Déficit Calórico: o que é, como fazer e os riscos
O déficit calórico é uma prática em que o
indivíduo consome menos calorias do que ele queima durante o dia, com o objetivo
de alcançar a perda de peso. Essa
técnica é usada como uma forma saudável de perder o peso extra, sem fazer
dietas mirabolantes ou jejuns intermitentes.
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O que são calorias?
As calorias são
unidades de energia obtidas por meio do consumo de alimentos e bebidas. Elas
são essenciais para que o corpo tenha energia para realizar tarefas diárias,
das mais básicas, como andar, até as mais complexas, como estudar.
Ao todo, as calorias são divididas da seguinte
forma:
- Gasto
energético em repouso: a quantidade de caloria que seu corpo usa para
realizar funções em descanso, como respirar e fazer o sangue circular;
- Efeito
térmico dos alimentos: as calorias que o corpo usa para digerir,
absorver e metabolizar comida;
- Gasto
energético da atividade: aquelas calorias que são usadas na prática
de esportes e qualquer atividade física;
Consumir exatamente a quantidade necessária de
calorias para esses gastos ajuda na manutenção do peso. Enquanto isso, ingerir
mais calorias gera o aumento, e ingerir menos resulta na perda de peso.
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Como calcular as calorias necessárias?
É importante ter um acompanhamento com nutricionista
se você pretende fazer déficit calórico. Apenas um profissional pode
passar as práticas adequadas e fazer o acompanhamento do quadro. Além disso, um
nutricionista consegue calcular qual a quantidade de calorias diárias que seu
corpo precisa, e quanto você deve reduzir o consumo.
Uma das formas de calcular esse número é por meio
da fórmula Mifflin-Saint Jeor, que considera a altura, peso, idade e quantidade
de atividades que realiza. A conta fica da seguinte maneira:
- TMB
(homens) = 10 X peso (kg) + 6.25 X altura (cm) – 5 x idade (anos) +
5;
- TMB
(mulheres) = 10 X peso (kg) + 6.25 X altura (cm) – 5 x idade (anos) – 161.
Quando você souber a quantidade de calorias
necessária para o seu organismo, subtraia o número do déficit
calórico para saber quanto irá comer. Por exemplo: uma pessoa que ingere
em média 2000 calorias por dia, e precisa de um déficit de 500, vai precisar
reduzir sua ingestão para 1500 calorias.
Existe uma quantidade segura de déficit
calórico. Profissionais de saúde recomendam que ele não exceda 500 calorias.
Isso porque o baixo consumo de calorias pode gerar problemas para a saúde, como
deficiência nutricional, baixo metabolismo, surgimento de cálculos biliares e
baixa imunidade.
De acordo com especialistas, o consumo
mínimo de calorias por dia é de 1200 para mulheres, e 1500 para homens.
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Como faço o déficit calórico?
A alimentação e a rotina de exercícios contribuem
para o sucesso do déficit calórico. Por isso, tente montar um plano
alimentar e um plano de exercícios para alcançar o objetivo. A seguir confira
algumas dicas que podem ajudar no processo de emagrecimento:
- Se
alimente de vegetais, legumes, grãos e frutas;
- Opte
sempre por alimentos com baixa quantidade de gordura;
- Evite
beber líquidos com muitas calorias, ou seja, com alta concentração de açúcar;
- Evite
alimentos processados;
- Escolha
alimentos feitos na sua em casa, em vez de comidas rápidas preparadas na
rua;
- Faça
exercícios físicos para queimar calorias, como caminhadas, esportes,
ciclismo e treinos na academia;
É importante frisar que nem sempre o déficit de
calorias é o suficiente para a perda de peso. Em casos em que a pessoa leva uma
vida sedentária, ela deve procurar alguma atividade física para contribuir com
o processo. Além disso, indivíduos que sofrem com desequilíbrio hormonal,
retenção de água e alteração no armazenamento de gordura corporal devem fazer
tratamento para suas condições em comunhão com o déficit calórico.
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Quais os efeitos colaterais do déficit calórico?
