quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Com quase dois anos de conflito, entenda qual a perspectiva para a guerra entre Rússia e Ucrânia em 2024

No dia 4 de fevereiro do próximo ano, o conflito armado entre Ucrânia e Rússia completará dois anos. Em uma guerra que ganhou diversas facetas ao longo do tempo, a perspectiva para o próximo ano continua tão nebulosa quanto o real motivo pela perduração do confronto até os dias atuais.

Além dos países protagonistas, a guerra ganhou apoio e atenção de outros países, como Estados Unidos e França. Somados, Estados Unidos da América e União Europeia já desembolsaram mais de US$ 200 bilhões para financiar o aparato necessário para que a Ucrânia impedisse o avanço russo em seu território. O investimento, de acordo com Conrado Baggio, professor doutor do curso de Relações Internacionais da Universidade Cruzeiro do Sul, pode ser um dos fatores que expliquem o porquê de o conflito ainda existir.

“Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, eles tentaram alcançar uma vitória rápida, concentrando forças contra a Kiev, e esperando eliminar – ou pelo menos suprimir – a liderança ucraniana. A Rússia chegou a controlar mais de 20% do território ucraniano, mas Kiev não foi tomada e a liderança do presidente Zelensky se fortaleceu. Apesar disso, Moscou segue dominando várias regiões, como a Crimeia e o Donbass, que foram anexadas pelos russos”, explica o docente. “Em outras palavras, os dois lados não são fortes o suficiente para ganhar a guerra, mas também não estão fracos o suficiente para perdê-la”, complementa.

De acordo com Baggio, ainda não há indícios de que qualquer uma das partes esteja preparada para aceitar um cessar-fogo. Como em um jogo de tabuleiro, qualquer movimento diferente pode gerar grandes consequências para ambos os lados. “De um lado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ainda tem que lidar com tropas russas ocupando várias regiões do leste e sul do país. Nesse momento, um acordo para interromper as hostilidades seria visto como uma disposição do governo ucraniano em aceitar um status em que milhões de ucranianos e diversos territórios do país seguem sob ocupação estrangeira. Do outro lado, o presidente Vladmir Putin comprometeu muitos recursos e vidas de soldados russos para consolidar sua posição atual”, destaca o docente.

Em uma perspectiva econômica, até o momento, a guerra prejudicou inúmeras nações que dependiam da distribuição de grãos dos dois países protagonistas do conflito. “O conflito entre ambas, especialmente em áreas próximas do Mar Negro – rota de exportação do produto – fez com que a oferta desses produtos diminuísse e os preços aumentassem por todo o mundo. Alguns países da África e Oriente Médio, como o Egito e Turquia, que importavam esses grãos das zonas de conflito, foram afetados de forma mais direta. Em 2022, a Rússia aceitou um acordo que permitiu o escoamento da produção de grãos da Ucrânia por um corredor humanitário, no entanto, o acordo terminou em julho deste ano, diminuindo novamente a oferta”, afirma Baggio.

Apesar de não ter ficado imune aos efeitos da guerra, o Brasil conseguiu tomar uma posição mais confortável no conflito. A posição brasileira de grande exportador de produtos agrícolas fez com que o país fosse capaz de assumir a demanda global por grãos, duplicando a exportação de trigo. Mesmo assim, a população ainda foi capaz de sentir o impacto, não só por conta da inflação que permitiu o aumento dos preços, mas pela elevação dos preços globais do petróleo.

A atual posição de manterem a guerra, segundo o professor, parece ser a melhor, tanto para a Rússia quanto para a Ucrânia. Isso porque os ucranianos estão saindo de uma contraofensiva com sucesso limitado, mas que retomou diversos territórios do controle russo. Para os russos, um cessar-fogo nesse momento pode ser interpretado como um recuo de Putin, especialmente se o mandatário pretende manter a sua popularidade alta para as eleições presidenciais, em setembro de 2024. Portanto, o impasse desta guerra deve se manter ao longo do próximo ano.

 

Ø  'Veremos o resultado em breve': novíssimo tanque russo T-14 será ainda mais potente, diz Rostec

 

Estão em andamento os trabalhos para aumentar o poder de fogo do novíssimo tanque russo T-14 Armata, em breve haverá resultados e os adversários da Rússia terão que se defrontar com uma arma ainda mais potente, disse à Sputnik Sergei Chemezov, diretor-geral da corporação estatal Rostec.

"No futuro, Armata se tornará uma arma ainda mais formidável, continuamos os trabalhos que vão aumentar significativamente seu potencial e poder de combate. Veremos o resultado em breve. É por isso que o mais desagradável para os nossos adversários ainda está por vir", ressaltou o CEO da empresa.

Ele acrescentou que "o próprio tanque está pronto, o construímos há muito tempo". "A máquina é excelente, equipada com os mais recentes sistemas eletrônicos, tem um sistema de controle de fogo de última geração. A tripulação está o mais protegida possível em uma cápsula blindada separada", disse Chemezov.

O T-14 Armata possui uma torre não tripulada que se ativa por controle remoto, enquanto a tripulação permanece protegida na cápsula. Suas armas incluem um canhão de 125 milímetros e uma metralhadora de ação remota de 7,62 milímetros.

 

Ø  Ucrânia está tramando atentado de bandeira falsa com armas químicas, alerta MRE da Rússia

 

As autoridades russas documentaram pelo menos 23 casos em que a Ucrânia utilizou armas que continham substâncias tóxicas. Segundo o direito internacional, o uso de armas químicas é considerado crime de guerra.

