, Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrisch, além de Juan Schiaretti e Myryan Bregman. No dia 22 de outubro, os argentinos foram às urnas para decidirem que seria o novo governante, contudo, o resultado demonstrou um empate técnico que levou Massa e Milei ao segundo turno, disputado em novembro. 

·        Novembro

De volta às urnas, em uma eleição acirrada e incerta, os argentinos elegeram como o novo presidente do país, o ultradireitista Javier Milei, pelos próximos quatro anos. Com 99% das urnas apuradas, Milei venceu a corrida eleitoral contra Massa com 55,69% dos votos contra 44,30% do governista, que contou com apoio de Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchnner. Com a vitória, Milei será empossado na Casa Rosada em dezembro. 

·        Dezembro 

Vitorioso nas urnas contra o governista Massa, o ultradireitista Javier Milei tomou posse como novo presidente da Casa Rosada no dia 10 de dezembro. A cerimônia foi iniciada sem a presença do novo chefe de Estado, às 11h15, sendo conduzida pela presidente do Senado, Cristina Kirchnner. Sob gritos dos presentes, Milei foi ovacionado ao chegar no local.  A solenidade contou com a presença do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e a comitiva do PL. O presidente Lula (PT) também foi convidado para a cerimônia, mas optou por enviar um representante, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. 

Um dos primeiros atos de Milei como presidente da Argentina anunciou um pacote de medidas que possibilita a desregulação econômica do país, entre elas a desregulamentação do serviço de internet via satélite e a medicina privada, flexibilização do mercado de trabalho e revogação de uma série de leis nacionais.

 

Fonte: A Tarde

 

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