Como mencionado anteriormente, o déficit
calórico pode gerar problemas à saúde se feito incorretamente e sem o
acompanhamento de um profissional. Sendo assim, evite cortar mais calorias do
que o recomendado, não deixe de consumir os nutrientes essenciais, como a
proteína, e evite fazer jejuns intermitentes. Um estudo, publicado
em 2023, apontou que uma dieta de déficit calórico equilibrado pode
ser mais eficiente do que várias horas de jejum intermitente.
Caso você perceba que o déficit
calórico não tem causado perdas significativas, existem fatores que podem
estar impactando o processo:
- Uso de
medicamentos que promovem ganho de peso;
- Falta
de uma noite de sono de qualidade que libera cortisol;
- Estresse;
- Menopausa,
gerando desequilíbrio hormonal;
- Outras
condições pré-existentes como síndrome metabólica e síndrome do ovário
policístico;
Ao sinal de qualquer problema com o déficit
calórico, entre em contato com o profissional de saúde responsável pelo seu
acompanhamento.
Ø Jejum: o
que é, benefícios e riscos
Jejum é a abstinência voluntária ou redução de
alguns ou todos os alimentos, bebidas ou ambos, por um período de tempo. Embora
às vezes seja visto como prejudicial à saúde, o jejum de curto prazo,
e feito com responsabilidade, pode oferecer benefícios à saúde.
Essencialmente, o jejum limpa nosso corpo
de toxinas e força as células a processos que geralmente não são estimulados
quando um fluxo constante de combustível dos alimentos está sempre presente.
Quando jejuamos, o corpo não tem seu acesso usual
à glicose, obrigando as células a recorrerem a outros meios e materiais para
produzir energia. Como
resultado, o corpo começa a gliconeogênese, um processo natural de produção de
seu próprio açúcar.
O fígado ajuda
a converter não carboidratos, como
lactato, aminoácidos e gorduras, em
energia de glicose. Como nossos corpos conservam energia durante o jejum,
nossa taxa metabólica basal (a quantidade de energia que nossos corpos queimam
durante o repouso) torna-se mais eficiente, diminuindo assim a frequência
cardíaca e a pressão arterial. Aliás,
um estudo de 2021 mostrou também que o jejum reduz a pressão
remodelando a microbiota
intestinal.
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Qual a maneira correta de se fazer um jejum?
Em estudos de laboratório, esses três tipos
de jejum, ou restrição calórica, demonstraram efeitos positivos na
longevidade:
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Alimentação com tempo restrito, ou jejum parcial
Este é o processo de limitar a ingestão de calorias
a um período de tempo específico que se alinha ao nosso ritmo circadiano. O
ritmo circadiano é frequentemente referido como o nosso “relógio biológico”, o
ciclo natural que diz ao nosso corpo quando dormir, acordar, comer e muito
mais.
Comer apenas durante um período de oito horas a
doze horas todos os dias é um exemplo de alinhamento com nosso ritmo
circadiano. Os sistemas corporais funcionam melhor quando sincronizados entre
si.
Por isso, os lanches noturnos, quando nosso corpo
geralmente dorme, deixa nosso sistema de reparo natural fora de sincronia. Além
disso, dar ao nosso corpo mais tempo para se reparar é benéfico para a nossa
saúde.
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Jejum periódico com dietas que imitam jejum
Isso significa limitar a ingestão de calorias por
três a cinco dias, fazendo com que as células esgotem os estoques de glicogênio
e iniciem a cetose. Embora isso possa ser feito sem comer alimentos, não é
considerada a opção mais segura.
Uma dieta específica limitada em calorias de cinco
dias (cerca de 1.000 calorias por dia) é suficiente para limitar
o jejum sem esgotar os nutrientes. Especula-se que esse método seja
superior a fazer jejum de dois dias, permitindo que o corpo entre em
cetose e inicie uma verdadeira limpeza.
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Jejum intermitente
O jejum intermitente é um padrão
alimentar que alterna períodos de jejum e alimentação. Ele não
especifica quais alimentos você deve comer, mas quando deve comê-los.