Moscou acredita que a Ucrânia pode estar preparando uma "operação de bandeira falsa anti-Rússia com o uso de substâncias tóxicas fabricadas no Ocidente" com o objetivo de atribuir a culpa a Moscou pelo uso de tais armas químicas, advertiu a representante do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

"Muito possivelmente, outra provocação anti-Rússia está sendo criada, empregando substâncias venenosas fabricadas no Ocidente, a fim de lançar uma campanha dentro das estruturas da ONU e através dos meios de comunicação globais para acusar o nosso país do uso alegadamente deliberado de armas químicas", declarou ela.

Anteriormente, a Sputnik informou que a Rússia havia enviado 23 notas ao secretariado da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) sobre o uso de substâncias tóxicas como armas químicas pela Ucrânia. No entanto, a OPAQ se mostrou relutante em enviar qualquer um dos seus peritos para a zona da operação militar especial.

Em agosto, um médico militar russo de alta patente disse que Kiev tinha utilizado bombas contendo fósforo branco em Zaporozhie. Essa substância tóxica causa queimaduras graves e intoxicações agudas, além de necrose tecidual. Moscou acredita que os países ocidentais estão fornecendo à Ucrânia esses produtos químicos nocivos.

Neste inverno (Hemisfério Norte), surgiu um vídeo na Internet mostrando os militares ucranianos carregando botijões em drones. Os especialistas sugeriram que estes recipientes poderiam provavelmente conter fosgênio, uma substância explicitamente proibida pela Convenção das Nações Unidas sobre Armas Químicas.

 

Ø  Mercenários abandonam Ucrânia por deixarem de receber pagamentos de Kiev, relata jornal

 

Mercenários ocidentais deixaram de receber gratificações na Ucrânia devido à redução da assistência financeira dos EUA e seus aliados, avança o jornal sérvio Politika.

"A maioria dos mercenários estrangeiros, […], foi para casa. […]. A razão é que muitos não receberam gratificações. As explicações, […], de que o Ocidente cessou a ajuda, claramente não os deixaram satisfeitos", escreveram jornalistas.

De acordo com o jornal, canadenses, franceses, australianos e holandeses deixaram a Ucrânia antes do Natal.

O Politika observou que, ao contrário dos soldados comuns, os mercenários enfrentarão consequências pela participação nas hostilidades. Um soldado capturado pode não ser julgado, desde que não tenha cometido crimes, já um estrangeiro mercenário será alvo de um processo penal e prisão. Em muitos países, o mercenarismo é proibido por lei, acrescenta o jornal.

"Ser um mercenário na Ucrânia já não é assim tão bom, há menos coragem mas cada vez mais perigo", conclui o jornal sérvio.

O Ministério da Defesa da Rússia tem repetidamente afirmado que o regime de Kiev usa mercenários estrangeiros como "bucha para canhão", e que os militares russos continuarão a eliminá-los em todo o território da Ucrânia.

 

Ø  UE prepara plano de € 20 bilhões para contornar veto da Hungria ao financiamento da Ucrânia

 

A União Europeia (UE) está preparando um plano de apoio financiado pela dívida no valor de até € 20 bilhões (cerca de R$ 106,3 bilhões) para contornar as objeções do premiê húngaro Viktor Orbán e liberar rapidamente dinheiro para Kiev, informou o Financial Times (FT) na terça-feira (26), citando responsáveis em conversações.

Em meados de dezembro, Orbán vetou um aumento no orçamento da UE para 2024-2027, incluindo € 50 bilhões (cerca de R$ 265,9 bilhões) em ajuda macrofinanceira a Kiev. No dia 18 de dezembro, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que uma nova cúpula extraordinária da UE para discutir a ajuda financeira à Ucrânia teria lugar em Bruxelas, em 1º de fevereiro.

Desde então, as autoridades da UE têm procurado alternativas para fornecer fundos à Ucrânia, e um modelo financiado pela dívida ganhou força como a forma mais prática de fornecer apoio no caso de o primeiro-ministro húngaro usar o seu direito de veto durante a cúpula planejada para 1º de fevereiro, dizia a mídia.

O esquema exige que os Estados-membros da UE emitam garantias ao orçamento do bloco, permitindo à Comissão Europeia contrair empréstimos de até € 20 bilhões nos mercados de capitais para Kiev em 2024, disseram fontes ao FT, acrescentando que as discussões ainda estão em curso e o valor final seria especificado com base nas necessidades da Ucrânia.

O esquema é semelhante ao que foi utilizado em 2022, quando a Comissão Europeia forneceu até € 100 bilhões (cerca de R$ 531,7 bilhões) em financiamento barato aos países da UE para regimes de apoio ao trabalho de curto prazo durante a pandemia da COVID-19, afirma a apuração.

 FT também afirmou que o esquema não exigiria garantias de todos os Estados-membros do bloco, desde que os principais participantes incluíssem países no topo das classificações de crédito, permitindo à UE evitar o apoio unânime e o veto de Orbán. Alguns Estados-membros, incluindo a Alemanha e os Países Baixos, exigiriam a aprovação parlamentar para garantias nacionais, disseram fontes à mídia, ao mesmo tempo que expressaram esperança de que este processo não demore muito tempo e que a ajuda à Ucrânia seja fornecida até março.

Fontes disseram que uma desvantagem do esquema é que ele seria limitado a empréstimos e não incluiria doações, mas forneceria financiamento suficiente à Ucrânia para evitar a necessidade de imprimir dinheiro em Kiev e o risco de uma espiral inflacionária.

Outra opção envolve empréstimos baratos à Ucrânia por alguns meses e até um ano — a decisão que exigiria o acordo de uma maioria ponderada de países, informou o FT, acrescentando, no entanto, que as autoridades da UE prefeririam aprovar o pacote de ajuda inalterado que foi vetado pela Hungria.

 

Fonte: XCOM Agência de Comunicação Universidade Cruzeiro do Sul/Sputnik Brasil

 

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