terça-feira, 7 de novembro de 2023

Mesmo com pessimismo do mercado, União Europeia não quer ficar atrás dos EUA e da China

A União Europeia (UE) procura formas de melhorar a sua competitividade e assim não ficar para trás economicamente em comparação com os EUA, a China e outras potências, mas alcançar este objetivo não será fácil devido à falta de vontade política dentro do bloco, segundo análise do jornal britânico.

De acordo com o Financial Times (FT), a melhoria das condições econômicas da região é uma das prioridades dos chefes de gabinete dos 27 países que integram o bloco europeu.

Por esta razão, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, encarregou o antigo primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), de apresentar um relatório sobre o estado da competitividade no bloco.

"Temos de olhar mais longe e estabelecer como nos manteremos competitivos", disse von der Leyen em uma reunião em agosto deste ano, em Bruxelas. "A Europa fará tudo o que for necessário para manter a sua vantagem competitiva", acrescentou.

Em dólares, a economia da UE representa 65% da dos Estados Unidos. Este número é inferior aos 91% de 2013, segundo o FT. Per capita, o produto interno bruto (PIB) do país norte-americano é mais do dobro do da UE, e a diferença está aumentano, detalhou o jornal.

Segundo a matéria, a Europa está atrasada em questões de competitividade se for tida em conta a lista das 20 maiores empresas tecnológicas do mundo ou das principais universidades. Há também um atraso na capacidade de produção de semicondutores, área dominada pela China.

Ainda de acordo com o FT, a pandemia da COVID-19 e o conflito ucraniano fizeram disparar os preços e custos da energia, o que também afetou a economia europeia como um todo.

Além disso, as pressões demográficas e os estrangulamentos na educação, afirma a matéria, criaram uma escassez de mão-de-obra qualificada. A papelada excessiva e a burocracia pesada também desempenham um papel importante, segundo proprietários de pequenas e médias empresas, bem como diplomatas europeus.

A avalanche de ajudas estatais e apoio financeiro de Bruxelas às empresas europeias após a pandemia de COVID-19 alteraram radicalmente as "condições de concorrência equitativas" entre os países e as suas empresas, outrora protegidas como pilar central do mercado único.

As despesas com auxílios estatais da UE aumentaram de € 102,8 bilhões (cerca de R$ 539,6 bilhões) em 2015 para € 334,54 bilhões (aproximadamente R$ 1,7 trilhões) em 2021. Entre março de 2022 e agosto deste ano, a Europa aprovou auxílios estatais no valor de € 733 bilhões (mais de R$ 3,8 trilhões), de acordo com dados não oficiais da Comissão consultados pelo Financial Times.

De acordo com o jornal, os decisores políticos da UE temem que a próxima revolução tecnológica — a da inteligência artificial e da computação quântica — ultrapasse a Europa e aumente ainda mais o fosso com as duas superpotências econômicas mundiais: a China e os Estados Unidos.

 

Ø  Confisco de bens russos colocará Ocidente em 'maus lençóis', diz mídia

 

O jornal Financial Times destacou que, se os países ocidentais confiscarem definitivamente os cerca de US$ 350 bilhões de bens russos congelados, isso porá outros Estados de sobreaviso e eles tomarão medidas para se proteger de um cenário semelhante.

De acordo com a mídia, os países podem retirar suas próprias reservas financeiras do Ocidente, caso um dia sejam ameaçados com sanções, como fizeram com a Rússia.

Além disso, a mídia ressalta que também existem questões jurídicas ligadas às medidas tomadas pelos países ocidentais.

O Banco Central Europeu emitiu um alerta aos políticos europeus contra a tributação de empresas da União Europeia que obtenham lucros inesperados com ativos russos bloqueados, observou o jornal.

O embaixador da Rússia no Canadá, Oleg Stepanov, qualificou o congelamento das reservas internacionais e outros ativos de seu país de "roubo em plena luz do dia".

·         Como Rússia dribla sanções ocidentais contra seu petróleo e obtém grandes lucros?

O teto de preço para o petróleo russo, introduzido pelo Grupo dos Sete (G7), composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, está perdendo cada vez mais a sua eficácia, escreve o The Wall Street Journal.

"As receitas do petróleo e gás para o orçamento russo mais que dobraram em outubro em comparação com setembro [...]. Isto indica uma mudança radical da situação desde o início de 2023, quando as receitas da venda de fontes de energia caíram", aponta o jornal.

Segundo observam especialistas da instituição líder mundial em serviços financeiros JPMorgan Chase, o estabelecimento de um limite de preço do petróleo não é mais uma medida eficaz, porque à medida que as exportações crescem, a melhoria da situação comercial da Rússia ajuda a reduzir a pressão sobre o rublo, que se estabilizou em relação ao dólar nas últimas semanas.

