quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Ex-chefe de gabinete de Zelensky o define como um 'ditador'

O ex-chefe de gabinete de Vladimir Zelensky, Aleksei Arestovich, descreveu o presidente ucraniano como "ditador", em relação à forma como tem reagido à operação especial militar russa, desde seu início, em fevereiro de 2022.

"Primeiro, alguém se comporta como um ditador e, em vez de seguir o caminho normal do desenvolvimento acelerado, opta pela estagnação. Então alguém gera corrupção massiva. Então alguém gera ódio por qualquer opinião diferente da sua", disse o ex-assessor em sua conta no X.

Arestovich fez a publicação em resposta a um artigo da revista Time, escrito pelo correspondente Simon Shuster, que abordava o isolamento do líder ucraniano, intitulado "Ninguém acredita na nossa vitória como eu".

"E então - um ano e meio depois - chega o outono, tanto nas relações com o Ocidente como com o nosso próprio povo. E não importa o quanto você negue a realidade, ela não desaparece."

Para ele, o texto publicado pela Time revela "uma imagem desagradável e vagamente familiar", de "um ditador abandonado por todos, vagando pelos becos do bunker, sem vontade de encarar a realidade e exclamando histericamente sobre uma vitória rápida, que não consegue alcançar".

"Um líder autoritário a quem as pessoas ao seu redor têm medo de dizer a verdade. Não, este não é um paralelo direto com Hitler. Falei pessoalmente com Simon várias vezes e ele nunca traçaria tal paralelo. Mas ele é um artista brilhante e capturou claramente o momento da verdade: - não se trata de paralelos, mas de padrões."

·         Isolamento de Zelensky

O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, "sente-se traído" pelos seus aliados ocidentais porque "eles o deixaram sem os meios para vencer a guerra, apenas com os recursos para sobreviver", disse um dos seus conselheiros no artigo da Time publicado nesta segunda-feira (30).

"O mais assustador é que aquela parte do mundo se acostumou com a guerra na Ucrânia", declarou Zelensky, na publicação. "O cansaço da guerra rola como uma onda. Você vê isso nos Estados Unidos, na Europa. E vemos que assim que eles começam a ficar um pouco cansados, isso se torna um espetáculo para eles."

Ele também afirmou que Kiev se opõe firmemente a qualquer trégua. Tal posicionamento tem sido criticado até mesmo por lideranças militares ucranianas, que veem a contraofensiva do país europeu como fracassada.

Vale ressaltar que repasses financeiros feitos pelos Estados Unidos têm sido cada vez menos intensos como os realizados anteriormente, sobretudo em meio à escalada do conflito entre Israel e o grupo armado Hamas.

"Todos os ditadores que estão divorciados (em nome da sua fantasia) da realidade acabam da mesma forma. Este artigo condena Zelensky à solidão e ao julgamento da história - à solidão, pela qual ele não tem ninguém para culpar além de si mesmo", finalizou Arestovich sobre o artigo.

·         Zelensky se sente traído pelos aliados ocidentais, revela mídia

Artigo publicado na revista Time destaca que presidente ucraniano está irritado com o declínio do interesse do Ocidente na Ucrânia e se sente traído por seus aliados.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, ficou irritado com os resultados de sua visita a Washington, em setembro, ao perceber a perda de interesse do governo americano na Ucrânia. A informação foi dada em um artigo publicado nesta segunda-feira (30), na revista americana Time.

Segundo o artigo, repórteres da revista Time foram a Kiev após a visita de Zelensky a Washington, para analisar junto a equipe de Zelensky como o presidente ucraniano reagiu aos sinais que recebeu do Ocidente, especialmente em relação ao declínio de interesse em um conflito sem indício de fim no horizonte e aos apelos constantes feitos a Zelensky para combater a corrupção em seu governo.

"Em meu primeiro dia em Kiev, perguntei a uma pessoa do seu círculo [Zelensky] como o presidente se sentia, e a resposta veio sem a menor hesitação: 'Irritado'", disse o autor do artigo.

Segundo o articulista, o presidente ucraniano percebeu que o interesse pela Ucrânia está perdendo força ao redor do mundo, assim como o apoio internacional. Segundo o artigo, Zelensky se sente traído pelos aliados ocidentais.

"O habitual brilho otimista [de Zelensky], o senso de humor, o desejo de animar uma reunião sobre guerra ou de fazer uma anedota espirituosa, nada disso foi preservado. Agora ele chega, recebe as novidades, dá as ordens e vai embora", diz o artigo, citando pessoas próximas ao presidente ucraniano.

Os meios de comunicação ocidentais vêm destacando a cada dia a fadiga do Ocidente em relação à Ucrânia e a erosão do apoio a Zelensky. Após o agravamento da situação no Oriente Médio, o presidente dos EUA, Joe Biden, se comprometeu a apoiar Kiev e Tel Aviv. Porém, na semana passada, um grupo de senadores republicanos apresentou um projeto de lei que permite o envio de ajuda a Israel, mas não inclui auxílio à Ucrânia. O projeto foi apresentado poucos dias após a Casa Branca solicitar a aprovação no Congresso americano de uma ajuda de US$ 61 milhões (cerca de R$ 308 milhões) a Kiev.