Métodos comuns de jejum intermitente
envolvem jejuns diários de 16 horas ou jejum por 24 horas, duas vezes
por semana.
<<<< Quais são os benefícios de um
jejum?
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1. Promove o controle do açúcar no sangue, reduzindo a resistência à
insulina
Vários estudos descobriram que
o jejum pode melhorar o controle do açúcar no sangue, o que pode ser
especialmente útil para pessoas com risco de diabetes.
Um estudo feito
com 10 pessoas com diabetes tipo 2 mostrou que o jejum intermitente
de curto prazo diminuiu significativamente os níveis de açúcar no sangue.
Enquanto isso, uma revisão descobriu
que tanto o jejum intermitente quanto o jejum em dias
alternados foram tão eficazes quanto limitar a ingestão de calorias na redução
da resistência à insulina.
A diminuição da resistência à insulina pode
aumentar a sensibilidade do seu corpo à insulina, permitindo que ela transporte
a glicose da corrente sanguínea para as células com mais eficiência.
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2. Combate a inflamação
Embora a inflamação aguda
seja um processo imunológico normal usado para ajudar a combater infecções, a
inflamação crônica pode ter consequências graves para a saúde.
Pesquisas revelam
que a inflamação pode estar envolvida no desenvolvimento de condições crônicas,
como doenças cardíacas, câncer e artrite reumatoide.
No entanto, alguns estudos descobriram que
o jejum pode ajudar a diminuir os níveis de inflamação e ajudar a
promover uma saúde melhor.
Por exemplo, um estudo com
50 adultos saudáveis mostrou que o jejum intermitente de um mês diminuía significativamente os níveis
de marcadores inflamatórios. Outro pequeno estudo
descobriu o mesmo efeito quando as pessoas jejuaram 12 horas por dia durante um
mês.
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3. Pode melhorar a saúde do coração
As doenças cardíacas são a principal causa global
de morte, sendo responsável por cerca de 31,5% das mortes em todo o mundo.
Mudar sua dieta e estilo de vida é uma das maneiras
mais eficazes de reduzir o risco de doenças do coração. Algumas
pesquisas descobriram que incorporar o jejum em sua rotina pode ser
especialmente benéfico quando se trata da saúde do coração.
Um pequeno estudo revelou
que oito semanas de jejum em dias alternados reduziram os níveis
de colesterol LDL “ruim” e triglicerídeos no sangue
em 25% e 32%, respectivamente.
Além disso, um estudo maior,
com 4.629 pessoas, associou o jejum a um menor risco de doença
arterial coronariana, bem como a um risco significativamente menor de diabetes,
que é um importante fator de risco para doenças cardíacas.
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4. Pode impulsionar a função cerebral e prevenir doenças
neurodegenerativas
Um estudo em
ratos mostrou que a prática de jejum intermitente por 11 meses era
capaz de melhorar a função e a estrutura do cérebro desses
animais.
Outros estudos, também
realizados em animais, relataram que o jejum pode proteger a saúde do
cérebro e aumentar a geração de células nervosas para ajudar a melhorar a
função cognitiva.
Como ajuda a aliviar a inflamação,
o jejum também pode ajudar na prevenção de doenças
neurodegenerativas.
Em particular, estudos em
animais sugerem que o jejum pode proteger contra e melhorar os
resultados para condições como doença de Alzheimer e Parkinson. No
entanto, mais estudos direcionados são necessários para avaliar os efeitos
do jejum na função cerebral em humanos.
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5. Contribui para a perda de peso
Muitas pessoas que fazem dieta começam a jejuar
procurando uma maneira rápida e fácil de perder alguns quilos.
Teoricamente, abster-se de todos ou de certos
alimentos e bebidas deve diminuir a ingestão geral de calorias, o que pode
levar ao aumento da perda de peso com o tempo.
Algumas pesquisas também
descobriram que o jejum de curto prazo pode impulsionar o
metabolismo, aumentando os níveis do neurotransmissor norepinefrina, o que pode
aumentar a perda de peso.