No final de outubro, Foreign Policy relatou que a decisão dos países ocidentais de estabelecer o teto de preço do petróleo russo em US$ 60 (cerca de R$ 294) por barril não prejudicou a Rússia. Embora no início essas restrições tenham tido algum efeito, hoje Moscou se adaptou totalmente a elas. Em particular, a Rússia começou a intensificar o comércio com países que não apoiaram essa medida.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, em setembro as exportações de petróleo russas aumentaram 460 mil barris por dia em comparação com agosto – chegando até 7,6 milhões de barris. Desta forma, a Rússia obteve a maior receita desde julho de 2022, no valor de US$ 18,8 bilhões (R$ 92,1 bilhões).

•        Polônia começa a 'sufocar' economia ucraniana em meio a desavenças com Kiev

As empresas alemãs com presença na Ucrânia estão reclamando da fiscalização alfandegária polonesa, que passou a "sufocar" a economia ucraniana e a atrasar a exportação de mercadorias.

O jornal Der Spiegel relatou que a União Europeia está ajudando a Ucrânia a estabilizar o orçamento de Estado, a assumir o fardo militar e a compensar "o calote" dos impostos, enquanto bilhões de dólares chegam do Ocidente a Kiev.

Contudo, a razão dos atrasos parece ser a tensão entre a Polônia e a Ucrânia, que ocorre há meses.

Diversas empresas alemãs afirmaram que os funcionários da alfândega polonesa estão atrasando a inspeção das cargas de exportação.

Ao mesmo tempo, os funcionários aduaneiros afirmam que foram obrigados a dificultar a fiscalização devido ao contrabando de cigarros da Ucrânia.

Anteriormente, as autoridades ucranianas declararam que a Polônia é um país aliado apenas enquanto o conflito durar e que, após isso, será um concorrente.

 

Ø  Adesão da Ucrânia à UE terá impacto negativo nos países europeus mais pobres, afirma mídia

 

A adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) poderá afetar seus Estados-membros mais pobres, de acordo com um artigo no portal britânico UnHerd.

Se Kiev tiver acesso ao dinheiro destinado ao desenvolvimento da infraestrutura de países pobres da UE, isso significará que a Estônia, Lituânia, Eslovênia, Chipre, Malta e República Tcheca já não terão acesso a esses fundos, escreveu a autora do artigo, Bethany Elliott.

A adesão da Ucrânia à UE levaria a uma redução de 20% nos subsídios agrícolas, acrescentou a jornalista.

De acordo com as projeções da UE para uma união ampliada que incluiria a Ucrânia, a Moldávia, a Geórgia e seis Estados dos Bálcãs, Kiev poderá receber 186 bilhões de euros (R$ 0,99 trilhão) em ajuda durante sete anos.

As autoridades europeias temem que a UE composta por 30 ou mais países não seja capaz de funcionar de forma eficaz, ressaltou Bethany Elliott.

É provável que seja difícil chegar a um acordo sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia, resumiu ela.

Em agosto, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, chegou a declarar que a União Europeia deve estar preparada para aceitar novos Estados-membros até 2030, iniciando um debate existencial sobre ampliação que deve dominar as discussões de alto nível dentro do bloco até o final do ano.

Os líderes europeus concederam o status de candidato à Moldávia e à Ucrânia em uma cúpula em Bruxelas, no dia 23 de junho de 2022. As negociações sobre a adesão delas ao bloco devem começar assim que os dois países cumprirem uma série de condições estabelecidas no parecer da Comissão Europeia sobre o seu pedido de adesão ao bloco europeu, incluindo certas reformas políticas.

 

       Mídia revela estratégias que China pode usar para 'detonar' Taiwan e EUA

 

A Bloomberg recordou que Taiwan está próximo de suas eleições presidenciais em 2024, o que pode elevar as tensões com a China, aumentando a crise na região.

De acordo com a mídia, caso a situação fique ainda pior na região, com as eleições em Taiwan e intromissão dos EUA, os chineses podem tomar providências sistemáticas, coerção de guerra curta, bem como uma total invasão, embargos, bombardeios e medidas menores contra ilha.

A mídia destaca que o governo chinês tenta obter vitórias sem conflitos, contudo tem força suficiente para devastar seus inimigos caso seja necessário, e nesse caso, Taiwan teria chances remotas de ter sucesso, e certamente, sofreria muitas baixas.

Além do combate direto, a China pode liquidar Taiwan, embargado, tirando e isolando a ilha do cenário mundial, além de uma investida em ataques cibernéticos contra instituições financeiras e infraestruturas econômicas, destruindo a economia da ilha, que não teria outra escolha a não ser se render à China.