 

Ø  União Europeia quer aumentar sanções econômicas contra a Rússia

 

A União Europeia considera aumentar sanções contra a Rússia, que afetariam exportações e importações avaliadas em mais de R$ 5 bilhões de dólares (cerca de R$ 25,18 bilhões).

As medidas restritivas envolvem o congelamento de bens nos países que compõem o bloco. Desta forma, cidadãos e empresas ficam proibidos de fornecer fundos aos que constam das listas de sanções.

Além disso, os indivíduos estão proibidos de viajar — ou seja, entrar ou transitar pela União Europeia. As informações foram publicadas pela agência de notícias Bloomberg.

Vale ressaltar que, após a introdução do 11º pacote de sanções contra os russos em junho deste ano, as restrições do bloco passaram a afetar quase 1,8 mil indivíduos e organizações.

A Rússia tem afirmado que o país lidará com a pressão das sanções que o Ocidente começou a exercer há vários anos e que se intensificou. O país tem resistido de forma consistente, até agora, e muitas das sanções até se voltaram contra os europeus.

O país euroasiático é um dos maiores produtores mundiais de petróleo e gás do mundo, ao lado da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, e durante o início da operação especial militar russa, em 14 de fevereiro de 2022, os países da União Europeia não romperam todos os laços econômicos.

Segundo o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (Crea, na sigla em inglês), desde então, foram pagos mais de US$ 146 bilhões por petróleo e gás, desde então, pelos países europeus.

Além disso, nos últimos oito anos, a Rússia tem acumulado reservas cambiais e passou a ter novos compradores, sobretudo da Ásia.

 

Ø  Fracasso da ofensiva ucraniana é um estado desejado pelas potências ocidentais, aponta analista

 

Desde o início do conflito ucraniano, os aliados ocidentais não têm expectativas sobre uma vitória inequívoca de Kiev, porque é exatamente uma situação de impasse na frente que pode acabar com ele, escreve o jornalista Witold Jurasz no portal Onet.

A derrota ou, no melhor dos casos, a falta de sucesso da ofensiva ucraniana está causando na Polônia ansiedade e até mesmo receio que isso possa ser um prenúncio da derrota de Kiev, escreve Jurasz.

"Na realidade, no entanto, a falta de sucesso, por um lado dos russos e por outro dos ucranianos, e o impasse na linha de frente – como muito indica – é exatamente o estado de coisas que as potências ocidentais querem", afirmou ele.

Assim, o analista polonês considera que as opiniões radicais sobre o conflito ucraniano são especialmente perigosas e prejudicais.

"Se assumirmos que o único cenário, não tanto desejável quanto aceitável, para o fim da guerra é a reconquista pela Ucrânia de todos os territórios ocupados, então escolhemos uma solução que, embora obviamente moralmente correta, é extremamente irrealista", observa ele.

Segundo ele, esse tipo de hesitação emocional e a incapacidade de análise racional significa que a Polônia não será capaz de conduzir um jogo diplomático em relação ao conflito ucraniano, não tanto com os adversários, mas principalmente com os aliados.

Além disso, ele propõe enxergar o conflito sem emoções e admitir que desde o início o objetivo do Ocidente, especialmente dos EUA, era não deixar a Ucrânia perder o conflito, mas também que ela não obtivesse uma vitória decisiva.

Os tipos de armas e sua quantidade que Washington forneceu a Kiev são evidências claras disso, aponta o autor do artigo.

"Não seria o fracasso da contraofensiva ucraniana [...] uma situação desejável e ideal e, talvez, até planejada em Washington?", enfatiza Jurasz.

Estes desenvolvimentos, por sua vez, aproximam a perspectiva de um fim do conflito. É por isso que mesmo os políticos americanos radicalmente pró-ucranianos não desejam sua vitória completa e inequívoca, concluiu ele.

 

Ø  'Rússia terá sucesso na Ucrânia, a menos que o apoio dos EUA continue', diz chefe do Pentágono

 

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou nesta terça-feira (31) que a Rússia teria sucesso na Ucrânia, a menos que os Estados Unidos mantivessem seu apoio a Kiev.

Austin e o secretário de Estado, Antony Blinken, testemunharam perante a Comissão de Dotações do Senado sobre o pedido do presidente Joe Biden de US$ 106 bilhões (R$ 534 bilhões) para financiar planos ambiciosos para a segurança fronteiriça da Ucrânia, de Israel e dos Estados Unidos.

"Posso garantir que sem o nosso apoio [o presidente russo Vladimir] Putin terá sucesso. Se puxarmos o tapete deles agora [ucranianos], Putin ficará mais forte e terá sucesso em fazer o que deseja", disse Austin durante a audiência segundo a Reuters.

Argumentando que apoiar os parceiros dos EUA é vital para a segurança nacional, Biden solicitou US$ 61,4 bilhões (R$ 307 bilhões) para a Ucrânia, cerca de metade dos quais seriam gastos nos Estados Unidos para reabastecer os estoques de armas esgotados pelo apoio anterior.

O Congresso já aprovou US$ 113 bilhões (R$ 569 bilhões) para a Kiev desde o começo da operação russa na Ucrânia em fevereiro de 2022. A Casa Branca disse que tem menos de US$ 5,5 bilhões (R$ 27,1 bilhões) em fundos para continuar a transferir armas dos arsenais norte-americanos para as forças ucranianas que combatem a Rússia.

Mas os republicanos que lideram a Câmara dos Representantes opõem-se à combinação das duas questões, aos quais se juntaram alguns membros do partido no Senado.

Austin disse que o governo Biden queria que a Ucrânia continuasse as operações durante o inverno, mas Kiev não poderia fazer isso se fosse forçado a fazer uma pausa devido à falta de apoio dos EUA.

Autoridades militares de Kiev disseram na segunda-feira (30) que a Rússia aumentou suas forças em torno da cidade devastada de Artyomovsk (ou Bakhmut na denominação ucraniana), no leste da Ucrânia, e mudou suas tropas da defesa para o ataque, mas a Ucrânia está se preparando para repelir os ataques.

 

Ø  'É impossível': Ucrânia não conseguirá reunir o Exército bem-preparado que tinha antes, diz analista

 

A Ucrânia não conseguirá mais reunir o mesmo Exército bem-preparado que tinha antes de 24 de fevereiro e nem mesmo conseguirá reunir as forças que lançaram a contraofensiva no verão europeu, disse o especialista militar Aleksei Leonkov à Sputnik.

Anteriormente, a revista norte-americana Time escreveu que a Ucrânia não tem soldados suficientes para usar os equipamentos e veículos fornecidos pelo Ocidente, mesmo que os Estados Unidos e seus aliados forneçam a Kiev todas as armas prometidas. O esvaziamento das fileiras é tão grande que a idade média dos recrutas é agora de 43 anos.

"O que está escrito na Time é um diagnóstico próximo da realidade", afirmou o especialista militar.

"O fator mais importante continua sendo o fator humano: eles não conseguirão reunir o mesmo Exército bem-preparado para o combate que tinham antes de 24 de fevereiro. Nem mesmo será possível reunir as forças que estavam lá antes da contraofensiva", destacou Aleksei Leonkov.

"Além disso, nem os mercenários estrangeiros nem os terroristas que lutam por eles os poderão ajudar. Os recursos de mobilização da Ucrânia estão esgotados", acrescentou Leonkov.

A reserva de mobilização bem-preparada se esgotou e "o novo pessoal, treinado […] nos programas da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], tem um treinamento significativamente pior", segundo o especialista.

A Ucrânia tinha, no começo da operação militar especial, dois milhões de reservistas militares. "65% deles já passaram pela linha de contato e, destes, 65%-80% não voltaram para casa e estão listados como mortos ou desaparecidos", resumiu ele.

 

Ø  Mísseis Storm Shadow da Ucrânia passaram de armas para alvos, diz especialista

 

O Ministério da Defesa da Rússia informou que foi impedida uma tentativa das Forças Armadas da Ucrânia de atacar a Crimeia com oito mísseis Storm Shadow.

O especialista militar e coronel aposentado Yuri Knutov, em entrevista à Sputnik, disse que estes mísseis se tornaram alvos corriqueiros para as tropas de defesa antiaérea da Rússia.

Segunda (30), foi frustrada uma tentativa de ataque de Kiev com oito mísseis de cruzeiro Storm Shadow em locais na península da Crimeia. Na sequência do rebate do ataque, meios da defesa antiaérea em serviço abateram todos os mísseis, detalha comunicado da entidade militar russa.

"Quando esses mísseis apareceram pela primeira vez nas Forças Armadas da Ucrânia, era difícil de derrubá-los. Mas mais tarde, um desses mísseis foi possível derrubar e ele caiu praticamente inteiro. Ele foi estudado, foram analisadas suas características, superfície reflexiva e eletrônica que controla o voo, sendo possível usar sistema de guerra eletrônica [contra ele]. No que diz respeito à utilização de sistemas antiaéreos, foram estudados os algoritmos de voo do míssil e, consequentemente, foram feitas adições aos programas que estão em nossos complexos. Como resultado, nossos sistemas de defesa antiaérea podem atingir esses mísseis automaticamente com grande probabilidade", explicou Knutov.

Esta situação é tida em conta por outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que possuem mísseis com características semelhantes.

"Mísseis SCALP e Storm Shadow passaram para a categoria de alvos comuns. Os alemães entendem isso, e tentam por enquanto não fornecer seus mísseis Taurus, para que a tecnologia não caia em nossas mãos e não se transformem de armas ofensivas a alvos", concluiu ele.

Storm Shadow é um míssil de cruzeiro tático franco-britânico de longo alcance.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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