Na verdade, uma revisão mostrou
que o jejum de um dia inteiro pode reduzir o peso corporal em até 9%
e diminuir significativamente a gordura corporal ao longo de 12–24 semanas.
Outra revisão descobriu
que o jejum intermitente durante 3–12 semanas foi tão eficaz na
indução de perda de peso quanto a restrição calórica contínua e diminuição do
peso corporal e da massa gorda em até 8% e 16%, respectivamente.
Além disso, a mesma revisão descobriu que
o jejum é mais eficaz do que a restrição calórica no aumento da perda
de gordura e, ao mesmo tempo, na preservação do tecido muscular.
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6. Pode atrasar o envelhecimento e prolongar a longevidade
Vários estudos em animais encontraram resultados
promissores sobre os efeitos potenciais do jejum no prolongamento da
vida.
Em um deles, ratos que
jejuaram a cada dois dias experimentaram uma taxa de envelhecimento retardada e
viveram 83% mais do que ratos que não jejuaram. Outros experimentos com
animais obtiveram resultados semelhantes, relatando que o jejum pode
ser eficaz no aumento da longevidade e nas taxas de sobrevivência.
No entanto, as pesquisas disponíveis ainda se
concentram nos efeitos da prática em animais. Por isso, mais estudos são
necessários para entender como o jejum pode afetar a longevidade e o
envelhecimento em humanos.
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7. Pode ajudar na prevenção do câncer e aumentar a eficácia da
quimioterapia
Estudos em animais e em tubos de ensaio indicam que
o jejum pode beneficiar o tratamento e a prevenção do câncer.
Na verdade, um estudo com
ratos descobriu que o jejum em dias alternados ajudou a bloquear a
formação de tumores. Na mesma linha, um estudo em
tubo de ensaio mostrou que a exposição de células cancerosas a vários ciclos
de jejum foi tão eficaz quanto a quimioterapia para retardar o
crescimento do tumor e aumentar a eficácia das drogas quimioterápicas na
formação do câncer.
Apesar dessas descobertas promissoras, estudos
adicionais são necessários para verificar como o jejum pode
influenciar o desenvolvimento e o tratamento do câncer em humanos.
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8. Estimula e acelera a produção do hormônio do crescimento
Um estudo mostrou que o HGH, o hormônio do crescimento, é estimulado pela
realização do jejum. Embora esteja relacionado ao ganho de altura, o HGH
também é responsável pela queima de gordura. Isso porque ele transporta a
gordura armazenada para a corrente sanguínea para ser usada como energia.
Além disso, o HGH está associado à proteção da
massa muscular magra e do equilíbrio metabólico. Todos esses processos são
acelerados quando jejuamos, segundo o estudo realizado com mais de 200 pessoas.
Nele, se observou que o HGH, durante um período de 24h de jejum, aumentou
em média 1,300% nas mulheres, e quase 2,000% nos homens.
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O que acontece com o corpo quando se faz jejum?
A fome é o principal efeito colateral
do jejum intermitente. Você também pode se sentir fraco e seu cérebro
pode não funcionar tão bem quanto está acostumado.
Esses efeitos podem ser temporários, pois pode
levar algum tempo para o seu corpo se adaptar ao novo horário de refeições. É
aconselhado buscar orientação médica e nutricional e, se necessário,
psicológica antes de iniciar qualquer método de jejum, para evitar o
desenvolvimento de transtornos alimentares, possíveis episódios de compulsão e
sintomas como fraqueza, tontura e fadiga.
Além disso, um profissional da área ajudará você a
montar corretamente o seu plano alimentar e determinar as horas ou dias
de jejum de maneira adequada. O acompanhamento médico é indicado
sobretudo se você:
- Tem
diabetes
- Tem
pressão arterial baixa
- Toma
medicamentos
- Está
abaixo do peso
- Tem um
histórico de distúrbios alimentares
- Está
tentando engravidar
- Tem
histórico de amenorreia
- Está
grávida ou amamentando
- Tem
problemas com a regulação do açúcar no sangue
Fonte: eCycle

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