O mesmo vale para os EUA, que mesmo que tentassem enviar seus submarinos para combater a China, sofreriam um revés devido às dificuldades do cenário, incluindo a vasta distância.

Nesse caso, os chineses ainda poderiam realizar um bombardeio destruidor com mísseis balísticos contra a ilha, liquidando rodovias, portos e outras estruturas importantes, atingindo não apenas a ilha como também as bases americanas no Pacífico Ocidental.

Segundo a mídia, na pior das hipóteses, a China poderia lançar uma invasão total, com ataque aéreo massivo contra forças e infraestruturas críticas na região, bem como ataques com mísseis contra as forças dos EUA nas bases em Guam e no Japão, o que certamente traria sérias consequências não só para Taiwan como para os EUA, que seguem elevando a tensão em torno da ilha e do gigante asiático.

Pequim vê Taiwan como uma província renegada que pertence por direito à China, de acordo com a política de Uma Só China. A ilha autogovernada não declarou formalmente a independência, mas afirma já ser independente e, entretanto, mantém laços próximos com os EUA. Estes, por sua vez, expressaram nos últimos anos a vontade de "conter" a China e o seu desenvolvimento.

 

       Putin decidiu concorrer à eleição presidencial e pode ficar no poder até 2030, dizem fontes

 

Vladimir Putin decidiu concorrer à eleição presidencial de março, um movimento que o manterá no poder até pelo menos 2030, uma vez que o chefe do Kremlin sente que precisa conduzir a Rússia durante o período mais perigoso das últimas décadas, disseram seis fontes à Reuters.

Após neutralizar um motim armado do líder do grupo mercenário Wagner em junho, Putin passou a reforçar o apoio de sua base principal nas forças de segurança, nas Forças Armadas e entre os eleitores regionais fora de Moscou.

Os gastos russos com defesa, armas e orçamento geral aumentaram, e Putin fez várias aparições públicas, inclusive nas regiões, nos últimos meses.

“A decisão foi tomada – ele vai concorrer”, disse uma das fontes que tem conhecimento do planejamento.

Outra fonte, também familiarizada com o pensamento do Kremlin, confirmou que a decisão foi tomada e que os assessores de Putin estavam se preparando para sua participação na eleição. Três outras fontes disseram que a decisão de concorrer à eleição presidencial de março de 2024 já havia sido tomada.

As fontes falaram à Reuters sob condição de anonimato devido à sensibilidade da política do Kremlin.

Uma delas afirmou que uma indicação coreografada deve ser dada dentro de algumas semanas, confirmando uma reportagem do jornal Kommersant no mês passado.

Embora muitos diplomatas, espiões e autoridades tenham dito esperar que Putin permaneça no poder por toda a vida, até agora não houve confirmação específica dos planos de Putin de se candidatar à reeleição.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Putin ainda não havia comentado a questão, acrescentando que “a campanha não foi anunciada oficialmente”.

•        Rússia em guerra

Putin, de 71 anos, que recebeu a Presidência das mãos de Boris Yeltsin no último dia de 1999, já atuou como presidente por mais tempo do que qualquer outro governante russo desde Josef Stalin, superando até mesmo o mandato de 18 anos de Leonid Brezhnev.

Diplomatas afirmam que não há nenhum rival sério que possa ameaçar as chances de Putin nas urnas, caso o atual presidente concorra novamente. O ex-espião da KGB tem índices de aprovação de 80%, pode contar com o apoio do Estado e da mídia estatal, e quase não há oposição do público em geral à continuidade de seu governo.

No entanto, Putin encara o mais sério conjunto de desafios que qualquer chefe do Kremlin já enfrentou desde que Mikhail Gorbachev lutou contra o colapso da União Soviética há mais de três décadas.

A guerra na Ucrânia desencadeou o maior confronto com o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962, e as sanções ocidentais resultantes provocaram o maior choque externo na economia russa em décadas.

A inflação se acelerou e o rublo caiu desde o início da guerra, e os gastos com defesa representarão quase um terço das despesas orçamentárias totais da Rússia em 2024, mostram os planos preliminares do governo.

Mas a maior ameaça direta à continuidade do governo de Putin ocorreu em junho, quando o mercenário mais poderoso da Rússia, Yevgeny Prigozhin, liderou um motim de curta duração.

Prigozhin morreu em um acidente de avião dois meses depois do motim e, desde então, Putin tem usado o Ministério da Defesa e a Guarda Nacional para ampliar o controle de seus aliados sobre os remanescentes da força de Wagner.

 

Fonte: Sputnik Brasil/CNN Brasil

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário